[...]
Denise me apresentou a todos os seus convidados. Havia amigos, colegas do curso e uma prima sua, chamada Lúcia. Ela se desdobrava para manter minha atenção e me fazer ficar à vontade, mas claro que eu não fiquei. Eu sabia que a minha situação com ela incomodava a Nanda e a situação da Nanda com o Marcos ainda me incomodava. Decidi que poria um fim naquilo e levaria minha esposa comigo, mas qual não foi minha surpresa ao olhar em direção da mesa da Nanda e vê-la em um beijo com o Marcos. Congelei. Nesse momento eles pararam e Nanda me olhou, arregalando os olhos, por me vê-la encarando. Voltei minha atenção para dentro da mesa da Denise. Estava chateado, confuso. Num estalo, tive a sacada de falar para ela que iria buscar um chope e saí em direção ao serviço do buffet.
[...]
Quando vi o Mark vindo do banheiro com aquela loira agarrada nele, minha vontade foi de virar a mesa e esfregar a cara dela no chão de cimento queimado, mas eu não podia fazer aquilo. Nós havíamos conversado que isso poderia acontecer e havíamos combinado aceitar o risco, mas acho que a realidade acabou sendo mais dura que a teoria. Ainda assim eu não queria que ele me visse como uma mulher fraca, ou que não tem palavra, ou que não confiava nele. Por mais que me doesse, eu precisava confiar no sentimento que nos une.
De qualquer forma, não me senti bem. A Denise era realmente linda. Uma beleza sem igual: loira, alta, esguia, com um rosto de “boneca de porcelana”, fisicamente perfeita em todos os aspectos possíveis. Aquela miserável tinha o corpo de uma “miss”, mesmo depois de ter sido mãe, enquanto eu já tinha ganhado uns quilinhos depois da minha primeira gravidez, acentuados na segunda. Não que eu fosse gorda, pois com quase um metro e setenta centímetros, ter sessenta e poucos quilos era bastante proporcional. Não sei se por ciúme, insegurança ou o quê, fiquei tonta de repente, acho que minha pressão caiu. Marcos me acudiu, me abanando e logo melhorei:
- Nanda, o que foi? Pelo amor de Deus, se você me passa mal comigo, eu estou morto. - Ele disse, claramente se referindo ao Mark.
- Estou bem, Marcos. Foi só um mal estar passageiro. Coisa de mulher…
- Então, tá. Aliás, cadê o Mark?
- Está sentado na mesa ali em frente. - Respondi, indicando a direção dele.
Vi que ele olhou para o Mark, parecendo não acreditar e depois para mim, e fez isso mais de uma vez. Tive a impressão de vê-lo sorrir e não entendi o porquê:
- Porque você está sorrindo? - Perguntei.
- Nada, não. - Ele me respondeu ainda com o sarcástico sorriso no rosto: - Eu até imaginava que o Mark pudesse pegar alguém aqui com sua autorização, mas nunca imaginei que fosse ser a minha ex. Pelo menos, ninguém pode negar que é uma troca justa.
- Qual é, Marcos!?
- Desculpa, Nanda, mas vocês duas são lindas. Ninguém vai ficar no prejuízo. - Disse e me indicou: - Olha lá, ela não desgruda dele. Pelo jeito, já até apresentou toda a mesa para enturmá-lo.
Não gostei da forma como ele falou, mas era inegável que ela estava se jogando para cima do meu marido. Aliás, era isso mesmo! Ela estava dando em cima dele e não ele em cima dela. O interesse não é dele, é dela! Ele ainda era meu, só meu. Eu só precisava torcer para ela não ser boa de cama, porque aí eu me sentiria por baixo mesmo:
- Nanda, relaxa! - Marcos me falou, chamando novamente minha atenção: - Daqui a pouco vão notar que você está encarando eles.
- Desculpa, mas é que… sei lá…
- Fica tranquila, meu amor. Aproveita a festa. - Insistiu e encostou sua cabeça na minha.
Inferno! Mais uma coisa em que são parecidos. O Mark adora fazer esse contato entre nossas cabeças quando estamos juntos. Sem que me desse conta, ele pegou minha mão e a beijou carinhosamente, me fazendo encará-lo e acabei sorrindo com aquele simples carinho. Não sei se ele entendeu isso como uma deixa, mas veio em minha direção e acabamos trocando um beijo. Um simples beijo, sem língua e quase nenhuma malícia. Pelo menos, não de minha parte. Quando nossos lábios se separaram, acabei novamente olhando para o Mark e ele me encarava, com uma expressão estranha, parecia surpreso ou decepcionado. Se virou logo em seguida para a mesa da Denise e voltou a conversar. Quando o vi se levantando e se dirigindo ao buffet, decidi que precisava conversar com ele:
- Marcos, vou dar uma saída e já volto. - Falei.
- Onde você vai? - Perguntou, me segurando pela mão.
- Espairecer. - Respondi e me aproximei de seu ouvido, advertindo-o: - Nem tente me segurar!
Ele entendeu a mensagem, recuou e saí atrás do Mark.
[...]
Enquanto esperava ser servido, me perdi pensando se valeria a pena levar aquilo adiante, mas a imagem da Nanda beijando o Marcos parecia responder minha dúvida, pelo menos por parte dela. Pouco depois, Nanda chegou ao meu lado, se esbarrando em mim:
- Desculpa, “moço”. - Falou, dando-me um sorriso sem graça.
- Está tudo bem. - Respondi, praticamente sem encará-la.
Mas eu não estava bem e ela sabia disso. Os anos de convívio lhe davam cacife para me conhecer a fundo. Ali próximo, entre o serviço do buffet e a cozinha do salão, havia um corredor que dava para algum lugar e ela, num ímpeto, me puxou para lá, fazendo-nos passar por entre garçons, até sairmos para um espaço aberto atrás da cozinha, um bom lugar para conversarmos longe de olhos e ouvidos curiosos:
- Fala comigo, “Mor”. - Me pediu.
- O beijo estava bom? - Perguntei, chateado.
- Para! Nós conversamos sobre os riscos lá em casa. - Ela me advertiu: - E nem foi um beijo de verdade. Ele só me deu um selinho caprichado. Também conversamos sobre isso no restaurante.
- Eu sei, Nanda. Desculpa. - Falei, me auto repreendendo: - Eu acho que não estou pronto para vê-lo com você. Até não falo da experiência em si, de ficarmos com outras pessoas sem estarmos juntos um do outro, mas de você ficar com o Marcos. Alguma coisa nele ainda me incomoda.
- Eu não entendo essa sua implicância, juro que não! Quer ir embora? A gente para agora e evita mal entendidos.
- Do jeito que você fala, parece que o inseguro, o chato da história sou eu. - Falei, tentando ocultar o óbvio: - Tá, talvez eu seja, mas e você? Quer ficar com o Marcos? Não se incomoda que eu possa ficar com a Denise?
- Eu quero que você fique bem, que a gente fique bem, e se para isso eu tiver que engolir você com aquela loira aguada, eu vou aguentar. - Disse e me segurou pelo rosto: - Mas se você não estiver confortável, a gente vai embora agora.
- Agora, nem que eu quisesse. Já bebi um tanto. Não posso dirigir. - Falei.
- A gente se tranca no quarto e só sai quando você estiver bem. Eu não quero brigar com você por nada, nem ninguém. O Marcos não significa nada para mim e espero que ela também não signifique nada para você.
- É claro que ela não significa nada para mim! Nem sei se é insegurança o que estou sentido de você ou ciúme puro. - Falei e me lamentei em seguida: - E logo eu que me achava super controlado…
- O que você decidir, eu topo: sem crítica, sem oposição, sem briga. Você é meu marido e é você que eu quero bem. - Ela insistiu, com uma coragem que eu não via nela há tempos, fortalecida pela sinceridade em seus olhos.
- A Denise está louquinha para me pegar. Você sabe disso, não é? - Perguntei, deixando claro que se a gente continuasse com aquilo e a Denise viesse para cima de mim, eu iria defender minha “masculinidade”.
- Eu sei e, por mais que me doa falar isso, se tiver que acontecer, se proteja e aproveite. - Ela me falou: - Só espero que ela não faça gostoso como você diz que eu faço.
- Isso é praticamente impossível, senão o Marcos não a teria largado. - Respondi, rindo: - Então, tá! E se for rolar entre vocês, se proteja também, mas não aproveite tanto, ou o Marcos vai se apaixonar por você. Ele, eu já sei que não vai fazer gostoso como eu faço.
- Ai! Convencido… - Respondeu e riu também.
- Vamos em frente, então, aprontar mais essa, já sabendo que talvez tenhamos que cuidar um do outro? - Perguntei, uma última vez.
- Se você jurar que vai voltar pra mim depois, eu topo. - Me pediu, também uma última vez: - Porque eu vou voltar pra você, nem que seja escondida no porta-malas do carro.
- Voltarei para você todos os dias de minha vida, sua boba. - Respondi, segurando uma imensa vontade de abraçá-la: - À partir de domingo.
Ela me esticou sua mão e eu a peguei. Aquele contato quase me fez desistir de tudo outra vez:
- Espera! A gente não vai dormir juntos? - Me perguntou.
- Se rolar alguma coisa com um dos dois, não vai ter como, né? - Respondi.
- É… Então, tá... Mas se não ficarmos com eles, poderemos, né? - Insistiu.
- É claro que sim. - Respondi, sorrindo.
O tesão e o amor que sentimos um pelo outro supera qualquer lógica que a razão possa deduzir. Antes de voltar ao salão, a puxei para mim, lhe dei um beijo no rosto e lhe disse um “Eu te amo!”. Ela não resistiu e me beijou a boca. Depois se afastou um pouco e também me disse um “Eu te amo!”. Só aí nos lembramos que ainda estávamos em um espaço aberto e alguém poderia ter visto a cena. Por sorte, ninguém viu. Ela voltou pelo mesmo corredor e eu a segui pouco depois. Ao entrar no salão, ela já havia voltado para a mesa com o Marcos. Voltei ao buffet e peguei um chope, indo para a da Denise.
[...]
- Está tudo bem? - Marcos me perguntou assim que me sentei.
- Está. Agora acho que está.
- E o Mark? - Ele insistiu.
- Estamos bem. Já estamos resolvidos.
- Como assim?
- Para de me encher de perguntas, Marcos! Coisa chata. Vamos nos divertir. A festa está só começando. - Falei, tentando acabar com aquele interrogatório.
- Essa é a Nanda que eu queria ver. - Disse e já pediu mais um chope pelo garçom para mim, mas eu recusei.
- Será que não tem caipirinha. Eu prefiro. - Falei.
O garçom chegou e ele perguntou se serviriam caipirinha. O garçom confirmou e perguntou se preferia caipirinha ou caipiroska, tradicional ou com alguma fruta exótica:
- Se for uma boa pinga mineira, prefiro caipirinha, e de limão Taiti ou Siciliano, macetado duas vezes num pilão de madeira; senão caipiroska. - Respondi.
Todos pararam, surpresos com minha "perícia". Nisso um colega do Marcos falou que a pinga era da minha terra, de Salinas, mostrando uma garrafa que disse ter roubado de um garçom:
- “Roubado”!? Que coisa feia, doutor! - O repreendi de brincadeira, fazendo todos rirem na mesa.
Então, olhei para o garçom e dei um sorriso. Ele entendeu na hora, me pediu licença e foi buscar a bebida. Voltou em minutos e me trouxe uma caprichada e deliciosa caipirinha que fiquei bebericando enquanto conversava com os demais na mesa. Marcos, por algum motivo, se sentiu no direito e me abraçou enquanto conversávamos. Vez ou outra eu olhava para o Mark, mas ele agora parecia entretido ou se deixando entreter pela Denise. “Engole o ciúme, Nanda!”, falei inúmeras vezes para mim mesma. Eu queria vê-lo feliz e se ele estava bem com ela, então eu estava bem como ela.
Não sei que horas da noite vi que ele e a Denise se levantaram e saíram de mãos dadas, caminhando em direção à pousada. Aquilo me deu um calafrio na espinha, um frio na barriga, uma dor na alma, que quase saí correndo atrás deles. Marcos deve ter notado eu segui-los com os olhos e, acho que só não fui atrás deles, porque ele me abraçava:
- Relaxa, Nanda. Eu não sou liberal e estou numa boa; você que é, deveria estar me dando lição de vida. - Ele me cochichou no ouvido.
- Ela não é mais sua mulher, mas ele é meu homem! - Cochichei, rangendo os dentes: - É diferente!
Ele pediu desculpas e me olhou de uma forma estranha que eu interpretei como estando com pena de mim. Não gostei disso: odeio que sintam pena de mim! Sem falar mais nada e, aproveitando que estávamos frente a frente, e ainda levemente motivada pelo álcool, lhe dei um beijo, dessa vez gostoso, caprichado, intenso. Se o Mark ia se divertir e estávamos combinados, era justo que eu me divertisse também. Não sei se exagerei ou o Marcos não esperava a intensidade daquele beijo, mas quando paramos ouvimos até uma salva de palmas na mesa e ele ficou roxo. Eu só peguei meu copo de caipirinha e fiquei bebericando, rindo da situação. Uma professora chamada Débora, colega do Marcos, que estava sentada ao meu lado onde o Mark antes estava, me deu até tapinhas nas costas:
- Mulher, que beijo é esse? É muita paixão acumulada. - Disse, rindo.
- O Marcos não vai dar conta dessa empolgação toda. - Disse outro colega dele.
- Ou ele tá tão acumulado, desde o divórcio, que vai sair faíscas, né!? - Já emendou outro.
Ficaram comentando, rindo e tirando sarro de um envergonhado Marcos. Ele se defendia como podia, mas as brincadeiras não cessavam. Ele voltou a me abraçar:
- O que foi isso, Nanda? - Me perguntou no ouvido.
- Nada, uai! Não posso mais beijar meu namorado? Se for esse o caso, arrumo outro. - Falei em alto e bom som.
Voltaram a metralhá-lo sem dó e, só para insultá-lo, até se ofereceram para “me namorar” caso ele não desse conta. Até a professora que estava ao meu lado se ofereceu, agora me surpreendendo e me fazendo ruborizar. Por mais que fossem brincadeiras, sarros tirados com ele, sei que sempre há um fundinho de verdade, principalmente da professora que estava do meu lado e que chegou a roçar a mão em minha coxa, sem nada que justificasse o contato.
Não marquei quanto tempo havia se passado desde que o Mark e a Denise saíram, mas vi quando voltaram ao salão, de mãos dadas. Eles se sentaram à mesa novamente e ela passou a acariciar sua nuca e a falar no seu ouvido. Parecia apaixonada. Meu sangue começou a ferver novamente e decidi ir ao banheiro me acalmar. No caminho, “sem querer”, esbarrei no encosto da cadeira do Mark, fazendo-o me olhar de soslaio. Nem dei bola e segui meu caminho. Demorei uns dez minutos no reservado e, quando estava saindo, me deparo com a Denise retocando a maquiagem. Ela me cumprimentou educadamente e eu tive vontade de afogá-la na pia, mas como sei que o Mark não aceitaria uma ignorância daquelas, acabei engolindo meu ódio e a cumprimentei:
- Você é a namorada do Marcos, não é? Eu sou a Denise, ex mulher dele. - Ela disse, esticando a mão para mim num banheiro, o pior lugar do mundo para esse tipo de contato.
- Oi. Sou a Fernanda. É um prazer. - Disse e estiquei minha mão, a contragosto, apertando a dela com força.
- Ui! Que aperto de mão forte, hein, menina. - Ela resmungou, sorrindo.
- Desculpe. - Falei, com uma vontade imensa de agora afogá-la na privada depois de vê-la bem de perto.
Sem nenhum assunto, lavei minhas mãos, me despedi e saí de lá. Ouvi ela me pedindo para esperá-la. “Deus, é hoje que eu mato essa praga!”, pensei. Voltamos então caminhando lado a lado, ela conversando amenidades, coisas de mulheres, elogiando minha roupa, etc. Quando estávamos chegando perto de sua mesa, ela tocou no ombro do Mark e falou algo em seu ouvido. Ele então se levantou e se virou de frente para mim, me encarando de olhos arregalados:
- Fernanda, este é o Mark. Mark, esta é a Fernanda, namorada do Marcos. - Ela disse, me apresentando ao meu próprio marido, homem com quem durmo há mais de quinze anos.
- Nós já nos conhecemos, Denise. Estávamos juntos, na mesa agora há pouco, se lembra? - Mark a lembrou.
Ainda assim, no embalo da apresentação, nos demos as mãos e minha vontade foi de agarrá-lo e beijá-lo na boca com toda a intensidade que tinha no meu coração, mas seria um escândalo. Após aquele cumprimento, dissimulei:
- Ora! Não sabia que estavam namorando. Meus parabéns, Denise, seu namorado é um homem muito bonito. Vocês formam um belo casal.
Ela sorriu, satisfeita com o elogio. O Mark entendeu minha fala e me olhou sério, repreendendo, mas não disse nada, nem teria como. Acabei me arrependendo daquela brincadeira sem graça e pedi licença para eles, voltando à mesa do Marcos, que havia visto tudo de longe e me esperava curioso:
- Que foi aquilo, Nanda!? - Perguntou.
- Acredita que encontrei com a Denise no banheiro e ela ficou puxando assunto comigo como se fosse minha amiga. - Eu estava irritada e continuei: - Daí chegando aqui, ela fez questão de me apresentar o Mark. Logo para mim que conheço ele até do avesso!
Ele riu de mim e eu não gostei nada. Cruzei os braços e fiquei emburrada. Ele notou meu incômodo e engoliu o riso. Me pediu desculpas e começou a conversar comigo assuntos aleatórios que eu, confesso, não prestava a mínima atenção, apenas respondendo monossilabicamente. Depois de um tempo, acabei me acalmando e voltei a interagir melhor com ele. Já era de madrugada e o salão já estava bem vazio. Havia umas quatro ou cinco mesas ocupadas e nestas o número de pessoas também já era bastante reduzido. Não havia como não notar que na mesa do Mark agora restavam apenas ele, a Denise e uma outra moça. Na nossa também só restavam eu, Marcos, a professora tarada e outro professor.
Após certo tempo, um organizador do evento nos convidou e a todos os demais para ficarmos em uma única mesa. Marcos notou que eu não queria, por motivos óbvios, e me perguntou se eu queria subir para o “nosso” quarto, mas eu também não queria ficar sozinho com ele ou deixar o Mark sozinho com ela, sei lá. Acabei cedendo à sugestão de reunião. A demora na minha decisão me custou caro, porque as outras pessoas se assentaram primeiro e ficamos nós e a mesa do Mark por último. Quando nos sentamos, acabamos ficando, Marcos e eu, lado a lado com o Mark e a Denise. Pronto! Todos os ingredientes de um belo desastre já estavam adicionados. Era questão de tempo.
[...]
Assim que cheguei na mesa da Denise, ela me aguardava inquieta, apreensiva. Quis saber porque eu havia demorado tanto, aliás, quis saber porque eu não pedi um chope diretamente para um garçom. Primeiramente, justifiquei que todo bom bebedor sabe que beber, alternando álcool e água, e ainda andar um pouco ajuda a controlar os níveis de álcool no sangue. Ela não se convenceu e quis insistir, encenando um ciuminho besta. Então pedi que parasse porque ela não era minha esposa e eu não devia nenhuma explicação para ela. Ela se surpreendeu e eu pedi desculpas por ter me excedido, mas foi bom porque a cobrança parou e ela entendeu com quem estava falando.
Ficamos bebericando e voltei a puxar assuntos diversos com ela. Coloquei a mão sobre sua coxa e ela sorriu. Logo, ela se soltou novamente e veio me abraçar. Começou a avançar e a roçar as unhas em minha nuca, me fazendo arrepiar. Ela notou e gostou do que viu. Se achou no direito de avançar e logo estava grudada em mim, inclusive me dando beijinhos no rosto, enquanto conversava comigo ao pé do ouvido:
- Será que hoje a gente vai ter um tempinho só nosso? - Ela me perguntou.
- Quem sabe? A noite é só uma criança, não é? - Respondi.
Ela entendeu isso como um "sim" e tentou me beijar. Aliás, conseguiu, mas eu instintivamente não deixei o beijo se prolongar muito sabendo que a Nanda poderia surtar a qualquer momento:
- Tímido, doutor Mark? Que belezinha… - Ela falou, sorrindo: - A-do-rei!
Ela sabia que eu era casado e deve ter pensado que eu não estava à vontade no meio de tanta gente, me convidando para darmos uma volta pelo jardim da pousada. Achei mais prudente aceitar isso que correr o risco de um estresse maior para minha digníssima onça pintada. Nos levantamos e saímos de mãos dadas.
Denise segurava minha mão e abraçava meu braço. Parecíamos dois namorados passeando em meio às flores e arbustos. Bem mais à frente vimos uma passarela iluminada por refletores que levava até uma espécie de deck com um quiosque em meio a um lago. Fomos caminhando até lá e nos sentamos em um banquinho. Denise me olhava e agora parecia me cobrar uma atitude. Nem precisei me esforçar em satisfazê-la porque aquela mulher era linda e a ocasião impunha uma reação. Acariciei seu rosto e a beijei, tornando o beijo cada vez mais profundo e intenso. Ela beijava bem e isso facilitou, e ela se entregou com gosto ao momento. Instintivamente comecei a acariciar seu seio por cima do tecido e logo uma alça de seu vestido caiu ou foi derrubada sobre seu braço, revelando o busto nu. Não resisti e passei a beijar seu pescoço e, depois de me certificar não haver ninguém nos bisbilhotando, desci para sugar aquela auréola rosada. Ela se arrepiou no ato e gemeu, segurando minha cabeça e a pressionando contra seu corpo.
Após algum tempo, voltei a beijá-la e ela passou a acariciar meu pau por cima da calça. Ousou mais e a desabotoou. Ousou mais ainda e abriu o zíper, puxando meu pau para fora, que, à esta altura, estava duríssimo. Enquanto nos beijávamos, ela começou a masturbá-lo e, sem eu esperar, se sentou em meu colo, de frente para mim. Olhava para meu pau e mordia o canto inferior de seu lábio, depois olhou fundo nos meus olhos. Por sua movimentação, notei que levantou um pouco seu vestido e senti quando puxou sua calcinha para o lado, se jogando para a frente para encaixá-lo dentro de si. Senti o calor de sua boceta envolvendo a cabeça do meu pau e, num ato de bravura, segurei seus quadris, impedindo que ela se sentasse nele:
- Ai, Mark, deixa eu sentar. Eu tô louca de vontade. - Me pediu, quase choramingando, rebolando sutilmente.
- Não tenho preservativo aqui, Denise. Não vou transar com você dessa forma. - Falei.
- Eu não tenho nenhuma doença e sei que você também não tem. Me fode, pelo amor de Deus! - Insistiu.
Por um momento, eu quase fraquejei. Aquele contato, o calor de sua boceta, seus líquidos que já escorriam por meu pau, quase me fizeram perder a razão, mas me lembrei de tudo o que já havia passado com a Nanda nas nossas desventuras e a PRIMEIRA REGRA que havíamos estabelecido gritou alto em minha cabeça: não transar sem preservativo! Com dor no coração, mas gentilmente, a levantei e a coloquei do meu lado. Ela me olhou incrédula, não acreditando naquilo. Eu me senti honrado, mas também culpado: não queria que ela se sentisse rejeitada. Então, fui para cima dela e a beijei forte, passando depois para seu pescoço:
- Me come, por favor… - Ela voltou a pedir baixinho, de olhos fechados.
Eu não ia comê-la, mas decidi fazê-la gozar. Então, desci até sua boceta e caí de boca. Prendi seu clítoris com meus lábios e passei a lambê-lo, fazendo com que gemesse alto, alternando com gritinhos de “ai, ai, ai!”. Passei a lamber seus lábios e enfiar o máximo que conseguia de minha língua em sua “grutinha”. Ela delirava com o contato. Quando introduzi meu dedo e pressionei a região do “Ponto G”, ela não aguentou mais, começou a tremer e gozou forte. Eu aproveitei o momento e decidi “torturá-la” um pouco, abocanhando seu clítoris novamente e o sugando forte, alternando com lambidas, enquanto ainda pressionava dois dedos dentro dela. Não sei se foi o mesmo ou se ela emendou outro, mas logo ela estava tremendo novamente e gemendo alto, quase uivando, enquanto apertava minha cabeça contra sua boceta.
Decidi parar e a fiquei observando enquanto ela ainda arfava, com os olhos fechados, buscando ar para preencher os pulmões. Pouco depois, ela me encarou e seus olhos brilhavam de felicidade. Acho que ela estava realmente necessitada daquilo. Ela veio para cima de mim querendo me recompensar, mas eu disse que poderia aguentar para aproveitarmos melhor mais tarde:
- “Mais tarde”? - Ela me sorriu: - Então, nós vamos…
- Nós já começamos. Acho justo a gente terminar depois. - Falei, confirmando que ainda naquela noite poderíamos ter altas emoções.
Nos recompusemos e voltamos para o salão, chegando de mãos dadas. Voltamos a sentar em sua mesa. Os petiscos, chope e papo voltaram a rolar soltos. Estávamos cada vez mais entrosados e agora ela não se desgrudava mesmo, me abraçava, me alisava, me beijava e, nas vezes, que meu olhar cruzou com a Nanda, vi que ela parecia bastante resignada. Ficamos ali conversando por um bom tempo até que o organizador do evento nos convidou para formarmos uma mesa única. Como a maioria concordou, eu obviamente não poderia me opor, mas sentia que aquilo poderia se tornar um problemão.
[...]
Depois de reunidos na mesa em comum, sentados literalmente lado a lado, Denise veio puxando assunto com a gente:
- Oi, Marcos, como tem passado?
- Vou bem, Denise. E você?
- Estou muiiiito bem!
“Certeza que está, sua biscate!”, pensei comigo, ao vê-la arranhando a nuca do meu marido e sentindo a minha própria se ouriçar, mas de ódio por vê-la fazer aquilo que eu sabia que o meu homem tanto gostava:
- E o Ben? Tudo certinho com ele? Vou passar lá no meio da semana para levar um mimo. - Continuou Marcos.
- Está super bem. Passa sim. A gente tá precisando colocar a fofoca em dia. - Ela respondeu como se fosse a melhor amiga dele.
Estranhamente, Mark também estava calado. Eu o conheço bem, sei que ele não é de muita conversa fiada. “Coisa de capricorniano.”, ele falava. Mas estava claro que algo também não o agradava, talvez o fato de que o Marcos estava colado comigo, me abraçando, me dando beijinhos vez ou outra, mas sempre que tinha chance, sem que ele pudesse se opor:
- E parabéns, Marcos: sua namorada é linda! Um mulherão. Vê se cuida bem dela e não pisa na bola dessa vez, ok!? - Denise falou.
- Obrigado, Denise. - Ele agradeceu e já rebateu: - Mas vamos deixar o passado no passado, sem indiretas, por favor. Vamos manter a boa amizade e o clima descontraído, ok?
- Garçom!!! - Mark falou em alto e bom som, claramente visando interromper aqueles dois.
O garçom chegou e ele pediu mais alguns chopes. Eu aproveitei e pedi uma nova caipirinha, fazendo com que Mark me encarasse:
- Tá inspirada, hein, Fernanda!? - Ele falou e já me advertiu: - Cuidado que caipirinha quando sobe é a jato. Fácil de se fazer uma besteira...
- Inspirada sempre! - Respondi, o encarando: - E não serão umas caipirinhas que irão me derrubar, doutor Mark. Só bebo para ficar mais soltinha…
- Acho que vou querer uma caipirinha também. - Falou Denise.
Eu já estava irritada com ela e, tudo o que eu fazia, aquela biscate parecia querer imitar. Para evitar ser vista como implicante ou dar na cara alguma situação estranha, virei-me para o Marcos, mas infelizmente a conversa começou a transitar entre nós e era impossível eu não esbarrar ou ter que interagir com ela:
- Vai misturar bebida, Denise? - Mark falou para ela agora: - Juízo, menina!
- Estou bem acompanhada. Qualquer coisa você me leva no colo. - Ela respondeu para ele e depois se insinuou: - Só não pode querer abusar de mim depois.
- Denise, eu nunca faria isso. - Mark rebateu.
- Nem se eu quisesse? - Ela perguntou, segurando seu rosto em sua direção e beijando sua boca com vontade.
Eu instintivamente comecei a me levantar para partir para cima dela, mas o Marcos me segurou pelo braço e cochichou no meu ouvido para eu me acalmar. Nem liguei para ele. Por sorte, o Mark mesmo “podou” o beijo dela, sabendo que eu não iria aguentar aquela provocação por muito tempo. Voltamos a conversar, mas eu já não interagia, não aproveitava mais nada. Afinal, eu estava irada!
Eu comecei a afogar minha raiva na cachaça e ela começou a me acompanhar. “Vou ensinar essa biscate a beber.”, pensei comigo. Nós duas bebíamos forte e logo acabamos ficando mais relaxadas pelo efeito do álcool. À certa altura, Denise começou a conversar comigo sobre maternidade e me mostrou algumas fotos de seu filho em seu celular. No impulso de competir pelo macho, mostrei fotos de minhas filhas para ela e vi o olho do Mark brilhar, até um leve sorriso ele deu, pois eu sabia que elas eram seu ponto fraco. Acabamos engatando uma conversa cordial e não é que acabei simpatizando com ela! Parecia ser uma boa pessoa, uma mãe zelosa, uma mulher com desejos. Já não sentia tanto ódio dela e até comecei a entender seu interesse pelo meu marido. Afinal, se eu sentia um tesão imenso por ele, porque ela não sentiria o mesmo?
Continuamos bebendo e depois de mais algumas caipirinhas, o organizador do evento veio nos informar que a cozinha iria fechar e perguntar se ainda gostaríamos de comer alguma coisa. Negamos. Logo, algumas pessoas começaram a se levantar e se despedir dos que ainda resistiam. Olhei apreensiva para o Mark e ele entendeu na hora: era o momento de decisões! Marcos e o Mark ficaram de pé, firmes pela maturidade e conhecimento dos efeitos do álcool. Quando me levantei, o álcool subiu e bambeei, me segurando instintivamente no Mark. Denise quase não conseguiu ficar de pé, tamanho era seu grau. Quando conseguiu, se apoiou no Mark e falou com uma língua arrastada:
- Ôôô! Segura no seu homem, Fernanda. - Disse-me, rindo, claramente de pileque.
Fiquei confusa e sem reação: primeiro, porque eu estava meio alterada e, segundo, porque eu estava segurando no meu homem. Marcos veio, me enlaçou com seu braço e entendi que eu estava me amparando no homem certo, mas no momento errado. Acabei cedendo e fomos em direção à pousada, trançando as passadas. Denise estava muito mal, muito bêbada mesmo. Se o Mark a comesse, seria como comer uma boneca inflável e eu sei que ele gostava de uma mulher ativa, presente e consciente. Ele sempre diz que sexo deve ser compartilhado:
- Quero… Quero tanto namorar… com você, meu amorrrrr… - Ela juntou algumas palavras, tentando ser sensual.
- Quer. Sei que quer. - Ele respondia, rindo.
Uma outra moça que nos acompanhava, Lúcia, prima da Denise, não sabia o que fazer, porque ela viu a situação dela e podia estar pensando que o Mark poderia ceder e abusar dela. Mas como eu já imaginava, o Mark perguntou onde era o quarto delas e pediu para Lúcia ajudá-lo a levar a Denise:
- Nãããão! Quero namorar a noite inteirinhaaaa… - Denise resmungou, mas já sem qualquer capacidade de nada.
Chegamos juntos, mas eles foram para outro andar. Acabei aceitando ficar no quarto do Marcos com a promessa que ele esperaria o Mark voltar.
O Mark demorou mais do que eu esperava. Claro que eu fiquei inquieta, mas sabia que ele não transaria com a Denise naquele estado. Marcos tentou se insinuar para mim, chegando a me abraçar por trás e beijar meu pescoço, mas eu o recusei e ainda lhe dei uma bronca. Ele tentou argumentar alguma coisa, mas nem ouvi, reafirmando num sonoro “não!”. Não sei quanto tempo depois, ouvi passos no corredor e abri uma brecha na porta, vendo o Mark chegar na porta de seu quarto:
- Psiu! - Falei, chamando sua atenção: - Pensei que não fosse voltar mais.
Ele veio até mim e só levantou uma sobrancelha. O puxei para dentro do quarto em que estava com o Marcos:
- O que aconteceu? - Perguntei.
- Ela tá bebaça, Nanda. Chegou praticamente passando mal, vomitou, fez uma verdadeira lambança. Ajudei a Lúcia a dar uma ducha fria nela e a colocamos na cama, desmontada. A Lúcia ficou lá para cuidar do restante… - Ele me respondeu.
Aquilo me deu um alívio e caí na risada:
- Se fodeu, “Mor”. - Falei, ainda rindo: - Pensei que fosse foder ela, mas você que se fodeu...
- Pois é… Azar o meu. Aproveita aí já que você tem mais sorte. - Ele falou, se virou, abriu a porta e saiu do quarto, fechando-a em seguida.
Olhei para a porta com cara de boba e depois atônita para o Marcos que abriu um sorriso com aquela verdadeira “direta” de esquerda que o Mark me deu, quase que me jogando para o cão faminto. Abri a porta e saí atrás do meu marido:
- “Mor”!? - O chamei e disse: - Eu quero ficar com você!
Ele se virou para mim e me estendeu a mão, rindo. Marcos veio logo atrás com uma cara decepcionada, mas ele sabia que era o combinado. Talvez se a Denise não tivesse dado “PT”, o desfecho teria sido outro, mas naquela noite, ele dormiria sozinho novamente:
- Gente! E eu? - Perguntou.
O Mark não respondeu nada. Então, como eu ainda estava meio chateada com ele por não ter conseguido os quartos conjugados, o encarei, fechei meu punho direito e o movimentei rapidamente na vertical para cima e para baixo. Ele me olhou com olhos arregalados e sorriu, embaraçado. Nos despedimos dele e entramos no quarto do Mark.
[...]
- Você foi uma filha da puta em fazer isso! Mandar ele bater uma punhetinha. Isso foi sacanagem. - Falei e ri para Nanda.
- Quer que eu volte lá? É só eu atravessar o corredor… - Nanda me respondeu, mostrando a chave do quarto em frente e indicando o corredor: - Garanto que ele vai adorar.
Ela ria gostoso, quase gargalhando. Apesar de descontraídos, ao fechar a porta do quarto atrás de mim, sabia que estava na hora de saber definitivamente se a Nanda e talvez eu próprio estávamos prontos para darmos mais aquele passo. Eu queria ser transparente e não omitiria nada dela, em especial o que havia acontecido com a Denise naquela noite:
- Ainda estamos bem? - Nanda me perguntou, enxugando uma lágrima de tanto rir.
- Talvez… - Falei.
- Porque está falando assim? Vai ficar bravo por eu ter dado uns beijos no Marcos? Eu também vi que você andou beijando a Denise. - Ela rebateu numa típica jogada de “espada e escudo”.
Cocei meu queixo enquanto olhava para ela e pedi que se sentasse na cama comigo. Então, contei tudo o que havia acontecido no quiosque lago, dos beijos ao sexo oral. Não omiti nada mesmo! E ainda disse que só não chegamos aos “finalmentes” porque eu estava sem preservativo. Ela me olhava sem reação e depois de ouvir toda a história, sem me interromper, abaixou seus olhos e deu uma suspirada profunda. Ela se virou para a parede e ficou em silêncio. Preferi aguardar que ela se manifestasse. O tempo passava e agora quem não estava aguentando esperar era eu:
- Nanda!?... - A chamei.
- Eu não tenho o que falar, “Mor”. A gente tinha combinado e sabia que isso poderia acontecer. Só aconteceu… - Ela falou desanimada: - Só… Sei lá. Acho estranho. Por mais que eu soubesse da possibilidade, saber da realidade é diferente.
- Eu te amo e nada vai mudar isso. Você sabe, não sabe? - Insisti.
- Eu sei. Não duvido disso. Só… Ah, sei lá. - Disse e passou a mão no rosto, certamente para enxugar uma lágrima e essa não era de rir.
Tentei abraçá-la, mas ela negou, chateada:
- Não! Para! Não tenha pena de mim. - Falou.
- Eu não tenho pena de você. Tenho muito amor e carinho. Não gosto de te ver triste. - Rebati, acariciei e lhe dei um beijinho no ombro: - Vamos embora amanhã de manhã. Não quero te ver desse jeito. O Marcos que se vire.
Ela então se voltou para mim, me olhou nos olhos e, querendo se fazer de forte ou sendo mais forte do que eu imaginava que pudesse, abriu um sorriso forçado para mim:
- Jeito!? Que jeito? Estou super bem. Fico feliz que você tenha feito a Denise gozar. Uma pena que ela não tenha te feito o mesmo. - Pegou minha mão que a acariciava, passou em seu rosto, a beijou e continuou: - Eu estou bem e acho que a gente devia continuar, ou nunca vamos saber se estamos prontos para esse meio. Nem sei se vou ficar com o Marcos, mas você tem o direito de ficar com a Denise. Talvez doa, mas vai nos deixar mais fortes.
- Nanda… Eu nem sei o que falar. - Disse, incrédulo com aquela conclusão.
Ela respondeu da melhor forma possível, se jogando para cima de mim e me dando um beijo apaixonado como poucas vezes trocamos. Aliás, esses momentos de “crise” sempre rendiam momentos bem intensos entre a gente:
- Hummm. Tá com gosto de chope… - Ela falou, sorrindo, com um semblante mais tranquilo.
- Talvez não seja chope… - Falei, rindo alto.
- Ah, Mark, que nojo!!! - Disse e saiu correndo para o banheiro.
- Para de chilique, Nanda! Ela é limpinha e tava bem cheirosinha.
Me deitei na cama e, pouco depois, ela saiu do banheiro, já nua, e pulou em cima de mim:
- E aposto que você gostou de lamber aquela biscate, né, seu filho de uma…
- Não xinga minha mãe, Nanda! - A interrompi, sorrindo: - Mas se te serve de consolo a sua boceta ainda é melhorzinha.
- “Melhorzinha”!? Ah, filho da pu…
A interrompi com um beijo profundo, a abraçando e segurando sua cabeça. Ela começou a dar tapas no meu peito e eu a soltei:
- Vai lavar a boca, “Mor”! - Ela me pediu.
- Sério mesmo, Nanda? - Perguntei.
Como ela não falou mais nada, entendi que precisava. Tentei me levantar para atender aquele pedido, mas ela me empurrou na cama e, como uma cadela perdigueiro, veio cheirar meu rosto. Fiquei parado para ver onde aquilo ia chegar. Na sequência, ela lambeu minhas bochechas e a minha boca, agora dando estalinhos com a dela, como se estivesse degustando o sabor da Denise:
- É. Ela até parece bem limpinha mesmo. Sinto notas de alfazema, um “quê” de rosas, um cheirinho almiscarado típico de xereca de safada e sabor de três ou quatro amostras de porras diferentes. - Disse e me encarou: - Éééé! Sua namoradinha andou dando para uma galera e sem camisinha.
- Como é que é? - Perguntei, atônito e ela caiu na risada.
- Estou brincando, seu bobo! - Se jogou e me beijou forte: - Ela até que é gostosinha mesmo, mas você ainda vai me pagar por essa traição. Vai ter que me fazer gozar do jeitinho que fez com ela.
Ela se levantou e pensei que fosse deitar para eu fazê-la gozar num oral, como fiz com a Denise. Fiz menção de me levantar e ela me mandou ficar. Então, se virou e se sentou no meu rosto:
- Agora sim. Me faz gozar gostoso. - Mandou, enquanto esfregava a boceta de cima a baixo no meu rosto: - Vou deixar você com meu cheirinho para quando for beijar aquela biscate novamente.
- Hummmm. Que gostinho delicioso. Parece até que você acabou de… lavá-la!? - Falei.
- Você merece o melhor, “Mor”, por isso fui ao banheiro. Agora cala a boca e trabalha, seu safado. Aliás, cala a boca, não: abre e mete a língua. Acaba com a minha decepção de ter sido corna agora há pouco. - Me falou.
Aquela safadeza toda me deixou louco. Abri sua boceta como pude e meti a língua o mais fundo que consegui, fazendo-a gemer. Passei a lamber seus grandes e pequenos lábios e a “tilintar” seu clítoris com a ponta de minha língua. Por mais impróprio que pareça, também utilizei meu nariz para massagear seu cu e ela, consciente ou não, o comprimia, tentando beliscar a ponta de meu nariz. Nem sei quanto tempo ficamos nessa brincadeira deliciosa, mas curtimos bastante. Seus líquidos inundavam meu rosto e nunca estive tão feliz e satisfeito por me afogar naquelas águas. Lá pelas tantas, quando consegui, enfim, abocanhar seu clítoris, pressionei forte meus lábios e o suguei forte, fazendo ela gemer alto e se tremer toda, até que desabou sobre o meu corpo, ofegante.
Eu ainda queria mais, mas deixei que descansasse um pouco. Enquanto isso eu pude curtir a visão magnífica de sua bunda, boceta deliciosamente úmida e aquele cuzinho que insistia em me paquerar, piscando para mim vez ou outra. Antes que eu pudesse pensar em alguma coisa, senti uma mãozinha sapeca acariciando meu pau. Apesar de não conseguir enxergar, senti o botão de minha calça ser liberado e ouvi aquele típico barulhinho “ziiiip”. Logo, senti meu pau sendo sacado e uma boca quente o envolvendo. Eu estava curtindo tudo, a paisagem e o toque, até que senti dentes tocando meu pau e o arranhando de baixo a cima:
- Nanda! Cuidado aí, caramba. Usar, você pode; arrancar pedaço, não! - Falei.
- É meu! Só meu… - Ela resmungou e o enfiou todo na boca, iniciando uma masturbação oral.
Estava muito gostoso! Ela realmente sabe fazer e faz como ninguém quando quer, mas ela também queria mais. Depois de um tempo, ela foi se arrastando para baixo, até seu quadril ficar na altura de meu pau. Então, se levantou, ficando sentada de costas para mim e passou a roçar sua boceta nele, esfregando-se em toda a sua extensão. Eu mal podia esperar para enfiar nela, mas ela queria curtir:
- Nanda, deixa eu sentir sua bocetinha. Vai. - Pedi.
- E quem disse que você vai me comer? Não posso trair meu namorado. Vou só roçar gostoso até você gozar. - Falou, me olhando por sobre os ombros.
- Como é que é? - Perguntei.
- Não posso trair o Marcos, Desculpa. Eu o amo tantooooo… - Falou, dando um gemido no final.
Continuou se esfregando e eu não entendi se falava sério ou se estava tirando sarro de mim, mas ainda assim não gostei. Decidi que iria agir. Me levantei agarrando ela pela cintura e em pouco tempo nos virei na cama, ela de bruços no colchão e eu por cima dela:
- Não. Para! Você não vai me comer! - Ela lutava.
- Se não vou te comer por bem, vou te comer por mal! - Falei e mordi o lóbulo de sua orelha.
- Não. Para, Mark! Não vou fazer isso com o Marcos. Sai de cima de mim. - Disse e se travou na cama, juntando as pernas e os braços: - Você não vai me comer hoje!
Eu parei por um momento sem entender aquilo. Será que ela queria só me masturbar mesmo e se guardar para o Marcos? Aquela brincadeira me deixou confuso, já tinha passado do limite e estava bastante sem graça. Fiquei ali sem reação e ela virou a cabeça tentando me ver por sobre os ombros novamente:
- Entra no personagem, seu bobo. Me fode. Vai! - Disse e riu.
- Filha da puta de mulher complicada que eu amo! - Falei e ri alto.
Já que era para pegá-la à força, eu faria de um jeito que sei que ela gosta e não tem como escapar mesmo travada. A virei de frente e ela ainda tapava os seios com as mãos e os braços juntos do corpo em um “X”. Suas pernas ainda estava travadas, juntas, mas eu conhecia o caminho de sua “grutinha” e coloquei meu pau bem onde sua púbis terminava, bem no meio do “Y” e o deixei escorregar por entre suas pernas:
- Uuuuui! - Ela gemeu, sentindo ele se aproximar, se encaixar e escorregar para dentro dela.
Quando senti que a cabeça havia encontrado o caminho, pressionei e ele escorregou inteiro dentro dela, até o final e ela deu um gemido gostoso, rouco. Comecei a me movimentar e ela me abraçou, mas eu recusei e peguei suas mãos, prendendo-as com a minha, acima de sua cabeça:
- Infelizmente você é muito gostosa só para o corno do seu namorado. Vou te comer bem gostoso e te devolver bem usadinha para ele. - Falei: - Mas não se preocupa. Vou deixá-lo usar o restinho.
- Ai. Não faz isso. Eu amo tanto o meu namorado… - Ela simulava, segurando o riso.
- Sinto muito, mas vou te foder e ainda te devolver cheia com minha porra. Se ele quiser te comer, terá que ser com a minha porra dentro.
- Não. Não. Não goza em mim. Por favor, não… - Ela disse, mas agora não aguentou mais e riu: - Ai, que historinha mais besta, “Mor”.
- Foi você que começou. Eu só entrei no personagem e na metade da história.
- Tá. Então, esquece dele e me fode forte, porque teu pau tá muito gostoso. Mete vai. Forte, bem forte e goza dentro de mim. Bem no fundinho.
Não me fiz de rogado e aumentei a intensidade das estocadas nela. O som característico daqueles filmes pornôs começou a ser ouvido. Acho até que nossos vizinhos de quarto poderiam escutar se prestassem um pouco de atenção. Depois de um tempo naquela posição, deliciosa diga-se de passagem, ela quis mudar:
- Deixa eu sentar em você? - Ela pediu.
- Não!
- Deixa eu sentar!?
- Não!
- Deixa eu sentar, porra!
- Não! - Disse e dei uma estocada forte e profunda nela, segurando-a nessa posição.
- Ai, caralho! - Disse e começou a tremer com meu pau prensado no fundo de sua boceta: - Ai, caralho. Ai, caralho. “Mor”, aííííí´! Que gostosooooooo!
Bombei mais umas poucas vezes, aproveitando sua gozada e também não aguentei mais, soltando toda a porra acumulada dentro dela:
- Porra, Nandaaaaaa!
Acabei me largando em cima dela e logo ela me cutucava para sair de cima:
- “Mor”, sai. Cê tá pesado… - Me pediu.
- Quer que eu saia mesmo? - Disse dando mais duas bombadas nela.
- Ai, não. Fica! - Disse segurando meu quadril bem no fundo dela.
Me apoiei nos meus braços e pernas. Ficamos ali nos curtindo e nos beijando por algum tempo, até meu pau começar a amolecer mais precisamente. Quando ele escorregou para fora, me deitei do seu lado:
- Pronto! Agora você pode voltar para o seu namorado. - Falei.
- Olha que eu vou, hein!? - Ela retrucou.
- Duvido que você tenha coragem de ir lá agora e transar com o Marcos, toda gozada assim.
- Quer apostar?
- Cenzão. - Disse e estiquei minha mão para ela.
- “Mor”, não me desafia! Cê sabe que eu fico louca quando estou excitada. - Me advertiu.
- Duzentão? Aposta. Vai!
- Cê não vai ficar bravo se eu for?
- Se você esfregar a boceta gozada na cara dele, pago quatrocentos.
Ela se levantou da cama, foi até o banheiro e voltou com a calcinha na mão, colocando-a rapidamente para nada vazar:
- Eu vou, hein!? Cê vai se ferrar comigo! Vou esfregar a boceta na cara dele, vou trepar igual uma puta e você não vai poder ficar bravo comigo! Tem certeza?
- Vai! Aposta comigo, então.
Ela voltou ao banheiro, colocou sua bermuda, blusa e voltou novamente para a cama, pegando na minha mão:
- Tá apostado! Prepara o dinheiro. Daqui a pouco te mando fotos da trepada. - Disse, pegou a cópia da chave do quarto dele e se dirigiu até a porta: - E já fica avisado que vou dormir lá com ele.
Dito isso, abriu a porta e saiu, fechando-a atrás de si. “Não acredito que essa mulher vai fazer isso!”, pensei. O tempo começou a passar, um, cinco, dez minutos e de repente recebo uma imagem pelo WhatsApp: era dos seios da Nanda. “Filha da puta! Ela foi mesmo.”, pensei. Aquele frio na barriga começou a me dominar. Logo, depois outra imagem, de sua boceta, escorrendo de tão gozada. “Não acredito! E eu achava que a conhecia”, foi só o que consegui raciocinar e o pior é que eu não poderia reclamar porque eu a havia instigado. Depois de uns minutos, outra mensagem chega:
Ela - “Abre a porta! Esqueci de pegar a chave.”
Eu - “Como é que é?”
Ela - “A porta! Estou na porta do teu quarto.”
Fui até lá e abri. Lá estava Nanda, com a maior cara de pau e um sorriso deslavado, querendo entrar. Ela entrou, fechei a porta e a segui quarto adentro:
- O quê? - Ela perguntou.
- Você não estava no quarto dele? - Respondi com outra pergunta.
- Não! Claro que não.
- Mas e as fotos?
- Tirei aqui do corredor. Vai me dizer que você não notou?
Eu não tinha notado mesmo. Embalado pelo tesão daquele momento e recebendo as fotos dela, nem me atentei para o local de onde ela estava tirando as fotografias:
- Filha da puta! Sabe que eu não tinha notado. - Falei, constrangido e rindo.
Ficamos rindo enquanto ela tirava a roupa novamente e me convidava para tomar um banho. Entramos juntos e ficamos nos sarrando embaixo do chuveiro:
- Você tá me devendo “duzentão”. - Falei para ela.
- A noite não acabou. Eu posso ir a qualquer momento. - Retrucou.
- Já perdeu. Você lavou a boceta e não tem mais como cumprir a aposta.
- É mesmo, né!? - Falou, constatando o óbvio: - Você consegue gozar em mim de novo? Daí eu vou.
- Vai, né!? Sei…
Ficamos brincando, rindo e depois nos secamos, um ao outro. Deitamos e acabamos dormindo, abraçados, juntos, como tinha que ser. Pela manhã, logo cedinho, acordo com algumas batidas na porta. Pensei ter sonhado e voltei a fechar os olhos. Logo, ouço novas batidas e a Nanda me pediu para ver quem era e dispensar. Me levantei, ainda atordoado, sonolento e fui atendê-la:
- Bom dia, Mark. Te acordei? - Me perguntou, Denise, com um sorriso enigmático: - Posso entrar?