Marcos, o investigador, sabia que precisava esperar. Além de toda a burocracia envolvida no processo, a polícia paraguaia não era conhecida por sua velocidade na resolução dos casos. Ainda mais com esse caso sendo um favor para a irmã brasileira. Enquanto isso, Natália aguardava ansiosa pelo dia de sua partida. Júlio e Tina começavam a viver na mesma casa e Bia chegava aos EUA para balançar as estruturas de Luiz e Angel.
Continuando…
Parte 6: Os embalos de sábado à noite. Parte 1/3
Alguns dias antes:
Enquanto aguardava a chegada de Luiz, que fora buscar Bia no aeroporto, o telefone de Angel tocou. Ela sorriu ao olhar o visor:
- Saudade, maninha! Há dias não nos falamos.
Tina estava eufórica:
- Aconteceu, irmã! Júlio me pediu em casamento.
As duas começaram a pular e a gritar, cada qual em sua sala. Angel queria mais detalhes:
- E cadê esse anel? Me conta tudo.
Valentina contou em detalhes o pedido e por fim, ela disse:
- Foi muito fofo, foi de coração. Foi tão espontâneo, que nem o anel ele comprou ainda.
Angel estranhou e percebendo a surpresa em seu olhar, Tina contou das suspeitas de Júlio e do encontro dos dois no ateliê do Charles. Afinal, foi aquele falso flagrante que originou o pedido de casamento. Angel se acabou de rir da história da irmã. Ela disse:
- Se prepare, o Júlio que eu conheço vai procurar o maior diamante do Brasil para colocar nesse dedo.
As duas ainda se falaram por mais algum tempo antes de desligarem.
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Se as irmãs tinham motivos para sorrir, Luiz estava ainda mais radiante no aeroporto à espera de uma querida amiga.
Bia:
Confesso que eu não resisti e a primeira coisa que fiz ao ver Luiz, foi dar um beijo saudoso naquela boca gostosa. Surpreso, ele disse:
- Esqueceu que eu sou um homem comprometido outra vez? - Ele mesmo começou a rir.
- Se você não contar, eu também não conto. - Que abraço gostoso.
Eu estava mesmo com saudade dele. Luiz estava bem mais confiante. Até sua postura era diferente. Ele não era mais aquele nerd com os ombros caídos e olhar perdido. Andava de cabeça erguida e de peito estufado. Estava másculo e irresistível. Aquele beijo foi inevitável.
Saímos praticamente abraçados do saguão do aeroporto a caminho do estacionamento. Eu já fui logo perguntando:
- Sua esposa sabe que eu estou de volta ao páreo?
Luiz se fez de desentendido:
- Como assim? Não sabia que havia uma disputa.
Eu só estava tirando uma com a cara dele. Pelo menos era isso que eu dizia para mim mesma. Eu voltei a brincar:
- É que eu gastei tempo e energia ensinando, talvez eu devesse desfrutar também.
Luiz me olhou de forma estranha. De início, achei que ele não estava gostando da brincadeira. Eu sabia que ele amava a Angel, mas não entender uma brincadeira já era demais. Antes que eu pudesse me explicar, ele me deixou de queixo caído:
- Falando nisso, Angel quer conversar com você. Lembra que eu disse que estávamos avaliando uma relação mais aberta? Então, Angel está inclinada a aceitar, contanto que seja com você.
Aquela fala me pegou completamente desprevenida. Eu imaginava que era a única carta fora do baralho da Angel. Aí tinha coisa. Angel, na minha visão, não era uma pessoa confiável. Eu disse:
- Você está falando sério?
Luiz foi direto:
- Converse com ela. Ouça o que ela tem a dizer. Eu vou entender se você não se sentir confortável. Ficarei triste, lógico! Mas respeitarei sua vontade.
Essa conversa inicial me deu uma ideia. Eu iria levar a traidora ao limite. Se ela queria mesmo me testar, eu iria mostrar a ela com quem ela estava lidando.
Já dentro do carro, em direção a San José, eu estava pensativa e Luiz parecia constrangido. A tensão estava no ar. Eu precisava me preparar e saber mais. Eu disse:
- E por que eu? Isso é coisa sua ou dela?
Luiz não fugiu da pergunta:
- Um pouco dos dois. Eu comecei a trazer a ideia para a vida da gente. Angel, aos poucos, foi vendo o quanto você foi importante para mim. O quanto você me ensinou e é responsável por nossa volta. Ela acha que você pode ajudá-la também.
Eu continuei em cima:
- E tudo isso de forma tranquila? Sem ciúmes ou segundas intenções?
Luiz parou o carro no acostamento e pareceu chateado com minhas palavras:
- Você acha que eu faria isso com você? Acha que eu não a respeito? Que eu traria você aqui para lhe magoar?
Realmente eu estava sendo uma idiota:
- Me desculpe! Mas eu me sinto entrando em algum jogo estranho. Tente entender o meu lado. E tem mais uma coisa que eu preciso dizer.
Luiz me olhou curioso. Eu continuei:
- Você já sabe que eu e Natália estamos juntas, não é? Ela é a minha primeira opção em toda essa história.
Na verdade, eu só estava testando Luiz. Ele pareceu não se importar muito:
- Converse com a Angel, pelo menos. Se você não se sentir confortável, eu vou entender. E ela irá aceitar. Você foi um pedido dela.
Eu brinquei novamente:
- Quer dizer então que você não me quer mais?
Luiz retirou o cinto de segurança e me deu um beijo tão gostoso que eu cheguei a sentir a xoxota encharcar. Olhando em meus olhos, ele disse:
- Eu sempre vou querer você. Ainda mais não precisando mentir. E cá entre nós, Angel é uma mulher linda e muito gostosa, tenho a certeza de que você irá se divertir muito no processo.
Luiz voltou a colocar o cinto, acelerou e voltamos à rodovia. Ele me conhecia bem demais, mas dessa vez, algumas exigências seriam feitas. Eu não iria entrar de gaiata no jogo da Angel. E com certeza, levaria Natália junto comigo. Se ela quisesse bem, se não… azar o dela.
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Se Bia pensava nas exigências que faria para Angel, sem saber de nada, no Brasil, Natália esperava ansiosa pelo visto de trabalho para poder viajar.
Mesmo que não tenha esquecido Luiz completamente, não podia mais pensar que um dia voltaria a ter uma nova chance. Tinha a certeza de que para ele, fora só um caso passageiro, um band-aid para um coração destroçado. E outra, sabia do sentimento que Bia teimava em negar. Quando a amante falava de Luiz, seus olhos brilhavam e as bochechas coravam. Jamais entraria numa disputa com a pessoa que mais demonstrava carinho por ela.
Precisava encontrar uma forma de esquecer de vez do patrão e seguir em frente. Se apaixonar por Bia também não era uma opção saudável. Se perguntava o porquê de não se apaixonar por uma pessoa simples como ela. Talvez, ajudando Bia a se acertar com Luiz, ao mesmo tempo, curaria a ferida aberta em seu coração. Angel não o merecia. Por mais que Flávio tenha sido um crápula chantageador, Angel se entregou e curtiu. Ela não era digna de Luiz. Bia sim, era ela que deveria estar ao lado dele.
A única coisa que Natália esquecia, às vezes, era que talvez Bia não quisesse estar em um relacionamento fixo. Bia amava demais a sua liberdade. Adorava suas aventuras. Mesmo desconhecendo o lado novo de Luiz, o liberal, Natália pensava que ele ainda era um homem de uma mulher só.
Natália criava os seus planos, sem saber o que estava acontecendo na Califórnia. Em breve, ela ficaria muito surpresa.
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Natália conspirava enquanto Luiz e Bia chegavam à casa dele.
Bia:
A simpática residência no bairro de Willow Glen, San José, não era enorme. Luiz mudara radicalmente a forma de viver. Não se importava mais com tamanho e aparências. Estava mais preocupado em ser a melhor versão de si mesmo. Um novo homem com novos sonhos e objetivos na vida.
A casa mais simples do que a que tinha no Brasil, também não era uma residência qualquer. Enquanto os outros jovens milionários iguais a ele, preferiam morar em Atherton, a cidade vizinha e mais rica dos EUA, ele e Angel procuravam uma vida mais simples e menos cheia de pompas.
A casa de quatro quartos e conceito aberto era muito bonita e funcional. Arquitetura modernista e decoração minimalista. Móveis de muito bom gosto e sem extravagâncias desnecessárias.
Eu entrei preocupada com a forma que seria recebida por Angel. Nós duas nunca trocamos mais do que meia dúzia de palavras. Para a minha enorme surpresa, uma sorridente Angel me recebeu com um abraço caloroso e uma mesa de café bem brasileira. Pão de queijo, pão francês, café fresco, leite, bolos variados, queijo branco…
Eu estranhei, mas me senti acolhida. Talvez, Angel tenha aprendido a lição e estava sendo realmente uma boa anfitriã. Nós três tomamos o café juntos e nenhum de nós tocou no assunto. Falamos amenidades e passamos, pelo menos, duas horas conversando. Foi quando Luiz lembrou:
- Venha, Bia! Sua casa já está pronta. Acho que você vai gostar.
- Minha casa? - Luiz me surpreendeu novamente.
Muito feliz, ele começou a falar:
- Sua casa, no momento. Eu comprei essa propriedade para quando vocês viessem. Você e Natália agora, Júlio e Tina daqui a pouco…
Angel, interrompendo Luiz, nos deu a notícia:
- Falando em Júlio e Tina, eles acabaram de noivar. Fiquei sabendo um pouco mais cedo.
Nós três nos olhamos felizes. Todos sabíamos que só podia acabar dessa forma a relação tão bonita entre os dois.
Luiz pegou o celular e foi ligar para o sócio e melhor amigo. Eu faria isso depois. Aproveitei a chance para me aproximar da Angel. Eu disse:
- Luiz me contou do seu pedido. É verdade?
Ela me olhou assustada:
- Nossa! Você é bem direta. Podemos conversar sem o Luiz? Prometo que serei honesta.
Eu concordei, pois não havia muito que eu pudesse fazer. Angel tentou ser simpática:
- Sei que você deve estar surpresa e que muitas coisas devem estar passando pela sua cabeça. Eu só quero entender um pouco mais como tudo isso funciona.
Quando eu pensava em dizer alguma coisa, Luiz voltou. Ele olhou para Angel e pediu:
- Você pode mostrar a casa para Bia? Preciso ir até o escritório. Estamos com um problema no servidor. Não devo demorar.
Angel concordou e eu até perguntei se ele precisava que eu fosse junto, mas ele disse que eu ainda tinha alguns dias de folga pela frente até o meu trabalho começar efetivamente. Na verdade, era uma ótima oportunidade, pois estando sozinhas, eu poderia pressionar a traidora e entender melhor os seus objetivos.
Caminhamos por apenas dois quarteirões e entramos em uma alameda muito bonita. Angel ia me contando sobre o bairro que era um local muito acolhedor. Um bairro de pessoas jovens e comércio forte. Ela me contou sobre os ótimos restaurantes, o grande parque com pista de caminhada, as diversas opções de bares e entretenimento. Eu pensei: "Natália vai adorar esse lugar."
Em menos de dez minutos chegamos ao local. Uma casa recém construída e já completamente mobiliada pela Angel. Uma coisa eu não podia negar: o seu bom gosto. Ela entendia mesmo de decoração. Mesmo a contragosto comecei a sentir uma certa simpatia. Mas eu não podia me deixar envolver. Angel é esperta e se ela estivesse de armação para cima de mim, eu precisava me manter alerta. Ela me mostrou toda a casa e me entregou as chaves. Era realmente uma ótima casa. Natália e eu teríamos muito conforto e ainda estávamos muito perto de todas as comodidades que o bairro oferecia: farmácia, mercado, padarias, academia…
Eu não aguentava esperar mais, estava na hora de saber de uma vez sobre as intenções da Angel. Eu perguntei:
- Vamos ser honestas, por que eu?
Angel, assim como Luiz, não fugiu da pergunta:
- Eu não vou mentir e dizer que eu sempre quis que fosse assim. Mas também, não posso ignorar o quanto você foi importante para o meu marido…
Eu, a interrompendo, resolvi provocá-la:
- Mas vocês não se divorciaram? Eu me lembro muito bem do divórcio.
Angel preferiu não cair na pilha. Ela continuou falando:
- Como eu ia dizendo, Luiz hoje é um amante incrível. E ele não me deixa esquecer que você é a responsável por essa mudança.
Eu não conseguia me desviar do propósito de pressioná-la. Eu fui ainda mais fundo:
- Mas e você? Mudou também?
Angel não entendeu a minha pergunta:
- Eu? O que eu deveria mudar?
Eu não aliviei:
- Luiz é um amante muito melhor. E você? É uma amante à altura dele?
Angel me fuzilou com os olhos:
- O que você quer dizer com isso?
Eu aliviei um pouco a pressão dessa vez e fui mais didática:
- Luiz hoje tem tudo o que é preciso para satisfazer qualquer mulher. Você também está se esforçando?
Angel começava a entender. Ela disse:
- Por isso eu escolhi você. Quem sabe você possa me ajudar também. Eu quero ser melhor para ele.
Eu voltei a testá-la:
- Não sei se ele lhe contou, mas eu estou em um relacionamento com Natália. Você está mesmo a fim de aceitar as minhas condições?
Angel pensou por alguns instantes. Era nítido o conflito que tomava conta dela. Por fim, ela disse:
- Eu tenho alguma opção?
Eu começava a sentir honestidade em suas palavras. Talvez, ela merecesse um voto de confiança. De qualquer forma, não seria um processo fácil. E eu iria levá-los por caminhos tortuosos. Ou eles estavam mesmo destinados a estar juntos ou aquela relação frágil iria desmoronar de vez.
Por enquanto estava bom. Eu já tinha a informação inicial que precisava. Eu disse:
- Me deixe fazer alguns contatos. Conheço profissionais que podem nos orientar melhor. Você e Luiz precisam conhecer o limite um do outro primeiro. Se prepare, sábado nós iremos nos divertir. O que você sabe sobre casas de swing?
Angel me olhou assustada.
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Bia estava mesmo com vontade de levar Angel ao limite. Mas enquanto isso, Júlio, pensativo em seu escritório no Brasil, havia acabado de ser cumprimentado pelo sócio e amigo e precisava urgentemente fazer uma nova ligação. Sem saber que os seus telefones estavam grampeados, ele buscou o número na agenda e iniciou a chamada. Do outro lado da linha uma voz rouca, inconfundível, atendeu:
- Doutor! Precisando dos nossos serviços outra vez?
Júlio foi direto:
- Não! O que eu preciso é saber se tudo foi feito conforme o ordenado. A parte de vocês foi cumprida sem erros?
O homem do vozeirão pareceu se irritar:
- Somos profissionais, Doutor. Jamais tivemos qualquer problema em nossa forma de trabalhar.
Júlio foi honesto:
- Não preciso me preocupar com o cerco da polícia então? Tem certeza que nada me liga ao ocorrido?
O homem do vozeirão o acalmou:
- Se o Senhor seguiu direitinho o nosso protocolo, tudo ficará bem.
Júlio agradeceu e desligou. Tinha um pressentimento ruim. Alguma coisa lhe dizia para redobrar os cuidados.
Se lembrou de Tina e de que ainda precisava comprar um anel. Pegou novamente o telefone e ligou para um amigo joalheiro. Não queria um anel qualquer, queria uma peça exclusiva. Com a promessa do amigo, ficou mais tranquilo. Tina teria um anel digno de sua importância na vida dele. Fazê-la feliz era o seu maior objetivo. Estavam próximos do recesso da faculdade, quem sabe um passeio pelos EUA?
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Enquanto Júlio fazia seus planos e pensava na amada, naquele mesmo dia durante a manhã, Javier Fernandez acordava. Fez sua higiene matinal e se preparava para ir ao banco. Com certeza, seu dinheiro já estava depositado. Dois mil dólares eram um bom dinheiro no Paraguai. Juntando aos serviços que prestava para ocupar seu tempo, ele conseguia viver uma boa vida.
Muitos estranhavam aquele sujeito tão diferente do povo comum do Paraguai. Faltava-lhe a mistura Guarani. Seu portunhol chegava a ser irritante para as pessoas com quem convivia. Estava há meses naquele país e não tinha o menor interesse em aprender a língua. Sabia que uma volta à terra natal estava fora de cogitação, mas ainda sonhava com esse dia.
Javier saiu de casa e era tão cheio de si, que nem notou a van disfarçada que o vigiava. Dentro dela, os agentes tiravam fotos e faziam filmagens. Mesmo com o pedido vindo do Brasil, ele já estava sendo investigado pela ligação com um cartel criminoso local. Não era um traficante, apenas um operador menor que conhecia algumas formas de enviar contrabando para o Brasil. Uma infração mais leve, mas de qualquer forma, nociva ao erário público.
O interesse dos agentes não era Javier, ele era peixe pequeno, e sim, suas conexões e para quem ele trabalhava. Aquele brasileiro hijo de puta andava pelo bairro como se fosse alguém importante. Seus dias estavam contados.
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A polícia paraguaia trabalhava, Júlio fazia planos, Natália tentava esquecer… Mas Bia começava a se comprometer com os pedidos de Luiz e Angel.
Bia:
Passei aquela semana fazendo meus contatos e descobrindo a melhor forma de não só ajudá-los, como também ter a certeza de que a relação dos dois era mesmo sólida.
Por sugestão de um amigo massagista de longa data, a melhor forma de testar os dois ao mesmo tempo, seria envolvê-los no que eu sabia fazer melhor: contratar um massagista Nuru. Enquanto o profissional se ocuparia de Angel, testando assim as reações de Luiz, eu mesma me ocuparia dele, vendo como Angel reagiria.
Com o plano armado, era hora de colocá-lo em prática.
Liguei para o profissional indicado e fiquei muito surpresa por descobrir um brasileiro que fazia muito sucesso com as mulheres da Costa Oeste Americana.
Fernando era realmente um homem muito bonito. Alto, cabelos e olhos negros, corpo impecável e pelo volume na bermuda, muito bem-dotado. Eu até cheguei a ficar com pena de Luiz, pois seria uma prova de fogo. Até pensei em voltar atrás, mas eu também era uma interessada no resultado daquele teste.
Dei a notícia aos dois e confirmei o horário. Fernando chegou em minha casa uma hora mais cedo naquele sábado. Eu dei as instruções:
- Você tem total liberdade para avançar e testar os limites da Angel. É um pedido deles, não se contenha.
Fernando foi ousado:
- É só nela que eu posso tocar? - Ele mantinha um olhar malicioso sobre mim.
Eu não corri da raia:
- Se você for isso tudo que dizem, eu penso no seu bônus.
Fernando preparou o clima. Afastou os sofás do centro da sala e esticou um encerado plástico grande no chão. Retirou de uma valise dois colchonetes infláveis e os encheu de ar com uma bombinha portátil. Quando cheios tinham uma borda alta que não deixava os líquidos escorrerem para chão e caso escorresse a lona faria a contenção. Sobre o encerado ele colocou os dois colchonetes infláveis, lado a lado, a uma distância de quase um metro um do outro. A seguir, preparou e aqueceu alguns de seus óleos e fez suas misturas especiais e exclusivas. Seus produtos tinham a fama de ajudar a despertar sensações incríveis no corpo das clientes. Depois o Fernando apagou as luzes da sala, e acendeu algumas velas aromáticas que dispôs cuidadosamente num perímetro próximo dos dois colchonetes. Tirou da valise uma caixa de som JBL e deixou preparada com uma seleção de música apropriada para a ocasião. A seguir ele se preparou e vestiu um roupão branco de tecido de toalha, e se sentou na sala à espera do atendimento.
No horário combinado, a campainha tocou. Eu atendi e mandei que o casal entrasse. A primeira reação da Angel foi de surpresa, mas ela gostou muito do que viu. Mesmo que desconfiasse das minhas intenções, ao ver Fernando, começou a achar que Luiz estava mesmo certo por pensar em um relacionamento liberal. Luiz parecia muito confortável com tudo. Eu disse:
- Ficaremos em dupla. Angel e Fernando, Luiz e eu.
Toda a excitação e expectativa de Angel começavam a dar lugar a um ciúme que a queimava por dentro. Eu notei o sorriso inicial de satisfação que ela tinha no rosto ao ver Fernando, sumindo…
Continua…
Contato: max.alharbi07@gmail.com
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