Sheila e Andréa buscaram refúgio longe das línguas ferinas do pequeno município. Augusto, sem querer, se viu envolvido nas aventuras liberais dos primos e de Fátima. Renato, após a divulgação criminosa do vídeo, sumiu de cena.
Continuando…
10 anos antes:
"Andréa e Aline estavam felizes no Rio de Janeiro. Mesmo que não assumissem publicamente o relacionamento que viviam, as duas eram inseparáveis. Estudantes aplicadas durante o dia e amantes lascivas durante à noite. Andréa aprendia rápido e durante aquele primeiro ano, Aline foi uma professora paciente e carinhosa. Aos poucos, todos os tabus iam caindo. De vez em quando, as duas dividiam um rapaz ou outro. Amavam estar juntas, mas não abriam mão de um sexo variado e de qualidade com homens escolhidos a dedo. Tinham seus contatos de emergência. Amigos confiáveis e que estavam sempre prontos para fazer uma participação especial na brincadeira entre elas.
Andréa aguardava tranquilamente o fim do intervalo de almoço. Aquele primeiro dia do segundo ano na universidade, estava sendo mais de reencontros do que realmente de professores exigentes com a matéria. Passara todo o período de férias com Aline e seus pais em Angra dos Reis. Preferiu não ir para casa, pois ainda tinha receio do que poderia encontrar.
Distraída em seus pensamentos, nem notou o jovem que se aproximava por trás e tapava os seus olhos:
- Se adivinhar, ganha um abraço.
Andréa conhecia aquela voz, conviveu com ela durante toda a infância e adolescência. Ela se livrou das mãos que lhe cegavam e se virou feliz:
- Renato, que saudade amigo.
O abraço apertado entre os dois foi presenciado por Aline. Mesmo não entendendo o que acontecia, ela esperou alguma explicação de Andréa antes de exigir alguma coisa.
Percebendo que a amiga e amante se aproximava, Andréa os apresentou:
- Aline, esse é o Renato! O amigo que eu disse que começaria a faculdade esse ano.
Mesmo com uma pontada de ciúme, Aline foi cortês, estendendo a mão:
- Olá, prazer! Andréa sempre fala em você.
Renato, divertido, respondeu:
- Deve ser saudade de casa. - Ele se virou para Andréa - Fiquei sabendo que você passou as férias longe. Por que?
Andréa não queria tocar no assunto. Renato não sabia dos seus novos interesses e ela achou que não lhe devia satisfação. Ela desconversou:
- Aline me chamou para conhecer a cidade dela. Acabei gostando e fui ficando.
Aline estranhou a mentira. Sabia o verdadeiro motivo de Andréa não ter ido para casa, mas preferiu não se intrometer. Entendeu que os dois eram amigos de infância e que Andréa era livre para fazer o que bem entendesse. Aline abominava relacionamentos sufocantes, sentimento de posse…
- Veio só me ver? Seu campus é lá do outro lado. - Andréa o encarava sorridente.
Renato estava feliz por revê-la, mas também tinha seus objetivos:
- Sim! Não conheço ninguém ainda. Você é minha única amiga, pelo jeito.
Andréa, ainda uma garota inocente, puxou Aline e disse:
- Então agora são duas. Eu e Aline somos uma dupla. Pede uma e leva duas.
A verdade é que Aline não havia simpatizado com Renato. Alguma coisa dentro dela dizia para ter cuidado. Mas vendo a alegria de Andréa, preferiu ficar na dela. Não o conhecia e podia ser apenas implicância, ou até mesmo, ciúme. E Renato era um rapaz muito atraente. Se Andréa confiava nele, poderiam ter mais um possível parceiro para se divertirem.
Deixou que os dois colocassem a conversa em dia e se afastou, disse a Andréa que precisava dar uma passada na reitoria.
Assim que se viu sozinho com Andréa, Renato começou a colocar os seus planos em prática. No começo, era apenas uma birra juvenil. Mas com o passar do tempo, sua implicância ganharia ares de obsessão. Ele disse:
- Há quanto tempo não vai em casa? Já soube das novidades?
Ela achava que ele contaria alguma coisa sobre a própria família, os irmãos… vendo que ela prestava atenção, Renato continuou:
- Augusto e Sheila se casaram. Sabia disso?
Aquela informação foi como um soco na boca do estômago para Andréa. Renato já tinha a informação que precisava. Augusto era uma ferida que não cicatrizou para ela também. Ele voltou a falar:
- Foi no meio do ano passado, assim que ela engravidou.
A segunda pancada foi ainda mais devastadora. Uma gravidez era um vínculo inquebrável. Para o bem ou para o mal, ele é para a vida toda. Andréa não sabia o que pensar. Renato já tinha feito o estrago que precisava. Agora era só esperar. Em breve ela tocaria no assunto. Renato anotou alguma coisa em um pedaço de papel e disse:
- Preciso ir, tenho que trabalhar. Aqui está meu endereço e telefone.
Andréa estranhou:
- Não sabia que você precisava trabalhar. Você tem família aqui.
- Minha faculdade não é integral igual a sua. Fico ocioso à tarde. Pelo menos ganho meu próprio dinheiro. - Renato acenou e se foi.
A partir daquele momento, ele a procurava constantemente. Estava sempre rondando e esperando uma brecha para entrar definitivamente em sua vida. Foi Aline quem deu o primeiro passo. Com as duas em casa, num dia comum, Aline disse:
- Gatinho aquele seu amigo. Acha que pode me aproximar dele?
Andréa, com uma pontinha de ciúme, foi direta:
- Está afim de dar para ele, né?
Aline não fugiu da pergunta:
- Ele é bem gostosinho. Mas é confiável?
Andréa não encontrou motivos para mentir:
- Eu o conheço de toda a vida. Eu confio nele. Vou chamá-lo.
Andréa pegou o telefone e fez o convite. Renato topou e cerca de meia hora depois, ele chegou. As duas fizeram com que ele se sentisse bem à vontade e Aline já partiu para o ataque:
- Andréa tem me falado sobre você.
Renato, curioso, queria saber mais:
- E o que ela disse?
Aline brincou:
- Disse que você era o terror da cidadezinha onde moravam. Disse também que só ela não cedeu aos seus encantos.
Vendo que tanto Aline quanto Andréa esperavam sua resposta, Renato começou o seu jogo:
- Isso porque ela namorava Augusto, um amigo.
Andréa, que já não pensava no ex há algum tempo, voltou a se lembrar. Renato continuou suas insinuações:
- Andréa contou a você o que ela passou?
Ela não estava gostando do rumo da conversa, mas Renato tinha novas informações:
- O cara a traiu, engravidou a outra e meses depois, ainda se casaram.
Vendo que havia mexido com Andréa, ele soltou a bomba:
- Deve ter sido castigo, pois perderam o bebê. Dizem que ela não se recuperou disso. Até internada foi.
Mesmo que a situação fosse bastante triste, Andréa não conseguiu deixar de se sentir vingada de alguma forma. Mas esse sentimento durou pouco tempo. Triste consigo mesma pelo pensamento, se levantou com os olhos marejados e deixou os dois sozinhos na sala, indo se trancar em seu quarto. Ela pensou: "uma criança inocente que não tem culpa das atitudes dos pais. Me perdoa, Senhor!"
Foi inevitável não pensar em Augusto e Sheila: "Por que Renato está tocando nesse assunto? Qual o objeto dele? Quer me ver sofrendo outra vez? Por que eu não consigo esquecer de Augusto? Sou feliz, tenho uma vida excelente, estou me sentindo em casa por aqui. Me ajuda, Pai. Tire Augusto da minha cabeça." Seus pensamentos eram quase uma oração.
Quando voltou à sala, nem pôde pedir a Renato que parasse de falar no ex e na rival que o roubou. Os dois já estavam no quarto de Aline aos amassos. Para completar, ela deixou a porta aberta. Andréa tinha a certeza de que ela fez de propósito. Não resistiu a espiar.
Andréa começou a ficar excitada ao ver a mão de Aline avançando para a calça de Renato, na região de seu pênis. Ela olhou para Andréa e deu um sorriso. Renato curtia as carícias de Aline e, provavelmente, esperava que ela fizesse algo a mais. Ela o beijou e não perdeu tempo, já foi logo abrindo o zíper. Abaixou sua calça jeans e sua cueca e começou a masturbá-lo. Dava para ver na cara dele o prazer que estava sentindo. Andréa levou a mão à xaninha que se contraia e se molhava pelo tesão.
Aline continuou masturbando-o por alguns instantes e Andréa percebeu que ela queria mais. Renato ia ficando cada vez mais excitado e ansioso. Ela segurou o pau duro dele com uma mão e foi aproximando o rosto. O provocou com a língua, passando pela cabecinha e dando algumas mordidinhas de leve. Logo, ela colocou o pau quase inteiro dentro da boca, chegando até a garganta. Começou um boquete calmo e ritmado. Renato gemia:
- Ahhh… boquinha quente e macia… Aahhhhh…
Aline olhou para Andréa e fez sinal para que ela viesse participar. Andréa não achou certo. Conhecia Renato e não achava que era necessário. Preferia continuar assistindo. Mesmo com a excitação crescente, não achou que pudesse ir em frente.
Depois de um tempo naquele boquete, Renato quis recompensar Aline. Avançou sobre ela como um leão, foi beijando e tirando sua calcinha. A essa altura, Andréa já se sentia totalmente encharcada na xoxota. Seus dedos massageavam o grelinho com vontade. Quando ele desceu da cama, se posicionou entre as pernas de Aline e começou a chupar sua boceta, os dedos de Andréa se moviam ainda mais rápido naquele vai e vem que começava a levá-la ao clímax. Aline elogiava o sexo oral perfeito que recebia:
- Isso, gostoso… ahhhh… como você é bom nisso…
Andréa não resistiu e gemeu alto:
- Aaaaahhhhhhhhh…
Só então Renato percebeu Andréa parada na porta, com as pernas trêmulas e o short puxado de lado. Ele pediu que Aline esperasse e com aquele pau duro, caminhou em direção a Andréa. Pegou uma de suas mãos e colocou sobre o seu membro. Andréa segurou e apertou forte. A outra mão, de dedos melados, Renato levou até a boca e lambeu. Andréa não resistiu, a cena era excitante demais. Procurou a boca de Renato e muito excitada, se entregou àquele beijo tórrido, sem largar o pau que latejava em sua mão.
Renato a conduziu para dentro do quarto e ela se sentou ao lado de Aline. Ele segurou em sua cabeça e a puxou em direção ao pau. Andréa apenas abriu a boca e começou a mamá-lo. Aline levantou a blusinha que ela vestia e sugou seus seios pequenos com muito carinho, sabia que Andréa se excitava ainda mais dessa forma. Ela não sabia que se gemia ou se chupava:
- Aahhh… assim, minha linda… Aahhhhh…
Ele deixou que Andréa chupasse por mais alguns minutos e pediu que Aline ficasse de quatro. Enquanto Andréa ainda mamava, ele brincava com os dedos na xaninha e no cuzinho de Aline. Ele olhou para Andréa e disse:
- Deixa ele bem molhadinho que eu vou foder essa sua amiga safada. Depois é a sua vez.
Andréa deixou o pau bem lubrificado com sua saliva e Renato, com seu pau grande e grosso, penetrou Aline. Estar ali, tão perto, aumentava exponencialmente a excitação de Andréa. Renato deu-lhe um beijo tão quente que a fez ficar sem ar.
Ele começou a fazer movimentos lentos e aos poucos foi aumentando. Tirou a blusinha de Andréa e começou a tocar em seus seios, apalpando-os e dando leves beliscadas nos biquinhos com aquelas mãos grossas, ao mesmo tempo em que fodia sua amante. Por mais que Aline se segurasse, não havia como não gemer:
- Caralho… aaahhh… isso…
Renato estocava com força:
- Pica gostosa… Ahhhh… tá me rasgando, amor! - Ela olhava para Andréa.
Andréa subiu na cama, tirou o short e a calcinha e se posicionou na frente de Aline, dando sua boceta para que ela chupasse. A língua ágil a deixava louca. Começou a gemer baixinho:
- Aahhhhh… que delícia…. Hummmm…
Renato continuava socando forte, levando Aline delírio também:
- Aaahhh… gostoso do caralho… aaaahhhh…
Renato bombava firme, encarando Andréa e Aline começava a se tremer inteira:
- Vai que eu vou gozar…. Aaahhhhh… forte… Aaahhhhhh….
Finalmente, Aline deu o gemido mais alto da noite:
- Aaaaahhhhhhhhh… Estou gozando… que delícia…. Aahhhhhh…
Enquanto Aline deixava o corpo cair sobre a cama, cansada e suada, Renato não perdeu tempo. Se colocou entre as pernas de Andréa e a penteou de uma só vez:
- Aaahhhhh…. Devagar, caralho!
Renato a calou com um beijo muito gostoso e começou a estocar na posição papai e mamãe. Seu pau preenchia Andréa por inteiro. Ser fodida por Renato, a fez lembrar de Augusto.
Ela pensou: "Renato sabe o que faz. Será que Augusto já aprendeu?" Foi tirada desse pensamento com uma estocada forte e profunda de Renato:
- Aaaahhhh… filho da puta… pau gostoso…
O elogio o fez bombar ainda mais forte. Aline, recuperada, voltou a sugar seus seios, passando a língua com carinho nos mamilos intumescidos pelo prazer. Sentia sua boceta apertar forte o pau de Renato e começar a ordenhá-lo:
- Mete, safado… está vindo, mete! Aaahhhhh… assim… Aaahhhhhhhh…
Renato aproveitou o embalo do êxtase de Andréa, tirou seu pau de dentro dela e ejaculou sobre o corpo das duas amantes. Aline lambia o esperma dele no corpo de Andréa e trocava beijos deliciosos com a amante. Os três ainda se pegaram durante toda aquela noite. Renato ainda fodeu as duas mais uma vez e depois, as duas namoraram durante algum tempo enquanto Renato dormia.
Desse dia em diante, com o caminho aberto para a cama das duas, Renato começou uma manipulação calculada sobre Andréa. Usava o sexo e a amizade para criar mentiras e deixar Andréa cada vez mais revoltada com o casal que vivia sua vida e seus problemas na cidade natal, alheios à tramoia do falso amigo. Renato ainda usava os nomes dos conterrâneos para ajudá-lo em suas armações. Pessoas que Andréa sabia que existiam, mas que ela não tinha amizade ou a mínima chance de ir atrás para saber a verdade. Foram cinco anos de manipulação e mentiras.
Renato ia soltando mentiras nos momentos mais oportunos. Aproveitando que Aline estava cada vez mais próxima de um jovem médico, ele cercava Andréa e aproveitava para alimentar o ódio nela e não deixar que Sheila e Augusto fossem esquecidos. Pequenas histórias, sobre Sheila, após se recuperar da perda do filho, viver se gabando da forma como roubou Augusto dela, de como Sheila se dizia uma amante melhor e de como Augusto vivia comparando o sexo entre a esposa e ela. Renato dizia que Andréa virou o assunto principal de Sheila para esquecer da tragédia em sua vida. Falar mal de Andréa, redirecionava a raiva dela. Ou então, dizia que entre os amigos da infância, sempre se falava de como Andréa foi embora com o rabo entre as pernas para não ver Augusto e Sheila juntos. E que ela até hoje não teve mais coragem de voltar para casa, por medo de ter que encará-los.
Essas mentiras foram alimentando o desejo de vingança em Andréa. Mesmo com os constantes avisos de Aline, ela ia cada vez mais entrando naquele jogo doentio do falso amigo. Aos poucos, foi se afastando da amiga e amante e ficando cada vez mais dependente da amizade e da companhia de Renato. Desiludida, Aline aceitou namorar com o jovem médico do hospital em que fazia residência e acabou por se casar com ele. Jamais deixou de amar Andréa, mas sabia que o ódio implantado nela por Renato, um dia cobraria o seu preço."
Num dia ensolarado, Aline, sentada na varanda de sua casa em Angra dos Reis, foi tirada de suas lembranças pela buzina do carro de Andréa que anunciava sua chegada. O bairro do Frade onde Aline morava, era de alto padrão. Algumas residências contavam até com praia privativa.
Quando mandou a mensagem, Andréa não sabia o que Aline responderia. Ficou surpresa por ela aceitar recebê-la. Ainda mais trazendo Sheila junto consigo. Aline ainda sentia demais a falta da ex amante. Disfarçou sua tristeza com um sorriso e foi abrir o portão.
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Enquanto Sheila e Andréa chegavam ao seu refúgio em Angra dos Reis, lá na fazenda dos primos, um abatido Augusto, se sentindo solitário e perdido, começava a arrumar sua mala. Ele não estava fugindo, mas precisava se afastar de todos por um tempo para colocar a cabeça no lugar.
Estava na hora de começar a resolver sua situação. Por mais que não concordasse, começava a entender e aceitar que a ausência de Sheila lhe faria bem.
Sua dor era proporcional ao amor e a falta que sentia da esposa. Mas era um homem de palavra e não podia voltar atrás em sua decisão. Se arrependia de ter mandado aquela mensagem tão definitiva. Mesmo achando que não perdoaria a traição de Sheila, precisava mostrar a ela que Andréa não era confiável. Depois dos avisos, precisava de uma prova concreta de suas intenções ao voltar depois de tanto tempo
Era hora de reagir. Primeiro, tentar resolver o problema do vídeo. Naquela cidadezinha, a fofoca era esporte. Talvez, tirando aquele vídeo de circulação, conseguiria diminuir o falatório e com o tempo, as pessoas iriam esquecer.
Ia saindo do quarto com as malas, pensou que pela hora, conseguiria deixar a fazenda sem ser notado. Depois ligaria para o primo e daria uma explicação. Mas Fátima já havia levantado e estava sentada e pensativa na cozinha. Aquele era o único caminho. Não tinha como escapar.
Foi saindo e ela olhou sem entender:
- O que aconteceu? Está indo embora?
Augusto não queria dar explicação, mas não podia ser tão mal-agradecido. Ele disse:
- Eu preciso me afastar. Minha cabeça não está bem. Me desculpe!
Fátima havia desenvolvido um carinho enorme por ele. Ela levantou da cadeira e o abraçou:
- Eu entendo o que você está passando. Sou eu que preciso pedir desculpas. Acabamos abusando de você.
Augusto, mesmo sabendo que estava vulnerável, não podia dar o braço a torcer:
- Foi bom o que aconteceu. Me fez enxergar um lado distinto.
Fátima foi direta:
- Você não precisa fazer isso. Ser homem não é esconder o sofrimento ou sofrer calado. Antes de qualquer coisa, Oscar e Maria se preocupam com você. Sei que você se sentiu usado, mas acabou gostando do que aconteceu.
Antes que Augusto pudesse responder, ela foi certeira:
- Não era a hora. Em sua cabeça, o excesso de informação e o conflito que você vive, pode acabar sendo prejudicial.
Augusto protestou:
- Você está dizendo que eu fui manipulado?
Fátima olhou para ele com ternura. Augusto podia ser inexperiente, mas idiota ele mostrava que não era. Ela disse:
- De certa forma sim. Acabamos usando a sua fragilidade para o nosso prazer. Oscar achou que podia unir o útil ao agradável. Ele não fez por mal. Era um desejo de Maria.
Augusto deixou claro os seus sentimentos:
- Tudo que eu fiz, foi consciente. Fique tranquila! Foi bom, eu não me sinto manipulado. Pude aprender e ter prazer com duas mulheres incríveis. Eu gostei. Quem sabe, assim que essa tempestade passar, a gente não possa repetir?
Fátima sorriu para ele e lhe deu um beijo carinhoso na boca. Ele retribuiu com a mesma vontade. Um simples até logo. Augusto pegou a pequena mala e quando ia cruzando a porta, ele disse:
- Você me faria o favor de dizer ao Oscar que eu preciso passar um tempo sozinho?
Fátima novamente sorriu para ele:
- Fique tranquilo! Eles vão entender.
Entrou em sua velha picape, deu partida e acelerou. Rodou por cerca de quarenta minutos e chegou na cidade vizinha. Se dirigiu diretamente à delegacia. Chegou na recepção:
- Por favor, eu gostaria de falar com o Alencar.
A atendente, muito simpática, pediu que ele esperasse. Ele notou os olhares e sorrisos dela. Augusto sempre chamou a atenção das mulheres, mas após ter deixado a Andréa, se apaixonou definitivamente pela esposa. Nunca foi um grande namorador como o ex amigo e agora alvo de sua fúria.
Das dependências da delegacia, ao seu encontro, vinha um sorridente Alencar:
- Augusto, meu amigo, a que devo a honra? - Alencar lhe deu um abraço saudoso.
Os dois estudaram juntos. Enquanto Augusto estudava veterinária, Alencar preferiu fazer o concurso de escrivão da polícia civil. Augusto pediu:
- Tem algum lugar que possamos conversar com mais privacidade?
Alencar foi direto, tinha intimidade para isso:
- É sobre o vídeo, né?
Augusto apenas balançou a cabeça positivamente. Glorinha, esposa de Alencar e amiga de Sheila, havia alertado o marido.
- Venha! Vamos tomar um café aqui na esquina. - Alencar colocou a mão em suas costas e o encaminhou para a saída.
Chegaram à padaria e sentaram em uma mesa mais ao fundo. Alencar foi direto ao assunto:
- Eu já fiz uma sondagem preliminar. Com uma pequena pressão de um amigo da capital, o site disse que vai retirá-lo do ar em até vinte e quatro horas.
Augusto sorria genuinamente com uma expressão de esperança pela primeira vez desde a confissão de Sheila. Ele disse:
- Obrigado, amigo!
Alencar voltou a questioná-lo:
- Você sabe quem fez a postagem?
Augusto confiava em Alencar:
- Sim! Foi o Renato. Ele e Andréa voltaram para a cidade. Só que agora o covarde sumiu do mapa.
Alencar deu uma sonora risada, deixando Augusto confuso. Após se recuperar da crise de riso, ele disse:
- A gente sempre avisava que ele não valia nada. Desde a época da escola você o defendia. Está aí a gratidão dele. Todo mundo sabia que ele era louco pela Sheila. Só você que não acreditava.
Augusto não tinha como negar, Alencar tinha total razão. Falta de aviso não foi. Alencar voltou a falar:
- Foi ele então que você nocauteou?
Augusto riu outra vez e fez um pedido:
- Você me ajudaria a encontrá-lo?
Alencar foi honesto:
- Tem certeza de que você quer fazer isso?
Augusto, sem alternava, disse:
- Eu preciso. Tenho que tirar a verdade daquele canalha. Sheila não merece, mas ela precisa da minha proteção.
Alencar, com a intenção de proteger tanto Augusto como Sheila, disse:
- Eu vou ajudar, mas faremos do meu jeito. Você aceita?
Para Augusto, era o melhor que poderia acontecer. Com um verdadeiro amigo e ainda mais, um agente da lei ao seu ao lado, as coisas seriam mais rápidas. Alencar pediu:
- Me dê algumas horas. Vá cortar esse cabelo, fazer essa barba… me encontre aqui mesmo no fim do dia, lá pelas dezoito horas. Com um pouco de sorte e alguns contatos, acharemos aquele filho da puta.
Augusto agradeceu e os dois conversaram por mais alguns minutos. Alencar voltou à delegacia e Augusto precisava ser paciente e esperar as horas passarem. Em breve, as coisas mudariam rapidamente.
Continua…
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