Dione começou por explicar os vários graus originais da sua Irmandade, que posteriormente foram copiados e deturpados pelo grupo ao qual o bilionário grego pertencia.
- Para que você tenha realmente as bênçãos das Deusas, em especial Afrodite, e para que sinta na prática como a Energia Primordial pode ser direcionada e controlada, deverá receber a Iniciação do Templo. Você entende que nossa Tradição precisa ser mantida intacta, como ela deve ser?
- Sim, entendo.
- Como eu disse antes, você foi a primeira mulher não-iniciada a entrar neste Templo no presente Século. Você deve jurar que preservará nosso Conhecimento e o passará adiante apenas a quem realmente for merecedora.
- Eu juro.
Em seguida, ela realizou a primeira Iniciação de Adeline. Em respeito às Deusas, preferi não assistir ao que ocorreu ali. Além disso, eu não tinha certeza se a conexão seria interrompida por alguma Deusa, e o que eu menos precisava era de uma delas enraivecida comigo.
Procurei dormir, então. E tive um sono reparador, consegui deixar as preocupações para o dia seguinte. Eu precisava mesmo descansar. Na manhã seguinte, fiquei em dúvida se deveria procurar o Templo onde minha esposa estava, ou a sede da Ordem ou seita dos “Filhos de Afrodite”, onde talvez o grego estivesse. Não era, com certeza, no local para o qual Éris havia apontado. Pensando bem, talvez ficasse em algum lugar próximo, já que não conseguiram encontrar a passagem secreta que levava ao círculo que poderia transportar as pessoas até a colina onde ficava o Templo da Deusa.
Pesquisando através do meu nanochip, consegui visualizar algumas imagens que mostravam homens vestindo túnicas marrons, como monges, caminhando pela Ilha de Kythera. Em uma dessas imagens, obtida por satélite, havia uma mulher nua sendo conduzida por um desses monges, através do que parecia ser uma corrente. Mas a definição não era muito boa.
Procurei contatar o Diretor através do meu celular, que como todo equipamento da Agência , era totalmente seguro. Pedi a ele o contato de Mestre Bernard , pois ele poderia saber como seriam as vestes dos Adeptos dessa seita , ou como as pessoas fariam para serem aceitas como discípulos. Ele respondeu que iria contatá-lo, mas talvez ele estivesse muito ocupado com suas funções.
Foi uma surpresa quando, cerca de um minuto depois, Bernard me enviou uma mensagem de texto, incluindo fotos de como se vestiam os vários membros de diversas hierarquias. Ele também havia pesquisado entre seus pares, e para mim, em minha identidade de grande empresário internacional investindo na Ilha de Antikythera, seria um excelente candidato a ingressar na “Ordem dos Filhos de Afrodite”. Pelo jeito, somente gente cheia da grana entrava, e – acho – usavam os templos e as belas discípulas para fazerem orgias as mais diversas. A tal deturpação da Tradição original.
Uma das funções da Agência era justamente identificar essas seitas e expor suas práticas, excluindo-as do Conselho Internacional de Ordens Esotéricas. Isso reduziria em muito sua influência em nível global. Claro que existem Ordens e Irmandades que praticam o Sexo Ritual e usam a Energia Sexual de várias maneiras, mas que não enganam os participantes no tocante às suas finalidades. Neste caso, eles se apresentavam como sendo a Verdadeira Ordem, quando não passavam de uma falsificação, com uma fachada para negócios escusos internacionais. Nada de realmente esotérico.
Segundo Mestre Bernard, ninguém ainda havia conseguido provar nada contra eles. Caberia à Agente Djinn e a mim esta tarefa.
Mas isto ainda não me ajudava. Se eu procurasse o grego diretamente, ele poderia desconfiar. E, embora eu estivesse disfarçado, havia a possibilidade dele me reconhecer, já que havia me visto naquele Resort. Mas, pensando melhor, ele nem deve ter reparado em mim, já que estava com toda sua atenção voltada para a bunda de minha mulher.
De qualquer maneira, perguntei a Mestre Bernard se por acaso ele não conseguiria o nome de algum outro empresário que fosse membro dessa Ordem. E ele realmente conseguiu: Georgiou Kyriacos, um outro milionário, que por coincidência era dono do Hotel onde eu estava hospedado!
Eu precisava encontrar uma forma de ser notado por ele, e dar um jeito de ser convidado a participar de sua Ordem Secreta. Lembrei da maçã de ouro que Éris me havia dado, e da história que a acompanhava. Fiquei sabendo, através de um dos funcionários do Hotel, que ele fazia suas refeições em determinados horários, e aproveitava para verificar junto aos hóspedes se haviam sido bem atendidos, se estavam satisfeitos com as instalações, entre outras coisas.
Assim, no dia seguinte desci para o café da manhã e coloquei a maçã de ouro em cima da mesa. Qualquer adepto de algum grupo relacionado à Deusa deveria pelo menos ficar curioso ao vê-la. E não poderia ter acontecido de forma diversa.
Quando Kyriacos passou por minha mesa, percebi que olhou atentamente para o Pomo Dourado. Mas disfarçou e foi tomar seu desjejum. Tomei meu café, comi algumas frutas, torradas com manteiga, algumas fatias de queijo e presunto. Afinal, teria uma boa caminhada pela frente. Se nada ocorresse, eu iria passear pela região indicada por Éris.
Mas, como eu esperava, o dono do Hotel se aproximou da minha mesa logo depois de terminar sua refeição, e já foi perguntando:
- Bom dia, senhor ! É um belo souvenir! Vejo que é de ouro maciço! Comprou aqui? Eu gostaria de saber onde foi. Loja de antiguidades?
- Bom dia...Senhor Kyriacos, eu presumo. Sim, é de ouro. Mas foi um presente de uma pessoa muito especial, não tenho como dizer se há alguma dessas à venda.
- Vejo que há uma inscrição : “Para a Mais Bela”.
- Ah, eu não sei ler grego, não sabia que era isso. Obrigado.
- O senhor tem interesse em mitologia?
- Tenho, claro. Pretendo investir na Ilha de Antikhytera, preservando os recursos naturais e os Templos e construções antigas.
- Muito interessante. O senhor tem, então, empreendimentos em outros países.
- Em vários, gosto de viajar pelo mundo, principalmente pelos locais onde a Civilização Ocidental teve seu início. Tenho uma atração especial pela Grécia. Não sei dizer ao certo, é algo difícil de explicar.
- Entendo perfeitamente.
- Senhor Kyriacos, eu sei que existem diversos Festivais relacionados à igreja Ortodoxa nesta Ilha, mas meu interesse seria em saber se ainda há grupos que cultuam as antigas Tradições e os Deuses Gregos.
- Sim... mas até há pouco tempo, o helenismo era proibido. Acredita que apenas em 2017 ele foi reconhecido pelo governo grego? Mesmo assim, são proibidos de realizarem cerimônias em seus locais sagrados, como o Partenon.
- Inacreditável! Uma religião muito mais antiga que a cristã!
- Lembre-se que as Igrejas cristãs foram responsáveis pela Inquisição e pelas Cruzadas. A imposição de sua religião foi feita principalmente através da violência.
- Pensei que houvesse liberdade religiosa nos tempos modernos, mas vejo que estava enganado.
- Imagine se a Igreja Ortodoxa aceitaria, por exemplo, o culto a Afrodite, Deusa do amor e do sexo...
- Ou aos outros Deuses antigos. Embora haja “Santos” os mais diversos, com habilidades similares aos antigos Olimpianos.
- Na verdade, tenho certeza de que, mesmo considerados ilegais, ainda existem grupos que perpetuam as antigas tradições.
- Por acaso conhece algum? Eu poderia participar de algum culto ou reunião?
- Hmmm...se for apenas curiosidade, eu recomendaria que procurasse o YSEE, que é a entidade reconhecida recentemente. Mas se deseja se aprofundar mesmo na Tradição, e mesmo se tornar membro de uma Ordem esotérica, há “Os Filhos de Afrodite”.
- E como eu faria para me tornar um membro...ou discípulo?
- Tenho alguns contatos. Mas, como toda Ordem esotérica, eles deverão fazer uma avaliação prévia. Uma pergunta: O senhor poderia informar quem lhe deu o Pomo Dourado?
Relutei nesse momento. Éris não havia me dito nada a respeito de sigilo, mas eu não podia confiar cegamente em um desconhecido. Respondi com algo que eu havia lido há muito tempo, em um livro:
- Posso apenas dizer que é “Um segredo dentro de um segredo, um segredo que só um outro segredo pode explicar, um segredo sobre um segredo que se contenta com um segredo”.
- Ah...vejo que o senhor não é um neófito em assuntos esotéricos. Verei o que posso fazer. Quanto tempo pretende ficar nesta Ilha?
- Não tenho data para partir. Como eu disse, minha esposa deve chegar em breve, e tenho meus negócios a tratar por aqui.
Na verdade, todos os meus negócios como empresário internacional estavam sob responsabilidade dos membros da Agência, que providenciavam toda e qualquer documentação necessária para que meu disfarce não fosse descoberto. Qualquer investigação a meu respeito traria resultados favoráveis, em qualquer situação. Kyriacos pareceu satisfeito com o que ouviu.
- Então, espero que tenha uma boa estada por aqui, mesmo que eventualmente não consiga conhecer os devotos das Religiões Antigas. Aproveite os passeios turísticos.
Ele se despediu, não sem antes dar uma nova observada na maçã de ouro.
Retornei ao meu quarto, e deitei-me na cama. Acionei o nanochip e tentei ver o que se passava com Adeline. Ela estava com Dione, em uma Biblioteca antiga, lendo o que pareciam ser manuscritos muito antigos. As duas estavam completamente nuas, creio que era o costume naquele Templo. Uma bela visão. Por vezes, a luminosidade dourada ao redor delas aumentava, talvez estivesse, fazendo algum tipo de treinamento para controlar a Energia de minha esposa.
Eu esperava que ela ainda tivesse a habilidade de se teletransportar, caso houvesse a necessidade disso em caso de alguma emergência quando estivesse infiltrada no grupo de Odysséas.
Mudei o meu foco mental e procurei saber sobre os grupos Helênicos recentemente legalizados. Além dos ritos, feitos geralmente em colinas, vi documentários onde eram citadas associações com grupos mais radicais, com ramificações políticas. Mas nada sobre os “Filhos de Afrodite”.
Resolvi sair e ir até o morro ao Leste do Hotel, para onde Éris havia apontado. Talvez houvesse algum Templo, ou ruínas, por lá. O que eu havia achado estranho era que os monges que eu havia visto usavam vestes marrons, diferentes dos grupos helênicos que eu vira nos documentários. Deduzi que talvez fosse uma forma de parecerem monges cristãos, para evitar algum tipo de perseguição.
Estava prestes a sair, quando o telefone da suíte tocou. Era Kyriacos. Disse que havia contatado alguns Adeptos, que eles já haviam me sondado assim que cheguei à Ilha, e que eu poderia assistir a um dos Rituais da Ordem, na categoria de “Postulante”.
Eu já devia ter deduzido... os membros dessa Ordem, segundo a Agência, seriam todos pessoas abastadas, e eu me encaixava nessa descrição.
Naquela noite, haveria uma “Convocação”, e um veículo do Hotel me levaria até um local próximo, de onde eu seria conduzido pelos membros até o Templo.
Em vez de sair e fazer passeios turísticos, preferi descansar, e acompanhar o que acontecia com minha esposa.
Sincronizei o meu chip com o dela, e pude ver que estavam em um salão do Templo onde, curiosamente, haviam máquinas. Uma delas era muito semelhante ao “Mecanismo de Antikythera”, que seria talvez o primeiro computador conhecido da Humanidade. Se os Deuses Antigos fossem viajantes galácticos, poderiam ter criado esses dispositivos. Mas eu estava apenas conjeturando, talvez os Deuses viessem de alguma dimensão paralela ou tivessem coexistido com os Humanos, como insinua a Bíblia, no Velho Testamento.
Pelo que pude observar, aquela máquina trabalhava de forma similar àquela que havia no Salão da Tecnomagia. Mas era muito mais simples, e vi a Energia Dourada fluindo de Adeline para ela e retornando, aparentemente amplificada.
Como era o Templo de Afrodite, achei que talvez as duas fizessem sexo entre elas, mas não ocorreu...ou aconteceu enquanto eu estava no Restaurante do Hotel. De qualquer maneira, não fazia diferença, a missão dela poderia incluir tudo, inclusive sexo de todas as formas.
No final da tarde, fui avisado que deveria evitar me alimentar após aquele horário, pois poderia interferir com as energias trabalhadas na cerimônia. Poderia tomar um chá ou outro tipo de líquido, mais nada. Assim fiz. Logo que escureceu, recebi o recado para ir até a Van do Hotel. O trajeto foi de cerca de quarenta minutos, e fui deixado em um ponto da estrada, sem sinalização ou iluminação alguma.
Fiquei ali por alguns minutos, cheguei a recear algum tipo de sequestro ou assalto, talvez coisa pior, por ter demonstrado curiosidade no tocante àquela Ordem . Mas logo vi alguém se aproximando, portanto uma tocha ardente, era um daqueles monges que eu havia visto antes. Ele usava um capuz que encobria quase todo o seu rosto. Um outro monge apareceu, e me colocou uma venda no rosto, assim eu não saberia a localização do Templo Oculto.
Caminhamos por vários minutos, até que paramos, e ouvi um ruído como que pancadas em uma porta de madeira. Lá dentro, a venda foi retirada e pude ver que estávamos em um túnel que levava a uma caverna, e não numa colina.
Pensei comigo mesmo: Por que uma caverna? A explicação lógica seria para evitar a perseguição de outros grupos religiosos que não aceitam o politeísmo, mas deveria haver algo mais além disso. Enquanto andávamos, eu pensava nas Lendas antigas relacionadas a Afrodite.
A Grécia é conhecida por ter seus vulcões, e o deus Hefesto havia sido casado com a Deusa, tendo sido traído por ela com Ares, entre outros. Mas eu estava apenas divagando. E se, por algum acaso, a Ordem tivesse a ver com Hefesto, e a submissão das mulheres fosse algum tipo de réplica ao que Afrodite havia feito a ele?
Não, não deveria ser isso. A Seita era “Os Filhos de Afrodite” e não “Discípulos de Hefesto”.
Ao chegarmos no final do túnel, havia uma grande porta de madeira, que foi aberta, e me vi diante de uma imensa Caverna, com estalactites e estalagmites. Ao centro , um Templo grego ( óbvio!) que devia ter sido reformado há poucos anos, pois parecia novo.
Na entrada, estava o dono do Hotel, Georgiou Kyriacos.
- É um prazer revê-lo! Espero que a viagem não tenha sido cansativa.
- Também é um prazer para mim. Não sabia que era um membro da Ordem.
( Mentira, eu havia tido essa informação através da Agência anteriormente)
- Deixei para que soubesse agora, havia a possibilidade de não aceitarem o seu pedido de visita.
- Entendo. Desculpe novamente minha curiosidade: este Templo em uma caverna não teria também a ver com Hefesto?
- Uma boa pergunta, mas não posso respondê-la, não agora. Talvez em algum outro momento, depois que estiver filiado à nossa Ordem.
- E isso seria possível? É o meu desejo.
- Tudo indica que sim. Haverá uma cerimônia daqui a pouco, e se você for considerado digno, poderá receber sua Iniciação.
- Espero que me aceitem.
Eu havia me lembrado de levar a Maçã Dourada em meu bolso. Éris disse que eu saberia como usá-la.
O próprio Kyriacos se encarregou de me acompanhar e me orientar a respeito de como me portar naquele ambiente. Também me forneceu um manto marrom com capuz, disse que seria necessário para a cerimônia.
Já no interior do Templo, andamos até um Salão com luminosidade fraca, provida por tochas artificiais, visto que a fumaça de tochas verdadeiras poderia fazer mal às pessoas. Ali, havia um Círculo desenhado no piso, com inscrições em grego. Ao redor dele, vários monges. No centro desse Círculo, estava um tipo de altar em forma de “X”, com uma bela mulher, completamente nua, deitada, os braços e pernas abertos, presos por pulseiras de metal, acompanhando a forma do altar.
Um Adepto se aproximou dela e começou a recitar palavras em grego antigo ( segundo Kyriacos me informou). A seguir, fez alguns gestos ritualísticos e apontou em minha direção!
Não entendi direito o que era aquilo, assim o dono do Hotel me disse:
- Você deve se aproximar do altar.
Fiz o que ele disse. Kyriacos me acompanhou.
- Agora, tire suas roupas.
Hesitei por um segundo, mas agi conforme solicitado. Não havia como ser diferente.
- Você deverá fazê-la atingir o orgasmo. Disso dependerá sua aceitação na Ordem ou não.
Agora é que ele me dizia isso! Eu poderia ter me preparado psicologicamente antes. Além disso, o orgasmo depende muito mais do estado de espírito da mulher, e essa moça estava presa ao altar.
Os monges murmuraram um tipo de cântico antigo. Eu já tinha feito sexo em público antes, em surubas. E assim, com uma plateia grande, seria um desafio. Mas fui em frente.
Iniciei por acariciar lentamente a jovem nua. Passei as mãos de leve pelo seu rosto, acariciei seus lábios, e fui descendo devagar pelo pescoço, os ombros, os seios, onde me demorei um pouco mais, apertando de leve seus mamilos, que ficaram durinhos, depois os braços e as mãos, retornando para o peito, depois o umbigo, o ventre, as coxas, pernas e pés. Massageei de leve cada dedinho, depois retornei à região genital, e passei a manipular o clitóris dela. Ela estremeceu de leve e suspirou, estava demonstrando sua excitação. Uma música suave, de cítara, tocava ao fundo. Mantive o ritmo dos dedos, ela gemia e suspirava mais intensamente.
CONTINUA