[...]
Me enchi de coragem novamente e bati na porta: nada! Insisti outra vez e nada novamente. Já tinha fechado o punho e ia socar a porta quando ela se abriu. Mark esfregava os olhos, parecendo acordar, e, ao me ver, deixei o sobretudo escorregar por meu corpo até o chão, fazendo-o arregalar os olhos de vez.
Mark paralisou, travou, me encarando, embasbacado. Eu o olhava e ele me comia com os olhos, o que já era um ótimo sinal. Sorri satisfeita pelo efeito que causei e agradeci a Bia por ter me convencido a aprontar mais aquela. Depois de um tempinho, sua inércia já começava a me incomodar e eu precisei tomar uma iniciativa:
- Oi. Foi daqui que pediram um tratamento VIP? - Dei meu melhor sorriso de safada para ele.
Ele me olhou nos olhos e antes que pudesse dizer qualquer coisa, ouvi, aliás, ouvimos alguns assobios perto de mim. Olhamos praticamente ao mesmo tempo para o lado e alguns daqueles peões estavam me encarando com a mesma fome que eu encaro um pedaço de picanha num dia de churrasco. Agora quem havia paralisado era eu. Não sabia o que fazer e aquela excitação do primeiro contato, começou a se transformar em um constrangimento sem igual. Vi quando um deles pegou um celular, na intenção de tirar uma foto, mas o Mark foi mais rápido e me puxou pela parte superior do espartilho para dentro do quarto, não sem antes me desnudar os seios. Depois voltou, os encarou com sangue nos olhos e pegou meu sobretudo, fechando a porta atrás de si.
Não queria que nada atrapalhasse meu momento e me sentei na beirada da cama, cruzando as pernas de maneira sensual. Voltei a encará-lo firme e decidida a dar-lhe a melhor transa que já teve na vida. Me lembrei na hora do conselho da Bia: “Faz o que ele quiser fazer, deixa ele te foder com o pé, gozar na tua orelha, faz ele comer na tua mão”. Bem, eu esperava tê-lo nas minhas mãos antes dele querer enfiar o pé na minha boceta, aliás, nem sei de onde a Bia tirou essa, mas lembrando disso comecei a sorrir mais espontaneamente ainda.
Bem, não foi tão fácil quanto imaginei. Num dia comum, com a gente de bem, ele já teria me abatido na cama ou no chão. Entretanto, ali, ele só me encarava e eu não via excitação em seus olhos, só decepção. Só não fiquei mais constrangida porque o espartilho me escondia os seios e as pernas, cruzadas, todo o resto. Ainda assim fiquei com vergonha, vergonha do meu marido e vergonha de mim mesma por tê-lo magoado tanto. Meu sorriso apagou, nublado pela tristeza daquele homem a quem havia jurado fazer feliz. Se houvesse um buraco no chão, eu teria entrado. Ele me olhava e eu a ele, e nenhum dos dois tinha iniciativa para nada. Aquele fogo que a gente sempre teve, estava apagado:
- Mor, eu… eu… - Tentei iniciar uma conversa, mas as palavras não vinham.
Ele se virou pegou uma cadeira e a colocou de frente para mim, se sentando. Uma conversa seria melhor que nada, mas ele também não falava. Ao invés disso, olhou para baixo e não era para minhas pernas. Ele preferia olhar o vazio que a mim e isso me doeu a alma. Eu tinha quebrado alguma coisa nele e não sabia como consertá-lo agora. Alguém bateu na porta e ele se levantou para atender, sem sequer me dar uma olhadela. Voltou para pegar sua carteira e foi-se novamente, voltando pouco depois com uma pizza que havia encomendado. Colocou sobre uma mesinha e disse:
- Vem comer.
Eram as primeiras palavras que ele me dirigia e eu não me senti à vontade. Agora eu estava travada. Ele vendo meu constrangimento, pegou meu sobretudo, colocando-o sobre meus ombros e me pegou pela mão levando-me consigo até a mesinha:
- Senta, come comigo e a gente vai conversando. - Falou.
- Você tá muito bravo comigo, né? - Perguntei, dando sequência a uma conversa que poderia ser definitiva.
- Acho que não estou bravo com você. Estou decepcionado comigo mesmo. Só isso...
- Porque decepcionado com você? Não entendi! Fui eu que exagerei, eu que criei uma tempestade num copo d’água. - Disse enquanto ele me servia uma fatia de uma bonita e cheirosa pizza de frango com catupiry.
- Olha só, Nanda, se você tivesse me xingado só de viado, filho da puta, desgraçado, eu até não estaria bravo, porque sei que foi no calor do momento, mas você me chamou novamente de machista, dominador, obsessivo, traidor. - Deu uma suspirada: - Quando foi que eu te desrespeitei como mulher sendo machista? Quando que eu te dominei ou te sufoquei? Nunca tirei tua liberdade que eu saiba. E, traidor, descontando essa vez da Denise, que não fiz por mal, eu também não me lembro de nada. Quando eu fiz isso tudo?
Havia dado uma única mordida naquele pedaço de pizza, instigada pelo aroma tentador e ele caiu como um tijolo dentro de mim. Eu havia exagerado, sabia disso, mas, no calor da discussão, nunca imaginei que ele iria se ofender tanto assim. Eu tinha que consertar isso e ainda não sabia como, mas já tinha entendido que uma noite de sexo, por mais caprichada que fosse, não seria suficiente. Decidi comer pelas beiradas e tentar ganhar tempo até ter alguma ideia:
- Mor, me desculpa. Eu sou assim! Explodo fácil, mas não faço por mal. Eu exagerei e faço qualquer coisa para você me desculpar. Juro que não disse isso por mal, ou para te ofender. Me desculpa. - Disse e estava sendo sincera.
- Uma coisa que aprendi com o tempo é que o álcool e a raiva fazem as pessoas confessarem coisas que tem guardadas dentro de si. Se você me jogou na cara tudo isso no meio de uma discussão, é porque você acredita nisso. - Abriu uma lata de cerveja, me servindo um pouco e tomou um gole: - Eu só não sei quando eu fiz isso para você. Não sei mesmo.
- Você não fez. Eu só estava brava e falei sem querer, só isso.
- Sem querer não foi! Já é a segunda vez que você me jogou isso na cara…
Por mais apetitosa e cheirosa que estivesse aquela pizza, ele não provou sequer um pedacinho e entendi que a minha presença ali estava sendo indigesta para ele. Me levantei para vestir corretamente o sobretudo e tentei me fazer de vítima da situação:
- Acho que foi um erro eu ter vindo aqui. - Falei, sem o encarar.
- Talvez precipitado, errado não.
- Eu só pensei que a gente pudesse se perdoar mais uma vez…
- Fazendo sexo, Nanda!? Não sou um moleque que sente o cheiro de uma boceta e já fica com o pau duro esquecendo tudo o que aconteceu. Tá, até sou, mas se a gente estivesse de bem. - Vi que ele se virou para mim agora e falou com a voz meio embargada: - Por mais que eu tenha errado e, já te pedi desculpas, o que você me jogou na cara me ofendeu, sim. Agora se eu fui machista, obsessivo, dominador e sei lá mais o que você me disse, eu te peço desculpas novamente, mas eu quero saber quando e como para não repetir. Esse é um direito meu, não repetir novamente!
Eu tinha quebrado meu homem e me senti um lixo por isso. Ele que sempre fora uma fortaleza, uma pedra, uma rocha, que já tinha enfrentado leões e lobos na vida e ficara de pé, estava acabado por ter me enfrentado. Aliás, não me enfrentou, soube ser um homem de verdade e evitou a discussão, preferindo engolir, se afogar com minhas palavras a me ofender naquele momento.
Não sabia o que fazer. Me ajoelhei na frente dele e o encarei só para me sentir ainda pior ao vê-lo com os olhos marejados. Ainda assim engoli o choro e falei o que sentia de verdade no meu coração:
- Você é o melhor homem que já conheci na minha vida! O melhor. - Segurei seu rosto porque ele tentava desviá-lo: - Eu sou cabeça dura e falo sem pensar, às vezes. Até com mais frequência do que eu queria. Fui criada assim e é do meu gênio.
Ele tentou se afastar de minhas mãos, mas eu o segurei forte. Eu ia falar agora tudo o que sentia, se com palavras eu o feri, com palavras eu tentaria curá-lo:
- Você é um ótimo pai! Nossas filhas te amam de paixão. Acho que até mais você que eu. - Pela primeira vez ele me encarava com um certo brilho no olhar e eu decidi continuar: - Você é um ótimo marido! Nunca me deixou faltar nada: amor, carinho, casa, comida, tudo…
- Tá. Imagina se eu fosse ruim então… - Me interrompeu e tentou novamente escapar, mas eu o segurei forte.
- Você é um ótimo homem! Nunca foi machista comigo: falei aquilo para te ofender, num momento de raiva e eu te peço desculpas por isso. Nunca foi dominador ou obsessivo, a não ser na cama, mas aí eu adoro. - Ele sorriu e isso me trouxe esperanças: - E nunca me traiu: o que aconteceu hoje de manhã foi só uma continuação da noite anterior. Eu só não entendi naquele momento.
Ele forçou a cabeça para a direita, tentando escapar de minhas mãos, mas eu o segurei forte outra vez. Eu queria falar e ele iria ouvir tudo:
- Nanda, a pizza está esfriando. - Ele falou.
- Foda-se a pizza! Olha pra mim. - Puxei seu rosto novamente: - Eu te amo! Se você acha que errou, eu já perdoei, mas eu errei muito mais ao te ofender e eu estou te pedindo perdão, de coração e de joelhos, e já está doendo: por favor, me desculpa mais essa vez?
- Tá bom, Nanda. Tá bom. - Disse: - Mas vamos comer, porque eu ainda estou com fome.
- Mesmo? - Insisti.
Ele acenou positivamente com a cabeça e eu me levantei, beijando sua boca. Ele não recusou, mas o beijo não foi, nem de longe, um dos melhores: só bonzinho. Ele até poderia estar disposto a me perdoar, mas ainda não estava curado e eu entendi que ainda teria que fazer muita coisa para consertar aquela discussão besta. Lembrei-me de ter lido uma vez que os capricornianos são extremamente reservados, difíceis, fechados, só se abrem com o tempo e depois de adquirir muita confiança no parceiro. Ele já havia se aberto, se entregado para mim, me confessado suas mais inconfessáveis fantasias, mas agora eu tinha medo que ele se fechasse, não se abrisse mais comigo e eu não pudesse alcançá-lo mais. Me sentei a sua frente e começamos a comer a pizza, agora os dois e com vontade. Decidi ir aos poucos com ele, mas logo minha língua grande tentou me derrubar novamente:
- Você me desculpou mesmo? - Perguntei.
- Sim. Deixa isso pra lá.
- Ou está ficando comigo só pelas meninas? Se for isso, não sei se vale a pena…
Ele me encarou novamente triste e vi que tinha feito cagada de novo. Pulei no colo dele e o abracei, beijando sua carequinha:
- Desculpa. Desculpa! Não escuta o que falei. Eu sei que foi por mim, pela gente. Esquece isso, por favor. - Pedi, com medo de perder a chance que havia acabado de conquistar.
Já estava imaginando ele me jogar pela sacada como a Bia havia comentado, mas, ao contrário, ele me abraçou forte, gostoso, protetor. Pela primeira vez, acreditei ter mesmo chance de ganhar seu perdão. Como gostei daquele abraço:
- Porque você casou comigo? Você poderia ter arrumado uma mulher menos complicada. - Falei.
Ele começou a cantarolar uma conhecida música nacional:
“E quem um dia irá dizer que existe razão
nas coisas feitas pelo coração
E quem irá dizer que não existe razão”
- Não tem um porquê. Você é do jeito que é, eu sou do jeito que sou e, sei lá: a gente combina assim. Só que já passou da hora de você aprender a dominar sua língua, porque quando você fica brava… - Disse, sem completar o óbvio.
- Acho que vou fazer terapia com o doutor Galeano. O que você acha?
- É uma boa. Aliás, torço para que ele te interne num sanatório e jogue a chave fora. - Falou, brincando e rindo.
Aquele riso me encheu a alma de paz. Pela primeira vez, ele voltava a brincar comigo e eu adorei. Fiz questão de beijá-lo com vontade: ele até poderia não me querer tanto, mas eu o queria demais. Ainda assim o beijo não progrediu para o “algo mais” que eu desejava. Me resignei, por enquanto. Agora, acomodada em seu colo, peguei um pedaço de pizza, com a mão e comecei a comer, tratando dele também. Eu iria tratar do meu Mark, do meu “Mor”, na boquinha se necessário, até ele se recuperar:
- Come neném: você precisa ficar fortinho, senão mamãe fica triste. - Falei, enfiando a pizza em sua boca e o fazendo sorrir pelos cantos.
Ali comemos uns bons pedaços e depois nos deitamos na cama para descansar. Já não conversávamos, mas pelo menos estávamos juntos, tranquilos, nos braços um do outro e isso já era bom demais:
- Mark? - Chamei sua atenção, quebrando aquele silêncio.
- Oi.
- Você não quer fazer amor comigo, né?
- Talvez depois. Tô cheio agora.
- Cheio de mim?
- Cheio de pizza.
- Só isso?
- Só.
Breve silêncio e voltei a insistir:
- Mark?
- Oi, Nanda.
- Você viu que eu me produzi para você?
- Sim. Eu e uma galera lá fora.
- Sexo de reconciliação. Ideia da Bia.
- Pois é… Talvez, daqui a pouco.
- Credo…
- Credo, o quê, Nanda!?
- A Bia falou que em sexo de reconciliação eu tenho que fazer tudo o que você quiser. Não quer aproveitar?
- Tudo!? - Ele perguntou, meio surpreso.
- É. Tudo…
- Você quer entregar teu corpo, deixar eu fazer o que eu quiser, sexo nu e cru, só para eu te perdoar, Nanda. É isso? Sem limite, sem nada? Eu mando e você faz?
- É. Hoje eu deixo.
Ele ficou em silêncio e eu notei que estava pensando a respeito. Passei a mão sobre seu pau e ele ainda não havia se animado, mas eu conhecia a expressão de seu rosto. Ele olhava o teto, perdido em pensamentos pecaminosos, porque deu um sorrisinho que eu conhecia bem:
- Mark?
- Oi, Nanda.
- Tudo, não significa tudo. Cê sabe, né?
- Se não sabe brincar, não devia descer pro “play”...
- É que, às vezes, você me assusta…
- Eu já fiz alguma coisa que você não tenha gostado?
- Não. Não é isso, mas sua imaginação… É complicado!
- Porque?
- Por nada. Por nada… - Preferi confiar: - Confio em você. Pode mandar que eu faço.
- Tá bom… Então, tá bom! Você lembra do nosso comecinho nesse meio liberal, o que eu queria naquela época?
- Queria ser meu corninho! - Falei sorrindo: - Cê quer um chifrinho? Pensei que você quisesse me foder, talvez me dar uns tapas… Sabe como é, né!? Punir uma menina má!... - Disse e caprichei no meu melhor sorriso de “Bia, a puta” para ele.
- Verdade! Meninas más precisam aprender lições para a vida toda. - Ele disse e eu já me animei: - Mas você foi tão má hoje que eu sozinho não vou conseguir te corrigir.
Ele me tirou de cima dele. Se levantou, ficando no meio do quarto, como que pensando numa punição. Então foi até a porta e a abriu, falando na sequência:
- Está tendo alguma coisa do rodeio, algum evento, sei lá. Só sei que o saguão estava cheio de peão. Quero que você vá até lá e escolha cinco caras para te foderem a noite toda. Fica à vontade para escolher. - Disse me encarando: - Essa é minha condição para te perdoar hoje.
- Você está louco!? Nunca eu faria isso! Se você acha que pode me tratar como uma puta, está muito enganado. Prefiro me separar de você!
- Tudo bem, então. - Fechou a porta e voltou a deitar na cama.
Voltei a deitar sobre o peito dele:
- Você é louco! - Falei.
- Sou! Louco, machista, dominador, obsessivo e traidor. Tudo misturado. - Respondeu sério.
- Ah, Mark, para! - O encarei e ele me encarou de volta, sério: - Você está brincando, né!?
- Claro que é brincadeira. - Disse sem me convencer: - Deita aí e dorme. Amanhã a gente vai pra casa.
Depois de um tempinho deitado em seu peito em silêncio, me levantei e o encarei novamente:
- É sério mesmo?
- Pensei que me conhecesse, Nanda!
Ele estava falando sério. Pelo menos, eu achava. Cabia a mim decidir se iria aceitar ou não, uma vez que ele nunca me obrigou a nada. Ele sempre dizia que sexo devia ser consensual, por acordo entre as duas partes, senão seria estupro. Só que no caso não haveria duas pessoas, mas uma galera. Por mais safada que eu fosse, aquilo extrapolava tudo o que eu poderia imaginar. Olhei para ele que me disse para esquecer e dormir:
- Já é tarde. Não deve ter ninguém no saguão. - Falei, tentando fazê-lo reconsiderar.
- Então, vamos dormir.
- Estamos na nossa cidade. Pode virar um escândalo.
- Eles são de fora. Só não podemos deixá-los tirar foto.
- Mor, isso é loucura…
- Então, esquece!
Me levantei da cama e ele começou a alisar o pau por cima da calça. Fui até a porta e ele continuava lá. Abri a porta e vi que não havia ninguém no corredor. Saí do quarto, fechei a porta e fiquei do lado de fora pensando “Ele só pode estar brincando!”. Esperei um minuto e nada. Comecei a andar pelo corredor, julgando que meu casamento estivesse no fim, porque aquilo não era sexo, não por prazer. “É. Acabou!”, lamentei.
[...]
Quando aquela filha da mãe saiu porta afora, meu coração quase saltou pela boca, porque eu não acreditava que ela havia me levado a sério. Fui até a porta e não ouvi som algum de seus saltos batendo contra o piso frio. “Certamente está esperando em abrir a porta.”, pensei, o que foi confirmado por um resmungo típico dela quando está chateada, quase brava. Ri para mim mesmo, mas achei ser justo que ela sofresse um pouquinho. De repente, ouvi seus passos e eles se afastavam. “Ah, ela não vai fazer isso. Não com a gente brigado.”, pensei, abri a porta e já saí correndo em sua direção:
- Sua filha da puta! Pensei que tivesse ido mesmo. - Falei.
Ela me encarou feliz, satisfeita com minha preocupação e falou zombeteira:
- Mas eu estou indo. Volta pro quarto e me espera que hoje você vai ser o rei dos cornos da nossa cidade.
A virei bem de frente para mim e a prensei na parede, dando um longo, e ainda não sabia se merecido, beijo. Ela deve ter gostado porque me agarrou forte e se entregou aquele momento. Quando paramos, vi que ela buscava o ar que parecia lhe faltar. Então decidi ousar um pouco e desabotoei seu sobretudo, ali mesmo no corredor, retirando-o e a deixando nua da cintura para baixo novamente. Agora já nos encarávamos como deveria ser e sorríamos um para o outro já sabendo o que viria a seguir:
- Volta pro quarto, sua safada. Quer dar? Então, vou resolver seu problema. - Falei.
Ela se virou e começou a caminhar sensualmente em direção ao quarto, pois sabia que eu adorava ver sua bunda empinada pelo salto alto. No meio do caminho, lhe dei um gostoso tapa na bunda que a marcou de leve no ato. Ela se fez de forte e não reclamou:
- Só isso, seu frouxo!? Se quer me punir, bate como um homem. - Me encarou por sobre o ombro: - Ou talvez seja realmente melhor eu buscar uns peões lá embaixo para me foderem…
Disse e voltou a caminhar. Agora lhe dei um tapa ainda mais forte, sonoro e que a marcou bonito. Dessa vez, ela gemeu e levou a mão imediatamente sobre o local, mas ainda se fazendo de forte, passou a mão pelo local como se estivesse limpando uma sujeirinha e continuou caminhando até o quarto. Entramos e tranquei a porta, jogando seu sobretudo sobre uma cadeira.
Ela se sentou sensualmente sobre a cama e cruzou a perna de uma forma que eu pudesse ver suas reais intenções naquela noite. Eu me recostei na porta e fiquei analisando se valeria a pena continuar ou se deveria ainda lhe dar uma “gelada” nela, porque sempre que eu a encarava, involuntariamente, me vinha a imagem dela vomitando todas aquelas ofensas contra mim. O incômodo devia estar marcado na minha testa, porque seu semblante de sensual passou para preocupado em milésimos e em centésimos de segundos ela já estava a minha frente:
- Olha pra mim, Mark. Mor, olha pra mim! - Me pediu, segurando meu rosto: - Eu errei, exagerei e te ofendi sem qualquer justificativa. Me perdoa. Estou vendo que você não está à vontade. Se não quiser transar está tudo bem, só de estar com você já estou satisfeita, mas não fica assim, por favor.
Eu a abracei sem a menor intenção de transar, porque realmente eu não estava a fim, mas o contato com seu corpo e aquele perfume gostoso aliado ao cheirinho de fêmea no cio começaram a impregnar minhas narinas. Homem, bicho filho da puta que sou, me vi com o pau endurecendo sem querer e cutucando sua parte baixa. Ela, ao sentir o “cutucão”, me olhou em dúvida, mas logo com um sorriso sapeca no rosto, perguntou:
- Você quer ou não quer?
- Perfume bom esse que você está usando. - Respondi.
Ela entendeu uma deixa e, mais que depressa, praticamente começou a esfregar seu pescoço em mim e aí me rendi. Comecei a beijar suavemente seu pescoço e ela se arrepiou imediatamente ao contato com minha boca. Eu ainda queria mais e procurei os seus lábios. Nosso beijo veio quente, forte, profundo e nos lembrou como somos quando estamos bem um com o outro. A temperatura foi aumentando e, quando dei por mim, já estava sem calça. Até hoje pergunto como ela fez aquilo e ela não me responde, mas enfim…
A coisa engrenou, a temperatura esquentou e eu a joguei sobre a cama, me lançando sobre sua boceta com uma raiva incontida ou tesão descontrolado, chamem como quiser. Cai de boca, nariz e alma naquela xana em chama! Lambi, chupei, mordi, brinquei, dedei, alternando tudo o que já tinha feito até hoje na minha vida e, por fim, ela gritou, tremendo, num gozo fenomenal. “Para o inferno estarmos num hotel. Hoje, eu vou me esbaldar.”, pensei e voltei à carga. Ela começou a requebrar novamente na minha boca, mas não deixou eu continuar, me puxando pelas orelhas, porque cabelo eu já não tinha há muito tempo:
- Eu vou te chupar! - Me falou com os dentes à mostra.
- Não vou sair daqui. Esse teu cheiro tá me deixando louco… - Insisti e consegui morder levemente seu clítoris.
- Uhhhhh, caralho! Para, para, para. Tempooooouuuuii!! - Ela gritou e eu a encarei: - Deita na cama que eu deixo você continuar e eu te chupo também.
Concordei e me deitei. Ela se encaixou e esfregou sua boceta no meu rosto inteiro. Acho que ela curtiu esse negócio se sentar na minha cara. Como eu continuava à toda, ela se abaixou e passou a chupar meu pau, num “69” caprichado. Aquele cuzinho rosado começou a piscar para mim e pensei “Ah, caramba! Hoje eu te pego, safado!”. Tentei alcançá-lo com a língua, mas não consegui. Me estiquei ao máximo e nada de alcançá-lo. Ela notou e matou minha vontade se colocando numa posição abaixo de meu queixo e eu me esbaldei: enfiei a língua sem dó naquele buraquinho tentador:
- Ai, Mark. Para que assim eu não vou aguentar. Uiiiiii! - Me pediu, choramingando.
Claro que não parei: lambi com a ponta e com o meio da língua, massageando bem toda a área, alternando com beijos. Ela começou a tremer, mas não era de gozo e sim de aflição porque não queria gozar ainda. A safada praticamente fugiu de mim e eu a olhei inconformado, porque estava curtindo para valer:
- Calma, “Mor”, você não pode acabar comigo assim de uma vez, senão eu não aguento. Devagar! Agora deita e relaxa. - Disse e voltou a me chupar, agora me encarando de frente.
Me lembrei da Denise na hora, porque ela, não sei se movida pelo instinto de competição ou ciúme puro e simples, começou a fazer uma garganta profunda no mesmo estilo daquela loira. Ainda não tinha a mesma desenvoltura, mas com o tempo e alguma prática, poderia ficar tão boa quanto:
- Nanda, para. Devagar. Homem é tiro único. Se eu gozar acaba. - Pedi.
- É!? - Disse e deu uma lambida de cima a baixo, engolindo uma de minhas bolas para brincar com a língua, enquanto me olhava de forma sapeca.
- Para, caralho! - Disse e bati a mão na cama, porque já não estava aguentando.
Como boa aluna, ela pressionou forte a base do meu pênis, cortando meu tesão quase que na hora, lembrança das lições dada pela Laura. Meu pau deu até uma bambeada que me preocupou, mas não por muito tempo, pois ela o recuperou rapidamente com a língua. Então, me encarando e mordendo o canto do lábio inferior, subiu em mim, esfregando sua boceta pela minha perna e coxa até a altura de meu pau. Passou então a se esfregar nele como se o estivesse masturbando. Fui para cima dela, tentando pegá-la para mudarmos de posição e ela começou a lutar para permanecer onde estava, chegando até a dar tapinhas nas minhas mãos para eu parar:
- Eu vou fazer o que eu quero ou você vai comandar? - Perguntei, sem entender.
- Eu quero fazer isso. - Respondeu se escorregando para cima do meu umbigo, voltando um pouco para trás e pegando meu pau para encaixá-lo no seu cu.
- Nanda…
- Deixa. Eu quero. - Disse e forçou mais ainda, mordendo o lábio, guiando-o com a mão até encaixar sua cabeça em seu buraquinho: - Hoje, você vai foder o meu cu quantas vezes você aguentar.
Quase gozei só com esse comentário. Respirei fundo e me acalmei o suficiente só para vê-la sentar até o talo, enterrando-o todo dentro de si. Se doeu, ela disfarçou bem. Aliás, ela me encarou com a típica cara de mulher safada e deu uma rebolada que quase me quebrou a bacia. Então, começou a soltar as fitas que prendiam suas meias-calças ao espartilho, bem lentamente e esse lentamente parecia uma eternidade: ela sabia que estava me torturando e gostou de fazer aquilo. Por fim, desabotoou seu espartilho e o deixou cair ao chão. Se deitou sobre mim e agora estávamos pele com pele, e a dela estava fervendo. Me beijou sensualmente mais uma vez e depois se levantou, ficando sentada com meu pau dentro e assim começou a se movimentar para frente e para trás, cima e baixo, rebolando para os lados. Ela estava me matando.
Quando dei sinais de que iria gozar, ela novamente desceu e apertou a base do meu pau. Diminuiu, mas não cortou minha excitação. Ficou sentada na cama, respirando e talvez imaginando qual outra maldade poderia fazer comigo. Só que, dessa vez, fui mais rápido e rolei para fora da cama e me levantei rápido, partindo para cima dela, a pegando pelo braço e a jogando sobre a cama:
- Mark, calma. Amor, calma! - Me pediu.
- Você podia ter aproveitado um pouco antes na boceta, caramba! Agora não dá pra revezar. - Falei, contrariado, porque ela mesma não gostava de fazer atrás para depois ir na frente para evitar o risco de infecções.
- É só lavar. - Contestou, mas já teve outra ideia: - Ou só continuar no mesmo buraco.
- Safada, filha da puta!
Rolei a Nanda na cama, deixando-a com a bunda para cima e a levantei, fazendo com que ficasse de quatro. Por fim, a arrumei na beirada da cama de modo que sua bunda ficasse na altura de minha púbis. Sem cerimônia e aproveitando que ela já havia começado, a penetrei firme, forte e fundo no cu novamente:
- Aaaaaaaai, caralho! Devagar, “Mor”. Só um pouco. Espera, só um pouco. - Me pediu.
Aquela bunda me tentou. Quando vi as marcas dos tapas que eu havia dado, a razão foi embora e lhe dei outro tapão que ecoou bonito pelo quarto:
- Ai, Mark! Para! - Me pediu, quase choramingando.
- Tá bom. Não são todas que me aguentam mesmo… - Lancei uma indireta e ela pegou no ar, tentando jogar o corpo para a frente para escapar de mim.
Não deixei! Segurei firme em sua cintura e comecei a bombar na bunda dela, sem dó. Ela se acendeu como um rastilho de pólvora e começou a contra bombar meu pau com seu cu:
- Vai, Nanda. Mostra que você é melhor que a Denise. Tá achando que não notei o que está fazendo hoje? Capricha sua safada, mostra que eu fiz a escolha certa! - Falei.
Pra que fui falar isso!? A mulher enlouqueceu. Começou a jogar a bunda com uma vontade louca em mim e quando não fazia isso, rebolava de uma forma que eu nunca tinha visto antes:
- Bate, então, filho da puta. Bate! Mostra quem é que manda em mim. Me domina. Vai, seu frouxo! - Disse e ela própria deu um tapa na bunda: - Mostra que é meu macho ou depois não reclama se eu arrumar outro para fazer isso!
Dei-lhe um tapa que depois até fiquei com medo de tê-la machucado, porque ela parou por um momento com a mão em cima do local e afundou a cara no colchão. Eu parei e falei, preocupado:
- Desculpa, Nanda. Exagerei, né?
Pouco depois ela se levantou, arrebitou ainda mais a bunda e disse:
- Exagerou mesmo! Agora dá do outro lado, se eu tiver que mancar que seja das duas pernas. - Disse e voltou a bombar meu pau com a bunda, dando em si própria um tapão do outro lado quase tão forte quanto o meu e até mesmo uns soquinhos com a mão fechada.
Estranhei seu comentário e ri meio nervoso de sua última atitude. Voltamos a foder, só que ela começou a aumentar a velocidade e força dos movimentos de uma forma que fugia totalmente do razoável. Já beirava a violência:
- Você é meu homem. Você é meu homem. Você é meu. Aquela biscate loira não vai te pegar. Não vai. - Dizia e bombava meu pau com mais raiva ainda: - Eu não vou errar mais com você. Eu não vou.
Voltou a se estapear na bunda, coxa e até uns beliscões nos seios. Sei que alguns tem fetiche pela dor, mas ela nunca havia manifestado isso tão intensamente. Decidi parar com aquilo antes que ela se machucasse ou me machucasse sem querer. Ela não gostou quando eu cortei a transa e veio para cima de mim, cobrando que eu continuasse:
- Me fode! Me arregaça sem dó, me bate. Acaba logo comigo! Eu mereço, Mark. Eu mereço! - Disse quase gritando.
Nessa hora, eu vi que ela estava até que meio transtornada e a abracei. Ela parecia querer se punir e não transar. Me encarou irada, inconformada e me arranhou a cintura e as costas com raiva, mas eu não a soltei. Ela bufava com os dentes à mostra. Aos poucos, ela foi se acalmando ao entender que não conseguiria se soltar. Ainda me olhava com raiva nos olhos, só que agora eu já não sabia se era de mim, da Denise ou dela própria:
- Para! Se acalma. - Pedi.
- Eu mereço uma surra bem dada. - Falou ainda tensa: - E uma trepada também.
- Não. Desse jeito, não. Com a trepada eu concordo, até uns tapas, mas a surra já está passando dos limites. - Ela já ficava um pouco mais tranquila: - Estou falando: assim eu não quero!
Acho que ela se tocou que aquilo já não era mais sexo. Respirou fundo e, já mais calma, nos sentamos na beirada da cama. Eu tentei entender o que tinha acontecido:
- O que foi isso, Nanda? - Perguntei.
- Ah, Mark… Desculpa. Eu só embalei demais, acho…
- Não foi só isso. A gente já se pegou outras vezes com vontade e não foi igual a essa. - Insisti.
- E não estava bom?
- Estava até você começar a praticamente se espancar. Adoro fazer sexo com você, mas você parecia querer outra coisa.
- Que outra coisa?
- Sei lá. Se punir, por exemplo. Parecia que você já não estava transando pelo prazer ou pelo tesão. Teve uma hora que você estava se batendo e me assustou.
- Desculpa. Estraguei tudo de novo, né? Eu sempre estrago tudo. - Começou a choramingar.
- Para e escuta. - Tive que aguardar ela se acalmar para depois continuar: - Eu errei com você e nossas regras. Você estava certa, eu errei! Você me perdoou e te agradeço. Acabou.
- Mas eu também errei. Eu te ofendi. Logo você… - Começou a choramingar novamente.
- Para, Nanda! Ofendeu mesmo, mas já pediu desculpas e eu vou te perdoar, só me dá um tempo. Aliás, acho que já perdoei ou a gente não estaria aqui quase quebrando a cama. - Falei tentando me convencer e ela me olhou, sorrindo: - Não faz isso com você. Sexo, eu topo, mas te espancar, eu não vou, nem vou deixar você fazer isso.
- Você não gozou ainda. - Falou apontando para o meu já combalido pau.
- E você acha que eu iria gozar gostoso do jeito que estávamos fazendo?
- Desculpa.
- Esquece. Eu vou arrumar minhas coisas e a gente vai pra casa. - Falei.
Ela sorriu, feliz. Pelo menos, tinha conseguido me convencer a voltar e isso sem nem pedir ainda. Me ajudou a organizar a mala, pegamos a pizza e fui fechar a conta com a Regina que nem me cobrou a estadia, sorrindo aparentemente feliz por nos ver novamente juntos. Na saída, ouvimos alguém falar “Ei, rainha!” e seguimos. Pouco depois, ouvimos novamente:
- Ei, rainha do rodeio!
Ouvimos novamente e nos voltamos em direção àquela voz. Não muito longe, vimos um grupo de homens conversando e depois um deles se destacou, vindo em nossa direção. Era o Cadú, o carinha da banda country que teve a chance de brincar com a Nanda logo no começo de nossa vida liberal:
- E aí, casal!? Lembram de mim? - Nos perguntou.
- Cadú!!! - Disse Nanda, surpresa: - O que você está fazendo aqui?
- Vai ter um trem preparatório do rodeio. Você não tá sabendo? - Falou para ela, praticamente me ignorando, e notei que ele estava meio alterado, aparentemente pelo consumo do álcool.
- Sabendo, eu até estava, só não me lembrava. - Eu respondi, tentando chamar sua atenção, mas ele só me deu uma olhada rápida e voltou para a Nanda.
- E aí, “vamo”? Vai ser legal. Só uma galerinha selecionada e depois vai ter um churrasquinho que vai varar a noite. - Propôs.
Olhei para Nanda e, ela ficou surpresa com o convite, mas já tinha sacado as intenções dele e a forma como ele tentava me colocar de escanteio. Então, ela própria acabou com as esperanças dele:
- Lamento, Cadú, mas hoje não vai dar. Estamos indo para casa.
- Vocês ainda estão chateados comigo por aquela vez, não é? - Perguntou.
- Relaxa, Cadú. Eu nem lembrava de você, muito menos daquilo. São águas passadas. - Ela falou.
- Credo, rainha. “Nem lembrava de você”, foi foda! Logo eu que pensei que tivesse conquistado sua amizade no camarim e depois no carro…
- Que história é essa? - Perguntei, simulando não saber do que havia acontecido.
- O que é isso, Cadú? Me respeita.
- Desculpa, rainha, mas lembro que vocês disseram que eram liberais. Então, com certeza, você já contou tudo para ele, não é?
- Já tô sabendo de tudo, cara. Do beijo no camarim e do esfrega no estacionamento. Eu acho que você está bêbado e já está falando bobagem. Então, melhor você ficar na sua ou a gente vai acabar se estranhando. - Falei.
- Beijo no camarim e estacionamento. - Falou se surpreendendo, dando uma risada sarcástica e uma piscadinha para a Nanda: - Só isso, né? Então, tá…
Não gostei da forma como ele falou e se dirigiu a ela, mas vi que ela ficou constrangida e apertou com força, querendo ou não, minha mão. Como eu ainda estava com uma ferida meio aberta pelas ofensas dela comigo, resolvi perguntar:
- Que história é essa, Nanda?
- Não é nada, não. Vamos embora, Mor, por favor. - Me pediu, já me puxando a mão.
Não arredei o pé do lugar e ela começou a ficar nervosa, sinal de que alguma coisa não estava bem explicada. Mudei de alvo:
- Explica essa história direito, Cadú. Abre o jogo. - Falei.
- Não. Não tem nada para contar. - Nanda falou.
- Se ela falou, tá falado, cara. - Ele retrucou.
Tentei soltar sua mão, mas ela me segurou forte e começou a resmungar:
- Por favor, vamos embora. - Me pediu.
Acabei me curvando a sua sugestão e fomos até o carro, acomodar minhas tralhas. Cadú se despediu com um meneio em seu chapéu e um sorriso no rosto, voltando ao grupo de amigos. Voltamos para casa e Nanda tentava se mostrar feliz. Tagarelava assuntos, brincadeiras, mas eu não correspondia no mesmo tom. Estranhei a conversa do Cadú e a reação dela. Chegamos, carregando as coisas para dentro e vi dois sacos pretos com minhas roupas:
- O que é isso aqui, Nanda? - Perguntei, assustado.
- Desculpa! Fiz isso quando estava brava, mas amanhã de manhãzinha já guardo tudo no lugar. Fica tranquilo. Esquece que viu isso, por favor.
Fui tomar um banho, na esperança de que as águas mornas acalmassem meus nervos. Vi que ela entrou logo em seguida junto de mim. Nem vi a hora que ela se desmontou da produção, mas ela não queria perder tempo e veio me tentar novamente, já me abraçando e beijando os ombros. Entretanto, eu ainda estranhava a conversinha mole do Cadú e precisava de explicações:
- Fala, Nanda. - Pedi.
- Falar o quê?
- O Cadú deu uma baita indireta e eu vi que você balançou…
- Ele só quis me encher. Não tem nada para falar.
- Eu estou vendo que você está incomodada. - Disse, já me soltando de seus braços e pegando uma toalha: - Você está me escondendo alguma coisa.
- Mark… Mark, para! Não aconteceu nada.
- Então, beleza! Se você está com a consciência tranquila, é o que importa. Desculpa por duvidar de você. - Saí do boxe, me sequei e fui para o quarto.
Nem cinco minutos depois, ela veio ao meu encontro e, pelo seu semblante, eu vi que aquela história tinha algum fundamento de verdade. Ela veio me encarando, mas como a encarei de volta, curioso por uma explicação, ela baixou os olhos. Não aguentei e cobrei:
- Nanda, não quero mentiras entre a gente. É a última vez que vou te perguntar. - Insisti.
- Não tem nada mesmo. Poxa… - Se deitou na cama, de costas para mim e apagou as luzes do quarto.