AINDA DÁ TEMPO PARA AMAR - CAPÍTULO 02: FORA DE ORDEM

Um conto erótico de Escrevo Amor
Categoria: Homossexual
Contém 2004 palavras
Data: 29/06/2022 17:31:18

— Henrique, que diabos você está fazendo aqui? — pergunto, cruzando os braços.

— Dã, é uma boate gay. Eu tava saindo quando vi o otário agredindo a Alessandra. — ele explicou, tentando coçar as costas, mas sem sucesso. — Eu só quero sair daqui. Conta para os policiais que eu sou o mocinho da história, por favor.

— Droga. — digo, o que faz Henrique rir. — Espera aí.

Crio um discurso bonito na minha cabeça para que os policiais deixam o idiota do Henrique ir para casa. Só que tem um problema, na escola, estou acostumado a ser o professor carrasco, aqui eu sou apenas um velho sem qualquer atrativo.

Me aproximo do policial gordinho e explico toda a situação. Uma vez que o Henrique salvou a vida de Alexandra. Desconfiado, o homem olha para uma documento e confirma toda a história.

— Então, senhor Policial. O Henrique foi meu aluno, ele se formou com as melhores notas e está em uma universidade pública. Ele é um bom rapaz. Só o deixe ir, eu me responsabilizo. — droga, usei a palavra errada. Posso voltar atrás?

— Tudo bem, eu vou liberá-lo. — concorda o policial, que caminha na direção do Henrique e o libera.

— Valeu, homem da lei. — agradece Henrique. — Eu juro que vou fazer tudo direitinho. — tropeçando.

— Opa, — eu o seguro e ficamos nos olhando. — garoto desastrado. — digo nos afastando. — Você está fedendo a álcool.

— Claro, né, prof. Eu estava na boate. — trombando para os lados, então, o seguro.

— Ok. Vamos te deixar em casa. — afirmou, guiando Henrique para perto da Lúcia e Alexandre.

— Ei, bichinho. — Lúcia abraça Henrique, algo que me faz revirar os olhos. — Obrigado por salvar a minha filha.

— Temos que levar o bebum para casa. — aviso para as duas. — Onde você mora?

— Meu pais moram em Itaim Paulista. — ele responde.

— Porra. O Chameguinho não desbrava aguas tão profundas. — Lúcia se refere ao fusca. — Ele pode ficar na sua casa?

— Não. — repondo de imediato.

— Lá em casa é apertado. Sabe que mal cabe a gente naquele quitinete. — Lúcia diz.

— Tudo bem, — Henrique se intromete na conversa. — eu espero o metrô abrir. — tropeçando e caindo.

— Vou me arrepender disso. — penso, cruzando os braços. — Tudo bem. Ele pode dormir lá em casa. — revirando os olhos. — Que merda. — andando na direção do Chameguinho.

Que desastre. Se soubesse que as coisas aconteceriam dessa maneira teria tomado mais umas quatro latinhas de cerveja. No trajeto, a Alessandra explica tudo o que aconteceu na boa. Como as pessoas ainda conseguem ser preconceituosas nos dias de hoje? Caramba, os meus pais eu até entendo, mas um cara de 20 e poucos anos. Uma lástima.

Com um jeito descolado de ser, o Henrique, que está ao meu lado na parte de trás do Chameguinho, pede para que Alessandra ligue o rádio. Querendo se distrair de toda a confusão da noite, a filha de Lúcia obedece e coloca em uma estação de música romântica. A noite em São Paulo é mais tranquila. Passamos pelas Avenidas, que pelo dia são lotadas de carros, motos e afins.

A canção "Fico Assim Sem Você" entoa nas caixas de som do Chameguinho. O Henrique deita a cabeça sobre o meu ombro. O meu corpo se retrai, mas ninguém repara. A Lúcia presta atenção no trajeto para casa e a Alessandra envia mensagens para as amigas contando a respeito da confusão na boate.

Eu não sei se o Henrique está dormindo de verdade. Ele respira devagar e compassado. O maldito perfume exala e não sei como agir. Nem adianta fazer nada, porque o Henrique está mais bêbado que um gambá. "Eu não resisto longe de você, a solidão é meu pior castigo", a Adriana Calcanhoto canta em um dos refrões da canção.

A tortura não demora muito tempo. A Lúcia estaciona o Chameguinho na rua de casa e dou uma leve 'ombrada' em Henrique, que acorda assustado. A Alessandra saiu do carro e inclinou o banco do passageiro. Eu, como sou baixinho, saio sem dificuldade, o Henrique bate a cabeça no teto do fusca.

— Filha, você está bem? — questiono Alessandra, tocando em seu rosto.

— Sim, padrinho. Eu vou ficar ótima. Foi só um susto. — ela concordou me abraçando. — Tenha uma boa noite.

— Boa noite. — desejo, em seguida me abaixo e cumprimento a Lúcia. — Beijo, Lúcia. Boa noite.

— Oxê. Tenha uma boa noite, Jaime. E seu Henrique, mais uma vez, obrigada. — ela disse, sem sair do carro.

— Não precisam agradecer. Eu só fiz o certo. — afirmou Henrique, tropeçando e encostando em mim. — Alessandra, gatinha, a gente se vê por ai.

— Boa noite, Henrique. E, cara, de verdade, obrigada. — entrando no carro.

Tá. Eu não lembro da última vez que recebi visita em casa. Graças a Deus, que a Lúcia deu uma arrumada, porém, tenho certeza que o Henrique vai julgar a minha decoração. Eu já aviso que não tenho muita mobília. Ele dá com os ombros. Abro o portão enferrujado, que faz um barulho engraçado e entramos.

— Nossa, prof., acho que precisa dar uma vida a esse jardim. — diz Henrique, que está atrás de mim.

— Não me chama de prof, por favor. — peço, enquanto procuro a chave da porta. — Pode me chamar de Jaime. — encontrando e abrindo. — Olha, como te disse, eu tenho poucas coisas. Você pode dormir na minha cama. Eu vou só tomar um banho.

— Tudo bem. Mas onde você vai dormir? — ele pergunta, encostando em uma das paredes da sala.

— Tem um colchão no quarto. Não se preocupe. Você é visita e...

— Não precisa, Jaime. Eu consigo dormir em um colchão. — Henrique disse. Ele tirou o moletom nas cores tie-dye. — Eu também preciso de um banho. — se aproximando de mim.

— Henrique. Nós...

O que está acontecendo? O Henrique toca o meu rosto e não sei como agir. Eu quero o empurrar, mas, ao mesmo tempo, seu perfume me fascina. Ainda estou usando a roupa da escola, ou seja, uma camisa social azul, um colete bege e uma calça da mesma cor. Quanto mais o Henrique se aproxima, mais eu o desejo.

Consigo sentir a respiração ofegante dela. O hálito é uma mistura de Halls e cerveja. O meu corpo parece uma chaleira prestes a explodir. O toque dele é um choque que me atormenta e encanta.

— Eu posso tomar banho com você? — ele pergunta. Estou contra a parede. E preciso olhar para cima devido a altura do Henrique.

— O que você está fazendo, garoto? — fecho os olhos, porque preciso resistir mais forte.

A cena é a seguinte. Estamos em um dos lados da sala. Eu sem saída, enquanto o Henrique está sem camisa e apoiando um dos braços na parede. O seu cheiro é cada vez mais forte e potente. O meu coração parece o motor do Chameguinho. Ele aproxima a boca do meu ouvido e pede para tomar banho comigo. Eu digo: sim.

Nunca tomei banho com outra pessoa. Seguimos para o banheiro em silêncio. Confesso que o meu cérebro ainda não captou a mensagem do Henrique. Ele quer tomar banho comigo? Ao abrir a porta, o primeiro cheiro que vem é de desinfetante. O cheiro de lavanda luta contra o perfume do Henrique.

Sem cerimônias, ele tira a roupa e fica pelado. Meu Deus, que corpo é esse? Agora posso ver as tatuagens dele. No braço, Henrique ostenta uma tatuagem do Pequeno Príncipe. Já seu peito direito é preenchido com uma tatuagem de bússola.

— Você não vem? — ele pergunta, enquanto liga o chuveiro.

— Só um minuto. — viro de costas para o Henrique e tiro minhas roupas.

Quando viro me assusto com a cena. A água caindo sobre o corpo nú do Henrique. Seus cabelos ganham um peso extra e caem em seu rosto. Eu me aproximo e luto por um espaço no box. Então, o Henrique fecha o registro do chuveiro, pega o sabonete e entrega para mim.

— Você pode me lavar?

— Eu, eu, eu....

— Jaime, não pensa. Só faz, por favor.

Eu não penso. Eu só faço. Passo o sabonete no peitoral do Henrique. Não preciso dizer que fico excitado com a situação. O sabonete escorre pela pele dele. Aos poucos, as bolhas vão aparecendo. Nunca fiquei tão próximo de outra pessoa. O rosto do Henrique é um grande ponto de interrogação para mim. Ele está gostando?

Vou descendo o sabão pela sua barriga. Ela é dura e possui alguns pelos. Paro ao chegar na virilha, mas o Henrique segura a minha mão e desce. Lavo o seu pênis, que está meia bomba, e também suas bolas. É a experiência mais maluca que já vivi. Por fim, eu ligo o registro e deixo a água lavar o sabonete no corpo dele.

Em um movimento rápido, o Henrique troca de lugar comigo. A água quente escorre pelo meu corpo e me faz relaxar. O Henrique rouba o sabão e ensaboa meu peitoral. Suas mãos são habilidosas e fortes. Neste momento, não faço contato visual porque estou envergonhado pela situação.

— Vou ter trabalho para limpar o teu pau. — comenta Henrique, enquanto lava meu saco.

— Não precisa. — digo, um pouco ofegante.

— Eu quero, Jaime. Na verdade, eu sempre quis. Essa é a melhor experiência da minha vida. — Henrique confessa e me beija.

Somos uma bagunça enorme. Eu passei muito tempo pensando em não merecer ser tratado desse jeito. Eu não sou virgem ou nada do tipo, mas os traumas do passado me fizeram criar um bloqueio interno. Eu me contento com uma punheta antes de dormir, só que isso é um novo nível. Tem um cara gostoso e jovem no meu banheiro.

O Henrique deixa o sabonete de lado e faz algo que me assusta. Ele baixa e chupa o meu pau. Eu coloco as mãos nas paredes, pois meus pés estão tremendo. A visão que eu tenho é excitante demais. Eu não sou um cara dotado, porém, o meu pênis é grosso e bonito. Aos poucos, mexo a cintura e meto na boca dele.

Em alguns momentos, o Henrique engasga e precisa de um tempo para recuperar o fôlego. A excitação chega no clímax, por isso, eu pego os cabelos do Henrique e aumento as estocadas em sua boca. Ele se masturba também. Ficamos nessa pegação por uns 10 minutos. O gozo é inevitável.

— Caramba, Jaime. O senhor escondendo todo esse potencial, hein. — comenta Henrique, levantando e me beijando.

— Er, — solto sem graça. — acho melhor a gente se limpar e dormir. Eu trabalho cedo.

— Tudo bem. Por mim está perfeito. — ele concorda.

Empresto um pijama para o Henrique e coloco um colchão no chão. Não tenho um cobertor melhor, então, vai o que tem. A noite está fria e chuvosa. Ainda não acredito no que aconteceu no banheiro. O Henrique age de maneira natural, parece que nem nos pegamos no banheiro e gozei na boca dele.

— Boa noite, Jaime. — deseja Henrique ao pular na cama e se cobrir.

— Boa noite. — digo e fecho os olhos.

Estou tão cansado que capoto na cama. Acordo no susto. Será que o que eu vivi foi um sonho? Olho para baixo e o colchão está no mesmo lugar. Menos mal, o Henrique dormiu aqui e deve ter ido embora cedo. Respiro fundo e me levanto da cama. São 6h20, ou seja, ainda tenho 1 hora para chegar ao serviço. Hoje tem uma apresentação e o dia parece que vai ser corrido.

Vou para a cozinha e me surpreendo com o Henrique, que está lutando com o meu fogão velho. Eu dou uma corridinha e o ajudo, não quero um incêndio na minha casa.

— Eu pensei que você tinha ido embora. — comento sem olhar para o Henrique, que está coçando a cabeça.

— Eu, porquê?

— Sei lá. — solto, pegando o fósforo e acendendo. — A gente curtiu ontem. Não é o que os jovens fazem? Curtem e fogem pela manhã?

— Eu sou o jovem errado. A gente só inverteu as ordens. — disse Henrique me passando a panela com água.

— Que ordem?

— A gente se pegou antes do encontro. Você está livre no fim de semana? — ele pergunta me deixando sem palavras.

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Comentários

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Esse Henrique parece ser uma boa pessoa, mas será que o professor vai conseguir levar isso tudo a frente????

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