O terceiro vídeo era Cadinho o protagonista com Erika rebolando em seu pau e logo depois ele gozando na cara dela, depois vinha uma serie de fotos de Erika com a boca no pau, do seu cu aberto, ou da sua buceta toda gozada, no final a mesma coisa, estava seu numero de telefone e suas redes sociais. Eu queria entender o por que daquilo, e por que tinham que me mandar aquilo.
Continuando...
O dia passou estranho, Erika não me ligou, estava trabalhando, em todo o momento via algumas pessoas que me cumprimentavam, mas ao mesmo tempo sentia o olhar de julgamento, o hospital estava tranquilo, as mensagens depois que vi o vídeo cessaram, porém ainda não entendia o porque daquilo, Cadinho morto não podia fazer aquilo, Eliane estava na cidade, porém ainda não via ganhos com aquilo, eu já tinha largado de Erika, foi então que Camila me ligou.
Camila: Oi Amor! Você ta bem?
Eu: To sim, por que?
Camila: Você viu os vídeos que estão rolando?
Eu: Vi sim, mas agora num é problema meu.
Camila: Verdade, mas deve ser foda, o da Amanda foi barra pesada e agora essa.
Eu: Nem me fale, mas agora eu num tenho o que me preocupar, Erika e grandinha já.
Camila: Verdade. O Plantão ta de boa?
Eu: Sim.
Conversamos mais um pouco, porém assim que desliguei não parei de pensar no que estava acontecendo, além de achar estranho não ter chegado nada ainda. Ao final do dia, umas oito da noite, estava sentado no consultório quando ouço a ambulância chegando. Como havia mais médicos de plantão continuei o que estava fazendo, foi então que me chamaram.
Enfermeira: Doutor, precisamos de você.
Eu: O que aconteceu?
Enfermeira: Espancamento, vitima com inúmeras fraturas, além de estar grávida.
Naquele momento a primeira coisa que veio na minha cabeça foi que não podia ser Erika, mesmo não estando com ela, ainda era mãe das minhas filhas, eu jamais iria querer mal a ela. Corri para a emergência, foi quando a vi, estava em um estado deplorável, havia sangue em todo seu corpo, seu rosto estava inchado, a preocupação maior além disso era o bebe, todo o procedimento que podíamos fazer foi feito, ao todo foram 3 costelas fraturadas com perfuração do pulmão, 7 dentes perdidos, afundamento da face, escoriações, o pulso e o ombro luxados, parecia que um guindaste tinha passado por cima dela, por um milagre o bebê ainda estava vivo, mas ainda necessitava de cuidados e as próximas horas seriam cruciais. O mais grave no entanto era a pressão cerebral, ela acabou tendo uma traumatismo craniano que obrigava a cirurgia, ou ela morreria. Levamos ela para a mesa de cirurgia, foram quase cinco horas, mas conseguimos salva-la, porém a decisão de opera-la trouxe o dilema se poderíamos salvar o bebê, no meio da cirurgia ele entrou em sofrimento fetal e acabamos perdendo. Como ainda era o guardião legal dela, por ser casado autorizei e ajudei nas outras cirurgias as quais ela passou, foram mais três, uma para o braço, uma para as costelas e o pulmão e uma terceira para reconstrução da face, onde foi colocado uma placa de platina na região da testa.
Depois de dias naquela loucura, ainda não sabia o que tinha ocorrido com ela, apenas que tinha sido vítima de agressão e que foi encontrada em seu quarto naquele estado, Arthur tinha sumido, então deduzi que tinha dedo dele naquilo. Acionei a polícia, porém via que o delegado não iria levar aquilo muito adiante, parecia que queria fazer seu trabalho de forma rápida encontrando um culpado e jogando para o ministério publico o resto. Erika ficou no CTI por quase dez dias, como eu estava pagando o tratamento consegui um quarto particular, sua mãe pode ficar ao seu lado por todo o tempo, quando acordou eu fiz questão de estar lá.
Eu: Como está se sentindo?
Ela tinha dificuldades ainda de abrir os olhos devido aos inchaços, mas sabia que ela enxergava algo, ela olhava em direção a sua mãe, vi as lágrimas descerem, e então falar.
Erika: Viva!
Eu: Isso é bom.
Sua mãe então apertou sua mão e ficaram as duas conversando um pouco, ela tentou buscar onde eu estava no quarto, porém preferi sair e deixa-la descansar. Ouvir sua voz me trouxe conforto depois de dias naquela luta pela sua sobrevivência. Naquele dia fui para casa mais cedo, meu dever estava cumprido. Liguei para Amanda assim que cheguei em casa lhe dando notícias.
Eu: Oi amor, como você ta?
Amanda: To bem, mas como está a mamãe? To vendo de ir para ai amanhã.
Eu: Fica ai, sua mãe está bem, logo que puder ela te liga.
Amanda: Papai, ela quase morreu.
Eu: Sim, mas é melhor, ela nunca me perdoaria se você voltasse para cá agora, fora que ela ta bem e vai ficar uns dias no hospital apenas. Sua avó ta lá cuidando dela.
Amanda: Pai...
Depois de muita conversa convenci ela de não vir, minha caçula, ia todos os dias ao hospital, ela adorava a mãe e sabia que o golpe de vê-la daquele jeito tinha sido forte. Eu ainda tive alguns problemas adicionais, depois de dez dias imerso naquela loucura esqueci completamente de Camila, porém como uma doce mulher e muito madura para sua idade, veio até mim, para conversar.
Camila: Acho que a gente precisa conversar serio.
Eu: Sobre?
Camila: Sobre a gente e tudo que ta acontecendo.
Eu: A gente ta bem não?
Camila: Sim, mas acho que eu to sendo um peso para você, e toda essa sua situação na sua família.
Eu: Eu entendo, mas eu num podia ficar sem fazer nada.
Camila: Sim, você tinha que ajudar, ela é mãe das suas filhas, porém eu num aguento mais.
Eu: O que você num aguenta.
Camila: Eu sou coadjuvante nessa história, você ainda ama a Erika, eu fui um passatempo.
Eu: Você não foi um passatempo.
Camila: Mas eu me sinto assim, vejo como você olha para ela e entendi tudo depois daqueles vídeos.
Eu: Como assim?
Camila: Você terminou com ela por causa de traições e não por que parou de amar ela, mas você é orgulhoso demais para perdoar.
Eu: Não é bem assim.
Camila: Mesmo se não for, eu não quero estar aqui quando você me deixar. Então vamos seguir em frete, você precisa de um tempo sozinho, se caso não voltar para ela, quem sabe a gente não volte. Mas eu te quero inteiro, não um pedaço.
Aquelas palavras eram faladas com uma ternura, mas ao mesmo tempo vinham com um peso gigantesco, quando a abracei ela não se segurou e começou a chorar, eu também não me segurei e comecei a chorar junto. Naquele dia ela me deixou, fiquei desolado, pois estava perdendo alguém com quem tinha passados maravilhosos meses, ao mesmo tempo me sentia aliviado, por não estar correspondendo ao seu amor.
Foi no quinto dia após Erika sair do CTI que a visitei, os inchaços tinham diminuído, quando me viu ela abriu um sorriso, porém a boca fechada devido a falta de alguns dentes.
Erika: Oi! Você demorou a voltar.
Eu: Oi, tive alguns compromissos.
Erika: Obrigada pelo que fez por mim, minha mãe me contou.
Eu: De nada, mas acabei não conseguindo salvar o bebê.
Vi que ela olhou para o outro lado, algumas lagrimas começaram a cair, ela passou a mão na barriga e então disse.
Erika: Me desculpe por tudo, eu não merecia ser mãe novamente, eu mereci essa surra que me foi dada.
Eu: Não fala isso, ninguém merece o que você está passando.
Erika: Mereço sim, se não fosse minhas escolhas, nem você nem Amanda, nem mesmo...
Ela não aguentou terminar a frase e voltou a chorar, a muito não a via tão frágil, tão insegura, mesmo em nossas brigas ela mantinha um olhar de desafio, porém ali ela era uma menina acuada. Me aproximei e passei minha mão por seus cabelos.
Erika: Não, eu não mereço seus carinhos, você foi a pessoa que mais eu fiz sofrer.
Eu: Eu escolhi sofrer, tudo poderia ser mais fácil se eu tivesse te flagrado naquele dia com o Antônio. Se num fosse essa mania minha de guardar as coisas e saber o por que, tudo teria acabado ali e você não teria passado por tudo isso.
Ela me olhava com um olhar de incredulidade, porém falou.
Erika: Não diz isso, eu te trai varias vezes, eu não fui uma companheira para você, eu fui egoísta e olha ai, você que ta lá sempre para me salvar.
Eu: Preferia quando não precisava.
Ela esboçou um sorriso.
Erika: Não vai precisar, tomei a decisão, vou embora, vou sair daqui, vou pros Estados Unidos, morar lá, ai quando as meninas quiserem ir na Disney vão ter casa lá.
Eu: Você não vai aguentar ficar longe delas. Principalmente da Agatha.
Erika: Elas tem um pai muito bom, não vão sentir minha falta.
Eu: Não diz isso.
Erika: Você sabe que é um excelente pai, eu vou estar logo ali.
Aquilo era ruim de ouvir, mesmo sabendo que era um reação a tudo que tinha acontecido, ver ela naquele estado era degradante.
Eu: Já disse, tenho culpa tanto quanto você, me diz você falou com a policia?
Erika: Ainda não.
Eu: E vai denunciar quem fez isso?
Erika: Eu não sei, o Arthur...
Eu: Então foi mesmo ele?
Erika: Sim. Mas ele estava com raiva dos vídeos.
Eu: Eu que sou seu marido jamais fiz nada, mesmo sendo o traído.
Erika: Eu não sei o que falar.
Eu: Não fale nada, você imagina quem publicou os vídeos?
Erika: Acho que a Eliane, mas num sei o que ela ganharia com isso a não ser minha ruina.
Eu: Também não sei. Mas é melhor você ir descansar agora, logo sua mãe e a Agatha aparecem.
Erika: Ta.
Dei um beijo na testa dela e sai dali, tudo martelava na minha cabeça, realmente Arthur tinha feito aquilo, porém não parecia ser ele a jogar os vídeos dela na internet, porém esse caso estava interligado com o da Amanda. Foram alguns dias até Erika voltar para casa, em todo esse tempo Arthur estava sumido. A policia ouviu Erika, porém ficaram de buscar por Arthur, que a essa altura depois de vinte dias já teria sumido do país. Porém a maior notícia foi que o IP dos vídeos de Erika eram do celular do Arthur. Nada fazia sentido, Cadinho tinha morrido logo depois de jogar o vídeo de Amanda, agora Arthur tinha espancado Erika depois dele mesmo ter exposto ela, tudo era confuso, então resolvi fazer algo que jamais pensei que poderia fazer e então fui até a casa de Antônio, pois poderia saber de algo.
Assim que cheguei em sua casa e chamei, Isabela foi quem me atendeu, seu semblante foi de alegria ao me ver, porém seus olhos viam-se que tinha chorado bastante. foi então que a cumprimentei.
Eu: Oi Isa, como você ta?
Isabela: Estou bem e você?
Eu: Estou bem também, apesar da vida, me diz seu avô está por ai?
Ela começou a chorar, não entendia o por que, porém foi ai que disse.
Isabela: Ele não está, ele faleceu a duas semanas.
Eu estava incrédulo.
Eu: Como assim? O que aconteceu?
Isabela: Pensei que soubesse. Apesar que você não iria se dar ao luxo de saber, estava tão envolvido com sua esposa.
Eu: Ex esposa, mas como assim?
Isabela: Ele morreu no dia seguinte a surra que sua esposa levou, ele ficou sabendo do que o Arthur fez, e passou mal, a gente tentou levar ele para o hospital, mas ele não resistiu.
Eu: Nossa, que merda, meus sentimentos, jamais pensei que ele poderia passar mal com uma notícia dessas.
Isabela: Ele e meu primo estavam brigados, desde que ele assumiu um romance com sua esposa.
Era ruim ouvir ela falar daquele jeito, ainda mais sabendo que ela foi minha amante.
Eu: Se eu soubesse...
Isabela: Você não saberia, ele só foi um paciente seu, não teria como ter contato, ainda mais depois de tudo.
Eu: Verdade, mesmo assim, meus sentimentos.
Quando fui para entrar no carro ela perguntou.
Isabela: Me diz, o que você queria com ele?
Eu: Saber se ele tinha o paradeiro do Arthur, como você são família.
Isabela: Mesmo que soubéssemos, não iriamos contar.
Eu: Imagino.
Fui para casa pensando em como obter mais informação, agora que Antônio também tinha morrido. Assim que cheguei em casa fui para o chuveiro, a única pessoa que eu tinha agora para tentar algo era Eliane, ela era minha principal suspeita, porém não teria como chegar e indagar tudo o que eu precisava saber, pois se era ela por trás de tudo, ela jamais falaria. Eu e Erika melhoramos nossa convivência, principalmente por causa de Agatha, os meses se passaram e nada mais aconteceu. Arthur continuou sumido, Eliane tinha ficado na dela. Cinco meses depois Erika tinha colocado uma prótese dentária, feito mais uma cirurgia de reparação no rosto e uma harmonização facial, pois queria tirar qualquer resquício das sequelas que Arthur tinha deixado nela, tinha voltado recentemente para a academia, porém parecia outra pessoa, pois estava magrinha devido ao tempo que ficou sem malhar, seus cabelos estavam maiores. Foi então perto do seu aniversário, que ela resolveu que iria embora de vez, até por que, depois da licença médica, que teve direito, foi desligada da empresa. Apesar de desempregada, ela ainda tinha um bom dinheiro guardado e com o currículo que tinha seria fácil arrumar outro emprego. Então ela começou os preparativos da viagem, no dia do seu aniversário, primeiro que iriamos passar separados, fui até sua casa, Amanda estava ali, junto de sua namorada, Agatha e seus pais, foi um jantar de comemoração, porém via em seus olhos muita tristeza. A noite passou voando, quando vi estávamos só eu e ela sentados na varanda da piscina conversando, todos tinham ido dormir, quando percebi falei.
Eu: Acho que é hora de ir embora.
Erika: Fica mais um pouco, sua companhia é boa.
Eu: Já ta tarde, nem era para eu ter vindo rs.
Erika: Você não faria essa desfeita comigo.
Eu: Infelizmente não.
Ela riu sem graça, porém se aproximou e disse.
Erika: Você sabe que sempre te amei né?
Eu: Eu tinha certeza disso até a primeira traição.
Erika: Você nunca vai esquecer né.
Eu: Infelizmente não.
Ela se aproximou mais.
Erika: O que eu faço para você me perdoar.
Eu: Já te perdoei, mas não há...
Ela então me beijou, fui pego desprevenido, aquela boca era conhecida, a boca que mais beijei em toda a minha vida, acabei me entregando aquele beijo, quando percebi, minha mão direita enlaçava seu cintura, com a esquerda acariciava sua nuca, ela por sua vez, me abraçava forte, com os braço envolta do meu pescoço. Nosso beijo demorou uns dez minutos, era um misto de sentimentos como carência, amor, amizade, saudade, angustia, arrependimento. Quando nos soltamos olhei no fundo dos seus olhos e não consegui dizer nada, apenas me afastei e fui embora.
Ps.: Espero que tenham gostado do capítulo, principalmente por que os dois últimos não tiveram cenas de sexo. Outra coisa, independente de ser ou não ficção, alguns temas que eu acabo abordando são pesados, como disse no inicio desse conto nem tudo é preto e branco e nem tudo são maravilhas, aqui conto de forma fictícia algo que poderia ser realidade, o que o sexo pode acabar com a vida das pessoas se não for controlado, as vezes a gente não imagine que isso possa acontecer, mas acontece e com muita frequência, logo o que falo é que independentemente da forma nada que coloquei aqui desejo para meus piores inimigos. Outra coisa agora mais leve, adoro ler os comentários, as teorias são as melhores. Ainda estamos longe do fim, porém alguns mistérios logo serão desvendados. Obrigado pela leitura e até mais.