Luiz e Angel se acertavam, Natália fazia seus planos e Júlio era intimado pela polícia. Enquanto isso, Bia conhecia um homem interessante em pleno voo.
Continuando…
Parte 5: Bia in the Sky With Diamonds.
Bia:
Meu voo para Los Angeles, fazia escala na Cidade do México. A primeira parte era a mais demorada, cerca de quase doze horas. Nas primeiras seis horas, eu dormi. Foi um sono revigorante para uma noite mal dormida por causa da ansiedade. Minha poltrona na classe executiva até que era bem confortável e como não sou uma mulher grande, pude esticar as pernas tranquilamente.
Assim que despertei, notei um homem muito charmoso me olhando. No começo, preferi assistir um filme e não dar muita trela. Aos poucos, ele acabou ganhando a minha atenção. Vi que ele olhava várias vezes para o meu braço. Foi só então que lembrei que estava usando na minha pulseira, os pingentes do símbolo de espadas e do Q, os dois cravejados com pequenos diamantes, que significam rainha de espadas, símbolos de uma mulher liberada. Apesar de não ser casada, me acostumei a usar tais símbolos. Era uma boa forma de conhecer pessoas interessantes.
Como o voo não estava completamente cheio, a poltrona ao meu lado, por sorte, estava vazia. Sinalizei para que ele viesse sentar comigo. Foi a primeira bola dentro dele. Não ser apressado e esperar o convite. Antes de vir, ele disse alguma coisa para a comissária e só depois veio sentar ao meu lado.
Pude dar uma olhada melhor. Cabelos e olhos claros, rosto quadrado e queixo protuberante. Típico americano. Não era um espetáculo, mas era um homem bonito. Ele se apresentou e em inglês, disse que o seu nome era Clark. Eu brinquei:
- Prazer, Lois Lane.
Seu sorriso de dentes perfeitos era encantador. Apesar de ainda olhar para o meu pulso de vez em quando, ele se manteve discreto. Mais um ponto. Eu estava já há algum tempo sem fazer sexo com um homem, desde a casa de swing e estava começando a ficar estressada, se ele soubesse conduzir a conversa da forma correta, tinha grandes chances de conseguir ser o escolhido. Ele disse:
- Férias ou trabalho?
Sempre as mesmas perguntas clichês. Depois da minha brincadeira, achei que ele seria mais original. Menos um ponto. Para não ser mal-educada, expliquei sobre meu trabalho e o motivo da viagem. Por coincidência, ele também era do ramo de tecnologia, mas trabalhava com robótica. Vendo que eu começava a perder o interesse, ele resolveu se superar:
- Me desculpe! Eu acabei ficando nervoso. Você é uma mulher muito atraente. As brasileiras geralmente são.
Eu fiquei curiosa:
- Conhece alguma brasileira?
- Talvez! Uma ou outra.
Homens misteriosos são os mais interessantes. Eu disse:
- Entendi! Alguma brasileira mexeu com você.
- Todas elas mexem. Vocês são incríveis. Essa alegria de viver, esses corpos esculturais. Quem sabe um dia eu tenha sorte e consiga uma para mim.
Preciso confessar que aquele sotaque do meio oeste americano estava mexendo comigo. Alguns sinais são universais. O jeito de mexer nos cabelos, por exemplo, eu senti que ele entendeu a minha deixa. Havia um cobertor entre os nossos assentos. Eu não estava com frio, mas achei prudente cobrir a calça dele para não evidenciar o óbvio. Fui me aninhando perto dele com uma desculpa esfarrapada:
- Acho que estou com frio. Posso dividir o cobertor com você?
O detalhe é que, ao lado dele, havia um cobertor igual ao meu, mas ele entendeu as minhas intenções:
- Claro, vamos eliminar a fronteira entre nós.
Ele levantou o braço que separava nossas poltronas e esticou o cobertor. Eu dobrei as minhas pernas para cima do assento, colocando as coxas em cima do seu pau. Ele me olhava com cara de desejo. Olhar de quem queria me devorar inteira.
Diante da minha atitude, ele tomou coragem e partiu para o ataque. Colocou a mão na minha perna, bem perto do que me interessava de fato. Ao mesmo tempo, foi me abraçando até me beijar. Infelizmente, os americanos não têm o costume de beijar usando a língua. Mesmo assim, eu enfiei a minha inteira na boca dele. Acho que ele entendeu, pois, a partir daquele momento, seus beijos melhoraram muito. E eu fui cem por cento receptiva. Deslizei a mão até o seu pau e comecei a acariciá-lo, por cima do jeans. Logo a gente estava se atracando. Me senti em um Big Brother, só trocando o edredom pelo cobertor.
Eu mostrei a ele o quanto sou safada. Abri o zíper, driblei a cueca e segurei no pau com vontade, fazendo movimentos certeiros e liberei de dentro da cueca, punhetando com habilidade. Ele beliscava de leve e acariciava os meus seios com uma mão, e com a outra, massageava minha xaninha por cima do tecido da calcinha. Pela cara de satisfação que ele fazia, acho que estava próximo do gozo. Sem poder emitir um gemido sequer, nem movimentar as poltronas.
As carícias estavam ótimas, mas a comissária, de cara fechada, percebendo o que acontecia, nos trouxe duas taças de vinho. Lembrei que ele havia falado alguma coisa com ela antes de se aproximar. Ele mesmo confirmou, disse que fez o pedido para quebrar o gelo. Fomos obrigados a parar, pois começamos a ser vigiados mais de perto.
Voltamos a falar amenidades e a nos conhecer melhor. No fundo, Clark era um homem muito interessante e que para a minha sorte, morava no Vale do Silício. Trocamos telefone e combinamos de nos encontrar. O avião chegou ao destino da primeira escala na Cidade do México e um problema na próxima aeronave nos fez esperar por duas horas pela troca do avião. Aproveitei para mandar uma mensagem ao Luiz avisando do atraso.
Eu e o Clark sentados na sala de espera do aeroporto, era nítido o desejo entre nós. Minha vontade era arrastá-lo para algum canto e terminar o que começamos. Trocamos beijos cada vez mais gostosos, e eu comecei a perceber o quanto Clark era bom na sedução. Quando eu pensava em agir, fomos chamados para embarcar novamente. Sentamos outra vez um ao lado do outro. Uma senhora simpática, achando que éramos um casal, trocou de lugar com Clark.
Decolamos e já estávamos na metade do voo quando me deu uma ideia louca, uma fantasia que eu nunca havia realizado. Olhei para o Clark e disse:
- Quer se dar bem? Segue a minha deixa.
Clark era um homem experiente e sabia que eu estava falando de sexo. Comecei a fingir que estava passando mal e ele veio me amparando até o banheiro. Seria uma cena muito engraçada, se não fosse a preocupação dos outros passageiros comigo. Ao chegar e ver que nenhuma das comissárias estava próxima, ele me puxou para dentro, trancando a porta com um só movimento e me beijando com uma vontade que até perdi o fôlego. Como eu queria aquilo.
Mesmo com aquele local minúsculo, eu sentei no vaso e praticamente arranquei as calças e a cueca dele. Por ser apertado, o pau dele já estava praticamente batendo na minha cara. Não era uma rola grande, mas era o suficiente para matar a minha vontade. Sem demora, eu abocanhei aquele cacete. Clark gemeu:
- Meu Deus… aaahhhh… chupa, safada… aahhh…
Eu enfiava a rola inteira na boca sem muita dificuldade e Clark delirava:
- Boca gostosa… aaahhh… aaahhh…
Chupei, suguei a cabeça, passei a língua por toda a extensão da piroca e voltei a enfiar inteira na boca, deixando bem babado e já pronto para me penetrar, mas Clark tinha outros planos. Me deu outro beijo delicioso e sem parar de me beijar, foi descendo a mão pelo meu corpo até chegar aos meus seios e apertá-los. Espremida naquele cubículo, fui eu que gemi gostoso dessa vez:
- Aaahhh… gringo safado… gostoso… aaahhhh…
Ele foi beijando meu pescoço e descendo a mão até chegar a minha coxa e eu, como que por instinto, fui abrindo as pernas e dando livre acesso para que ele tocasse onde eu realmente queria. Quando por fim, senti sua mão na minha boceta, dei um gemido forte na sua boca:
- Ahhhhh… caralho! Que tesão.
Ele me beijou ainda com mais desejo, calando meus gemidos e começou a fazer movimentos circulares com o dedo no meu grelinho que me levaram ao delírio:
- Aaahhh… gringo gostoso… fuck me… fuck me…
Mais uma vez, o instinto falou mais alto e eu me contorci em suas mãos. A essa altura, eu só queria ele dentro de mim, com o mesmo desejo que me beijava.
Ele então, me virou de costas, me espremendo ainda mais naquele ambiente claustrofóbico, colocou a camisinha tirada do bolso de trás e começou a brincar com seu pau na minha boceta, fazendo um vai e vem gostoso, esfregando o meu grelinho com os dedos e apalpando os meus seios. Aquele gringo filho da puta sabia mesmo como deixar uma mulher doida de tesão. E eu pedindo:
- Pelo amor de Deus, me fode logo e acaba com essa tortura.
Mas ele gostava de ver eu me contorcer com aquilo tudo e continuava brincando como se estivesse em um parque de diversões e minha boceta fosse a atração principal. Meus gemidos aumentavam:
- Mete logo seu corno… ahhh… fode, filho da puta… Ahhhh…
Parece que ele entendeu o meu português desesperado. Parou, puxou meu cabelo pela nuca, olhou nos meus olhos e disse:
- Pede… pede que eu lhe dou o que você quer, vadia.
- Me fode, seu bastardo.
Mal terminei a frase e ele penetrou em mim de uma só vez, me fazendo arquear de dor e prazer e com ele falando no meu ouvido, como se estivesse só esperando meu pedido:
- É isso que você queria não era… que eu te fodesse assim.
Enquanto ele ia falando, ia aumentando as estocadas, cada vez mais forte… cada vez mais fundo… cada vez mais gostoso:
- Aaahhh… isso… mete desgraçado…. Aaahhh…
Seu pau entrava fundo dentro de mim e ele continuava a me provocar:
- Fala safada, é isso que você queria... meu pau arrombando essa bocetinha apertadinha e molhadinha de tesão.
Eu sentia minha boceta dilatando com cada estocada mais forte e mais funda que ele me dava:
- Sim… é isso que eu quero… fode mais…
Ele socava de forma selvagem naquele espaço ínfimo, batendo sua bunda contra a pia e voltando com mais pressão dentro de mim.
- Me arrebenta… aaaahhhhh… acaba comigo… hummmm… vai que eu vou gozar…
Entramos no mesmo ritmo quando ele começou a masturbar meu grelo com aqueles dedos diabólicos… e perdi a noção do tempo, não sei quanto tempo ele me comeu daquele jeito… comecei a gozar e a gemer totalmente extasiada:
- Aaahhhh… Que delícia… Aahhhhh…. Fuck! Aahhhhh….
Ele estava adorando me ver daquele jeito:
- Goza no meu pau, sua safada…. isso mesmo… rebola com meu pau dentro dessa bocetinha deliciosa…
Senti a porra dele enchendo a camisinha. Sentia o calor dentro de mim. Ainda com a boca colada no meu ouvido e respirando com dificuldade ele perguntou:
- Você está bem?
- Sim! Tudo bem. - Eu disse com a voz trêmula.
Enquanto tentávamos nos acalmar com um beijo pós-sexo, ouvi a voz do piloto dizendo para colocar o cinto que íamos pousar em poucos minutos. Saímos do banheiro e a comissária nos encarava com um sorriso cúmplice, ciente do que fizemos e sem nenhuma intenção de nos constranger. Ela educadamente pediu que nos sentássemos em nossos lugares.
Enquanto o avião pousava, eu expliquei ao Clark que alguém me esperava e não podíamos sair juntos. Ele entendeu, me deu um último beijo carinhoso e disse que aguardaria a minha ligação. Me disse também, que foi uma aventura incrível e que adorou me conhecer.
Assim que fomos liberados, nos separamos e em pouco mais de quinze minutos, lá estava Luiz no saguão, me esperando com um sorriso no rosto e um abraço carinhoso. Lindo! Não resisti e dei um beijo naquela boca que tanta saudade me fez sentir. Luiz aceitou o meu beijo e depois demos boas risadas. O ano nos EUA prometia.
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Enquanto Bia se divertia em sua viagem, um pouco mais cedo, após receber a intimação do investigador, Júlio ligou para o seu advogado.
O Dr. Antunes era um verdadeiro tubarão. Cuidava da família de Júlio há pelo menos três décadas. Com o pedido de urgência, ele não demorou para chegar à empresa. Foi anunciado pela secretária e Júlio veio buscá-lo pessoalmente na sala de espera:
- Entre, Doutor! Precisamos falar. - Júlio indicou a ele o sofá no fundo sala.
Foi até o bar embutido na parede e serviu uma dose de Dalmore doze anos, o preferido de Antunes. O advogado disse:
- O que é tão urgente? Você está encrencado?
Júlio entregou a ele a intimação extrajudicial e aguardou o veredito. Antunes disse:
- Isso é só um procedimento simples, para esclarecimentos.
Pelo olhar preocupado de Júlio, Antunes sabia que havia mais coisa. Ele pediu:
- Bom, pelo jeito a situação é mais grave. Vou precisar que você me conte em detalhes.
Júlio foi até a sua mesa, pegou o telefone e pediu para a secretária não o incomodar até que ele liberasse. Sentou ao lado do advogado e contou toda a história do desaparecimento de Flávio. Mas essa versão, era bem mais completa do que a versão contada para Luiz e Bia. Antunes ouvia com total atenção, já ciente de que Júlio poderia ser processado criminalmente. Apesar de não haver um corpo, se a polícia encontrasse evidências, o caso poderia muito bem ser aceito pelo judiciário. Antunes já começava ali, a preparação de sua defesa. Havia uma grande chance de o caso avançar. Júlio deveria se preparar, pois inocente ou não, a mídia faria um estrago em sua vida.
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Se Júlio se preparava para o confronto, o investigador Marcos começava a empacar. Sua atuação estadual, era apenas a de um policial civil do estado de São Paulo, limitava completamente os seus movimentos. Não tinha outra opção a não ser pedir ajuda aos irmãos maiores. Era hora de acionar a Polícia Federal e o Ministério Público.
Marcos lembrou de um amigo de longa data, agente federal. Precisava pedir a sua ajuda. Meses antes, Marcos o livrou de uma ação disciplinar ao fazer vista grossa para uma simples infração de trânsito. Era hora dele pagar o favor. Pegou o telefone e ligou. Logo foi atendido:
- Fala, Marcão! Como estão as coisas?
Oliveira era um sujeito simpático e muito querido por todos. Marcos disse:
- Tudo bem, amigo! Mas estou com uma investigação parada e preciso da sua ajuda. É um caso maior do que eu.
Oliveira nem pensou duas vezes:
- Manda para mim o que você tem que eu vejo o que posso fazer. Vou enviar o endereço eletrônico por mensagem.
Marcos agradeceu e se despediu. No dia seguinte, recebeu Júlio e Antunes no horário combinado. Trazer um advogado junto em um simples depoimento era o costume dos ricos e poderosos. Júlio, apesar de cooperar, não lhe deu nenhuma informação nova. O depoimento não durou mais do que duas horas. Na verdade, Marcos só queria testar as reações de Júlio e saber com quem estava lidando. Percebeu que não ia ser fácil dobrá-lo ou obter informações novas. Uma confissão então…
Passou os dias seguintes analisando o resultado da perícia na casa de Flávio. No quinto dia de espera, recebeu uma ligação de uma mãe desesperada:
- Sr. Marcos? Aqui é a mãe do Flávio, que o senhor aceitou investigar o sumiço.
- Olá, senhora! Sinto ainda não ter nenhuma informação nova, mas estamos avançando. Peço que a senhora tenha paciência. Estamos fazendo o nosso melhor.
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Enquanto o investigador Marcos tentava solucionar o mistério, dona Solange, mãe do Flávio, sem ter com quem contar, resolveu procurar Júlio.
Alguns dias depois, ela chegou à empresa bem cedo. Se identificou para a secretária e aguardou pacientemente a chegada dele. Uma hora depois, Júlio também chegava e rapidamente se dirigia à sua sala. Ao entrar no hall de acesso ao seu escritório, reconheceu imediatamente dona Solange. Ela se levantou com um sorriso no rosto. Sempre gostou e tratou Júlio com muito carinho. Sendo o melhor amigo de seu filho e com todo o poder que o dinheiro lhe dava, talvez fosse sua única esperança.
Júlio a abraçou carinhosamente. Ela não era a culpada pela falta de caráter do filho. Ele disse:
- Venha comigo! Vamos conversar lá dentro. A senhora aceita um café?
Dona Solange recusou educadamente e seguiu Júlio até o seu escritório. Ele sentia o coração apertado, sabia o que acontecera a Flávio. Sentou-se no sofá e pediu que dona Solange fizesse o mesmo. Ela começou:
- Me desculpe por ter vindo até aqui. Mas não sei mais a quem recorrer. Como um dos poucos amigos de Flávio, achei que pudesse me ajudar.
Os olhos marejados dela, deixavam Júlio completamente arrasado. Dona Solange sempre foi a mãe mais divertida e amorosa entre todos eles. Vê-la tão triste o destruía. Mesmo precisando mentir, ele se antecipou:
- Eu imagino o que a senhora veio fazer aqui. Saiba que todos estamos atrás do Flávio.
Dona Solange acariciou o rosto dele:
- Que homão você ficou. Lindo igual ao meu Flávio. Onde está o inteligente e a Anjinha.
Júlio riu. Para dona Solange, Flávio era o serelepe, Júlio, o Balboa, Luiz, o inteligente e Angel, a Anjinha. Ela tinha apelidos carinhosos para todos. Júlio respondeu:
- Os dois estão morando fora. Luiz cuida da empresa dos Estados Unidos agora.
Dona Solange sentiu um raio de esperança:
- Seria possível Flávio estar com eles? Talvez tenha esquecido de avisar.
Júlio se sentiu muito mal:
- Infelizmente não, tia! Flávio realmente sumiu. Até a polícia está procurando por ele. Já foi dado como desaparecido.
Dona Solange, a verdadeira autora do pedido, disse:
- Eu sei, meu filho! Fui eu que procurei a polícia. Há meses Flávio não dá notícias. Estou preocupada.
Júlio, tentando mudar de assunto, ou talvez, diminuir sua culpa, disse:
- Como a senhora está se virando. Com o sumiço de Flávio, deve estar em dificuldades.
Júlio levantou e buscou o talão de cheques. Dona Solange protestou:
- Eu não vim aqui atrás de dinheiro, querido! Eu só queria sua ajuda. Sei que você fará de tudo para encontrar o meu menino. Confio em você.
Júlio estava sentindo náuseas. A culpa se multiplicava dentro dele. Ele preencheu o cheque com um bom valor e o entregou para ela:
- Por favor, aceite! Eu vou ficar muito mais tranquilo sabendo que a senhora está bem cuidada.
Dona Solange realmente precisava daquele dinheiro. Ela o agradeceu com um abraço forte. Júlio não conseguiu segurar as lágrimas. Ela o acalmou:
- Calma, meu filho! Sei que nós iremos encontrá-lo. Imagino que deve estar sendo difícil para você também.
Dona Solange sentiu-se feliz por imaginar que o choro de Júlio era de preocupação com o amigo. Ela pensou: "meu menino escolheu bem esses amigos. Júlio está até chorando."
Assim que Júlio se recompôs, dona Solange se levantou e despediu-se dele com mais um abraço apertado. Ele disse:
- Se a senhora precisar de qualquer coisa, qualquer coisa mesmo, eu estou aqui. Não hesite em me procurar.
Antes dela agradecer, Júlio foi além:
- Na verdade, me passe o número da sua conta bancária. A partir de hoje, vou enviar um dinheiro todos os meses para a senhora. Fique tranquila, a senhora não ficará desamparada.
Júlio achou que essa oferta faria diminuir a sua culpa, mesmo precisando mentir, era uma forma de se sentir um pouco melhor consigo mesmo. Dona Solange lhe passou a informação e se foi. Ele pediu que a secretária desmarcasse os seus compromissos e se jogou no sofá. Não tinha cabeça para reuniões ou negócios. Precisava colocar os pensamentos em ordem e abafar a culpa que sentia.
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Júlio começava a sentir o peso e a consequência de suas escolhas. Enquanto isso, a perícia revelou algumas informações. O investigador Marcos ouvia com atenção:
- Comparamos o sangue encontrado na cena e ele realmente pertence ao senhor Flávio. Disso não temos dúvidas. O imóvel era uma casa de fachada. Pertencia a um traficante preso da região. Eles tinham uma amizade estranha, mas não temos evidência da ligação de Flávio com o tráfico. O cruzamento das informações indica que eles eram apenas amigos mesmo.
O investigador Marcos estava pensativo, mas continuava ouvindo atentamente. Um outro colega assumiu a apresentação do caso:
- Temos uma testemunha que identificou o carro do principal suspeito no local. O senhor Júlio ficou por pelo menos, trinta minutos dentro da casa.
Marcos estranhou:
- Como assim pelo menos?
O colega continuou:
- A testemunha teve que deixar as proximidades, mas ao sair, disse que eles ainda estavam lá.
Marcos, surpreso, perguntou:
- Eles?
O colega concluiu:
- Sim! O Sr. Júlio em seu carro e outros três homens em um gol bolinha preto.
O perito corroborou a informação:
- As marcas de pneu maiores fotografadas, mais o relato da testemunha indicam que era mesmo o Porsche Cayenne 4.8 V8 turbo do suspeito. Já as menores são de um modelo popular usado por diversos fabricantes. O Gol bolinha também foi confirmado no local pela testemunha.
Vendo que o Marcos prestava atenção, o perito continuou:
- A perícia do celular só mostrou conversas que corroboram o depoimento do suspeito. Algumas mensagens deixam claro o envolvimento entre a vítima e a esposa do sócio. Mas isso ele já havia informado. O único porém, é a falta do cartão de memória do aparelho. Ele não foi encontrado.
Marcos tinha bastante informação, mas precisava de mais se fosse levar o caso adiante.
Esperou pacientemente por mais dois dias até receber a ligação de oliveira, o agente federal:
- Fala aí, Marcão! Tenho novidades. Conseguimos rastrear algumas remessas estranhas de dinheiro feita pelo seu suspeito.
Marcos começava a sorrir. Oliveira foi direto:
- Não é um dinheiro ilegal, mas a rota que ele faz é bem estranha. O tal do Júlio tem contas devidamente declaradas nas Ilhas Cayman. A maioria do seu dinheiro é investido por lá. Até aí, nada grave, mas o estranho é que nos últimos seis meses, todo dia cinco, uma quantia de dois mil dólares é enviada para o Paraguai no nome de Javier Fernández.
Marcos estava intrigado:
- Ele tem negócios ou parentes no Paraguai?
- Ele nunca foi ao Paraguai. Não existe nenhuma informação de uma viagem como essa. Ele vai muito à Europa. Geralmente a passeio.
Oliveira, antes de se despedir, deu uma última informação:
- Já entramos em contato com os hermanos da polícia federal do Paraguai. Mas agora dependemos deles. Deve demorar algumas semanas. Assim que obtivermos mais informações deste tal Javier Fernández, eu volto a entrar em contato. Fique bem, amigo! - Oliveira desligou.
Marcos precisava esperar. Como funcionário estadual, sua jurisdição era restrita ao estado. Não podia ir ao Paraná, imagina então ao Paraguai. O que será que eles encontrariam do outro lado da fronteira?
Continua…
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