Em certa altura, tinha eu seis ou sete anos, fui hospitalizado para fazer uma pequena intervenção cirúrgica. Assim que me acomodaram na enfermaria reparei que uma das enfermeiras, hoje penso que seria uma mulher madura na casa dos quarenta, tinha uma manga da bata vazia. Ela não tinha o braço esquerdo!
No dia seguinte essa enfermeira, que me pareceu muito bela e intrigante pelo facto de ser diferente, foi ter comigo, fez-me uma festa na cabeça com a sua única mão e começou por perguntar como me chamava, se era valente ou estava com medo, enfim, tentando descontrair-me enquanto fazia os preparativos para me enviarem para o bloco. Nesse dia ela tinha uma bata branca de manga curta que a uma certa distância era suficiente para cobrir o coto, mas quando ela se aproximou aquele cotinho redondo ficou completamente visível, distinguindo-se perfeitamente a cicatriz que o percorria de um lado a outro.
Então, ela precisou de libertar a mão para fazer qualquer coisa e segurou com o coto uma prancheta com papeis que tinha consigo. Foi nessa altura que pude observar com atenção aquele coto encantador, com os músculos e a cicatriz enrugados pela compressão que ela fazia para não deixar cair a prancheta.
Eu devia estar deslumbrado a olhar fixamente porque ela sorriu e libertou a prancheta deixando o coto, que parecia irrequieto fazendo pequenos movimentos, mesmo em frente à minha cara, enquanto completava a sua tarefa. Creio que ela percebeu o meu encantamento e deleitava-se expondo propositadamente o coto. Era demasiado novo para ter uma ereção, o que certamente não conseguiria evitar hoje, mas nunca mais esqueci aquela visão encantadora.
Só mais um pormenor que na verdade é um pormaior: ela calçava, tal como as outras enfermeiras, umas socas brancas e enquanto falava distraída com as colegas ou com outros pacientes, descalçava uma das socas e exibia a planta do pé envolto numa meia de nylon, brincava com os dedos, cruzando-os, coçava a perna… eu hoje não consigo dizer do que gostei mais, se daquele coto redondo e belo, se daqueles pezinhos lindos.
Esta é talvez a minha primeira memória do que vim a perceber mais tarde serem os meus fetiches: pés femininos, sobretudo em meias de nylon, e cotos de mulheres amputadas. A partir destes dias tornei-me um caçador dessas duas características que tornam as mulheres irresistíveis.
Mas isso ficará para outros contos…