Sou garoto de programa. Não mais tão garoto assim, tudo bem, mas ainda me garanto no traçado. Aos 20 anos, portanto há certo tempo, participei de uma festinha meio familiar, meio inferninho, numa puta fazenda, em que o dono, hétero e machão (não tão convicto), engraçou-se de mim. Depois de alguns discretos lances, no correr da noite, venci sua primeira resistência e subi ao andar superior da casa, atrás dele. Avistei-o meio escondido numa porta, ao fundo, fazendo sinais com a mão, me chamando. Fui até ele, que me puxou pelo braço, fechando rapidamente a porta, e passando a chave.
Meu coração estava disparado com aquela situação. Pela ansiedade que demonstrava, denunciada pelo tremor das mãos e gestual desconcertado, imaginei que o dele também estivesse batendo dentro do peito com mais vigor que a zabumba, lá embaixo.
Eu não consegui mais resistir e avancei para cima dele, agarrando-me ao seu pescoço, colando meu corpo no dele e finalmente me apoderando daquele vasto bigode, sentindo-o roçar em meus lábios e forçando, com os meus, a abertura dos seus, penetrando minha língua em sua boca. Ele parecia meio aturdido com tudo aquilo – com certeza era sua primeira vez com um homem – e, meio desengonçadamente, correspondeu ao beijo.
Subitamente, parou, afastou-me dele, recolheu minha mão e foi me puxando para o interior do aposento.
“Vem cá!”
Ele praticamente me arrastava, cômodo adentro, sua mão fria circulando meu pulso. O homem bufava, feito um macho alfa preparando-se para cruzar. Empurrou-me para um quarto menor, bem mais simples que o restante da casa; a um canto, uma cama de casal, com evidentes sinais de antiguidade, inclusive na forte estrutura de madeira maciça. Decerto ali seria um aposento de empregada ou algo parecido.
Jogou-me literalmente sobre o leito e já foi abrindo ansiosamente os botões da camisa. Previ que seria estuprado sem dó nem piedade, e tratei de fazer algo para evitar. Utilizando todo meu repertório de macetes e frescuras, adquirido em anos de prostituição, pinotei do colchão para seu corpo e procurei deter sua ansiedade...
– Calma, garanhão! Vamos aproveitar ao máximo este momento... Quero apreciar todo esse material sem pressa...
Enquanto falava, eu substituía suas mãos no desabotoar da camisa, aproveitando para alisar seu peito com poucos pelos, roçando os mamilos e já os sentindo enrijecer... Sem uso para suas mãos, ele as deixou meio caídas, ao lado do corpo; retirei sua camisa e senti o cheiro de homem a me invadir as narinas e aumentar meu tesão.
Ronronando em seu tórax, com toda a safadeza que me era possível, deslizei minhas mãos para seu cinto e desabotoei a calça, esperando encontrar (e já me preparando psicologicamente) uma brochante samba-canção de bolinhas ou algo parecido. Surpreendeu-me a cueca boxer preta, que mal continha uma tora de rola dura em seu interior. Enquanto a calça descia ao chão, acariciei sua rola por cima da cueca (ele gemeu discretamente) e meti a mão por dentro, tocando naquele monumento rígido e quente, que se libertou, pulsando.
Era grossa a pica do fazendeiro, embora não muito grande. Consegui abocanhá-la inteiramente e a sugava com satisfação, ouvindo os grunhidos e movimentos involuntários dele – modéstia à parte, sou doutorado em boquete, e eu estava me deliciando com aquele, tanto ou mais que quem o recebia.
Deixei o mastro lubrificadinho e fui empurrando aquele corpanzil para a cama. Apesar da inicial resistência (ele se sentia perdendo o controle da situação), foi cedendo, sentou e em seguida deitou, com o poste em riste. Coloquei um pé em cada lado de seu corpo e fui tirando minha camiseta, safadamente, jogando-a sobre seu rosto – movimento involuntário, ele passou a mão e rapidamente a jogou longe. Em seguida, malabaristicamente, desci minha calça e cueca juntas, mostrando meu pau duro, no alto de sua cabeça.
Aquilo o incomodou deveras, e ele já se movimentava para se livrar daquela desonrosa posição. Com presteza me abaixei, levando meu indicador até seus lábios, pedindo que esperasse um pouco, que estávamos ali sozinhos, e que eu não iria comentar nada do que se passaria naquela cama.
– Nem você vai comentar nada também, não é meu garanhão?! – provoquei, dengosamente.
Ele pareceu se acalmar um pouco; até porque, agachado como eu estava, sobre ele, meus testículos e minha pica roçavam acintosamente sobre seu peito, e fui descendo, passando por sobre sua barriga e encostando meu rabo em seu mastro. Ergui-me um tantinho e encaixei sua chapeleta no meu buraquinho; fui descendo e engolindo seu pau grosso, que sumia devagar dentro do meu cu. O homem estava uma pilha, e queria a todo instante adiantar a foda – eu tinha que renovar, carinhosamente, o pedido de calma:
– Sem pressa, garanhão... Curta o momento... Sinta seu cacete rasgando as pregas do meu cu, bem devagar...
Quando consegui sentar inteiramente sobre o caralho, sua cabeça encostava na minha próstata e meu próprio falo começou a babar. Passei a me rebolar, cadencialmente, safadamente, sobre aquela pica deliciosa. Os grunhidos do fazendeiro foram ficando cada vez mais pronunciados. Ao acelerar meus movimentos, sua boca se abriu desmesuradamente, emitindo fortes sons guturais, seus olhos ora arregalavam-se ora fechavam-se, sua face tensionou-se... compreendi que o gozo estava chegando. E veio com força, que senti os jatos quentes invadindo meu rabo e descendo, lambuzando o pau que os emitia.
Ao terminar de gozar, seu peito subia e descia, sua respiração estava ofegante, seu rosto sem expressão. Comecei a ficar assustado: só me faltava aquele homem ter um troço debaixo de mim, e eu ficar estrepado sobre a rola dura de um quase defunto – sim, porque seu pau não amoleceu, mesmo após a última golfada.
Ele foi se acalmando aos poucos, a respiração voltando ao normal, os olhos abriram-se, molhados... Retirei-me de sua rola e me deitei ao seu lado, esperando-o se recuperar do cansaço. Ato contínuo, ele virou de lado, em seguida emborcou e quase instantaneamente adormeceu. Ressonava.
Eu não estava satisfeito. Pelo contrário, minha rola, duríssima, exigia descarrego. E a bunda dele era muito convidativa: a marca branca do que nunca vê sol, o buraquinho do cu mexendo-se discretamente, aos movimentos da respiração do adormecido. Decerto aquele garanhão, acordado, não permitiria ser comido, mas eu podia aproveitar seu soninho e... quem sabe...
Deitei-me inteiramente sobre suas costas, arrumando minha rola logo abaixo de suas nádegas, entre suas coxas. Ele pareceu ter gostado, pois remexeu-se discretamente, acomodando-se. Assim fiquei, por alguns instantes, estatelado sobre seu dorso. Aproveitando a lubrificação natural da babinha da minha pica, agora mais intensa, fui direcionando-a, bem devagar, para o furinho rosado. Ao fazer uma leve pressão sobre ele, o fazendeiro remexeu-se e instintivamente recolheu uma das pernas, por pouco não me derrubando.
Após ele se acomodar, voltei a insistir e minha pica rígida forçou mais o cu, um pouco mais aberto pela nova posição da perna encolhida. Ao se sentir invadido por trás, o monstro acordou, e ainda meio aturdido, resmungou alguma coisa ininteligível. Eu sabia que precisava ser rápido, comecei a cafungar sua nuca – ele se remexia e eu aproveitava para enterrar um pouco mais a pica.
Mas aí ele acordou de todo, tomou ciência de que estava sendo enrabado, e quis reverter a situação, contrariado. Deixei de lado o carinho do gayzinho frágil, reuni minha força de homem, prendi seus braços com os meus e atochei o resto da pica. Ele pinotou e gritou, mas, como a amansar um cavalo selvagem, fiz-lhe ver que eu estava no comando e, enquanto reforçava minha chave de braço, imobilizando-o, falava cadencialmente, mas com firmeza...
– Calma, garanhão! Agora sou eu que como seu cu! Relaxe para não doer muito e você também sentir prazer... Isso... Calma, cavalão!
Em instantes, eu já estava estocando abusadamente aquele rabo, que não mais resistia. Fui suavizando os movimentos, ao perceber que gozaria logo. Sentindo os raios de prazer se formando em meu corpo, enfiei com mais força, até o final, e parei, somente acompanhando os impulsos dentro da minha rola e a consequente explosão e jatos de leite, dentro do machão. Eu sentia um prazer como raramente sentira antes.
Após o último jorro, desabei sobre as costas do dono da casa, e com a pica ainda atolada em seu cu, afrouxei os braços. Ele, num movimento bruto, literalmente me sacudiu de cima dele, e caí sobre o colchão. Ele virou-se na besta-fera e cresceu pra cima de mim:
– Seu fresco filho-da-puta! Que história é essa de me foder? Pensa que eu sou da sua laia, seu viadinho de merda! Eu sou macho, viu?! Seu gayzinho safado!
Ele alteava a voz e ficava cada vez mais ameaçador, enquanto, paradoxalmente, meu leite descia em enxurrada de suas pregas. Notando que, pelo andar da carruagem, ele terminaria me agredindo, tive que apelar também para meu lado macho:
– Olhe aqui, seu puto, vamos baixando a bola aí, que eu vi que você gostou foi muito de ser enrabado! Deixe de ser hipócrita, seu bosta, ou eu faço o maior escarcéu na sua festa, e aí você é que se fode, e do jeito pior!
Diante da ameaça de escândalo, e constatando quão sério eu falava, ele contemporizou e foi se acalmando, bufando e resmungando. Quando passou a mão no cu, que o encontrou cheio de porra, desmoronaram por completo toda a majestade e brabeza de antes; entendeu que tinha sido fodido, e, mesmo a contragosto, que tinha sido bom pra caralho!
Em silêncio, enxugou-se como foi possível, levantou-se e começou a se vestir, sem tirar os olhos de cima de mim, principalmente da minha pica, que começava a dar sinais de ressurreição. Eu retribuía o olhar, com toda a força do meu cinismo.
– Te veste logo, antes que apareça alguém – ele ordenou.
– Tudo bem. Não esquece do meu cachê, viu?
Ele avermelhou o rosto:
– O quê?! Tu come meu cu e ainda quer dinheiro?
Coloquei as mãos ao redor da boca, fingindo que gritaria.
– Está bem, seu viado... Está bem!
Impacientemente, jogou sobre meu corpo e sobre a cama algumas notas – bem mais do que eu cobrava normalmente... – e saiu bufando pela porta, meio que sacudindo a perna, por onde, decerto, escorria um filete de meu esperma...