Entre Grades 3

Um conto erótico de Cesar Junior
Categoria: Homossexual
Contém 1577 palavras
Data: 24/07/2022 18:09:58
Última revisão: 02/12/2024 06:47:47

Era manhã do sétimo dia que eu estava na "bandinha" quando um agente penitenciário entrou chamando pelo meu nome e mais três detentos. Pelo jeito, havia chegado a hora de irmos. Ele nos mandou arrumar nossas coisas, pois seríamos encaminhados para nossas celas permanentes.

A hora que eu mais temia chegou. Meu estômago sensível voltou a dar sinal de vida, me avisando que estava ali. "Seja forte" era o que eu repetia para mim mesmo. Levantei a cabeça, arrumei minhas coisas e fui o segundo da fila a estar pronto para sair. Claro que não seria o primeiro; minha estratégia era sempre me camuflar entre as pessoas.

Saímos da bandinha e seguimos em direção aos pavilhões.

A prisão onde eu estava era organizada em seis pavilhões:

Pavilhão da facção Comando Vermelho.

Pavilhão da facção Terceiro Comando.

Pavilhão da facção A.D.A.

Pavilhão Bandinha (o menor de todos).

Pavilhão de Risco (gays, travestis e criminosos sexuais).

Pavilhão Cristão (um pavilhão pequeno, como a bandinha, que será mais explorado futuramente).

Cada pavilhão tinha, geralmente, três blocos (exceto a bandinha e o cristão, que eram menores).

Dos detentos que estavam na fila comigo, praticamente todos foram separados e encaminhados para pavilhões diferentes. No meu pavilhão, fiquei sozinho.

Seguimos pelo corredor, e enquanto os outros eram levados a seus blocos, eu era o último a ser encaminhado. Ótimo. Meu plano de me camuflar já não funcionaria, pois chegaria sozinho. Ainda assim, mantive a postura, com os ombros abertos e o peito para frente.

Enquanto me encaminhavam, o agente disse:

— Você vai para o Pavilhão 1, Bloco 3, Comando Vermelho. Como as drogas que você tinha em posse correspondem a essa facção, será mais seguro para você ficar lá.

— O quê? As drogas não eram minhas!

— Tá bom, parceiro. As drogas nunca são de ninguém aqui. Todo mundo é inocente na cadeia!

Quanto mais rápido eu entendesse que ninguém se importava se eu era inocente ou não, menos frustrante seria.

Cheguei à porta da minha cela, e acreditem: a lotação era real.

O cheiro era o mesmo da bandinha, com alguns complementos... suor, azedo, mofo, fezes e um cheiro forte de homem (não sei se isso era ruim). Ainda assim, o ambiente era úmido.

As grades que davam para o corredor eram usadas como grandes araras para pendurar roupas e redes de dormir. A cela tinha cerca de 40 camas, todas em beliches, mas todas estavam aparentemente ocupadas.

Diferente da bandinha, essa cela não tinha visão para o pátio. Havia apenas janelas com grades grossas.

O banheiro era um pouco maior: tinha uma latrina sem vaso e dois boxes para banho, no mesmo esquema de antes — só o cano, sem chuveiro.

No canto da parede, havia uma tomada que vinha do teto, chegando a uma mesa com uma bancada improvisada que servia como fogão. Na parte inferior das paredes, o mofo predominava, adicionando um toque final ao cheiro e à umidade.

— Rogério, chega aí! — chamou o agente. Um homem veio andando devagar. — Rogério é o chefe da cela. Ele vai te mostrar as regras e como as coisas funcionam aqui.

Rogério era um homem negro, alto e forte na parte superior do corpo. Porém, uma de suas pernas parecia ter sido mal recuperada de uma fratura, o que o fazia mancar bastante.

— Fala, meu parceiro, beleza? — Rogério apertou minha mão, e percebi algo passar entre as mãos deles. Perfeito, já dava para notar que tínhamos um funcionário corrupto ali.

— O de sempre. Detento novo. Acomode-o, apresente a cela e as regras.

— Pode deixar comigo, beleza. Qual é o seu nome, cara?

— Cezar.

Nessa hora, o agente já tinha saído. Rogério apontou um canto da cela:

— Pode deixar suas coisas ali. As regras são claras e fáceis de seguir:

Não seja "X9".

Evite sujeira e cuide das suas coisas.

Respeite a escala de limpeza da cela: ou você faz sua parte ou paga alguém para fazer por você.

Tenha sua garrafa de água.

Para usar o telefone, tem que pagar adiantado.

Se for receber visitas, tem que pagar a taxa de limpeza do pátio.

Colchão para a cama você compra aqui: R$ 200. Rede: R$ 150.

Ventilador pequeno custa R$ 30 para a facção, mesmo se vier de fora.

E, claro, 10% de qualquer dinheiro que você ganhar aqui é da facção.

— Entendido. Onde posso ajeitar minhas coisas?

Ele deu a ordem para um cara tirar as coisas dele de cima da cama de concreto. Fiquei com a parte de cima de um beliche. Enquanto eu arrumava minhas coisas, ele perguntou:

— Por que veio parar aqui?

— Tráfico de drogas. — Decidi não contar toda a história para evitar ouvir o de sempre.

— Hum... E você tá resolvendo os corre lá fora? — Ele se referia à facção, querendo saber se eu estava pagando o prejuízo das drogas perdidas. Mas eu nem fazia ideia do que ele estava falando, então improvisei:

— Sim! Claro. Tudo no esquema.

— Então tá tranquilão.

— Só tenho que resolver minhas pendências com a justiça aqui.

— Show. E o que você fazia lá fora?

— Estudava. Estava para começar minha carreira como professor.

Nesse momento, outro preso se aproximou. Ele era alto, de porte grande, com cavanhaque e cabelos pretos salpicados de branco. Vestia camiseta e bermuda. Devia ter uns 45 anos, pele parda e avermelhada do sol, e o peito coberto de pelos.

— Caramba, deu azar de ser pego e não ter nem diploma.

— Hehe... — Não tinha como retrucar aquele homem. — Dei mole mesmo.

— César Professor. — Rogério comentou, parecendo tentar encontrar um apelido para mim.

— Pode ser! — Ri meio sem graça, tentando parecer amigável.

— Meu nome é Carlos Vinícius. Prazer, meu amigo.

— É todo meu. Sou César, novo aqui. Vim hoje e tô me ajeitando agora.

— Tá pra saber. Já conheço todo mundo aqui.

Confesso que fiquei embasbacado. Carlos era um homem que, se eu o encontrasse em uma boate, com certeza beijaria. E, para ser honesto, já fazia mais de duas semanas sem me aliviar. Ele era como um Viagra visual.

— Rogério, agora que já acomodou o rapaz, podemos conversar sobre os celulares novos que vão chegar essa semana?

Carlos deu uma risada, afastando-se com Rogério. Antes de passar pela cela, ele olhou para trás e piscou. Fiquei sem entender, mas aquilo me deixou com calor e sem graça.

Depois que arrumei minha cama, sentei para processar tudo o que tinha ouvido e tentar entender como usar as informações a meu favor. Uma coisa era clara: na prisão, tudo girava em torno de dinheiro.

Eu tinha implorado para meus pais não me visitarem, mas agora começava a considerar pedir ajuda financeira para sobreviver ali até encontrar algo para fazer.

No pavilhão, havia uma espécie de "administração partilhada". Cada pavilhão tinha três blocos, com quatro celas em cada bloco. Cada bloco era administrado por um chefe de cela, como Rogério. Carlos era o segundo na hierarquia. Esses chefes eram responsáveis pela limpeza e "ordem" nos blocos, em troca de regalias como celulares, drogas e comidas diferentes.

Na hora do almoço, as quentinhas chegaram. A maioria nem abriu e colocou tudo numa bancada de madeira. Dois rapazes começaram a temperar a comida, acrescentando cebola, alho e temperos prontos. Eles eram chamados de chapeiros, encarregados de melhorar a comida. Cobram 30 reais por semana de cada preso.

Pensei que cozinhar poderia ser uma boa forma de ganhar dinheiro. Eu sabia cozinhar, então essa ideia ficou na minha mente.

Depois do almoço, a porta da cela ficou aberta. Durante o turno da tarde, ficávamos soltos até as 19h no verão e até as 17h30 no inverno.

Por volta das 18h, o pessoal começou a ir em direção ao banheiro. Minha cela tinha cerca de 60 homens, e a "organização" para tomar banho era simplesmente inexistente. Pegava-se a toalha e entrava na fila. Fiquei observando da cama. Não vou mentir, a vista era interessante.

Tinha de tudo: rolas pesadas, algumas menores, outras grossas. A água fria diminuía o tamanho de quase todas, mas mesmo assim era impossível não olhar. Um dos homens, parrudo e tatuado, chamou minha atenção. Aquele pau grosso e o saco enorme pareciam de touro. Minha boca salivava.

Enquanto eu tentava disfarçar meu tesão, ouço Carlos me chamar:

— Novato, vem tomar banho. Relaxa, é de graça!

Eu gelei na hora, mas dei um sorriso sem graça:

— Vou mais tarde.

— Tem que ir antes da próxima refeição. À noite, os chapeiros precisam daquela área para lavar a louça da janta. Se não, dá rato. — Ele explicou, sem cerimônia.

Quando a fila estava menor, tomei coragem e fui. A água era gelada como gelo, e o banheiro de cimento tinha um cheiro horrível. A latrina era um metal cheio de limo. Mesmo assim, entrei.

Fiquei de costas para as camas, consciente de que estava mostrando meu "melhor ângulo". Passei bastante sabonete e lavei rápido. Quando me virei, percebi que algumas pessoas me olhavam. Não sei se gostei ou fiquei ainda mais sem graça.

Na hora de dormir, os sons da cela eram peculiares: passos, cochichos e, às vezes, o som característico de alguém se masturbando. Aquilo me excitava ainda mais.

Deitado, tentei segurar, mas meu pau estava duro e doía. Não resisti. Baixei a calça e comecei a me aliviar. Pensei nos homens sem cueca, no parrudo tatuado. Imaginei eu de joelhos, chupando aquela rola grossa e pesada.

Usei dois dedos para estimular minha próstata. A pressão foi o suficiente para me fazer gozar uma quantidade absurda. Exausto, adormeci todo melecado, sem nem me limpar.

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