Esse conto é um pouco mais comprido . Espero que gostem .
Acho que tinha me acostumado mal com a ideia de que a prisão seria um lugar tranquilo para se estar.
Em minha direção vem um soco, este bateu nos meus olhos. Um dos vários que já tinha tomado pelo corpo. E lá vem mais um!
Já não sentia mais dor; acho que tinha desassociado, e só minha mente estava ligada e meu corpo não. Mais um soco vem e sinto o solavanco no meu nariz. A falta de ar agora era uma realidade, tenho que respirar pela boca, que já estava lotada de sangue.
Rogério tinha braços fortes para quem era um alvejado filho da puta. Tomei mais um soco e um dos meus molares sai da minha boca e rola pelo chão da cela.
Em câmera lenta, vejo alguns rostos assustados e outros imparciais, e uns que nitidamente concordavam com a minha surra.
Estava caído de lado no chão, respirava pela boca, estava difícil, visão embasada. Quando eu olho para cima, vejo um dos pés de Rogério, estava vindo em minha direção, ele ia me esmagar feito uma barata...
Como eu achei que estava bem? Como cheguei a esse ponto...?
Já tinham se passado 2 semanas que eu estava na minha cela, e eu não tinha recebido nenhuma visita. Sem visitas, sem dinheiro.
Na cadeia, para fazer dinheiro, você tem que ter dinheiro.
Já tinha perdido muito peso, só comia o pouco que conseguia, do que a cadeia fornecia. Quando não vinha estragado, eu me forçava e já estava me acostumando a comer tudo.
Mas, como geralmente acontecia, às vezes a comida chegava azeda, principalmente por causa do calor que faz no Rio durante o verão.
Um dia, durante uma noite de domingo, quando o jantar estava sendo servido, peguei minha quentinha, sentei com as pernas grudadas, abri a quentinha e peguei meu garfo de plástico.
Quando eu abri, SURPRESA!!!
O feijão tinha azedado e o macarrão estava todo revirado. Só deu para comer a carne moída que veio em cima. Botei minha quentinha no canto e fiquei deitado com os olhos fechados, pensando como faria para falar com minha família.
Sinto 2 dedos quentes tocando minha testa. Abro os olhos de imediato, meio assustado.
Vejo Carlos na minha frente.
-Não vai comer?
-Não! Minha quentinha tá estragada! Pensei até em comer, mas se eu dormir, amanhã de manhã tem o café.
-Você tem perdido peso!
-Eu sei, a alimentação tá complicada.
-Não tem família para te visitar e ajudar?
-Tenho, mas não quero que eles me vejam aqui.
-Se eles não virem te ver em breve, não vai sobrar o que ver.
Nessa hora, ele levanta, na altura dos meus olhos, 2 pães com ovo e hambúrguer dentro e me entrega. Nossa, eu arregalei os olhos e peguei.
Minha barriga grita dizendo: "come!!!"
Minha cabeça fala: "não come!!!"
-Quanto isso vai me custar? Não tenho dinheiro e não tenho como arrumar ainda.
-Cortesia, mas não conta pra ninguém!
Mais uma vez, ele piscou pra mim e virou as costas.
Gente, eu tava tão feliz, mas tão feliz!
Comi aquele pão como se fosse o meu primeiro Big Mac.
Aquilo foi muito importante para reforçar minha moral...
Deitado na minha cama à noite, eu pensava: eu precisava entrar em contato com meus pais. Eu nem chegaria a pedir dinheiro a eles, eu tinha dinheiro guardado da minha poupança para uma viagem pela América do Sul, por volta de mais ou menos 10 mil reais, mais 2 mil que tinha em dinheiro em casa, que era para trocar de laptop. Eu só tinha que trazer esse dinheiro pra cá. Mas como?
Não podia pedir outro favor a Carlos.
Não podia pegar dinheiro emprestado.
Mas eu ia dar meu jeito!
....
Pra eu cortar cabelo, precisava de máquina.
Pra eu vender cigarro, precisava ter os cigarros.
Pra eu vender comida, precisava da chapa e da matéria-prima.
Pra eu lavar roupa, precisava do sabão e dos baldes.
Sem falar que as poucas trocas de faxina que peguei, troquei por comida.
Pra falar no telefone, precisava de 40 reais para ligar para minha mãe, mais a taxa de visita dela.
40 reais era tudo o que eu precisava fazer.
Na parte da tarde, sentei na parte de fora do meu bloco, vi os presos jogando bola, malhando com pesos improvisados, conversando, e eu fui andando por ali sozinho, olhando de um lado para o outro. Sentei do lado de fora, perto de um monte de mato que tinha ali, e fiquei ali sentindo o vento forte, que vinha no fim da tarde.
Arrancando o mato de lugar e matando o tempo, vocês não sabem o que eu encontrei. Pasme!
Eu estava sentado do lado de toiceras de citronela e cidreira.
Na hora, só achei um barato, poderia fazer um chá, mas depois uma lâmpada acendeu na minha cabeça e pensei que podia rolar.
Peguei uma quantidade de citronela e cidreira, levei para a porta do meu bloco com duas pedras de concreto. Comecei a amassar a cidreira e a extrair aquele extrato verde, colocando-o dentro de uma garrafa PET. Repeti o processo até encher 1/4 da garrafa, depois continuei, enchendo o restante com água. Em seguida, peguei um dos meus sabonetes, moí-o todo e coloquei parte dentro da garrafa, sacudindo-a. Levei para dentro e guardei na minha cama.
Fiz mais uma garrafa com a citronela e guardei as duas na minha cama. Fui até a lista que fica próxima ao banheiro e vi que Marcelo, um dos rapazes com quem eu conversava, estava escalado para a faxina no dia seguinte. Fui até ele e perguntei se ele poderia trocar comigo. Ele disse que estava tranquilo, já que, pela lista, ele só limparia na outra semana.
Fui dormir com a esperança de que tudo iria dar certo.
No outro dia, acordei cedo, às 6:00. Os meninos ainda estavam dormindo. Levantei da minha cama e já a arrumei. O sinal sonoro tocou e todo mundo acordou. Fui o primeiro a tomar café. Depois do café, nem olhei a lista de quem ia trabalhar comigo. Já fui para o fundo da cela e comecei o trabalho.
As roupas estavam no chão, então eu as ia dobrando, perguntando de quem eram e separando as limpas das sujas, colocando-as em cima das camas ou dentro das redes. Sem roupas no chão, comecei a varrer o chão debaixo das camas. Peguei um pano úmido e comecei a tirar a poeira e as teias de aranha do teto. Depois disso, fui para o banheiro.
Pedi uma palha de aço para os chapeiros e fui para a latrina esfregar com detergente que roubei deles. Com as mãos nuas, esfregava todo aquele lixo. Sério, estava muito sujo, mas eu esfregava como se minha vida dependesse disso, pois dependia. Quando terminei, não estava brilhando, mas todo o lodo e limo tinham saído e dava para ver o metal de que era feita a latrina. Lavei o chão dos banheiros e limpei os boxes.
A cela estava limpa, mas antes de terminar, peguei uma faca dos chapeiros, furei a tampa da minha garrafa de desinfetante e comecei a jogar no chão. Na hora em que joguei no chão, o cheiro estava maravilhoso e ainda fazia espuma. Passei o pano no chão umas quatro vezes para tirar toda a sujeira. Os outros meninos não fizeram nada. Quando terminei, todo mundo já estava almoçando, e a maioria deles estava sentada na cama com os pés para cima para não me atrapalharem.
Gente, o cheiro! O cheiro dentro da cela era outro, inclusive a energia. Quando joguei o último balde de água suja pelo ralo e depois joguei a de citronela no chão, todo mundo bateu palmas e até assobiaram. Acho que nunca esteve tão limpo aquele lugar.
Aproveitei a visibilidade e disse:
Gente, estou fazendo faxina por 30 reais por equipe, quem quiser fazer a substituição. A citronela vai impedir que entrem moscas e mosquitos aqui dentro. Qualquer coisa, falem comigo.
Quando voltei do banheiro, pois fui lavar minhas mãos, Carlos estava sentado na minha cama, com um prato de comida dos chapeiros. Subi na cama e ele me deu o prato. Minha barriga roncava.
Ainda não posso pegar isso!
Cortesia pelo que você fez aqui hoje. Parabéns, você ralou muito, o lugar parece outro.
Obrigado, precisava fazer algo. Não dava mais para me arrastar pelos cantos e contar com a pena dos outros.
Saiba que não tenho pena de você. Tenho minhas questões, mas o que fiz não foi por pena. Você é um rapaz forte.
Obrigado, posso comer mesmo?
Pode! - Carlos saiu e eu ataquei. Caramba, que fome!
Quando terminei, o Rogério entrou na cela e falou:
Nossa, o que aconteceu aqui? Tô na cela errada, mano, tá limpo!
Graças ao César - alguém falou.
Ficou foda, meu parceiro.
Eu, de boca cheia, só me curvei e fiz um sinal com a cabeça para agradecer.
Olha essa latrina! Mano, não vou nem cagar pra não estragar.
Todo mundo começou a rir.
Levei minha louça e dormi todo fim de tarde...
Meu plano deu certo. Eram 6 pessoas por faxina, cada um dando 5 reais, o que pagava minha faxina.
Peguei 3 faxinas por semana.
No domingo, já tinha 60 reais. Fui até o Carlos e paguei a ligação para falar com meus pais, além de pagar a minha parte da limpeza do pátio à vista.
Sai de lá saltitando. Praticamente, sobrou 20 reais. Fui à cantina, comprei uma caixa de sabão em pó e paguei 10 reais por uma garrafinha de amaciante de 300ml. Um absurdo...
Carlos foi até a minha cama à noite, me entregou o telefone e falou que eu tinha 30 minutos com ele. Pediu para usar com sabedoria.
_______________
Paguei o telefone e liguei para o residencial dos meu pais .
- alô , mãe
- Cesar , e vc ?
- sim mãe , sou eu .
- meu deus mais que saudades ! " Quem é Angela ?" . Nosso filho !
- meu filhote é vc ? - meu pai fala ofegante -.
- sim pai sou eu !
- que saudades de vc ! Meu filho como está aí como vc tá vc tá bem ?
- tô sim , tô dando meu jeito ! - nessa hora comecei a pensar nas faxinas e cogitei não pedir para eles virem , já estava dando meu jeito .
- filho eu quero muito te ver , tô morta de saudades .
- mãe esse lugar não e para vcs !
- mas eu vou , de um jeito ou de outro !
- mãe , se for vir vou precisar da ajuda de vcs
- oque vc quer ?
- preciso de dinheiro , mas não quero que vcs gastem nada . Eu tenho dinheiro guardado . Dentro do meu quarto de baixo dos perfumes vc vai achar dinheiro lá .
- sim filho
- aqui no presídio só entra 250 reais , por visita , troquem essas notas e traga na visita .
- sim filho oque vc precisar, sua família está aqui .
Meu coração estava quentinho , que saudades deles , que saudade da minha vida .
Já era domingo , então até minha mãe fazer a carteirinha, do presídio acho que ela estaria lá no próximo domingo .
Fui até o Carlos e levei o celular ,
-aqui está ! Obrigado !
-nao precisa né agradecer, vc pagou por isso, agradeça a si mesmo !
- você me deu comida quando eu estava praticamente passando fome . Então obrigado.
- De nada . Se precisar sabe onde me encontar .
Só deu um sorriso e sai de lá . Fui pra minha camabe fiquei rindo sozinho pra cima e fiquei deitado
.....
Mas um dia começou dia , estava na fila do café da manhã , Carlos passou por mim e piscou . E saiu bem cedo , olhei para cama dele e tinha roupas dele paradas em cima da cama .
Fui lá fingindo costume e peguei todas o lençol e a fronha , peguei 2 baldes e fui enchendo nós chuveiros .
Peguei meu sabão, e o amaciante .
Comecei a botar as roupas do Carlos no balde e e com uma das bermudas tinha uma cueca usada , eu peguei olhei para os lados; não vinha ninguém então eu cheirei . CARALHO QUE CHEIRO DE PICA ! CHEIRO BOM DE PICA ! Na hora que eu cheirei a cueca dele meu pau ficou duro na hora .
Dei mais uma cheirada pra o cheiro dele ficar guardado na minha memória .
Comecei a lavar esfregar tudo na mão , depois enchaguei e botei de molho no amaciante pra ficar bem cheiroso . Nesse meio tempo fui pegar mais água pra começar a lavar as minhas .
Botei tudo na corda e fiquei por ali vigiando .
Estava tão quente , mas tão quente que eu as roupas de Rodrigo secaram muito rápido . Dobrei elas e coloquei em cima da cama . Tudo lavadinho e cheiroso. Coloquei a cueca por cima pra ele saber que alguém mecheu .
Meu cobertor , ficou junto com o do pessoal da minha celaNa hora do almoço Carlos volta e quando ele pega o prato dele senta na cama , e olha pras roupas dele ali , encima e olha e cheira , vejo ele olhando ao redor até seu olha encontar o meu , da um sorriso , pisca e volta a comer .
Depois do almoço ele vem na minha cama .
- nossa obrigado pelas roupas, quanto de tevo?
- fica de cortesia, por tudo que fez por mim
- obrigado então .
- espero que tenha ficado tudo do seu agrado e bem cheiroso, um homem importante como vc precisa está sempre cheiroso
- ficou tudo, inclusive minha cueca , aliás não precisa lavar ela .
- se for sua não me importo de lavar quantas forem .
- ooook ! Obrigado mais uma vez
Será que eu fui evasivo de mais . Mano que vergonha .
Mas o Carlos já estava me deixando louco .
Terça de manhã , levanto as 6 antes mesmo do som mais uma vez, arrumo minha cama e vou separo os matérias de limpeza que agora tenho disponíveis . Os rapazes daquele dia me dão o dinheiro da faxina . Pego meus 30 reais .
Tomo meu café sendo o primeiro e começo a dobrar as roupas espalhadas, separo, tiro tudo do chão e peço hoje aos meninos que os que não vão ficar nas camas me dêem licença pois irei lavar o chão , então comecei a encher os baldes , e com o sabão e pó comecei a esfregar e fazer espuma e foi maravilhoso , esfregar aquilo tudo com bastante sabão. Puxei com o rodo para o banheiro onde tinha ralo , e usei a espuma para esfregar o chão e a latrina. Bom secando tudo depois finalizei com o desinfetante .
Terminei de limpar o banheiro .
Comprei garrafinhas pet de água de 500ml , fui no pátio peguei bastante citronela, que tinha acabado. amacei bastante e tirei bastante extrato , espalhei pela cela como se fosse difusores .pois depois que começamos a usar citronela os mosquitos diminuíram e as moscas também .
Terminei como planejava um pouco antes do almoço , avisei na porta do bloco que estava tudo liberado , e os meninos passaram a entrar . E finalmente tinha dinheiro para pagar, os chapeiros para que minha comida fosse turbinada . Meu deus que felicidade .
É engraçado como, pequenas coisas deixam a gente feliz .
Almocei e fui tirar um cochilo ....
Acordei com um muvuca , ouvia a voz do Rogério , falando
- esse aqui é meu filho!
- nossa como ele é sua cara
- saiu daqui oô - falou segurando o saco - pode ficar com essa cama aqui filho
Levantei meio zonzo e fui ver quem era .
quando levantei e olhei para cara do rapaz , era o cara que era dono da mochila que estava comigo dentro do ônibus ; que foi preso comigo !
Na hora aquela minha amiga dor de barriga veio com tudo passei mal na hora . Nossos olhos se encontram e ele me encarou, na hora GELEI .
ele veio na minha direção , confirmou que era eu e falou algo no ouvido do pai dele e apontou pra mim .
O brilho do Rogério sumiu na hora ele veio na minha direção .
-ENTAO FOI VC QUE XISNOVOU MEU FILHO !
-eu não , eu não não foi eu !
-VC QUE FALOU QUE AS DROGAS ERAM DELE !
-foi , mas eram dele !
Na hora não tive nem tempo de falar mais nada para me defender , o primeiro soco no rosto me pegou desprevenido , depois foi um no estômago e mais 2 no rosto .
Tentei me manter em pé quando ele tentou me dar mais um de cima pra baixo eu segurei o braço dele mais sem muito sucesso ; tomei uma pesada dele na boca do estômago que perdi totalmente o ar , caindo no canto da parede . Tentava buscar fôlego onde não tinha; tomei um chute no rosto que fez meu ouvido zumbir .
Em minha direção vem um soco esse bateu nos meus olhos . Um dos vários que já tinha tomado pelo corpo . E lá vem mais um !
Já não sentia mais dor; acho que tinha desassociado , e só minha mente estava ligada e meu corpo não. mais um soco vem e sinto o solavanco no meu nariz . A falta de ar agora era uma realidade , tenho que respirar pela boca , que já estava lotada de sangue .
Rogério tinha braços fortes pra quem era um alvejado filho da puta . Tomei mais um soco e um dos meu molares sai da minha boca e rola pelo chão da cela .
Em câmera lenta vejo alguns rostos assustados e outros imparciais , e uns que nitidamente concordavam com a minha surra .
Estava caído de lado no chão, respirava pela boca tava difícil , visão embasada . Quando eu olho pra cima vejo um dos pés de Rogério , estava vindo em minha direção , ele ia me esmagar feito uma barata ...
Fechei meu olhos e esperei , quando olho de novo o Lucas filho do Rogério segurou ele .
- Pai já chega .
- EU VOU MATAR ELE !
- vc não vai matar ninguém - Carlos entra e fica entre eu e ele
- ELE ACABOU COM A VIDA DO MEU FILHO ! E ELE VAI PAGAR COM A VIDA DELE...
- Ou ele pode pagar em dinheiro ! - Carlos fala tentando remediar a situação
- ISSO NAO TIRA MEU FILHO DAQUI !
- mas ajuda a pagar a dívida que ele ficou das drogas que ele perdeu .
Rogério começa a ficar mais calmo
Eu tentei me levantar e consegui ficar de pé .
-quanto foi a dívida das drogas
-8.000! -Lucas falou !
-eu pago a metade e ele a metade, se eu não tivesse segurado a mochila ele teria rodado sozinho . Dou 4.000 limpo .
Rogério parou , olhou pro filho e aceitou .
-VC TEM 1 MÊS PRA ADIANTAR O DINHEIRO OU VOU TE MATAR AQUI DENTRO .
ele saiu da cela . Quando ele saiu eu quase caí de joelhos no chão mas Carlos me segurou e me acompanhou até minha cama . A bagunça dispensou
- você tem esse dinheiro ?
- vou dar meu jeito !
- se vc não conseguir ele vai te matar
- vou dar meu jeito !
- quer o telefone para falar com alguém
- vou dar meu jeito . - as pessoas olhavam para minha cara disfigurada e eu não conseguia mais segurar o choro . Senti que meu rosto queimava e doía de mais.
- se vc não conseguir a tempo me fala , eu te dou esse dinheiro! - ele olhou para os lado e fez um carinho na minha cabeça .
- vou dar meu jeito ! Nessa hora as lágrimas já escorriam
- se ficar com muita dor me fala que te levo na enfermaria .
- obrigado .
Carlos segurou minha mão por um segundo olhou nos meu olhos e saiu. Quando ele foi eu comecei a chorar mas sem fazer barulho , do jeito mais silencioso que conseguia .
Marcelo veio na minha cama com 6 dipironas e mandou eu tomar tudo de uma vez
- o Carlos mandou eu te dar , pra vc conseguir dormir
- obrigado
- qualquer coisa me chama parceiro
- Jae
A dipirona me derrubou , fui apagando pois minha pressão baixou. Mas estava livre de dor
Graças a Deus eu tinha esse dinheiroComentem preciso do feedback de vcs obrigado