Desde o admirável encontro com a enfermeira que só tinha um braço (ver o conto “A primeira memória”) fiquei com aquele coto gravado na cabeça e a partir dessa altura, a descoberta de uma mulher amputada desperta uma curiosidade irresistível à qual se foram juntando, ao longo do tempo, outras emoções muito mais complexas… Desde há muito que cada vez que contemplo uma amputada tenho invariavelmente que dissimular a ereção.
A maior parte das vezes os cotos que tornam essas mulheres extraordinárias não estão visíveis, mas as suas formas, os seus tamanhos e a beleza única de cada um, são denunciados pelas roupas que não os ocultam completamente, ou por pequenos movimentos que executam quase sempre involuntariamente. É tao impactante para mim imaginar o que se esconde por detrás daquelas saias, daquelas mangas ou calças vazias, ou daquelas próteses, que consigo recordar-me de todas as amputadas de braço ou de perna com que me deparei. Aqui vai um relato breve e cronologicamente organizado de todos esses “encontros imediatos do terceiro grau” que se sucederam à enfermeira sem braço:
Era muito jovem e um dia em que acompanhava a minha mãe numa ida ao mercado, descobri uma vendedora de flores que só tinha uma perna. Era uma mulher já idosa, provavelmente viúva porque vestia luto carregado. A ajudá-la uma rapariguinha também muito jovem que atendia os clientes porque a anciã perneta estava sempre sentada num banco a partir do qual orientava o negócio. Ao seu lado, encostadas à parede, duas muletas de madeira com uma só haste e com o apoio das axilas almofadado com várias camadas de pano; também elas, as muletas, velhas e indiciantes de uma mulher pobre para quem alguém as tinha fabricado caseiramente. Mas o que me despertou a atenção foi o comprimento do coto que se adivinhava por baixo das vestes pretas - a perna tinha sido amputada a meio da coxa, talvez há pouco tempo porque o volume da porção residual de coxa era igual ao da outra coxa. A velha ia falando com a rapariguinha ou com as clientes com as mãos apoiadas, uma na perna, outra no coto. De vez em quando afagava-lhe a extremidade, coçava-o, como se quisesse indagar se aquela perna não estaria a crescer de novo. Um dia vi-a em pé e debaixo da saia o coto movia-se numa espécie de espasmos que me deixaram fascinado. A minha mãe estranhou, mas passei a querer acompanhá-la com frequência ao mercado até ao dia em que a família mudou de cidade e deixei de ver aquela senhora que só tinha uma perna.
Quando mudámos de residência passei a frequentar um dos primeiros hipermercados que apareceram no país. Ao longo dos anos “acompanhei” três amputadas de perna nesse hiper. Como já era um jovem autónomo, muitas vezes ia sozinho, o que me permitia gerir o tempo e os percursos para poder deliciar-me nesses encontros com mulheres excecionais. Uma era uma rapariga nova, da minha idade, alta e que quase sempre usava uma prótese dissimulada por uma saia comprida e larga, mas houve uma ocasião em que a vi de muletas canadianas; recordo o ritmo compassado do som metálico das muletas a intercalar com o som cavo do seu pé solitário a bater no pavimento. Devia ter-lhe dito que era muito mais ‘sexy’ de muletas que com a prótese, mas não tive coragem…
Outra, era uma mulher na casa dos cinquenta; só a vi duas vezes, mas com tempo suficiente para a poder apreciar pormenorizadamente a perna vazia das calças dobrada por detrás do coto que teria pouco mais que um palmo. Não era uma mulher deslumbrante, mas qualquer coto é sempre deslumbrante!
A terceira, foi com quem me cruzei mais vezes e foi a que mais me impressionou por vários motivos. Era uma mulher madura e muito extrovertida e descomplexada pois, apesar de ser perneta, metia conversa com várias funcionárias do hipermercado falando muito alto sem se importar com quem a ouvia e via; gracejava e ria sem querer saber do que as pessoas pensavam. O mais espantoso é que esta mulher singular caminhava só com uma muleta do lado esquerdo, que era o da perna em falta, de madeira de uma simples haste, o que já não era nada comum. A graciosidade e desenvoltura com que caminhava fascinava-me, mas nunca consegui perceber se tinha coto, que nesse caso deveria ser muito curto, ou se a amputação era de desarticulação da anca, embora as nádegas estivessem completas. Um dia cruzei-me com ela na rua; estava muito bem trajada, com um casaco vermelho comprido, gola de pele negra, e no seu único pé um sapato de verniz com um salto médio/alto o que me surpreende porque a sua muleta não permitia regulação de altura; estava de mão dada com uma criança – seria filha? A última vez que a vi foi sentada num carro conduzido por um homem. A suposta filha e o suposto companheiro fazem-me conjeturar que tinha uma vida sexual… e se eu gostava de ter também atividade sexual com uma mulher assim, tão extraordinária!
Mais ou menos no mesmo período recordo-me de andar a passear de bicicleta e passar por um terminal rodoviário que havia na zona, onde muitas pessoas aguardavam um transporte. A certa altura parou um carro e um homem saiu a correr do banco de trás para ajudar uma mulher a sair do banco da frente. Quando tirou um par de muletas para fora, foi o sinal de alarme para eu parar e viver o momento. A mulher rodou, tirou a perna que tinha para fora e nesse movimento vislumbrei o que me pareceu ser uma ligadura branca a envolver o coto. Depois, amparada levantou-se com dificuldade, colocou as muletas entre as axilas e começou a deslocar-se mais aos pulos de que propriamente com passos. Era certamente uma recém amputada muito pouco experiente na sua nova condição e quando se sentou no banco que alguém lhe cedeu, pude perceber que o coto era relativamente longo e volumoso, talvez por estar enfaixado.
Já era um jovem adulto quando num périplo turístico por Évora fui a um dos sítios obrigatórios para todos os visitantes – o templo romano. Alertou-me o aparato, num autocarro de turistas que mais tarde vim a perceber serem alemães, de várias pessoas a auxiliar uma senhora já com certa idade, talvez com uns sessenta anos, a descer a escada, degrau a degrau e com grande dificuldade porque… tinha uma perna de pau! As calças de tecido leve revelavam perfeitamente a forma do coto que se prolongava por uma haste de madeira, algo volumosa e que culminava numa ponta de borracha negra. Fiquei imediatamente obcecado pela senhora da perna de pau, até porque era a primeira vez que via uma mulher assim. Quando saiu, agradeceu a ajuda e ficou por ali à espera de outra companheira de viagem a quem deu o braço, procurando apoio na deslocação. Depois, acompanharam o grupo na visita ao templo, com a mulher da perna de pau mancando, amparada à outra, as duas vaidosamente arranjadas, adornadas de jóias, lábios pintados e óculos de sol. Que mulher tão sexy, apesar da idade! Recordo-me dos múltiplos pensamentos que me assaltaram em catadupa: Teria perdido a perna na guerra? Porque não usava antes uma prótese, que lhe disfarçasse a deficiência? Como seria o encaixe do coto na perna de pau? As duas seriam um casal de lésbicas (o que me deixou ciumento da sua companheira)? E imaginei-me no final do dia, a descalçá-la, acariciar-lhe o seu pé dorido e desacompanhado, depois despir-lhe as calças, retirar-lhe a perna de pau, massajar-lhe lentamente o coto, igualmente dorido, com uma loção refrescante e… Foi um encontro de breves minutos mas a cara e o corpo desta mulher fantástica ainda vivem na minha memória.
Por falar em lésbicas, aos vinte e dois anos (consigo precisar porque o que vou relatar ocorreu no período de férias do meu serviço militar que à época era obrigatório) fui passar uns dias à beira-mar e, num passeio pela praia, vislumbrei dois vultos de mulher, uma das quais com uma perna amputada. Evidentemente parei e, a uma distância suficiente para não me tornar inconveniente, estendi a toalha e deitei-me no areal de modo a poder apreciar o panorama. Tratava-se de um casal de lésbicas, aparentemente estrangeiras, que trocavam carinhos despudoradamente até porque aquela área tinha muito poucos banhistas. Abraçavam-se e beijavam-se com a perneta a segurar-se na namorada que estava em ‘topless’ e ostentava seios firmes e bem dimensionados. A amputação era ao nível do quadril, pelo que ela não tinha coto e, infelizmente, a parte vazia do ‘maillot’ de banho estava coberta por um tecido qualquer que ocultava a cicatriz. Não é o meu tipo preferido de amputação, mas permitiu-me uma meia hora bem passada, não só pela mulher amputada em si mas pelo ritual de namoro entre as duas. Ao fim de alguns minutos deslocaram-se para as suas toalhas e deitaram-se lado a lado, as duas mais as muletas. Começaram por dar as mãos, mas segundos depois já se abraçavam novamente; a amputada por baixo com uma das mãos no dorso da sua mulher e a outra a acariciar-lhe um dos seios; as três pernas embaraçadas e um dos pés a afagar a perna solitária. Depois deitaram-se de costas e aguardei na esperança de as ver ir ao mar, o que não aconteceu. Passado algum tempo, arrumaram as coisas nos sacos, vestiram-se ainda sentadas, uma ajudou a outra a levantar-se, entregou-lhe as muletas e abandonaram a praia em direção ao hotel. As últimas imagens que retenho são a amputada a avançar titubeante porque as muletas se enterravam na areia solta, mais à frente as duas sentadas num banco e a mulher bípede a sacudir o único pé da outra e a calçar-lhe uma havaiana.
Vários anos depois fui com a minha mulher (que ignora completamente os meus fetiches) e uns amigos à praia. Eis se não quando vejo uma mulher, amputada da perna direita, a encaminhar-se para o areal. A partir daí, esconder a ereção foi um drama… Ela, uma outra mulher e uma criança que a acompanhavam, aproximaram-se uns 20 metros do local onde eu estava, deixou cair as muletas e começou a despir-se. Era uma cinquentenária destemida e descomplexada, pois expunha publicamente a sua deficiência e era um pouco anafada. O seu coto era carnudo e em cada movimento que fazia os músculos tremiam como gelatina. Sentou-se sobre a toalha com a perna dobrada e o coto repousando sobre a sola do pé e, enquanto conversava com a amiga, uma mão passeava-se distraidamente na cicatriz, beliscava os músculos decepados, tateava a extremidade, enquanto a outra acariciava o pé adornado pelas unhas pintadas de vermelho vivo. Só essa visão me fez acelerar o ritmo cardíaco, mas quando a pedido da garotinha, ela se levantou para ir ao banho, tornou-se muito difícil controlar o estado de excitação em que me encontrava. Ela colocou-se de quatro, ou melhor, de três e ergueu-se sobre a sua única perna enquanto o coto permanecia pendurado e inerte, sem qualquer préstimo nessa operação. A seguir, pediu à garotinha as muletas e enquanto esta as foi buscar levantou o coto e começou a sacudir-lhe a areia. Estava cada vez mais difícil aguentar-me…. Dirigiu-se então para a água, o coto levemente soerguido, estremecendo a cada passo. Uma tentação! Disse aos meus companheiros que ia refrescar-me e, felizmente, ninguém me quis acompanhar porque o volume do meu pénis e a mancha que já tinha no calção de banho eram indisfarçáveis. Chegámos à água ao mesmo tempo. Ela avançou com as muletas mais ou menos até à cintura e entregou-as à criança que as veio guardar no areal. A amputada tentava equilibrar-se com pequenos saltinhos, até que uma onda a empurrou e obrigou a mergulhar e a permanecer sentada. Entretanto a mancha do meu fato de banho já se tinha diluído e a água fria tinha minorado o meu inchaço. Alguns minutos depois a pequena foi buscar as muletas, a amputada levantou-se e foi pulando até que as muletas chegaram e novamente a tentação de ver aquele coto fenomenal a estremecer com os saltos. Voltei a vê-la dias depois a caminhar no passadiço de acesso à praia, mas numa altura em que eu estava de saída e não voltei a ter mais nenhum encontro prazeroso com esta linda mulher.
Sou campista desde quase sempre e caravanista há alguns anos e, nessa prática, já me deparei várias vezes com amputadas. A primeira, uma mulher jovem e atraente que saiu de uma autocaravana em direção ao balneário com uma prótese e o apoio de duas canadianas. Pelo modo pouco confiante como andava deveria ter sofrido a amputação há pouco tempo. Quem seria o sortudo que podia coabitar com aquele coto?!
Noutra ocasião duas moças de uns vinte anos, uma com o característico andar desengonçado por causa de uma prótese femoral, caminhavam à minha frente em direção a uma tenda. A primeira baixou-se sem dificuldade, abriu o fecho, libertou-se das havaianas e entrou, para a segunda, a amputada, a operação foi mais complexa por causa da “perna” hirta e das sapatilhas que calçava. Mas lá conseguiu, fecharam-se lá dentro e fiquei a imaginar o que se passaria a seguir. A moça amputada tiraria a prótese? Namorariam (não sei se eram lésbicas)? A amiga iria massajar-lhe o coto? Quem me dera poder substituí-la!
E uma mamã amputada, mulher jovem com um corpo bem proporcionado, em bikini e também com uma prótese femoral! Estava numa praia fluvial a vigiar um menino que chapinhava na água, provavelmente o seu filho. Fiquei o tempo todo na esperança de vê-la tirar a prótese para se banhar, mas não aconteceu. No entanto, vê-la levantar-se, deslocar-se e deitar-se na toalha manobrando com a prótese já foi um consolo.
Um dos últimos encontros foi fugaz. Uma mulher que saiu de uma autocaravana e estava intencionalmente a exercer peso sobre a prótese para a fixar no coto. Depois saiu com um companheiro e não voltei a vê-la apesar de passar frequentes vezes pela sua autocaravana na esperança de a avistar. Deixaram uma cadeira de rodas dobrada junto à porta pelo que deduzo que ela deveria tirar a prótese e deslocar-se na cadeira. Mais uma vez o ciúme atacou-me…
Certa fez fui a uma olaria que passei a visitar com alguma assiduidade para comprar vasos e outos artigos de barro, porque fica a caminho de um sítio onde vou com frequência, mas sobretudo porque ao balcão costuma estar uma mulher de meia-idade amputada do braço esquerdo que usa sempre a manga vazia enfiada num bolso. Vi-a várias vezes em situações marcantes. Uma delas a rasgar papel para fazer embrulhos, segurando-o com o coto. Outra, num dia de verão em que estava no exterior com uma camisa fina que deixava ver à transparência o coto de uns dez centímetros de comprimento. Noutra ocasião comprei-lhe uns vasos grandes, mas disse-lhe que precisava que alguém os carregasse porque tinha sofrido recentemente uma cirurgia. Ela própria foi com um carro de mão ao expositor e, com o único braço que tinha, carregou os vasos um a um. Fiz um gesto para a auxiliar, mas ela disse-me que não era necessário e que eu é que devia ter cuidado. E eu fiquei ali a ver o seu cotinho a mexer como se ele próprio também quisesse ajudar o outro braço. Um tesão, claro!
E finalmente um último relato. Há pouco tempo regressei à Universidade para alcançar o grau académico de Mestre. Concluída a parte curricular, escolhi intencionalmente uma professora para orientadora da tese por uma razão de força maior: era amputada da perna esquerda e usava sempre calças ou saia comprida e sapatos práticos sem salto para esconder a prótese. Tive contactos próximos com ela no seu gabinete mas, evidentemente, nunca a vi sem a prótese… só me fez sonhar acordado, mas isso ficará para outro conto.
O advento da internet, e particularmente das redes sociais, veio preencher a lacuna de poder satisfazer o meu fetiche de amputadas (e de pés femininos!) sem ter que aguardar por um destes encontros fortuitos. Confesso que muitas vezes revisito as minhas deusas amputadas preferidas e que “tenho sexo com elas”… Aliás, hoje tenho contacto direto com amputadas nos vários continentes, mas nas muitas décadas de vida que já levo, nunca tive a oportunidade de conhecer uma pessoalmente e de poder desfrutar da sexualidade inerente à sua característica extraordinária. Quem sabe um dia…
Mas, afinal, o que é que estas mulheres têm mais que as outras? Para mim o que as acrescenta é justamente o que lhes falta, ou seja, a troca de um membro por um coto torna-as perfeitas na sua imperfeição e lindas porque são únicas. Cada coto é único e todos me despertam um desejo sexual inebriante!