– Moço, eu preciso comprar comida para meu filho e estou sem dinheiro. Você quer uma mamadinha por dez reais?
Achei que já havia visto de tudo nesta vida velha, mas aquilo me surpreendeu. Uma jovem, vinte e poucos anos, rosto bonito (ainda que maltratado), corpo desejável, estava vendendo um boquete por dez reais, para comprar comida para o filho. Mundo cão!
Levado por um repentino espírito altruísta, puxei a carteira e peguei uma nota de vinte, passando-a para suas mãos estendidas.
– Aqui está. Vá comprar comida para seu filho. Não precisa fazer nada, não.
Senti-me de bem comigo mesmo, feliz da boa ação praticada, embora eu soubesse que o dinheiro não daria para muita coisa, e ela logo ofereceria sua boca a alguma outra rola qualquer. Fiz minha parte – procurei me tranquilizar.
Mas, surpreendemente, ela não pegou a nota que eu lhe estendia, e parecia meio que ofendida:
– Não, moço, não estou pedindo esmola. Estou oferecendo um serviço. Dinheiro dado, quero não. Obrigada!
Devo ter parado no espaço, travado e demonstrado uma típica cara de idiota. Procurei palavras para argumentar, não encontrei. E o pior é que minha rola parecia ter ouvido a conversa, e estava se animando, sob a bermuda.
A moça, ao invés de ir embora, por se sentir ultrajada, voltou à carga. Acho que precisava mesmo da grana.
– Moço, não vai demorar nada. Eu sei fazer direitinho, você vai gostar, eu garanto!
Como estavam invertidos os valores daquela jovem! – pensei. Ela julgara que recusei o oral por duvidar da qualidade. Pelo jeito, não lhe passava pela cabeça, nem de longe, minhas reais preocupações. Sabe quando a coisa é tão óbvia que você simplesmente fica sem palavras para argumentar? Assim estava me sentindo. E ela insistia:
– Vai, moço, deixa! Estou vendo que sua pica já está toda dura, só esperando...
Ela aproveitou-se de um momento de hesitação, e, quando dei por mim, já acariciava meu pau por cima da bermuda, com uma mão, enquanto a outra descia o zíper. Em segundos, meu caralho vibrava, rígido no ar, pulsando.
A garota fechou sua mão suave sobre ele, começou a acariciar, e, em seguida, aproximou a boca. Primeiro beijou, com os lábios carnudos e vermelhos sem batom, tocou a cabecinha com a pontinha da língua, para somente então introduzir minha vara em sua boca. E foi fazendo com uma maestria impressionante, engolindo-a devagar e sempre. Sumiu-se toda em sua boca.
Em seguida, passou a sugar, cadencialmente, sem pressa, mas com determinação. Eu em pé, ela ajoelhada diante de mim – deveria ser um quadro meio dantesco. Mas minha mente já abandonara o comando do meu corpo há tempo. Agora somente existia a chupeta molhada daquela jovem, a rigidez do meu falo atolado em sua boca, e os raios de prazer que começaram a se formar em torno de minha genitália.
Ao sentir o salzinho do meu líquido na língua, ela retirou a rola da boca e continuou a punheta, aproveitando a lubrificação de sua saliva em todo o pau. A cabeça da minha rola ora se encobria toda, ora aparecia, majestosa, quando a pele era arregaçada pela sensual massagem daquelas mãos.
A explosão, meus movimentos involuntários, meus gemidos abafados... Tudo me pareceu belo e intenso, como poucas vezes sentira antes. Ela sorria (lindamente), acompanhando cada jato que saia, violentamente, da minha pica, e se perdia no espaço. As últimas golpadas ficaram na sua mão, que ela lambeu com avidez.
Eu estava ofegante. Ela esperou gentilmente eu voltar ao normal. Guardou meu pinto ainda meio duro, fechou cuidadosamente o zíper, e se levantou de um impulso, e sorridente.
O altruísmo de antes se mostrava imenso agora e esvaziei a carteira. Não tinha muito, é verdade (que não costumo andar com muito dinheiro), mas tudo que tivesse eu ofertaria sem qualquer mesquinharia. Ela recebeu, colocou no soutien, me agradeceu sorrindo (“Agora, sim... Obrigada!”) e foi embora, sem sequer olhar para trás.
Seu menino decerto comeria melhor hoje. Pelo menos hoje.