Adeline havia atingido o clímax, e estava resplandecendo com a luz dourada que emanava de seu corpo escultural. Artemios Odysséas, o Hierofante, continuava lambendo e chupando avidamente a bucetinha dela com sua boca, animado pelo efeito que aquele orgasmo havia causado nos participantes da cerimônia no Templo.
Ela suspirava, gemia e estremecia incessantemente, em uma sequência de orgasmos múltiplos. A luz dourada foi se expandindo, deixando todo o Templo iluminado, e ofuscando os presentes. Era como se o próprio Sol estivesse ali dentro.
- OOOHHHHH!!!
Todos exclamaram, quando a luz dourada passou a pulsar intensamente. A temperatura na caverna onde ficava o Templo começou a despencar, e algumas pessoas passaram a demonstrar seu medo quando as paredes do Templo começaram a estremecer.
- O que será isso? Um terremoto?
Não era um fato desconhecido que essa região possuía alguns vulcões ativos, mas não nessa ilha.
Por precaução, Odysséas, percebendo a relação entre a Energia Sexual de minha esposa e o que estava acontecendo, resolveu parar de lamber o clitóris dela. Mas ela continuava tremendo, naquele êxtase prolongado. Isso ainda durou vários minutos.
Muito devagar, finalmente, ela foi relaxando, e os tremores nas paredes foram diminuindo. Adeline, enfim, adormeceu, e aquela luz dourada ficou apenas ao redor de seu corpo novamente.
O bilionário grego, creio que improvisando ( já que nunca devia ter visto algo parecido antes) , fez uma série de gestos rituais, depois beijou a testa, os lábios , os seios, o ventre e os pés da “Filha de Afrodite”. Depois, fez um gesto, e os outros dignitários se aproximaram do Altar e fizeram o mesmo. Curiosamente, foram depositando em cima do Altar algumas oferendas. A tradição falava em Mel, Vinho e Leite. Mas alguns colocaram jóias, estatuetas, e outros objetos.
Depois , os outros presentes também foram até ela, repetindo os mesmos gestos. Kyriacos me sussurrou:
- Você não precisa colocar nada, esqueci de avisar que poderia haver algo assim.
No entanto, eu tinha a minha “oferenda”. Quando chegou a minha vez, tirei do meu bolso a Maçã Dourada que Éris havia transmutado, e a coloquei na mão de minha esposa.
Tenho a certeza de que ela reconheceu meu toque, porque ela despertou imediatamente, sentou-se no Altar e sorriu. Eu lembrei da lenda e falei:
- “Para a Mais Bela”.
Houve um clarão que cegou a todos momentaneamente, e ela pareceu flutuar sobre o Altar de pedra. Era uma verdadeira Deusa nua, resplandecendo.
Achei melhor que Odysséas não me reconhecesse, e me afastei de mansinho, indo até um canto do Templo. Nesse momento, senti meu nanochip dando sinal de estar sendo ativado, e ouvi a voz dela em minha mente:
- Fique tranquilo, amor. Estou bem. Logo este assunto estará resolvido e iremos nos encontrar.
Fiquei pasmo, eu não sabia que ela também podia usar o seu chip para me contatar. Ou então ela havia usado sua Energia Sexual para modificar as conexões!
De onde eu estava, vi Adeline descer lentamente do Altar, e Artemios aproveitou para segurar a corrente e, pegando em suas nádegas, conduzi-la para os fundos do Templo. Um outro Monge informou que a cerimônia estava encerrada e poderíamos ir embora.
Fui acompanhando os dois com os olhos até onde pude, vi que se dirigiam até as alas onde ficavam as Suítes especiais. Lembrei-me do que Kyriacos havia me dito sobre a moça que eu havia Iniciado, que bastaria ir até a suíte dela e eu poderia fazer com ela o que quisesse. Talvez isso fosse de alguma valia, caso eu precisasse entrar no Templo fora das datas das cerimônias.
Estava distraído pensando nisso, quando vi que o dono do Hotel estava procurando por mim.
- O que houve? Você sumiu .
- Devo confessar que fiquei um pouco receoso com os tremores nas paredes e toda aquela luz, e vim para este canto, que achei mais seguro. Desculpe.
- Não há com que se preocupar. A estrutura do templo é muito sólida. Mas admito que aquela luminosidade dourada me impressionou também, eu nunca havia visto algo assim! Aquela mulher deve realmente ter incorporado uma Divindade!
- Realmente! O Hierofante é um homem de sorte!
- Ele é Artemios Odysséas, o bilionário . Você ainda não o conhecia?
- Apenas de nome, e por uma ou outra foto .
- Se quiser, posso apresentar você a ele.
- Ahn, hoje não. Minha esposa deve estar aguardando no Hotel, sabe como é...
- Entendo. Vou pedir para que a Van leve você. Ainda vou ficar aqui por mais algum tempo. Os membros dos graus menores sairão, mas o Círculo Interno tem um assunto muito importante a resolver.
- Tudo bem.
Os participantes foram saindo aos poucos. Como eu já conhecia o caminho, fui até o ponto de encontro, onde a Van já se encontrava para me levar de volta ao Hotel. Cheguei ao quarto, e Cibele/Adeline estava me aguardando, acordada.
- E então, como foram as coisas?
- Creio que tudo bem. Mas você deve ir ser preparando para deixar a Grécia.
- Isso quer dizer que “Ela” apareceu.
- Exato. Como você já disse que tinha seus próprios negócios, não creio que vá haver algum problema.
- Mas e quando “Ela” chegar?
- Meu plano é levá-la diretamente para outro lugar, sem retornar a este Hotel.
Cibele/Adeline me atualizou sobre o andamento das investigações da Agência. Juntamente com Mestre Bernard, descobriram as conexões internacionais entre Kyriacos, Odysséas e as Ordens esotéricas relacionadas. Embora essas Ordens tivessem Rituais Sexuais modificados , não eram consideradas ilegais, visto que seus participantes aceitavam previamente suas regras. Mas os negócios que tornaram bilionários alguns de seus membros sim. Eles se valiam de suas altas posições hierárquicas para colocar membros em posições-chave de corporações internacionais, manipulando milhões de Euros em seu próprio favor.
- Acho melhor eu já fazer as malas e partir no primeiro avião, Möbius. Se “Ela” aparecer, vai ser difícil explicar a situação, principalmente a Kyriacos.
- Talvez você possa ir amanhã cedo. É pouco provável que ela venha esta noite.
- Tem certeza? Pelo que eu li a respeito, “Ela” tem o costume de resolver as coisas de uma maneira ...bem...inusitada. Eu não me surpreenderia se ela retornasse de madrugada, entrando pela janela do sexto andar.
- É que provavelmente iria ocorrer uma outra cerimônia , apenas para o tal “Círculo Interno”. Pelo menos foi o que deduzi.
-Então vou deixar as malas prontas e dormir. Logo cedo, partirei. A Agência sempre consegue passagens no momento que precisamos.
Ela ficou aprontando suas coisas, e eu fui para a salinha, sentei na poltrona e ativei meu nanochip. Curiosamente, surgiu em minha visão interna aquela sequência de imagens e sons, como se fosse um filme. Provavelmente o dispositivo armazenava e depois passava as imagens, como uma gravação.
Nas primeiras cenas, minha esposa estava conversando com Dione no Templo original. Depois, surgiu um clarão e ela desapareceu, certamente sendo transportada da mesma maneira que havia acontecido anteriormente. Logo em seguida, ela surgiu, nua e com sua luminosidade dourada, no convés de um iate que estava ancorado perto da praia. Não foi surpresa ver que pertencia a Artemios Odysséas. Ele, ao ver Adeline nua e resplandecente, abriu os braços e olhou para o céu, agradecendo aos antigos Deuses.
Ela, assumindo uma postura humilde e submissa, se ajoelhou em frente ao grego. Esse deveria ser o costume daquela Ordem a que ele pertencia. Artemios a tomou pela mão e levou à sua cabine, onde lhe colocou uma coleira dourada e uma corrente. Ele a considerava um presente divino. Nem questionou os acontecimentos anteriores, no Caribe.
Adeline permanecia em silêncio a maior parte do tempo, respondendo de maneira evasiva o que ele perguntava. O bilionário a apalpou por inteiro, várias vezes, para ver se ela era mesmo de carne e osso. Depois, beijou-a, mas ela parecia estar em uma espécie de torpor, que foi interpretado como mais um sinal dos Deuses. E o brilho dourado o deixou receoso, decidindo não fazer sexo com ela de imediato.
Deduzi, a partir disso, que ele havia convocado uma cerimônia especial no Templo, para apresentá-la e impressionar os outros Adeptos, e também para fazer um Ritual Sexual em um local mais seguro, com a presença de outros Iniciados nas Artes Místicas.
As cenas seguintes foram aquilo que eu já havia visto no Templo. Então, as cenas seguintes seriam o que aconteceu logo após a saída da maioria dos membros da Ordem. Eu estava vendo o que o “Círculo Interno” fazia.
O templo estava quase todo às escuras. Kyriacos, Odysséas e Adeline passaram pelas alas onde ficavam as suítes, e chegaram a uma outra porta de madeira, muito antiga. Quando foi aberta, vi um outro Salão, uma caverna esculpida em rocha maciça, com várias estátuas entalhadas nas paredes. Uma delas, em tamanho grande , representava Hefesto, deus grego do fogo e do ferro. A iluminação era toda em vermelho.
Então eu estava certo! O “Círculo Interno” era a Ordem – ou Círculo - de Hefesto. Daí o costume de exigir a submissão das mulheres. Hefesto foi casado com Afrodite, e traído por ela. A dominação seria uma forma de vingança indireta do deus grego.
Os três chegaram ao centro do Salão, onde havia no solo um círculo vermelho, todo adornado com inscrições douradas. Odysséas fez com que minha esposa se deitasse de bruços, braços e pernas abertos, sobre o Círculo, prendendo seus pulsos e tornozelos em argolas que havia no chão. A cabeça dela estava voltada para a estátua de Hefesto.
Em seguida, ele acendeu velas vermelhas ao redor do Círculo. Depois , entoou alguns cânticos, enquanto Kyriacos espargia fumaça de incenso com um turíbulo ao redor do Círculo.
Artemios, então, tirou suas vestes, ficando completamente nu como Adeline. Kyriacos fez menção de tirar suas roupas também, mas recebeu um sinal negativo. O dono do Hotel fez uma expressão contrariada.
O Gordão, então, foi se abaixando, ajoelhando-se sobre ela. Seu cacete avantajado estava completamente duro. Ele pegou um frasco de óleo e foi lubrificando seu membro. Adeline não esboçava reação. A seguir, ele untou seu dedo indicador e foi introduzindo de leve no cuzinho dela. Ela estremeceu de leve e suspirou.
Devagar, Odysséas foi penetrando o orifício, enquanto recitava palavras em grego. Ela gemia baixinho. A luminosidade dourada do seu corpo foi aumentando.
Kyriacos observava, desejoso. Seu cacete duro despontava por baixo do manto. Aparentemente, o Hierofante demonstrava sua superioridade ao fazer sexo com uma mulher possuída pela Divindade.
Minha impressão foi que, agora, as imagens eram em tempo real, não mais uma gravação. O Gordão passou a acelerar os movimentos de penetração no cuzinho de minha esposa. A luz dourada foi aumentando, e, de maneira curiosa, parecia subir em espiral até a estátua de Hefesto.
O que aconteceu a seguir é difícil de descrever. Pareceu-me que a Estátua se moveu ligeiramente, e a expressão no rosto de Hefesto mudou. Adeline olhou para cima, revirando os olhos.
Ela tremeu inteira, endureceu o corpo e teve um orgasmo violento, seguido de uma explosão silenciosa de luz cegante. Havia apenas aquela luz dourada intensa.
Fui interrompido nesse momento por um chacoalhão no meu ombro.
- Möbius!!! O que está acontecendo??
Parecia estar acontecendo um terremoto. As paredes do Hotel oscilavam, havia um barulho horrível, os móveis tremiam, coisas caindo ao chão.
Ao longe, houve o que pareceu ser uma explosão. Também ouvi gritos, vindo dos corredores.
Abri a porta do quarto, pessoas corriam apavoradas. O que se fazia em caso de tremores de terra?
Cibele estava deitada no chão. Quando me preparei para fazer o mesmo, vi uma bola de luz se formando à minha frente. Foi aumentando, e vi um vulto surgindo. Então, ouvi uma voz :
- QUEM É ESSA MULHER??
CONTINUA
