Ao se ajoelhar para ver o que iria tratar e a gravidade da situação, o Dr. Antônio congelou por um instante. A semelhança física daquela moça com a sua falecida irmã, era inacreditável. Foi Gabriel que o tirou do transe:
- O que foi, Doutor? Por que o senhor está aí parado como se visse um fantasma?
Parte 5: É melhor não resistir. (e se entregar).
Continuando…
As palavras do jovem rapaz trouxeram o médico de volta à razão. Ele se virou e começou a empurrar a cadeira com Ana em direção a um leito de atendimento vazio da emergência. A palidez e o susto ainda eram visíveis em seu semblante. Ele ajudou Ana a sentar na maca, desenrolou a toalha da mão dela e começou a analisar o corte. Vendo que o sangramento não iria parar facilmente, ele rapidamente se utilizou de um torniquete para diminuí-lo. Infelizmente, naquele hospital público, às vezes era preciso improvisar para dar um tratamento adequado às pessoas. Os anti-hemorrágicos estavam em falta há meses. Após analisar bem o corte, o Dr. Antônio estranhou o seu formato e fez sinal para a enfermeira vir até ele:
- A Jovem vai ficar bem, leve o marido para preencher a documentação enquanto eu dou os pontos.
A enfermeira já saiu puxando Gabriel pelos braços, mas Ana o puxou também com a outra mão:
- Fica comigo! Estou com medo.
Nesse momento, o médico viu que as suspeitas eram infundadas. O carinho que ela demonstrava pelo marido, não era o de uma pessoa agredida. O corte, apesar de parecer com um ferimento de defesa, talvez de uma faca, poderia ter vários outros motivos. Ele disse:
- Enfermeira, traga aqui a ficha de atendimento. Eu o oriento se for preciso.
Depois se virou para o casal:
- Vão me contar como isso aconteceu?
Gabriel e Ana se olharam muito constrangidos. O médico insistiu:
- Preferem que eu pense o pior?
Gabriel se afastou de Ana e chamou o médico. Contou o que aconteceu sem dar muitos detalhes e de forma bem séria e preocupado com a esposa. O Dr. Antônio não conseguiu esconder um sorriso simpático:
- Meu jovem, vocês são novos e merecem ser felizes, mas isso é muito inusitado. De qualquer forma, é um corte simples e deve cicatrizar em poucas semanas. É só fazer a limpeza diária com o antisséptico e manter o local seco.
O médico, sempre atento e cuidadoso parou observando o casal e perguntou:
- Será que vocês se lembram se ela já tomou as doses de vacina antitetânica obrigatórias na infância e pelo menos uma de reforço?
Ana e Gabriel olharam para o médico sem a menor noção do que ele estava falando. O Dr. Antônio percebeu que eles não sabiam responder. Ele então resolveu explicar:
- Tétano é uma infecção bacteriana que causa dores musculares intensas e pode causar a morte. O tétano é uma doença com índices altos de mortalidade de 33,1%, de acordo com o Ministério da Saúde. Ao sofrer cortes e ferimentos profundos, existe um grande risco de contaminação pela bactéria do tétano caso a pessoa nunca tenha sido imunizada. Em situações como esta, a vacina antitetânica deve ser realizada imediatamente. Caso existam dúvidas quanto à imunização, a vacina deve ser aplicada, como maneira de precaução. Administrada por um profissional de saúde, a vacina é aplicada no músculo. Após a ocorrência de ferimentos de alto risco, é indicada a administração de 2 doses com intervalo de quatro a seis semanas para que a doença seja evitada. Eu vou prescrever para que a Ana tome uma antitetânica agora mesmo, para prevenir qualquer risco de contaminação, e dentro de um mês ela deve voltar para uma segunda dose de reforço. Vou prescrever para tomar aqui mesmo.
O Dr. Antônio voltou sua atenção novamente para Ana. Primeiro, anestesiou o local para diminuir a sensibilidade e mesmo que prestasse bastante atenção aos pontos que dava na mão dela, não conseguia disfarçar o nervosismo e os olhares dos dois, sempre acabavam se encontrando. Ana não se sentia constrangida, muito pelo contrário, não sabia de onde vinha, mas o carinho e a atenção com que ele fazia o seu trabalho, lhe passavam confiança. Em menos de uma hora, já estavam liberados e voltando para casa.
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Enquanto o casal se recuperava daquele acidente estranho, Vânia, já em casa, começava a pensar no futuro dos seus planos. Analisou com calma todas as informações que Antenor havia conseguido. Após a carona, sabia que Gabriel, apesar de casado, era homem e como todos os homens, às vezes, a cabeça que pensa não é a de cima. Bolou sua estratégia e já se preparava para dormir quando Antônio, seu marido, entrou em casa. Estava muito bem-humorada e não queria confronto naquela noite.
Fez a sua higiene noturna e desceu até a cozinha em busca de um copo de água. Ao passar, não pôde deixar de notar a expressão pálida no rosto do marido. Mesmo que Antônio fosse um amante incompatível com a sua necessidade sexual, ele era um bom homem. Ela se aproximou:
- O que aconteceu? Você parece ter visto um fantasma.
Antônio, preso em seus pensamentos, se assustou:
- Que isso, mulher!
Vânia foi até o bar do escritório e serviu uma dose do whisky preferido dele. Voltou e lhe entregou o copo:
- Você está bem?
Antônio não estava entendendo aquela gentileza estranha:
- Estou sim. E você, está?
Vânia sentou ao lado dele e do nada, fez um carinho em seu rosto:
- Sim! Por que não estaria? Eu perguntei primeiro. Quer conversar?
Antônio estranhou novamente, mas aceitou o afago:
- Atendi hoje uma moça, bem nova, no máximo uns vinte anos. Ela tinha um corte profundo na mão. Ela é idêntica à Marília…
Vânia, entendendo, o interrompeu:
- Marília, a sua irmã falecida? Nossa! Deve ter sido um choque e tanto. Ainda mais pela data, estou certa.
Antônio continuou:
- Sim! Hoje seria aniversário dela. Quarenta anos. Por que os bons morrem e os maus permanecem?
Antes que Vânia pudesse dizer alguma coisa, ele segurou na mão dela e se recostou no sofá:
- Se esse negócio de reencarnação for real, eu poderia jurar que era a minha irmã ali, de volta para mim. - Antônio não conseguiu segurar o pranto.
Vânia não tinha uma resposta para ele, mas resolveu ficar ao seu lado. Sabia que ele estava sofrendo. Ela o abraçou e acariciou os cabelos que começavam a adquirir vários fios brancos. Olhando para ele, admirou o quão bonito era o marido e se lamentou por serem tão incompatíveis no que mais importava para ela. Ainda existiam sentimentos dentro dela, tinha um homem bom e afetuoso em casa, mas que não conseguia satisfazê-la. Pensou seriamente em abrir o jogo e propor uma forma dos dois continuarem juntos, mas sabia que ele jamais aceitaria tal arranjo. Era "certinho" demais para se propor a viver de uma forma não tradicional. Enquanto Antônio bebericava, em goles curtos, a sua bebida e dava vazão ao sofrimento, Vânia permaneceria ao seu lado o tempo que fosse necessário.
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Enquanto as dores eram físicas para uns e os traumas eram psicológicos para outros, para Mara, os dois se somavam. Acostumada a só trabalhar durante à tarde, viu o namorado chegar em casa naquela noite acompanhado por um sujeito muito mal-encarado. Ela logo tratou de buscar refúgio em seu quarto. Leandro a seguiu:
- Se prepare! Eu preciso de você.
Mara tentou protestar:
- Eu não trabalho…
Plaft! O tapa de Leandro explodiu na sua face:
- Você faz o que eu mandar fazer. Você se lembra da última vez? Quer passar por tudo aquilo de novo?
Na sala, o sujeito ouviu o tapa e até pensou em interferir, mas ele tinha outros planos. Resignada, Mara aceitou novamente a humilhação e trocou de roupa. Cinco minutos depois, ela estava pronta e de volta à sala. O sujeito, muito cordial, disse:
- Você é mesmo linda. O corno safado aqui tem razão.
Leandro tentou protestar, mas o sujeito olhou de forma ameaçadora para ele:
- Vaza! Quando eu acabar, eu aviso.
Mara olhou assustada para o namorado e o sujeito percebeu:
- Fica tranquila! Eu não gosto de maltratar mulheres. O que eu detesto de verdade, são os desgraçados que as exploram. - Ele olhava para Leandro com ódio no olhar.
Mara não estava entendendo nada. Será que a maré tinha virado? O sujeito caminhou até a porta, abriu, levou a mão até a arma na cintura e voltou a olhar para Leandro:
- Eu já disse, vaza!
O covarde não pensou duas vezes em deixar Mara sozinha com aquele homem rude. Ele fechou a porta e disse para ela:
- É esse o tipo de homem que você quer para a sua vida? Eu sei que eu não sou uma pessoa boa, mas isso? O que lhe prende a esse verme? Isso não é homem. Ele ofereceu você como pagamento de uma dívida.
Mara não sabia o que pensar. Tudo aquilo poderia ser apenas uma armadilha para ela falar mal de Leandro e depois as consequências seriam graves. Ela preferiu ficar em silêncio. O homem voltou a falar:
- Eu sou o Jacson, mas todos me chamam de Jac. Você é realmente muito bonita. Não vai falar nada?
Mara continuou calada. Jac foi se aproximando e a abraçou com ternura e ela tremeu. Ele disse:
- Relaxa linda. Eu não vou lhe fazer mal. Não sou esses brutos que o verme traz aqui.
Ele a tomou carinhosamente nos braços e a beijou. Mara não estava acostumada a beijar seus clientes, mas ele era tão carinhoso no tratamento, que ela se deixou envolver e correspondeu aos beijos. Ele novamente olhou para ela:
- Viu? Com carinho não é mais gostoso?
Ela apenas balançou a cabeça concordando. Jac voltou a beijá-la, agora com mais volúpia e habilidade. Mara começou a se render, há tempos não sabia como era ser amada. Se agarrou àquele fio de esperança e se entregou de corpo e alma. Mesmo que não houvesse um amanhã, o presente, pela primeira vez em muito tempo, estava sendo agradável.
Jac levou as mãos até a cintura dela e a trouxe para cima, Mara trançou as pernas nas costas dele. Ele disse:
- Onde fica o quarto?
Mara apenas apontou para o final do corredor. Aos beijos e com ela grudada nele, ele foi andando na direção apontada. Ele sentou na cama e agora Mara estava sentada em seu colo. Ela o surpreendeu:
- Posso tomar um banho? Achei que era um daqueles bêbados que ele traz aqui e não me preparei direito.
Jac se levantou, com Mara ainda agarrada nele. Ela, novamente, apontou a direção do banheiro. Eles foram agarrados até lá e só ao chegar, ele a colocou no chão. Foi tirando a roupa dela e carinhosamente beijando o seu corpo. Mara estava maravilhada com a atenção e o cuidado com que aquele homem a tratava. Ela, incrédula, perguntou:
- Por que você está sendo tão carinhoso?
Ele lhe deu um sorriso belo e sincero:
- Eu não estou fazendo nada além do que você merece. É você que não está acostumada a ser bem tratada.
Dessa vez, foi Mara que o beijou com muita dedicação. Pela primeira vez em anos, queria agradar um homem, mostrar a ele a fêmea verdadeira que existia dentro dela. Jac terminou de tirar a roupa dela e olhou admirado:
- Você é muito linda e gostosa. Não merece ser explorada por um sujeito tão insignificante.
Mara nada disse. Ainda estava com medo. Todo aquele carinho, poderia ser só uma forma dele ultrapassar as suas defesas e depois contar para Leandro. De qualquer forma, ele estava sendo carinhoso, coisa que nenhum cliente até aquele momento, tinha sido.
Ela começou a tirar a roupa dele também. Descobriu que por baixo daquela camisa larga e da calça de moletom, havia um corpo belíssimo. Um homem forte e de musculatura bem trabalhada. O achou muito gostoso e não resistiu a dar alguns beijos naquele tórax tão másculo e definido. Jac abriu o chuveiro, tirou a cueca e Mara admirou aquela bela rola. Pelo menos, uns vinte centímetros e grossa. Não resistiu e levou a mão de encontro aquele mastro hipnótico. Começou a punhetar de leve enquanto se abaixava. Mara afastou a cortininha de plástico manchada e veio puxando jac pelo pau para debaixo da água.
Ele a seguiu obediente, a abraçou por trás e foi beijando o pescoço dela, a orelha… Mara estava ficando muito excitada, já sentia o pau dele duro se esfregando em sua bunda. Com uma mão, Jac acariciava um dos seios dela e com a outra, começava a massagear o grelo que ia inchando pelo tesão das carícias.
Mara procurou espaço entre os corpos colados e segurou na pica dura que chegava a dar trancos de ansiedade. Ela começou a fazer movimentos de vai e vem e Jac a virou de frente, um beijo lascivo, desejoso foi inevitável. Ele desceu beijando todo o corpo dela até chegar na xoxota já melada.
Mara travou, estava acostumada a ser tratada com desdém, apenas um objeto de prazer para homens inferiores. Quando ele tocou com carinho e cuidado a língua de leve em seu grelo, ela não resistiu mais e se deixou dominar de vez. Ele sugou como se estivesse faminto, lambendo e chupando com uma habilidade incrível e levando Mara a picos de profundo prazer. Seu corpo tremia e ela gemia:
- Ah, meu Deus! Aaaah… nossa! Hummmm… isso é bom demais…. Aaahhhh….
Jac mordiscava o grelo e chupava com maestria. Ela gozou alucinada:
- Caralho…. Que tesão! Aaaahhhh…. Huuum… Que língua.. tô gozando, seu puto… aaahhhhh… há quanto tempo eu não sei o que isso… aaaahhhhh…
Mara se recuperou rápido, queria aproveitar aquele momento raro de prazer e alegria. Ela engoliu aquele membro viril com muita vontade e chupou como se a sua vida dependesse daquilo. Passava a língua pela cabeça da pica, deixando ele enlouquecido. Mamou naquele cacete até ele quase gozar. Jac a pegou pelos braços e a fez levantar, sem demora ele a encostou na parede, ergueu uma perna dela e enfiou aquele cacete de uma vez na xana que estava muito lubrificada e desejosa por recebê-lo.
Não foi uma penetração brutal, apesar de direta. Era somente o impulso do desejo agindo. Mara agasalhou a piroca sem dificuldades. Ali, com a água escorrendo pelos corpos dos dois, ora em movimentos fortes, ora em movimentos suaves, Jac socou a pica na boceta dela por mais de dez minutos. Para Mara, aquilo era mais do que sexo, mesmo que faltasse o sentimento, eles estavam fazendo amor. Ao ouvir os gemidos mais intensos dela, Jac aumentou a velocidade das estocadas. Mara delirava:
- Ainnn, de novo. Não para! Ahhhhhhh… Vou gozar…
Aaahhhhh…. Isso, mete forte, mete! Ahhhhh….
Caralho…. Gostoso demais… soca essa pica, soca, aaaaaaaahhhhhhhhhhh……
Mara gozou forte e com uma intensidade que nunca havia sentido antes. Jac teve que ampará-la para que ela não caísse. Ele também não resistiu mais e inundou sua boceta:
- Você é um tesão… aaaahhhh… isso, safadinha, gostosa demais, hããã…. Aaahhhh…. Toma leite sua gostosa…. Bocetinha macia e quente… adorei… aaahhhh….
Após se recuperarem do orgasmo arrasador, os dois se lavaram e foram para a cama. Mara criou coragem:
- Dorme aqui essa noite? Por favor, tem tempo que eu não sei o que é dormir tranquilamente. Enquanto você estiver aqui, ele não volta, né?
Jac acariciou os cabelos dela e lhe deu outro beijo ardente:
- Não! Ele só volta quando eu mandar e achar que a dívida está paga.
Mara olhou para ele se sentindo protegida:
- Eu acho que uma vez só é pouco. A dívida é grande, né? - Mara sorriu
Ele também sorriu satisfeito:
- Eu não sou amigo daquele verme. Sei que você, no momento, ainda está desconfiada. Eu só quero que você saiba que eu posso livrá-la de toda essa situação. No momento em que você achar que está na hora de sair desse inferno, eu vou estar esperando por você. Pense bem e decida.
Os dois transaram mais duas vezes naquela noite. Primeiro ele a penetrou num papai-mamãe muito gostoso, feito com calma, sem ansiedade, um entra e sai delicioso daquele pau grosso e rijo que a fazia tremer toda, desfrutando lentamente daquele prazer indescritível que era recíproco. Depois do orgasmo da Mara, o Jac a deixou relaxada sobre a cama, e ficou beijando deu corpo, delicadamente, por quase meia hora. Mara estava encantada, nunca tivera uma relação onde o carinho e o desejo se combinassem tão bem. Depois ele deitado de conchinha com ela, a penetrou por trás, fazendo com que erguesse um pouco a sua perna e nessa posição, dando beijos na nuca e no pé de seu ouvido, aquele amante sedutor a levou a mais um êxtase fantástico, que quase a fez desmaiar de prazer. Finalmente, repousaram somente trocando carícias em silêncio, antes de Mara cair em sono profundo. Jac pegou o celular e disse que Leandro podia voltar para casa. Ao chegar, o recado para Leandro foi claro:
- Preste atenção no papo. Se eu souber que você maltratou essa garota de novo, o bagulho vai ficar ruim para o seu lado.
Leandro olhava para ele apavorado:
- A dívida está paga?
Jac o encarou com deboche. Valera muito a pena, mas ele queria rever Mara muito em breve. Ele disse:
- Metade. Volto para cobrar a outra parte depois.
Leandro não tinha saída:
- Sim senhor!
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Enquanto Mara vivenciava aquela experiência fantástica e inédita em sua vida, pela primeira vez e sem sofrer violência por parte do Leandro, Gabriel e Ana passaram os próximos dias muito mais em sintonia. Gabriel fazia de tudo para agradar a esposa e cuidar dela. Mas a sexta-feira chegava e com ela, a próxima aula da professora Vânia.
Gabriel trabalhou normalmente naquela sexta e no horário de sempre, pegou o coletivo para a faculdade. Ao descer no ponto de costume, caminhou em direção à faculdade e passou pelo estacionamento, onde avistou Vânia que tentava tirar do porta malas do carro seus livros e mais alguns apetrechos para a aula. Vendo a dificuldade da professora, Gabriel se aproximou:
- Precisa de ajuda?
Vânia sorriu satisfeita. Pronto! Sua primeira isca foi mordida:
- Preciso muito.
Ao chegar mais perto, Gabriel pode sentir o delicioso perfume de Vânia. Ele tentou ser gentil:
- A senhora está muito cheirosa. Me desculpe, você está muito cheirosa.
Vânia se divertia:
- Agora, sim! Senhora só na sala de aula. E você está muito bonito, como sempre.
Gabriel corou, mas aceitou o elogio. Não viu maldade nas palavras dela e logo se prontificou, tomando a frente e pegando, com seus braços fortes, quase todo o material que ela indicou. Vânia atacou novamente:
- Acho que você deveria ser o meu assistente. Sabia que nas universidades americanas, é bem comum os professores escolherem um aluno como ajudante? Já imaginou, você poderá passar mais tempo comigo?
Agora ele entendeu o duplo sentido da insinuação. Mas levou na brincadeira:
- Isso me renderia uma carona todas as noites?
Só depois que falou, Gabriel entendeu que as palavras haviam sido mal colocadas. Vânia lhe deu um sorriso malicioso, não acreditando que ele estava lhe dando uma entrada tão direta. Ela disse:
- Podemos providenciar a carona, sim! Não tem medo de eu sequestrá-lo?
Gabriel pensou em uma resposta que o fizesse recusar sem ser rude. Mas o perfume dela continuava o perturbando e a conversa o deixava desconcertado. Algo nela o excitava, talvez fosse a atitude sedutora, somada ao perfume e às suas formas exuberantes de mulher sensual. Não conseguiu, novamente, evitar a ereção. Só que agora, estava com os braços ocupados e sem poder disfarçar. Vânia notou e foi direta:
- Isso é um sim? Para a corona ou para o sequestro? - Ela não conseguiu segurar o riso.
Vânia estava feliz por fazê-lo demonstrar seu desejo tão rápido. Gabriel preferiu se calar. Ela encostou no carro e esperou. Ele, sem entender, perguntou:
- Não vamos para dentro?
Vânia, ainda risonha e olhando para a ereção dele, disse:
- Assim que você se acalmar.
Gabriel tentou se desligar de tudo aquilo que o havia excitado e gradualmente relaxou.
Poucos minutos depois, ela começou a andar e ele a acompanhou. Deixou os materiais na sala em que ela daria aula nos dois primeiros períodos e foi para a sua própria sala. Durante o intervalo, Vânia novamente cruzou com ele na lanchonete da faculdade, mas estava acompanhada de outra professora e preferiu ficar na dela, mas os olhares insinuantes eram inevitáveis. Durante a sua aula para a turma de Gabriel, Vânia foi extremamente profissional, não se insinuando para ele em nenhuma ocasião. Ele só estranhou o fato dela sair dez minutos antes do fim da aula e os deixarem lendo e tendo que analisar um texto curtíssimo de Carlos Drummond de Andrade:
"Beijo-flor”
“O beijo é flor no canteiro ou desejo na boca?
Tanto beijo nascendo e colhido na calma do jardim nenhum beijo beijado (como beijar o beijo?) na boca das meninas e é lá que eles estão suspensos invisíveis."
Gabriel não tinha uma ideia formada sobre esse pequeno poema em especial. Amava os textos e poemas do grande mestre, Carlos Drummond de Andrade, mas esse poeminha em específico, ele mal conhecia. Ficou aliviado quando o sinal de encerramento da aula tocou.
Fez o caminho de sempre em direção ao ponto de ônibus, e lá estava ela, vítima de um pneu furado bem próximo ao destino de Gabriel. Ele pensou: "isso não é possível. É coincidência demais. Essa mulher está afim de foder com a minha vida. Até quando eu vou resistir, não sei. Logo agora que Ana está machucada e traumatizada. Sem sexo em casa e essa filha da puta não dá trégua. A danada está a fim de algo comigo. Me ajude, Senhor."
Só estavam os dois ali na rua. Gabriel já havia percebido que a professora se insinuava para ele, de forma bastante explícita, e aquilo mexia com ele. Mesmo que soubesse tratar-se de uma armadilha, não tinha como se recusar a ajudar. O que ela pensaria dele? Gabriel se aproximou:
- O que foi professora?
Vânia parecia realmente sem sorte:
- Droga, malditas ruas brasileiras. - Ela olhava desolada para o pneu furado.
Ele se ofereceu:
- Deixa que eu troco. Você tem macaco e estepe?
Vânia apertou um botão no chaveiro e o porta malas se abriu. Gabriel levantou o tapete do assoalho e lá estavam os dois. Quando se preparava para começar o trabalho, seu ônibus apontou na esquina. Ele praguejou:
- Droga! Esqueci disso. Hoje eu não podia chegar tarde.
Vânia sabia do que ele falava e o tranquilizou:
- Relaxa. Eu o levo. É o mínimo que eu posso fazer por me ajudar.
Mas, curiosa, perguntou:
- Por que, logo hoje, você não pode chegar tarde?
Gabriel contou a ela sobre o corte na mão de Ana, mas não disse como aconteceu. Ela estranhou as coincidências entre o que ele narrava e o que o marido havia relatado três dias antes. "Será?" Ela pensou, mas guardou a dúvida para ela. Tinha visto fotos de Ana, mas nunca de Marília, a cunhada falecida. Em casa saberia a verdade.
Em poucos minutos, Gabriel trocou o pneu e Vânia, visivelmente contente, o abraçou e no momento que foi dar um beijo em seu rosto, a confusão do movimento de cabeças, fez com que ela lhe desse um selinho. O impacto foi tão forte nos dois, que eles ficaram ali se encarando por dois segundos. Ela se lembrou de onde estava e rapidamente se afastou dele. Fervendo por dentro, Vânia pediu que ele entrasse no carro. Gabriel não conseguia disfarçar o quanto aquele simples selinho mexeu com ele. Toda a sedução da professora estava visivelmente fazendo efeito.
Ele deu a volta no carro e entrou, Vânia fez o mesmo. Ao virar, para se desculpar com ela, não teve como resistir a aproximação. O beijo foi inevitável. Forte, molhado, caloroso, esperado, devasso…. Os dois se entregaram.
Continua…
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