Jornada de um Casal ao Liberal - Capítulo 15 - Alvorecer - Parte 1

Um conto erótico de Nanda
Categoria: Heterossexual
Contém 7236 palavras
Data: 27/07/2022 10:22:04
Última revisão: 28/07/2022 14:54:33

Aviso aos "navegantes"!

Estou repostando meu texto a pedido do meu marido e amigos.

Tenham respeito pelo próximo ou passem para o próximo conto.

Não admitirei qualquer forma de desrespeito com meu marido e irei excluir a postagem.

Querem nos conhecer melhor? Leiam e se divirtam.

Querem me conhecer melhor? Não! Vocês não querem.

Beijão Mor, TE AMO DE MONTÃO!

Beijão Jaque. Valeu pelo apoio.

ALVORECER

A viagem seguia tranquilamente e decidi parar num posto para completar o tanque do nosso carro, pois o preço do combustível no estado de São Paulo sempre foi mais vantajoso que em Minas Gerais. Também queria tomar um café para despertar, afinal as duas haviam acabado comigo durante à noite. Nanda ainda cantarolava sua musiquinha e concordou. Enquanto eu abastecia ela se dirigiu até a lojinha do posto, pois adora ficar olhando as lembrancinhas e quase sempre compra aqueles imãs de geladeira para enfeitar a nossa. Gosto é gosto...

Feito o abastecimento fui ao seu encontro. Ao entrar na loja, não a encontrei imediatamente. Imaginei que estivesse no banheiro e fiquei, ao contrário dela, olhando os docinhos e quitutes à venda. Disso eu gostava! Depois de um tempo, não muito longe de onde eu perambulava, a vi conversando com um cara moreno, alto e forte, estilo caminhoneiro na área da lanchonete. Ambos estavam sentados numa mesinha para dois e tomavam um café. Me dirigi até eles e ela, ao me ver, fez um meneio discreto com a cabeça proibindo minha aproximação. Eu a encarei e ela fez o mesmo comigo: eu estava surpreso; ela, enigmática para mim.

Pedi um café e me sentei numa mesa não muito distante que, mesmo com dois pacotinhos de açúcar, desceu amargo. Ela continuava conversando animadamente com o carinha e, vez ou outra me dava uma olhadela. Eu havia me fechado no meu mundinho próprio. O flerte era descarado entre os dois. Ele chegava a tocar sua mão com certa frequência e isso me incomodou mais do que deveria. Terminado meu café, passei perto dela enquanto me dirigia ao caixa e fingi não vê-la. Ela apenas me olhou pelo canto do olho, inconformada ou chateada, não sei. O sorriso que tinha no rosto pareceu minguar conforme eu me aproximava e a ignorava. Passei ao seu lado, indo ao caixa e, de lá, até nosso carro, onde aguardei, pacientemente, por longos cinco minutos que pareceram cinquenta. Ela então surgiu saindo do estabelecimento, acompanhada do carinha. Se despediram e bem que ele tentou um beijo mais íntimo. Inclusive, vi que a segurava forte pela cintura, mas ganhou apenas dois beijinhos na bochecha. Ela entrou no nosso carro e eu arranquei para casa.

Um silêncio incômodo tomou conta do veículo durante nosso reinício de viagem. Eu não falava nada, nem ela. Vi que ela carregava nas mãos um papelzinho que imaginei ser do nome e ou telefone do carinha. O papelzinho passeava em seus dedos até que, depois de um tempo, o amassou e o jogou janela afora. Procurei uma música suave no aparelho do carro para me acalmar. Escolhi “The Troppers" do Iron Maiden e coloquei o som num volume de médio para alto para tentar abafar eventuais maus pensamentos de minha parte. Nanda desligou o aparelho, praticamente virando seu corpo para mim e disparou:

- Tá bom. Fala!

- Não tenho o que falar. Você não fez nada.

- Não fiz mesmo! - Confirmou: - Mas tô vendo que você não curtiu.

- Curtir?

- Não é a primeira vez que a gente faz uma brincadeirinha dessas…

Nem ouvi o restante de sua frase, mas ela estava certa. Aquilo ali não era nada mais do que uma brincadeirinha corriqueira que fazíamos quando tínhamos uma oportunidade. Estranhamente, eu me tornei inseguro com ela. Eu aparentemente havia me tornado o elo fraco de nossa relação:

- Desculpa, Nanda. - Acabei a interrompendo: - Eu não sei o que me deu.

- Você perdeu a confiança em mim, Mark? Pensou mesmo que eu ficaria com um “zé mané” qualquer de beira de rodovia? - Ela insistia e, pelo seu tom de voz, estava claramente chateada.

- Pelo amor de Deus, Nanda, não quero brigar. Eu não sei o que falar. Só fiquei desconfortável quando vi você com aquele carinha. - Tentava achar uma resposta: - Sei lá, acho que me senti excluído. Eu não sei mesmo…

Por um minuto ela se calou, mas pela posição de seu corpo, sei que estava me encarando e decidindo o que falar. Eu já estava me preparando para uma discussão mais acalorada, mas ela, ao invés disso, colocou sua mão em minha nuca e começou a me acariciar. Depois de um tempinho falou:

- Eu te amo, seu bobo, mas juro que não estou te entendendo…

- Para te falar a verdade, nem eu…

- Eu acho que a gente deveria dar uma parada com essas paqueras externas, pelo menos até a gente colocar a cabeça no lugar.

- Terapia de novo?

- Até acho que não… Vamos tentar conversar só nós dois: eu te ajudo e você me ajuda. Acho que a gente dá conta de entender o que está acontecendo. Daí se der, a gente continua, senão voltamos a ser só nós e as meninas.

A proposta me pegou de surpresa. Por tudo o que havia acontecido, pensei que estivéssemos mais que prontos para viver altas aventuras, mas sua proposta era inegavelmente equilibrada e não tive como negar:

- Tudo bem. Concordo. Vamos dar tempo ao tempo.

Ela se aproximou de mim, me deu um beijo carinhoso na bochecha e voltou a se sentar em seu lugar, mas sempre mantendo algum contato físico comigo. A viagem transcorreu sem nenhuma novidade e logo chegamos em nossa cidade. Fomos buscar nossas filhas na casa de meus pais, onde tomamos um cafezinho feito na hora, acompanhado de “pão de queijo raiz” e voltamos para casa.

A vida seguia e nós estávamos bem. Transávamos sempre que podíamos. Eu inclusive fugia do escritório no meio da tarde às vezes para pegá-la de jeito e passamos boas tardes juntas. Entretanto, tudo o que é bom dura pouco. Nossas transas vespertinas foram sepultadas definitivamente por um novo emprego que Nanda conseguiu numa indústria que acabara de se instalar em nossa cidade. Ela estava radiante e eu não poderia ser egoísta de querer tê-la só para mim. Todo dia, ela vinha com alguma história nova para contar de seu emprego e, por tudo que eu ouvia, ela devia estar agradando. Após pouco mais de um mês, além de ser efetivada, conseguiu sua primeira promoção.

Nossas transas era espetaculares: comedidas com as meninas em casa; inimagináveis quando estávamos sozinhos. Os dias se passavam e não saímos com mais ninguém. Eu já até acreditava que tínhamos chegado no fim da nossa jornada liberal, porque parecia que havíamos conseguido um equilíbrio gostoso entre nós. Mantínhamos contato com Denise, mas apenas como uma amiga apesar daquele clima de paquera, e sempre usávamos as lembranças de nossas aventuras para apimentar nossas transas. Encontramos algumas vezes com Laura que, sempre “amiga”, se insinuava sem pestanejar, tentando um novo encontro. Sutilmente a dispensamos, dizendo que estávamos dando um tempo nas atividades externas. Num dia, Nanda chegou mais feliz que o normal em casa:

- Mor, adivinha? - Me perguntou, dando pulinhos de felicidade em casa, arrastando nossa caçula para a farra.

Maryeva e eu a encaramos sérios e sem entender nada:

- Adivinhar o quê? Foi promovida novamente? - Perguntei, agora sorrindo e acreditando ter acertado “na veia”.

- Não! Pelo menos, ainda não. - Ela disse, vindo se sentar na ilha de nossa cozinha: - Fui selecionada para fazer um treinamento externo na matriz e, dependendo da minha avaliação, posso mesmo ser promovida novamente.

A notícia era realmente boa. Sempre acreditei em sua capacidade e ela estava me surpreendendo, tamanho era seu crescimento na empresa. Meu orgulho por ela não cabia no peito e fui abraçá-la. Ela quase chorava de felicidade. Entretanto e estranhamente chateada, continuou:

- O único problema é que será praticamente o mês de novembro todo fora. Eu não sei como você faria aqui com as meninas…

Olhei para Maryeva que balançou negativamente sua cabeça com um sorriso inconformado. Então, me voltei para ela e a interrompi:

- Somos mais que capazes de sobreviver uns dias sem a senhora, dona Fernanda Mariana! - A repreendi, rindo de sua cara de frustração por eu ter utilizado seu nome composto: - Fica tranquila. A gente dá conta de tudo por aqui.

Ela sorriu e começou a distribuir beijos em todos. Depois me disse ter confirmado sua participação no treinamento e começou a se preparar para a viagem. Dessa vez, a viagem seria mais séria do que imaginamos. Ela iria até São Paulo, onde faria uma imersão de uma semana para depois pegar voo até a matriz da empresa, situada na zona franca de Manaus. Dependendo de seu rendimento, poderia até mesmo ser enviada para a matriz principal nos Estados Unidos. Na dúvida, tratamos de providenciar seu passaporte. O visto seria de trabalho, caso fosse selecionada.

No dia marcado, decidimos ir todos levá-la para São Paulo. Saímos de manhãzinha cedo e fomos direto até seu apart hotel, reservado pela empresa, onde a ajudamos a se instalar para os próximos dias. Fotos em família não faltaram: nossa caçula fez questão de espalhar várias pelo espaço. Depois passamos um dia muito agradável, visitando museus, que minha primogênita adora, e shoppings, que minha caçula adora. No final da tarde, Nanda me surpreendeu:

- Temos um compromisso para hoje. Jantar em família. - Falou.

- De que você está falando, Nanda. Eu tenho que pegar a rodovia e não estou a fim de viajar muito à noite.

- Você dormem comigo hoje e vão embora amanhã.

As meninas adoraram a novidade e só aí vim a descobrir que uma pequena mala trazida era de roupas nossas. Nanda já havia planejado tudo. Concordei, afinal cada minuto com a família era muito importante para ela. No final da tarde, veio a surpresa, pois o jantar seria na casa da Denise:

- O que você está aprontando? - Perguntei.

- Nada mesmo. É só um jantar. Achei que você iria gostar. Além do mais, estamos em família, não é?

- E ela já está sabendo disso, né?

- Claro, Mor.

Não posso negar que seria muito bom rever a Denise, então concordei na hora. Nos arrumamos e, por volta das dezenove horas, fomos para seu apartamento. Quando fui me identificar na portaria, descobri que meu acesso e o da Nanda já estava liberado permanentemente. Subimos e Denise veio nos atender toda sorridente:

- Pai! É a barbie sonserina. - Falou Mirian, arrancando risadas de todos.

Depois de rir, Denise a encarou:

- Sonserina, sim! Barbie, eu acho que não… - Disse, terminando com um beijo em sua bochecha e se voltou para Maryeva: - Você pela seriedade deve ser a minha “irmã” de fraternidade?

Maryeva somente abriu seu sorriso à “la Gioconda” e Denise veio recebê-la com um beijo muito mais caloroso. Mirian, que já havia entrado, voltou correndo:

- Mãe! Ela tem um neném. - Disse a novidade e voltou correndo para dentro, agora acompanhada da Maryeva.

Denise então se voltou para Nanda, dando-lhe um abraço apertado, acompanhado de um selinho. Depois, veio em minha direção e me deu um selinho também. Apertou minha bunda em seguida e falou:

- Homem cheiroso e gostoso! Tô com saudade desse bumbum…

Sorri, aliás, sorrimos todos pela cantada. Nos pegou pelos braços e nos arrastou para dentro de seu apartamento, fechando a porta atrás de nós. As meninas estavam se entrosando com o Ben e já ouvíamos o bebê se entregar a gostosas risadas com nossa caçula. Foi uma noite muito agradável. Denise não sabia o que fazer para nos agradar, mas acertou em cheio quando soube agradar e mimar nossas filhas, afinal “quem agrada nossos filhos, nossa boca adoça!”.

À certa altura da noite, nossas filhas brincavam com o Ben na sala e passamos a relembrar nossa verdadeira primeira noite a três. Descartamos a da pousada e passamos a considerar somente aquela em seu apartamento. Os olhos da Denise brilhavam com as lembranças. Era nítido que ela queria mais e, talvez se as meninas não estivessem ali, teria rolado. Ela também ficou chateada ao saber que Nanda preferiu ficar num apart hotel a se hospedar na casa dela, mas depois que Nanda explicou que tudo estava sendo pago pela empresa, acabou se resignando.

Voltamos para o apart hotel já passando das onze horas da noite. Na manhã seguinte, nos despedimos dela e, depois de uma sessão chororô entre as mulheres, tive a chance de me despedir. Agora eu era o tonto com olhos marejados, abraçando a minha esposa. Me fiz de forte e ainda ganhei um esporro:

- Para de se fazer de forte para tudo, Mor. Um dia você ainda vai enfartar… - Disse e me beijou os olhos.

Nessa hora, uma lágrima conseguiu fugir de meu olho. Ela a secou e me beijou a face, e eu a ela. Mais que um casal éramos amigos e eu sei que sentiria sua falta em meu dia a dia e ela de mim. Depois entramos no carro eu e as meninas, nova sessão de beijos se sucedeu e saímos de volta para casa.

[...]

Quando o carro partiu com minha família, meu coração ficou apertado. Eu ficaria praticamente um mês sem poder abraçá-los, nem em finais de semana eu poderia vê-los, pois só teríamos folga das reuniões e treinamentos aos domingos. Me doía fazer aquilo, mas a chance que a vida me proporcionava, o crescimento profissional, tudo o que eu poderia proporcionar para eles justificava. Fui me arrumar e parti para o escritório da empresa, onde o treinamento inicial seria realizado. Vestia um vestido simples, comportado, salto médio e cabelo preso. No rosto, apenas um leve "blush" e um batom pouco mais escuro que meus lábios. Após o cadastramento prévio, recebi um crachá com o nome “Fernanda Mariana”. Que ódio! Reclamei com a atendente que fez pouco caso e quase comecei uma briga por causa daquilo. Um senhor maduro, provavelmente por volta dos sessenta anos, se aproximou para saber o que acontecia. Expliquei que não gostava de meu nome composto e que não via mal algum em ter apenas o primeiro ou o primeiro e o sobrenome no crachá. Ele perguntou para a atendente se haveria outra “Fernanda” no treinamento e como a resposta foi negativa, determinou que ela fizesse minha vontade. O agradeci e ganhei meu crachá novo, com um simples mas belo “Fernanda”. Fui direcionada a uma sala, onde me reuni a mais dezenove pessoas vindas de várias filiais espalhadas no Brasil. Quinze homens e cinco mulheres, para ser mais precisa.

O treinamento começou com explanação sobre a empresa, seus objetivos, finalidades, pretensão de expansão, colocação no mercado local, regional, nacional e mundial. Nem eu imaginava que a empresa fosse tão grande! Decidi estudar mais sobre ela para não fazer feio. Por volta do meio dia, houve uma pausa para o almoço que seria realizado num restaurante próximo. Lá, intencionalmente ou não, os grupinhos começaram a se definir. Acabei ficando mais próxima de uma nissei chamada Aline, a típica oriental de pele branca, franzina, jeitinho tímido, cabelos negros e lisos, usava óculos, etc. Conosco também ficaram ainda Seu Jonas, um senhor de meia idade, casado, gorduchinho e piadista nato, além de Ivan e Irani, coincidentemente irmãos que trabalhavam juntos da mesma filial, ambos na casa dos quarenta anos, loiros, altos, fortes, bronzeados, solteiros e safados. Sei disso, porque uma das primeiras coisas que fizeram foi me perguntar se era verdade que as mineiras eram tímidas por fora e quentes por dentro. Me fiz de desentendida, mas não resisti em falar “Bravas, com certeza!”, fazendo-os corar.

Ainda no almoço, soubemos por um supervisor que passou pela nossa mesa que o sócio majoritário, mas que todos tratavam como dono da empresa, iria nos visitar para se apresentar e conhecer os "futuros diretores da empresa". Aquela informação pegou todo mundo de surpresa e não foi possível conter os sorrisos, afinal, ninguém ali era concorrente de ninguém porque todos vieram de filiais independentes.

De volta ao escritório, um senhor já se encontrava na sala, conversando com outro supervisor da empresa. Fomos todos apresentados a ele e ele a nós. Seu nome era Paulo e reconheci nele o senhor que havia me ajudado com a questão do crachá. Quando passei por ele, ele me reconheceu e me cumprimentou com um sorrisinho: “Melhor agora, dona Fernanda?”. Devo ter ficado roxa, mas o agradeci novamente pela ajuda e fui me sentar. Ele fez um resumo de sua vida e passou a falar das perspectivas da empresa no mercado empresarial. Depois passou a perguntar um por um, quais eram as nossas perspectivas dentro e fora da empresa. Chegou a minha vez e eu me dirigi para uma espécie de púlpito, mas o supervisor propôs fazermos uma pausa para o café, o que foi aceito por todos. Paulo, todo cordial, veio até mim e, gentilmente, me ofereceu sua mão para que eu pudesse descer. Fomos todos tomar um café e ele me acompanhou todo o momento durante a pausa, conversando assuntos diversos e dizendo que gostou muito de minha atitude, pois preza pessoas que não se acomodam. Naturalmente, notei alguns olhares enciumados pela atenção que ele me dispensava, mas preferi ignorá-los.

No retorno, de volta ao púlpito, passei a me apresentar, dizendo quem eu era, de onde era, que era casada, mãe, aliás, falar de minha família foi muito natural para mim. Depois, passei a expor o que esperava fazer, como pretendia agir dentro da empresa e inclusive acabei dando algumas sugestões para melhorar o ambiente gerencial da minha unidade, para criar melhores canais de comunicação entre a gerência e os trabalhadores de base. Nessa hora, vi que Paulo encarou um dos supervisores, com sobrancelhas levantadas, aparentemente surpreso com a ideia que eu havia apresentado. No final de minha apresentação, ele fez questão de vir ao meu lado e pedir uma salva de palmas pela minha iniciativa, dizendo que esperava isso de todos: o compartilhamento de ideias novas em prol da empresa.

Fiquei grata e envaidecida pelo elogio, voltando ao meu lugar na plateia. O treinamento nesse dia durou até por volta das dezenove horas. Paulo permaneceu conosco e, no final, nos convidou para um jantar de boas vindas que fazia questão de pagar. Voltamos para o apart hotel, onde me banhei, me maquiei discretamente e coloquei um vestido tubinho sem decote na cor verde petróleo, mas que se moldava bem em meu corpo. Fiz um penteado úmido e preso com coque estilo espanhola e coloquei sapatos de meio salto dourados. Por fim, coloquei brincos médios também dourados e minha correntinha de ouro com minhas duas “menininhas”, presente do Mark no nascimento da Maryeva e aumentada com Mirian. Peguei uma bolsa de mão também dourada e desci para a recepção.

Fui uma das primeiras a chegar e logo depois apareceu Ivan. Me elogiou detidamente e era nítido que seus elogios queriam levar a algo mais, mas ali eu era uma “executiva” e não misturaria trabalho com prazer. Deixei que me elogiasse, porque massagem no ego todo mundo merece. Todos os demais foram chegando, cada um mais bem vestido que o outro, pois todos queriam impressionar o “patrão”. Duas vans chegaram para nos levar e fomos então para um restaurante chique no centro de São Paulo. Uma grande mesa foi reservada para todos, com marcação dos lugares. Paulo ficou na cabeceira, cercado por seus dois supervisores de cada lado. Eu fiquei ao lado de Gonzaga, no lado direito. Ao meu lado, ficaram Aline e as demais mulheres; os homens foram espalhados nos demais lugares. Ivan acabou ficando de frente para mim.

Pessoalmente, não gosto desses jantares chiques e lá estava eu em um. Já passei belos perrengues nessas ocasiões. Certa vez, num jantar promovido pela OAB de nossa cidade, eu acompanhei o Mark. Éramos namorados ainda. Havia advogados, juízes, promotores, com suas respectivas famílias e todos muito bem vestidos, com ternos, vestidos longos, tailleur. Acho que foi a primeira vez que me produzi para valer. Após os discursos e lenga-lenga de sempre fomos jantar e eu, querendo bancar a chique, tentei comer um torresmo com garfo e faca. O resultado: meu torresmo saiu pulando mesa afora e foi cair no colo de uma juíza. Todos me encararam e se tivesse um buraco ali, eu teria pulado de cabeça, tamanha foi minha vergonha. Por sorte, essa juíza era muito legal e brincou com a situação. Quando olhei para o Mark, ele, com um sorriso cínico no rosto, ergueu sua mão esquerda, fez uma pinça com o dedão e o indicador e pegou o torresmo com a mão, levando a boca. “Aprendeu!?”, perguntou depois rindo. Todos riram e eu fiz o mesmo. Prometi para mim que nunca mais passaria aquele tipo de vergonha novamente. Mas ali, à minha frente, vários talheres, copo e taças desafiam meu conhecimento de etiqueta à mesa. Nessa hora, me lembrei de um conselho do Mark no trânsito: “na dúvida, segue o fluxo!”. Foi o que fiz. Conforme os pratos fossem chegando, eu seguiria os movimentos dos demais, em especial do Paulo e dos supervisores.

Começaram a nos servir e Paulo pegou um garfo grande e faca para degustar o primeiro. Fiz o mesmo: eu poderia errar, mas ninguém me criticaria! Os pratos foram sendo trazidos e estranhei, porque o Paulo não mudava de talher, ao contrário dos demais que revezavam, partindo dos garfos menores para os médios e destes para os maiores. Aquilo me deixou encucada, mas preferi manter o que vinha fazendo. Quando nos serviram uma carne, esta veio acompanhada de umas batatinhas bolinhas cozidas por dentro e com casca crocante por fora. Quando encostei meu garfo nela, vi que ela quis escorregar. “Foda-se!”, pensei e peguei a batatinha com a mão, a levando até minha boca. Nessa hora ouvi o Paulo me chamando a atenção:

- Correta é você que não se deixa controlar por padrões, Fernanda. Eu também prefiro usar só o garfo maior e esquecer dos demais, mas te ver comendo com a mão, sem frescura alguma, me deixou ainda mais aliviado. - Disse e pegou ele próprio uma batatinha com a mão também e riu na sequência: - Só não sei se seria apropriado num jantar com uma alta autoridade.

Sorri timidamente para ele, fazendo um meio conformado com a cabeça. Todos nos encararam e depois a seus próprios talheres. A conversa fluía tranquilamente e Ivan sempre tentava chamar minha atenção para algum assunto, mas Paulo acabava entrando ou mudando o rumo da prosa. Terminado o jantar, alguns se dirigiram para uma espécie de fumódromo, outros continuaram nos seus respectivos lugares e eu preferi dar uma volta pelos ambientes daquele restaurante em busca de um cafezinho. Quando o encontrei, Paulo se juntou a mim e ficamos proseando mais um pouco. Depois de um tempo, Gonzaga o chamou e ficaram conversando por ali um assunto que, pelo teor, entendi não ser para terceiros. Decidi continuar andando até parar perto de um lindo piano de cauda que fiquei admirando, hipnotizada, enquanto bebia meu cafezinho:

- Lindo, não? - Me perguntou um homem alto.

Aliás, alto, forte, moreno e muito, muito bonito. Aparentava estar perto de seus cinquenta anos, mas os cabelos grisalhos eram poucos e tinha lindos olhos verdes. Era inegavelmente muito sedutor no tom de voz e na forma de se portar. Vestia um blazer azul marinho, camisa social azul bebê, calça cáqui e mocassim marrom. Acabei ficando embasbacada, sem reação mesmo com aquele homem. Ele vendo minha inércia tomou a iniciativa:

- Toca? - Me perguntou, apontando para o piano.

- Eu!? Ah, não. Só acho lindo. Adoraria ter um desses na minha casa.

Ele não se fez de rogado e, sentando no banco do músico, começou a tocar uma melodia que eu não conhecia, mas muito bela, relaxante. Acabei ficando ali e curtindo enquanto ele a executava. Pouco depois, ele parou e, me encarando, disse:

- Senta aqui. - Deu dois tapinhas no banco, ao seu lado: - Eu te ensino alguma coisa.

Vontade não me faltava de sentar, mas não no banquinho, e tenho certeza que ele me ensinaria mesmo, mas acabei recobrando um pouco de meu juízo e o agradeci:

- Ah, obrigada, mas não é oportuno. - Falei na forma mais chique e polida que eu consegui, apontando o grupo que já se reunia num canto do restaurante: - Estamos em um jantar de negócios.

- Muito bem. Adoro mulheres de negócio. Inclusive eu estava te observando enquanto jantava com seus amigos. - Falou, me encarando: - Posso, pelo menos, saber seu nome?

- Fernanda. Nanda, para os amigos. - Respondi e já perguntei em seguida: - Me observando?

- Sou Ricardo. Rick, para as amigas. Ricardão, para os amigos. - Me encarou novamente: - Claro que sim! Achei você bem elegante. Chamou minha atenção.

“Ricardão!? Aposto que sim!”, pensei comigo mesma e sorri feito boba para o "nada". Ele vendo meu sorriso e pensando que fosse para ele, sorriu de volta e, o Mark que me perdoe, tive um comichão na boceta nesse momento:

- É um prazer, Ricardo. - Respondi, lhe esticando minha mão.

- Para você é só Rick. - Ele não cansava de jogar seu charme enquanto pegava e acariciava minha mão: - E eu? Posso te chamar de Nanda?

- Ah… Pode! Pode, claro.

- Ótimo! É uma pena que você já tenha jantado, mas poderia me dar o prazer da sua companhia num drink.

- Poderia, mas acho que meus amigos já estão voltando e não quero perder minha carona.

- Se o problema for esse, eu me encarrego de levá-la onde quiser ir…

- Com licença! - Ivan nos interrompeu com um semblante não muito simpático: - Já estamos indo, Fernanda. Você vem?

Por um segundo fiquei sem resposta. Ivan tentava marcar território desde que nos conhecemos e agora Rick já tinha ocupado todo o espaço sem fazer esforço algum. Olhei para um, depois para o outro e me lembrei que um terceiro já havia ocupado meu coração há tempos e pensei nele quando ditei minha resposta:

- Agradeço seu convite, Rick, mas realmente preciso ir. Quem sabe num outro dia. - Falei séria, mas sem vontade de ser convincente.

- Eu entendo. Aqui! Pegue meu cartão. Esperarei ansioso seu contato.

Que homem era aquele! Após ver que eu olhava seu cartão, veio até mim e me deu um único beijo na bochecha, mas senti minha face inteira ruborizar. Eu estava queimando por dentro e por fora. Reconheci o perfume que ele usava imediatamente: Ferrari Black! Um dos que o Mark gostava de usar. Me lamentei na hora de ter pedido ao Mark para darmos um tempo no meio liberal. Ali, pela primeira vez em tempos, eu queria realmente ficar com um homem que não fosse ele, nem que fosse somente para uns beijos. Voltei a olhar para seu cartão e, o encarando, encostei na boca como se o beijasse e disse:

- Ligarei! Pode ter certeza.

Eu queria mostrar para ele que era uma mulher independente, decidida. Saí sem olhar para trás, mas certa de que ele deveria estar me comendo com os olhos. Com os olhos já era um bom começo, apesar de que eu queria mais, muito mais. Meus colegas já se dirigiam para a saída do restaurante e eu os acompanhei. Ali nos despedimos do Paulo e dos supervisores, voltando para o apart hotel. Alguns decidiram sair para a balada e Ivan veio me convidar para acompanhá-lo. Apesar de tentada, pois dançar seria ótimo para eu relaxar depois de um dia de fortes emoções, preferi ficar no meu quarto:

- Deixa disso, Fernanda! Vem com a gente. - Ele insistiu.

- Agradeço, gente, mas hoje eu vou passar. - Respondi.

- As meninas também vão, Fernanda. - Irani agora tentava me convencer.

- Obrigada, gente, mas hoje não. Quem sabe outro dia. - Finalizei a conversa, me despedindo e subindo ligeira para o meu quarto.

Não sei se foi a saudade, o medo de fraquejar na paquera daquele homem, ou ambos, mas assim que entrei no meu quarto liguei para o Mark. Já era quase meia noite e ele me atendeu:

- Olá, moça. Em que posso ajudá-la?

- Oi, Mor.

- Aconteceu alguma coisa?

- Não. Só bateu saudade. Tudo bem com as meninas?

- Tudo tranquilo. Já foram dormir faz tempo. - Ele fixou o olhar no celular e me falou, surpreso: - Por que você está maquiada!? Ficou bonita!

Sorri satisfeita, porque tudo o que eu precisava agora era um pouco de carinho ou reconhecimento do meu marido. Contei um pouco do meu dia de treinamento e depois comentei do jantar oferecido pelo dono da empresa. Após isso, ficamos em silêncio por um momento e meus olhos se encheram de lágrimas. Acabei chorando de frente ao celular para ele:

- Nanda, o que tá acontecendo? - Ele me perguntou agora claramente preocupado.

- Ah, Mor. Eu… Eu… - Eu não sabia o que falar, mas também não conseguia parar de chorar.

- Nanda! Respira fundo, se acalma e me fala o que está acontecendo. - Ele falava calmamente comigo, tentando me acalmar à distância, mas nada: - É saudade? Eu tô aqui, a gente tá aqui.

Eu ainda chorava, mas já conseguia me acalmar um pouco. Ele continuou:

- Alguém fez algo para você?

- Não, Mor. Nada. Acho que foi bobeira. Só isso.

- Você não chora à toa, Nanda. Alguma coisa aconteceu ou está acontecendo.

Enfim, eu consegui engolir o choro e o encarei novamente:

- Desculpa.

- Conversa comigo. Fala o que está acontecendo?

- Acho que eu chorei de vergonha. - Falei: - Vergonha de mim, de você...

- Como assim?

Contei então do homem que eu havia conhecido no restaurante e que, pela primeira vez, havia ficado de verdade com vontade de ficar com outro. Mark me ouvia tudo com atenção, mas calado:

- E foi isso. - Terminei minha história: - Estou pensando em ir embora.

- Por que? Por que teve vontade de ficar com um cara que te chamou a atenção?

- Mor, eu quase fraquejei!

- Quase!? Você foi perfeita! Não fez nada de errado.

- Mas tive vontade…

- Ótimo! - Ele me interrompeu: - Estranho seria se você não tivesse.

- Cê tá brincando, né!?

- Nanda, se você tivesse saído com ele sem me avisar e considerando que você mesma pediu um tempo para nós dois, eu poderia até ter ficado chateado. - Me falou, sorrindo: - Mas você se controlou e não fez nada.

- Mas tive vontade. - Insisti e minha língua grande me traiu: - E ainda tenho…

Depois que eu disse isso, me toquei do absurdo de minha colocação, mas já não havia mais o que fazer. Mark me encarava em silêncio e agora ele é quem parecia não saber o que falar:

- Desculpa, Mor. Desculpa. Juro que não era isso o que eu queria dizer. Escapou. Eu só não sei se…

- Nanda, para! - Ele me interrompeu: - Escuta bem o que vou falar. Você é adulta! Nós somos liberais… Ok, podemos não estar liberais agora, mas nós somos. Aproveite o seu treinamento da melhor forma possível e desfrute dos seus momentos aí, sem medos, sem neuras, se isso não te atrapalhar o rendimento ou o treinamento. Eu, a nossa família, estaremos te esperando aqui em casa. Só não esquece o caminho da roça e volta pra gente!

- Mark! - Falei espantada, na esperança de não ter ouvido o que eu ouvi.

- Vai tranquila e não precisa me ligar para pedir. - Ele confirmou: - Mas se cuida! Toma cuidado porque eu não estarei aí para te proteger. “Carpe Diem”, Nanda. “Carpe Diem”.

Eu havia entendido, sim! Ele estava ampliando as possibilidades e aquilo até me deu medo, porque eu não teria mais meu marido para me limitar. Eu fiquei atordoada, mas não recusei imediatamente a liberdade que ele estava me devolvendo:

- Mor, mas eu… Eu não sei. - Insisti.

- Só deixa acontecer. Você pode tomar a decisão por si mesma. Se ainda assim tiver alguma dúvida, me liga e a gente conversa. - Ele reafirmou.

- Tá bom. Eu… Eu vou pensar.

- Ok, então.

Conversamos mais um pouco sobre outros assuntos e depois nos despedimos, fazendo juras de um amor que não parecia ter fim. Dormi como um anjo naquela noite e cheguei a sonhar com um ménage gostoso com o Mark e o Rick. Acordei molhada! Aquele homem havia realmente mexido comigo, mas o meu homem, o meu marido, esse não saía nunca de meu coração.

Nos dias seguintes, fomos para o treinamento e os dias transcorreram praticamente como o primeiro, porém sem a presença do “patrão”. No começo da noite de sexta-feira, após nosso treinamento, alguns colegas me convidaram para ir ao Shopping comer e beber um pouco e eu me permiti esse direito.

Decidimos e fomos todos para o Iguatemi. Lá o grupo se desentendeu, porque alguns queriam beber, outros comer, outros ir ao cinema, as mulheres passear... Acabamos nos separando e saí com a Aline e a Verônica para babar nas vitrines. Verônica era uma loira mais madura, com seus quase cinquenta anos. Pouco mais baixa que eu, tinha a vantagem de ser divorciada e recém turbinada. Andando ela nos confessou que estava há quase seis meses sem transar e, por isso, subindo pelas paredes. Não havia um homem que cruzasse conosco que ela não encarava como uma loba frente a um bife suculento. Sua grande vantagem era ser desinibida, com isso nos fazia rir de suas tentativas e das várias histórias fora do comum que contava.

Já estávamos há quase trinta minutos zanzando quando paramos em frente a uma loja de moda íntima feminina. Verônica tentou nos arrastar para dentro, mas só conseguiu levar a Aline. Eu fiquei do lado de fora vendo aquela doidivana quase desmontar a loja toda em busca de uma peça que a agradasse. Me sentei num banco próximo e abri minha bolsa para pegar meu celular. Dentro da capa-carteira dele, vi o cartão do Rick e pensei em ligar: “Será? Ele nem vai me atender mesmo!” Arrisquei e fui atendida de primeira, encerrando a ligação no mesmo instante. “Por que eu fiz isso, caralho!? Burra! Burra! Burrrrrra!”, me recriminei. Guardei meu celular na bolsa e, minutos depois, ele tocou . Na tela, o telefone do Rick aparecia novamente. Atendi:

- A… Alô!?

- Alô. - Respondeu uma voz máscula e rouca do outro lado: - Quem é?

- Você me ligou. Você se identifica.

- Aqui é o Ricardo. E você, quem é?

- Sou a Fernanda, Ricardo. Nos conhecemos no…

- Ah! A linda morena do restaurante. - Ele me interrompeu: - E só pra constar, você me ligou primeiro.

- Eu!? - Me fiz de desentendida.

- Sim, senhora! Eu não tinha seu telefone até você me ligar agora.

- Ah, me desculpe. Acho que minha amiga extrapolou um pouquinho e te ligou.

- Claro que sim... Por favor, Agradeça sua amiga em meu nome. - Respondeu rindo baixinho do outro lado da ligação: - Mas aproveitando que me ligou, quando terei a chance de me encontrar com você novamente?

- Poxa, Ricardo… Estou até sem jeito de falar com você.

- Fica não! E, por favor, é Rick, Nanda. Para você é somente Rick.

- Tá. Tá bom. Rick. Ah, minhas amigas estão voltando da loja, preciso ir, tá? - Tentei despistá-lo porque estava totalmente perdida na conversa.

- Não está em casa, Nanda?

- Não. Estou num shopping.

- Qual?

- Iguatemi.

- Jura!?

- Uai! Juro! Por que?

- Também estou aqui. Onde você está?

“Ai, meu Deus!”, pensei e já comecei a me lamentar pela ligação. Respirei fundo e, mesmo tremendo, decidi falar minha localização para ele. Tentei me convencer de que nada iria acontecer e, além disso, eu precisava pelo menos aprender a me portar na frente de outro homem sem o Mark por perto. Decidi que ele seria minha primeira experiência:

- Fica aí. Chego em um minuto. - Me disse: - Beijo, Nanda.

- Beijo. - Falei e desliguei.

“Que beijo, o quê, sua louca!”, me repreendi novamente. O anjinho de meu ombro direito tentava me levar dali, mas o diabinho já havia fincado seu forcado no chão e se debatia valentemente. Voltei para a frente da vitrine e as duas ainda estavam lá, mas aparentemente já saindo. O anjinho havia vencido, me fazendo arrepender da ligação feita e querer sair dali a jato. Tentei acelerá-las. Se eu tivesse um mínimo de sorte não cruzaria com o Rick:

- Vamô, meninas! - Falei, quase implorando.

- Já, já, Nanda! - Verônica me falou, se virando logo após para a vendedora, mas apontando para mim: - E eu quero aquela calcinha de biscate. Embrulha de presente para a minha amiga impaciente ali.

Fiquei vermelha com o comentário e saí porta afora. Rick não chegava e eu já comecei a achar que ele iria me dar um “bolo”. Já até respirava mais aliviada. As meninas, enfim, saíram da loja. Verônica estava irritada porque a peça que ela queria não tinha em seu tamanho. Vieram então conversar comigo:

- Toma, Nanda! - Verônica me entregou um pacotinho que ela mesma fez questão de abri-lo para mim: - Essa é pra você!

Nas minhas mãos uma calcinha estilo biscate, fio dental vermelha, rendada e transparente. Eu a encarei e fiquei mais vermelha que a calcinha. Elas começaram a rir da minha cara. Logo, Aline se calou e deu uma cutucada na Verônica. Tive a impressão de vê-la indicar a direção de alguma coisa, mas eu nem me virei, distraída com aquele pedacinho mínimo de tecido:

- Pelo menos cabe na capa do meu celular. - Brinquei com elas e só então notei que elas olhavam, boquiabertas, alguma coisa do meu lado esquerdo.

Me voltei naquela direção e vi Rick se aproximando ligeiro. Vestia uma bermuda de sarja, uma camisa polo e um mocassim. Em suas mãos duas sacolas da Hugo Boss. O porte sedutor não mudara nada. Várias mulheres o encaravam conforme ele passava. Me lembrei da maldita calcinha e a enfiei de qualquer jeito dentro de minha bolsa. Ele chegou até onde estávamos, sempre me encarando como se quisesse ver minha alma. Verônica, excitada e carente, se adiantou:

- Oi. Eu sou a Verônica e o prazer é todo seu. - Vendo a gafe se corrigiu: - Meu! Meu. O prazo é todo meu.

- Oi, Verônica. Sou o Ricardo. É um prazer. - Ele respondeu, dando-lhe a mão e, pela primeira vez, tirando seus olhos de mim: - Você deve ser a amiga?

- Amiga?

- É. Da Nanda.

- Ah, é. Sou! - Respondeu, me olhando sem entender nada.

- Oi. Sou o Ricardo. - Estendeu sua mão agora para Aline: - É um prazer.

- Oi. Sou a Aline. O prazer é meu. - E completou: - E também sou amiga da Nanda, viu?

Ele sorriu para ela e então se virou para mim com um sorriso que deve tê-las deixado moles. Deu-me então um beijo muito gostoso e caprichado no rosto. As duas começaram a me olhar, enciumadas, e depois a ele, revezando entre si:

- Que bom que a gente pode se encontrar novamente… - Ele falou, tentando quebrar meu gelo.

- É sim. Muito… - Falei sem saber o que dizer.

- É… Aline, vem comigo. Vamos dar uma olhada numa outra loja ali. Ricardo, não se incomoda de fazer companhia para a Nanda, não é? - Verônica perguntou.

- Será um prazer!

- Ótimo! Nanda, se eventualmente a gente se desencontrar. - Falou me insinuando o que ela iria fazer: - Conversamos depois, ok? Ah, e usa o meu presentinho: sem moderação.

- Verônica!... - Falei, baixando os olhos.

- Presente? - Rick perguntou, curioso.

- Sim. Comprei para ela usar com uma pessoa especial.

Arregalei meus olhos e minha vontade foi mandá-la à merda, mas ela saiu rápida e rasteira arrastando a Aline para outra loja perto dali:

- Desculpa, Rick. Ela é meio doidinha mesmo e está sem namorar desde que se divorciou, então, já viu, né! - Tentei justificar minha amiga.

- Fica tranquila, Nanda. Ela tem jeito de ser bem divertida. Bem, podemos ficar, passear ou beber um bom vinho. O que prefere?

- Passear! Vamos passear. - Falei quase que já me colocando em marcha para tentar disfarçar meu nervosismo.

Ele, vendo que eu estava arredia, segurou meu braço e gentilmente o trançou no dele. Então, passamos a andar de braços dados pelo shopping. Ele era extremamente gentil e atencioso e aquilo acabou dando certo, pois fui me acalmando aos poucos. Logo, já conversávamos sobre assuntos variados. Chegamos em frente a um restaurante chique e ele me convidou novamente para tomar um vinho. Eu aceitei, mas não o vinho, dizendo que preferia um drink suave. Nos sentamos, pedi um "Espanhola" e ele whisky com duas pedras de gelo. A conversa começou a fluir para um lado mais intimista:

- Você tem um porte diferenciado, Nanda…

- O que seria exatamente um “porte diferenciado”? - Perguntei curiosa pela explicação.

- Por favor, não foi uma ofensa. É que normalmente mulheres procuram a companhia de homens, hoje até de outras mulheres, mas você parece já estar bastante satisfeita consigo mesma. Então, se porta assim: satisfeita. - Se interrompeu, enquanto sorvia um gole de seu whisky, sempre me encarando: - Ou talvez já tenha encontrado seu parceiro, ou parceira, não sei…

Eu o encarava sem saber o que responder. Então, levantei minha mão esquerda e mostrei minha aliança de casamento:

- Ah, então existe mesmo um senhor ou senhora Nanda, não é? - Me perguntou, sorrindo.

- Existe, sim. Sou casada. - Respondi: - E ele se chama Mark.

- E ele tem seu coração?

- Inteirinho dele! Inegociável. - Fui franca e minha franqueza fez com que acreditasse na hora.

- E ele tem seu corpo?

Estranhei a pergunta, mas a respondi da melhor forma que me veio na hora:

- Inteirinho meu! Com direito de uso dele...

Ele sorriu e vi uma malícia em seu olhar que até me fez tremer:

- Entendi! Seu amor é inegociável, mas o sexo, talvez não. Estou correto? - Perguntou, olhando no fundo dos meus olhos.

Fiquei constrangida com a pergunta e ele entendeu na hora que havia extrapolado, pois me pediu imensas desculpas na sequência. Eu também sabia onde aquilo terminaria se eu não desse um basta, porque era nítido que ele queria e eu também:

- Desculpa, Rick, mas eu não estou à vontade…

- Mas não estamos fazendo nada errado, Nanda.

- Verdade! Mas queremos fazer e isso não é certo.

- Errado seria nos privarmos de bons momentos quando as oportunidades surgem.

- Não sei…

Ele se sentou mais perto ainda de mim e, sem esperar permissão, se aproximou de mim como se fosse confidenciar alguma coisa. Ao contrário, me cheirou o pescoço, fazendo com que me arrepiasse toda. Na mesma hora, ele entendeu que poderia avançar mais e o fez, virando meu rosto para o seu e colando seus lábios nos meus. Aquilo evoluiu para um beijo que me desestruturou totalmente. Se antes eu estava arrepiada, agora fiquei ouriçada! Meus hormônios começaram a gritar dentro de mim e até meu anjinho já havia se dado por vencido. Acho que se não estivéssemos em um restaurante, certamente teria cedido para aquele homem naquele momento. Num último arroubo de lucidez, o afastei de mim e me levantei da mesa:

- Nanda?

- Me desculpe, Ricardo, mas não posso.

- Calma! Eu te levo.

- Não! E, por favor, não venha atrás de mim. - Disse e saí a passos largos dali.

Eu estava transtornada, arrepiada, excitada, assustada, e tantas outras palavras terminadas em “ada” que possam imaginar! Na primeira oportunidade de fazer algo sem meu marido e com sua permissão, eu tremi. Na saída principal do shopping, eu só queria pedir um Uber, sem nem me tocar que havia um ponto de táxi do meu lado esquerdo:

- Para, Nanda! Respira… - Falei baixinho para mim mesma, enquanto tentava encontrar o aplicativo do Uber em meu celular.

- Nanda, por favor… - Ouvi a voz de Rick se aproximando de mim.

- Rick! A gente não pode fi…

Minha voz foi calada por outro beijo ainda mais intenso. Amoleci nos braços fortes daquele homem. O mundo começou a girar e eu imaginei que fosse desmaiar. O abraço dele ficou mais forte e acredito que tenha sido para me amparar, porque minhas pernas fraquejaram de verdade. Não sei quanto tempo aquele beijo durou, mas quando terminou eu queria mais e, depois de um breve momento em que nossos olhos não se desgrudaram, busquei seus lábios para mim. Agora não havia mais volta.

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Foto de perfil de Mark da NandaMark da NandaContos: 265Seguidores: 629Seguindo: 21Mensagem Apenas alguém fascinado pela arte literária e apaixonado pela vida, suas possibilidades e surpresas. Liberal ou não, seja bem vindo. Comentários? Tragam! Mas o respeito deverá pautar sempre a conduta de todos, leitores, autores, comentaristas e visitantes. Forte abraço.

Comentários

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Uao,outra bela aventura irá acontecer com Nanda,desta vez sem a participação do Mark, vou adorar acompanhar seu treinamento e tratamento pelo Rick,será uma evolução no relacionamento de vcs com certeza, agora ser for para o estados unidos tome cuidado aqueles branquelos são sem sal,acredite os brasileiros são melhores, mais aproveita amiga,bjs

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Adorei.

Para mim o episódio mostrou amadurecimento dos dois,

Nanda por ter compartilhado com Mark o desejo que sentiu, Mark por ter compreendido, aceitado, demostrando (ou pelo menos tentando demostrar) confiança, abre mão do controle paternalista, e deixa por conta dela decidir curtir ou não.

Ao mesmo tempo mostra a insegurança e o medo da Nanda.

Mas eles precisam passar por isso ema precisa aprender a cada um ter controle sobre si mesmo, e confiar no outro. E depois curtir muito compartilhando a lembrança do que passou.

Parabéns, vai ser muito legal ler isso contado pela própria maçã Nanda.

Aguardo ansioso a próxima parte.

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Nanda, dou o maior apoio para você e Mark continuarem escrevendo, estou adorando esse conto, pois não se trata desses casais safados que só escrevem putaria e traições, afinal você são antes de tudo uma casa lindo e apaixonado, e eu estou adorando a historia de vocês! E quem não gosta é porque já está acostumado a ler só sacanagens nos contos!

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Agora tenho certeza que a Nanda vai dar, mas não entendi Mark, achei que ele gostasse de estar presente! Liberar a Nanda assim a distância, não acho legal isso para um casal tão apaixonado!!!

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Fico feliz q vc repostou o conto Mark e Nanda, e torço para que a Nanda continue a escrever o restante dessa nova saga de vcs, pois ela se mostrou uma excelente escritora.

E Nanda lamento pelos comentários escrotos que foram dirigido a vc e ao Mark sei q deve ser difícil para vcs digerir isso, afinal vcs não estão ganhando nada ao postar a historia de vcs aqui, se expondo (mesmo que no anonimato) a comentários extremamente maldosos, mas torço para que isso não desanime vcs, afinal vcs ganharam mais fãs do que hater, e só olhar os comentários que vai ver isso, e fora que a historia de vcs da uma aula de como um casal pode se amadurecer mais e fortalecer o amor, no resto parabéns pelo seu conto Nanda, mas não seja má igual o Mark, solta um spolizinho de vez enquanto

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conto simplesmente maravilhoso. nota 1000

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Eu vi o conto logo que foi publicado. Tentei ler e não consegui. Pois estava muito cansado e não aguentei ler. Quando começou o curso da Nanda algo me fez perder o pique. Depois, de tarde, tirei uma bela soneca e já descansado vim ler novamente. A impressão que eu tive foi diferente da primeira. Gosto da parte, acho que começa uma nova etapa, gosto da narrativa, gosto dos quatro momentos distintos desta parte. O regresso e paquera do caminhoneiro, Fase de pausa da vida liberal, Fase de curso e novo rumo na vida, e o desafio que a Nanda encara e o Mark aceita encarar também. Alguma coisa não me soava muito bem, na construção da história, e eu não sabia o que era, mas logo identifiquei. De novo estamos diante de um enredo de uma história, que se baseia em uma vida de uma casal real, mas muito bem construída como novela, onde cada movimento do roteiro se encaixa, criando as tensões e distensões. É essa perfeição de situações criadas e encaixadas, a sucessão de elementos perfeitamente desenhados para provocar os processos, esses Marcos, Denises e Paulos, Rick e Bias, Edinhos e outros, muito bem desenhados para desempenhar o papel perfeito traçado por eles no roteiro da história, que me incomodou. Tem personagens que chegam a sair do ponto de credibilidade, surgem por mágica na hora perfeita. Rick estar no mesmo Shopping em SP não é uma coincidência da vida real, mas cabe numa novela. Não que seja errado, é assim que se faz uma boa novela, e para isso que são criados tais situações e personagens. Mas deixou de ser uma "histórias da vida real" para ser "histórias que a gente desenha sobre a vida". Não é errado, mas me chamou a atenção isso. Mas quando me distancio da história fico com a sensação (minha sensação) de que deixou de ser uma história realmente verídica para atender as necessidades da novela, uma boa história, a jornada do herói se encaixando, heróis e antagonistas sempre muito bem desenhados, se seguindo perfeitamente como manda o manual. Não quero com este comentário, desabonar esse primoroso romance e toda a sua ótima cadeia de situações criadas em torno desses personagens, que se baseiam em pessoas reais. Mark e Nanda estão muito bem caracterizados como personagens. Está muito bom. Não chega a ser uma crítica que eu faço e sim uma análise. Mas eu estou apenas dando meu feedback, com todo o respeito, perco o link quando sinto que aquilo que tenta se passar por verídico toma ares de fantasia. Apenas uma sensação, e aposto que o Mark e a Nanda, como autores, vão entender o que eu estou dizendo. Não é mais o retrato de uma vida de um casal liberal, mas uma história elaborada e bem construída para dar essa sensação. Mas está de parabéns, pois agrada perfeitamente ao público leitor. Todas as estrelas. Acho que é a contribuição que posso dar como autor aos autores, em vez de ficar aqui tecendo teses de interpretação do que virá pela frente.

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Até que enfim o Mark vai ter o que deseja.

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Nada de normal pra mim, Nanda sendo Nanda e Mark sendo Mark no personagem e na vida real, como não vive essa experiência de vida liberar, não posso avaliar as atitudes do casal, mas só sei de uma coisa tenho aprendido muito com esse casal,eu tenho curiosidade dessa vida liberar, mas acho que não é pra mim, mas estou amando essa experiência que este maravilhoso casal está nos proporcionando, não merece 3 estrelas merece a constelação inteira, só falo uma coisa acha coração e que venha logo o próximo capítulo

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A chave desse novo capítulo está em duas tags: amadurecimento e empoderamento. As desventuras do casal poderiam ter acabado com o relacionamento, ou devolvê-lo a monogamia, como a pausa levava a crer. Entretanto, se o último episódio do capítulo passado, deixou um rastro que indicava outras possibilidades, o atual só confirmou.

Quando Nanda busca a confissão do ex namorado, por mais imprudentes que tenham sido seus métodos, ela busca ser senhora de sua vida, não espera o príncipe vencer o dragão que ameaça sua família, parte para cima disposta a correr riscos. Ela não é a mesma mulher que foi envolvida por Mark para adentrar ao mundo liberal. Ela amadureceu. A maneira como ela se portou na casa de Denise só reforça tal tese. Deixar Mark sozinho com Denise para que ele reflita sobre o que aconteceu seria impensável para antiga Nanda. A transa com Denise foi, na minha opinião, a mais leve, a menos traumática de todas que envolveram outra mulher. Nanda demostrou muita maturidade.

Por fim, a volta para casa. O flerte com o caminhoneiro é um divisor de águas. Ela sinaliza para Mark não interromper, o momento é dela. Mark assiste de longe e, quando ela volta demostra desconforto. Nanda foi perfeita, questiona sua liberdade de flertar e, jogando o número do telefone do caminhoneiro fora, afirma que não vai ficar com um Zé Mané qualquer em uma beira de estrada, em outras palavras, ELA escolhe com quem fica e onde. Quando eles conversam sobre se vão continuar no mundo liberal ela enfatiza que, se continuarem com a vida louca, as coisas serão diferentes.

Apesar do retorno provisório a monogamia, tudo indicava, e esse capítulo confirmou, que as regras do início do caminhar do casal no mundo liberal, não se sustentavam mais. Afinal, não foi só Nanda que amadureceu, Mark, ao liberar Nanda de informar/pedir mostra, acredito eu, que percebeu que sem liberdade não existe verdadeira cumplicidade.

Não tenho bola de cristal, infelizmente, mas acho que os novos capítulos vão mostrar o empoderamento de Nanda como mulher liberal. Os conflitos virão com as descobertas de um mundo novo, onde a paixão - não só sexual - não é exclusiva de quem dividimos a vida. Abrir mão da monogamia não é para os fracos!

Adorei a primeira parte do novo capítulo, Mark e Nanda estão de parabéns pela história. Obviamente três estrelas!

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Eu não entendo como o Mark consegue ficar escrevendo aqui?

Poxa! Não gosta do conto, não leia. Procura outro tema que te satisfaça, mas para de ficar enchendo o saco.

Eu não entendo esse prazer de querer ficar criticando a vida dos outros.

Filhadaputice pura isso!

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Não se stresse. não vale a pena. VC (nem ninguém) nunca vai agradar a todos.

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Esqueça esses poucos comentários indesejáveis, Nanda! Obrigado por existir e compartilhar conosco suas aventuras e desventuras! Eu A-DO-RO! Abraços

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Será que vou ler algum conjunto de contos de vocês em que o Mark seja liberado, longe da Nanda ? Gostaria muito de saber a reação dela !!!

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Assim fica difícil. Dá-se uma olhadinha na CDC, tá lá um trio de moças com um conto espetacular. Mal terminou de ler, nem deu tempo de arrefecer as emoções, já vem outro trio com outro relato tão eletrizante quanto, e o coração quase sai pela boca. E mais a Nanda fazendo a libido ir a níveis tão absurdos, que é difícil aguardar o término da leitura do texto. Depois o Mark tão igualmente inebriante. E mais outros tão intensos quanto... Haja coração e... fluídos. 🤭🤭🤭🤭🤣🤣🤣

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Mark raramente faz algo sozinho com outra mulher, agora nanda sempre pulando a cerca, nunca aprende, ficar sozinha em algum lugar já é motivo pra cornear kkkkkkkkk e ele ainda confia

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