[...]
Preferi ligar pessoalmente para evitar qualquer mal entendido:
- Oi, Iara.
- Oi, Má. - Falou, já resmungando em seguida: - Você não vai me chamar de anjinha mesmo, né!?
- Quem sabe… Podemos conversar sem medo de sermos surpreendidos.
- Claro! Quer que eu te faça uma chamada de vídeo pelada para provar?
- Para com isso, Iara! - Falei com seriedade, ouvindo um “Ahhh!” de lamento baixinho do outro lado, mas já partindo para o ataque: - Sou um cara criado à moda antiga. Eu tiro a roupa das minhas mulheres.
Ela ficou em silêncio por um momento, parecendo não ter entendido a indireta que eu lhe dei, mas explodiu do outro lado da linha logo em seguida:
- Ai, Má... Agora eu gostei, aliás, adorei! - Disse, vibrando cada vez mais do outro lado da ligação: - Não… Eu amei!
- A questão é que eu sou casado e não quero me queimar com a família, ou mesmo cair na boca do povo porque…
- Eu já sou uma mocinha bem grandinha, Má! - Me interrompeu: - Não preciso dar satisfação para ninguém.
- Certo. Eu também. Só que também sou casado e tenho que me preocupar com minha família e o meu nome.
- Tendi! - Disse e se calou por um momento: - Eu vou de carro até a cidade. Digo pra titia que quero dar uma volta, ver o movimento e daí a gente se encontra. Que tal?
- Pode ser. Quanto chegar aqui, me liga. - Pedi.
- Jóia! Sete horas?
- Não é meio cedo?
- Não quero perder um minuto. Passo aí na sua casa?
- Você sabe onde eu moro?
- O que uma mulher não consegue quando quer, não é!? - Respondeu, rindo e continuou: - Já estou excitada só de imaginar a gente junto…
- Calma, anjinha! - A interrompi: - Não cria muito expectativas. Vamos só comer uma pizza, por enquanto, ok?
- Tá bom. Só uma pizza, né!? - Começou a rir mais ainda do outro lado da ligação: - Vou adorar tua calabresa misturando com minha baianinha.
Acabei rindo e ela a gargalhar do outro lado da ligação. Nos despedimos e decidi dar um trato na aparência com um bom banho, uma boa aparada na barba, acerto no corte do cabelo e uma poda no jardim do amor próximo ao coqueiro dos prazeres. Não me preocupei com o poço dos desejos porque ele continuaria numa área inacessível, bem escondido atrás dos morros dos ventos uivantes, sem qualquer risco de tropeço.
Estava um calor infernal, mas usar bermuda não me parecia apropriado. Experimentei umas três mudas de roupas e depois me questionei porque eu estava agindo como um adolescente idiota, preocupado com a aparência. Ela não era minha namorada, eu não precisava impressioná-la tanto. Ok! Tanto, não, mas um pouco, sim. Parti para o básico, uma calça jeans, uma camisa social azul clara com manga dobrada, sapatênis claro de uma cor clara e um blazer azul marinho. O blazer seria apenas para impressionar, porque o calor estava de matar. Pontual, cinco para a sete Iara me ligou:
- Oi, Má. Estou na frente de um casarão com colunas de tijolo. É a sua casa?
- Oi. É, sim. Já estou saindo.
Desliguei, peguei os indispensáveis celular, carteira e camisinha, indo para o portão de acesso. Saí e pedi para ela mudar o carro de lugar que iríamos no meu, mas ela recusou:
- Você vem comigo para não ter risco de fugir. - Falou, sorrindo maliciosamente: - Eu vou te raptar hoje.
Voltei para trancar minha casa e saímos. No caminho, advogado, não pude deixar de corrigi-la:
- Na verdade, você quer me sequestrar. O rapto é só para fins libidinosos…
Ela parou o carro no meio fio, me encarou no fundo dos olhos e deu um sorriso que transbordava suas intenções comigo:
- Então, acertei em cheio! - Disse e riu gostoso.
Depois veio em minha direção, tentando me beijar, mas fui obrigado a contê-la, pois ainda estávamos dentro da cidade, num final de tarde e com vários transeuntes próximos:
- Iara, aqui não! Você me queima assim. - Falei.
- Pra onde então, Miss Daisy?
Ri de seu comentário e ela voltou a dirigir, parando em um posto de gasolina. Propus de irmos em uma uma cidade próxima para diminuir o risco de eu encontrar algum conhecido e, como ainda era cedo, propus de irmos a um shopping, onde poderíamos assistir um filme, comer e depois… Bem! Depois veríamos o que mais poderia acontecer. Ela topou na hora e saímos. Criada na cidade grande, ela se mostrou uma exímia motorista. Chegamos ao shopping em menos de uma hora.
Desci do carro e ela demorou a sair. Dei a volta e abri sua porta: “Deve estar esperando um pouco de cavalheirismo.”, pensei comigo. Entretanto, não era isso. Ela estava calçando um sapato de salto alto e, só depois de fazê-lo, e ao descer do carro com o apoio de minha mão, que eu pude ter uma real dimensão de onde eu estava me metendo. Iara estava lindíssima! Alta, imponente, sobre aqueles sapatos de salto agulha, com um vestido floral claro de saia rodada até o meio de suas coxas, modelando maravilhosamente suas curvas e com um decote que mostrava bem seus seios, pois ia até abaixo da base deles. O contraste era lindo: um vestido claro naquela pele super bronzeada, quase negra. Fiquei boquiaberto, literalmente, e ela riu de minha cara:
- Parece que nunca me viu antes, Má! - Falou, sorrindo de minha cara.
- É… Sim… Não. Esquece, Iara, digo, anjinha. - Tentei me controlar e a encarei: - Você está lindíssima.
- Tem que me ver peladinha, então… - Sussurrou no meu ouvido, após se aproximar de mim e, no final, ainda me deu um beijinho no lóbulo da orelha, fazendo questão de encostar a ponta de sua língua nele.
Seguimos para o interior do shopping e, nem bem entrou, começou a chamar a atenção de quinze entre dez homens, isso porque várias mulheres a encaravam, gulosas. Ela própria se tocou disso e para mostrar a todos que não estava desacompanhada, enlaçou meu braço, se colando em mim. Ela escolheu um filme qualquer, se não me engano uma comédia romântica, que eu não conhecia. Comprei um saco de pipocas, dois refrigerantes e entramos, nos sentando no final na sala que estava praticamente vazia. Me desculpem, não me lembro de nada do filme, nem do nome, nem do conteúdo, isso porque, mal nos acomodamos, ela pegou meu rosto e já virou para ela, me dando um beijo intenso, cheio de carência e até mesmo de saudade.
Aquele beijo foi seguido de outro, e outro, e outro… As cadeiras eram separadas por braços móveis, então, apagadas as luzes, ela nos livrou da divisória e se deitou em meu colo para ficar de frente para mim. Nossos beijos ficavam mais e mais quentes, e o amasso seguia firme também. Suas mãos eram ágeis e percorriam sem medo todas as partes do meu corpo que estavam ao seu alcance. Não aceitei ficar para trás e tateei tudo o que alcancei, dando uma atenção maior aos seus seios e a parte interna de suas coxas.
Eu já estava ficando sem ar de tanto beijar aquela danada. Ela não beijava apenas, mas me sugava com vontade. “Deve chupar maravilhosamente bem!”, comemorei com meus botões. Aliás, ela parecia estar na seca há meses, porque parecia querer me devorar pela forma como me atacava. Eu já estava começando a ficar com medo de não dar conta do fogo daquela mulher. Comecei a pensar em comprar um Viagra se visse uma farmácia aberta, porque ela parecia insaciável, nada a parava.
Decidi honrar as calças e dar um pouco mais de pressão para acalmá-la. Já estava explorando a parte interna de suas coxas mesmo, então alcançar sua boceta seria um “pulinho de nada”, como dizemos em Minas. Corri minha mão para dentro de seu vestido e ela parou de me beijar, me encarando com um sorriso de surpresa tão gostoso que quem queria beijá-la agora era eu. Ela também entendeu minha intenção e abriu um pouco mais suas pernas. Meu dedos chegaram rápido e encostaram em nada: ela estava sem calcinha. “Quanta surpresa!”, pensei e sorri. Aliás, sem calcinha e meladinha, muito mesmo. Deixei meus dedos escorregarem para dentro de sua rachinha e logo encontraram um clítoris de considerável tamanho e já duro de sua excitação, já saltando para fora de seus lábios. Surpreendentemente, ela parou tudo e colocou sua mão sobre a minha:
- Desculpa. Ele é meio grande mesmo. - Falou com um tom de constrangimento nas palavras.
- Você é toda linda! Nunca deixe alguém dizer o contrário. - Falei e, com um movimento de pinça do meu dedão e indicador, pressionei suavemente seu clítoris.
- Ah, ahhhhh. Ai… - Gemeu, surpresa e excitada com meu gesto.
Voltei a beijá-la com vontade. Ela não podia se sentir rejeitada por um motivo tão idiota e eu não a deixaria se sentir assim. Voltei a masturbá-la com vontade, alisando toda a extensão de sua vagina e introduzi meus dedos naquela grutinha sedenta de uma exploração mais acurada. Um, dois, três dedos e então ela começou a gemer mais alto, mesmo com nossas bocas grudadas. Forcei meus dedos, o máximo que consegui, dentro dela, como se quisesse formar um anzol e pressionei a parede de sua vagina, roçando-a levemente por dentro enquanto meu dedão ainda dedilhava seu clítoris:
- Ai, Má! Assim eu não vou aguentar… - Falou, entre seus gemidos para mim.
Eu não consegui mais encontrar seus lábios porque ela enfiou sua cara em meu peito enquanto eu a masturbava. Aumentei a pressão e velocidade de meus movimentos e ela começou a gemer mais alto, mas teve o bom senso de abafar sua voz em meu peito:
- Aiiiiiiiiiiiiiiii!!! - Gemeu e depois me mordeu o peito com vontade, enquanto se encolhia e seu corpo tremia junto ao meu.
- Ai, Iara, meu peito, caralho! - Reclamei porque a dentada estava mais forte que o necessário.
- Desculpa... - Respondeu, choramingando pelo orgasmo recém alcançado.
- Porra, meu. Cuidado com o dente. - Reclamei novamente, mas já rindo da situação.
Tirei minha mão de dentro daquela gruta e fiz questão de lamber os dedos ainda cobertos por aquele doce mel, realmente delicioso e de um odor apaixonante. Então, a abracei mais forte, acolhendo aquele mulherão em meus braços enquanto sua alma ainda planava em seu voo solo e aproveitei para dar uma olhada ao nosso redor, para ver se ninguém havia assistido nossa “apresentação paralela”. O salão estava praticamente vazio. Além de nós, mais dois ou três casais estavam sentados bem afastados uns dos outros:
- Acho que você escolheu uma merda de filme pra gente assistir, anjinha. - Falei ao constatar o óbvio.
- Eu sei. - Falou e me encarou de baixo para cima: - Eu já tinha lido a crítica e ninguém tinha gostado. É um fracasso de bilheteria.
- Então…
- Então, a sessão estaria vazia. - Me interrompeu e me deu um selinho.
- Mas que safadinha! - Falei, rindo de sua armação.
- Você ainda não viu nada, meu amor.
Pelo pouco que vi do filme, era uma bosta mesmo! Tão ruim que saímos antes dele acabar. Fomos direto para a praça de alimentação e escolhi tacos e guacamole com tortilhas, bem mexicano, para mim. Minha baiana apimentada escolheu um combinado de sushi, sashimi e outros quitutes orientais, sem tempero algum. Preferi não beber para ela não ficar tentada e nos colocar em risco na direção:
- Farta de acarajé? - Brinquei.
- Adoro! - Retrucou: - Mas aqui não tem. Ah! Por falar nisso, vovó disse que ainda está te devendo uma buchada de bode. Pediu para você escolher o dia…
- Você não contou para ela que estava vindo me encontrar, contou? - A interrompi, surpreso com o rumo daquela prosa.
- Não, seu bobo. Claro que não! É que há alguns dias estávamos conversando eu, ela e a titia, nem sei como, chegamos no assunto do nosso namoro. Daí ela lembrou que estava em falta com você.
- Aham… Sei!
- Sério! Você é muito querido por ela. É o neto que ela não teve.
- Pois é, né!?...
- Quem sabe a gente não conserta isso?
Eu voltei a não gostar do rumo daquela prosa, mas preferi não concordar ou negar. Apenas deixei o assunto morrer. Ela também não insistiu, talvez para não criar uma situação inconveniente entre nós. Enfim, desviamos o rumo daquela prosa e voltamos a papear sobre nossas vidas, perspectivas, desejos e, “Bingo!”, o assunto voltou para o sexo:
- Dedinhos espertos esses que você tem aí, hein, Má? - Me falou, sorrindo e esfregando sua perna na minha.
Nesse momento, comecei a rir, lembrando da minha brincadeira com a Nanda de nomear os dedos com nomes. Zé, Jão e o Éu haviam aproveitado para caramba, tudo sob a batuta competente do mestre Binho. Quim, infelizmente, ficou de fora da brincadeira:
- O que foi? Por que você está sorrindo? - Ela me perguntou, intrigada.
- Não. Nada não. Eu só estava lembrando de umas coisas, mas que não vêm ao caso agora.
- Mulher é curiosa… - Insistiu.
- Mas seria tão curiosa a ponto de perder a chance de viver uma deliciosa e intensa noite em minha companhia? - Truquei com sete copas, quatro e três na mão, dando a entender que sua curiosidade não levaria a nada.
- Nunca! - “Correu pro mato”, me dando vitória na rodada.
Ela estava voltando a ficar cada vez mais insinuante para meu lado. Além disso, me acariciava a mão, rosto, braço, pernas, tudo que podia alcançar. De repente, notei uma mulher me encarando, estática, com cara fechada, brava de verdade, a poucos metros de distância: era a Bia! Bernardo estava chegando nela nesse momento e ela falou algo com ele, apontando e gesticulando em minha direção. Ele, quando me viu, ficou surpreso, claro. Depois, como eu também os olhava, a pegou pelo braço e veio em nossa direção, nos cumprimentar:
- Mark, meu querido. Como é que você está? - Me cumprimentou.
Me levantei para cumprimentá-lo com um abraço:
- Vou bem, Bernardo. E você? Já voltou pro futebol?
- Futebol, ainda não, mas já tô bem melhor. Até sem muleta já tô andando. Só não consigo ficar muito de pé.
Fui para o lado da Bia, cumprimentá-la também. Ela me olhava como seu eu fosse a fonte de todo o câncer na Terra:
- Oi, Bia. Como você está? - Perguntei, enquanto lhe beijava a face.
- Bem, Mark, muito bem. Você também tá bem, né? - Disse, olhando pelo canto do olho para a Iara.
- Ah, gente, deixa eu apresentar para vocês a Iara, uma grande amiga minha. - Ajudei Iara a se levantar, oferecendo-lhe minha mão e ela veio ficar ao meu lado.
- Oi. É um prazer. - Disse Iara, indo em direção à Bia que não lhe negou dois beijos, mas me fuzilou com os olhos por sobre os ombros dela.
- É um prazer, Iara. - Bia respondeu.
- Oi. - Disse Iara estendendo sua mão para o Bernardo.
- É um prazer, Iara. - Bernardo respondeu, indo beijá-la na face.
Ficamos papeando um pouco os quatro e Iara falou que precisava usar o banheiro. Todos olhamos para a Bia, residente local dali, e ela, meio que a contragosto, se propôs a acompanhá-la. Então se foram as duas. Bernardo as encarava se afastando, não sei se de olho em sua noiva ou na bunda da minha acompanhante que teimava em balançar acintosamente para os dois lados enquanto andava. Assim que saíram de nosso raio de visão, começou a gargalhar:
- Você é muito burro, Mark! - Vendo que estávamos num ambiente público e lotado, se conteve e começou a falar baixinho: - Como você me traz uma amante para cá, cabeção? O shopping é a segunda casa da Bia. É até mais fácil achá-la aqui do que na nossa casa.
- Cara, é o seguinte. Não tem traição alguma. Eu e a Nanda afrouxamos algumas regras. Agora podemos ficar com outras pessoas sem estarmos juntos, sem pedir permissão ou mesmo avisar o outro. Está tudo certo, de boa mesmo! Acalma a Bia, porque, pela cara dela, ela tá querendo cortar meu pau fora, e explica isso para ela. Se ela ainda duvidar, é só ligar pra Nanda, que ela vai confirmar tudo.
Seu semblante não me preocupava. Aprendemos, desde cedo, a cobrir os amigos e eu sabia que ele me cobriria de qualquer forma. Mas, agora, ouvindo minha versão, ele ficou mais tranquilo para domar sua própria fera:
- Que mulher é essa, Mark? De onde você tirou essa mulata? Porra! Que tamanho de mulher.
- É uma ex namorada. Ela veio passar uns dias na chácara de uns tios, que é meu primo e a gente acabou se encontrando num supermercado, e depois num churrasco na casa dos meus pais. - Eu falava, sorrindo da situação: - Daí, ela me cobrou uma pizza e como a Nanda tá viajando…
- Nem precisa continuar. Já entendi tudo. - Disse, gargalhando: - Daí você quer rechear a baianinha dela com uma legítima linguiça mineira, não é?
Não aguentei sua cara e comecei a rir também, porque no fundo, bem no fundo, era verdade mesmo. Pouco depois, Bia e Iara voltaram para a mesa e Bernardo se levantou imediatamente, já se despedindo para re-abrir o caminho para minha noitada:
- Mas eu acabei de chegar, Bê! - Bia reclamou.
- Sem essa! Tô cansado, com a perna doendo e quero ir embora.
- Cê tava andando igual um cachorro louco agora há pouquinho! - Ela rebateu.
- Pois é! Andei demais. Quero ir embora.
Contrariada, ela concordou e eles se despediram da gente. Vi que ele falava alguma coisa para ela enquanto se afastavam. Ainda consegui ver ela se virar para mim e simular um telefone com a mão, encostando o mindinho no queixo e o dedão na orelha, dando a entender que iria mesmo ligar para a Nanda. Não sou muito bom em leitura labial, mas tenho quase certeza que ela terminou a frase me chamando de “filho da puta”. Iara notou um certo clima:
- Algum problema, Má? - Perguntou.
- Não. Nada. Pode ficar tranquila.
- Mááááá!? - Insistiu.
- Tudo bem mesmo. Vamos dar uma volta?
Ela concordou e nos levantamos, ficamos passeando um pouco pelo shopping e por volta das dez da noite, as lojas começaram a fechar:
- Podemos ir a um bar, choperia ou… - Deixei a última opção no ar.
- Eu prefiro o “ou”. Eu quero o “ou”! - Respondeu, saltitante.
Pedi as chaves do carro e assumi a direção. Conhecedor da região, fui direto para um motel temático naquela cidade. Mulher é tudo igual nessas horas. Iara estava deslumbrada com as opções de suítes temáticas a sua disposição e a deixei à vontade para escolher a que mais lhe agradasse:
- Como é essa “XXX”? - Perguntou para a atendente.
- Essa é com tema BDSM. Se for reservada com antecedência, podemos incluir no pacote um ator ou atriz que fará o papel de dominador do casal. - Respondeu uma voz robotizada à sua pergunta.
- Ator, atriz? Como assim?
- Atores pornô amador, querida. - Ela respondeu novamente: - E, SIM!, mediante uma justa contraprestação, ele ou ela pode até participar com você e seu homem. Ambos são bi, mas somente ativos.
Eu balancei negativamente minha cabeça para ela no mesmo instante. Ela começou a rir da minha cara e, depois de olhar as outras opções, escolheu uma com o tema oriental. Fomos liberados e logo acessamos uma suíte muito, mas muito bem decorada. Sobre a cama havia uma imitação de uma cerejeira florida. Alguns dos ambientes da suíte eram separados por uma espécie de porta feita de bambu e tecido ou papel. Poderíamos inclusive pedir pratos temáticos orientais, japoneses ou chineses, se quiséssemos:
- Mas eu acabei de comer sushi! Se eu soubesse que tinha aqui, teria vindo direto pra cá. - Iara protestou, rindo.
- Dançou, neném. Vou comer sozinho. - Brinquei.
- Mas você nem fez o pedido…
- Então, vou ser obrigado a comer só você. - Falei e a encarei, ganhando um belíssimo sorriso.
Aliás, aquele sorriso me atraiu igual um imã. Fui até ela e a peguei em um abraço forte, beijando firme aquela boca carnuda. Quanto mais eu a apertava e beijava, mais ela ronronava, às vezes, gemia. Começamos a nos despir. Aliás, ela arrancou minha camisa e conseguiu a proeza de enroscá-la na saída do ar condicionado. “Deus! Arrumei outra destrambelhada na minha vida.”, pensei e ri olhando para minha camisa, inconformado com seu arremesso. Ela me vendo distraído, abriu e arrancou meu cinto, jogando-o longe. Segurei suas mãos nesse momento, prensando-as entre nossos peitos e a beijei para acalmá-la um pouco. Era minha vez e eu não abriria mão de despir aquele monumento. Desci as alças de seu vestido e ele escorregou rapidamente para o chão, desnudando-a completamente em minha frente.
[...]
Estávamos no meio de novembro e haveria o Feriado da Proclamação da República na segunda-feira. Então, ganhamos o sábado, o domingo e a segunda de descanso do treinamento. Bom para quem poderia ficar com a família, horrível para mim. Logo cedo as meninas vieram ao meu quarto para me convidar para um dia de piscina e sol. Aceitei. Como ainda era quase nove horas, decidi ligar depois do almoço para o Mark. Coloquei um biquíni de cortininha, bonito, florido em tons de azul, amarelo e verde, nada escandaloso, mas bastante sensual e fomos as quatro, eu, Aline, Verônica e Cíntia.
Já havia um certo movimento de hóspedes na área da piscina, bem como de alguns colegas treineiros que tiraram o dia para fazer o mesmo. Peguei uma espreguiçadeira para mim e pedi para Verônica me passar o bronzeador, pois queria voltar com uma bonita marquinha para meu marido. Irani que conversava com Verônica, mais que prontamente, se dispôs a me ajudar. Aceitei e ele começou a besuntar minhas costas com o óleo enquanto Verônica me encarava com a expressão da safadeza:
- Já, já que ele passa bronzeador em você também, Vê. - Falei, sorrindo.
- Passo mesmo! - Ele confirmou.
Nesse momento, Ivan se aproximou e começou a chamar o irmão de vacilão, iniciando uma discussão besta, mas que eu saquei imediatamente ser sobre mim. Irani se dispôs a dar a vez para o irmão, mas eu recusei, porque não era mulher dele e ele não tinha direito algum de exigir qualquer forma de exclusividade. Acabaram os dois me deixando na mão, pois Irani não quis criar um problema com o irmão. Como ele já havia passado nas costas e ombros, o resto eu mesma daria conta e o fiz, sozinha:
- Você é um chamariz, Nanda. - Verônica falou, rindo da situação.
- Tô mais pra curva de rio, Vê. - Falei, enquanto me auto besuntava: - Só para galho em mim.
Rimos. Pouco depois terminei minha tarefa e, inocentemente, me pus de quatro para arrumar minha toalha sobre a espreguiçadeira, na intenção de apenas deitar:
- Nanda… - Disse Verônica.
- Oi.
- Olha pra trás, disfarçadamente…
Olhei e vi uma galera encarando minha bunda. Vários homens e algumas mulheres comentavam entre si. Olhei para a Verônica e apenas balancei negativamente a cabeça, me deitando. Ficamos papeando as quatro e Verônica foi ao bar buscar algo para bebermos. Na falta de bebidas doces, nos trouxe cervejas que, apesar de eu não ser amante, na falta de outra, também não recuso. Cíntia estava mais calada que o normal, sinal de que alguma coisa havia acontecido. Ela não tinha jeito de hotwife, então imaginei que pudesse ter traído o marido e agora estava sem jeito de ficar em nossa presença. Fiquei calada, mas Verônica avançou:
- E aí, Cíntia, deu muito ontem?
Cíntia ficou roxa. Começou a gaguejar, pouco depois seus olhos ficaram marejados, ato seguinte praguejou contra Verônica por tê-la convencido a dançar e no final, confessou:
- Eu nunca fiz isso! Nunca traí meu marido. Tô me sentindo uma biscate, uma puta, uma rampeira suja. - Falou com lágrimas escorrendo pelo rosto.
- Calma, mulher. Foi só uma trepadinha. - Verônica tentou ajudar, atrapalhando mais ainda.
- Vá à merda, Verônica! - Xingou, se levantou e saiu andando em direção ao prédio.
Verônica ficou estática. Aline, idem. Me levantei e saí correndo atrás da Cíntia:
- Cíntia, para. Espera. - Pedi.
- O que você quer, Nanda? Vai! Fala que eu tô errada!
Não falei nada. Apenas a abracei. Ela se rendeu e me abraçou também, desabando em lágrimas sobre meu ombro. Ficamos ali abraçadas um tempo até que ela se acalmou um pouco:
- Escuta... Eu não vou te julgar. Eu nem sei se consigo falar algo para te consolar. - Falei.
- Eu errei, Nanda. Não devia ter feito isso. Eu pensei que fossemos ficar só nos beijos, mas quando vi, a gente já tava no quarto e daí… - Ela interrompeu a si própria e depois mudou de assunto: - Não sei como você consegue.
- Consigo o quê?
- A Verônica me falou que você é uma “hot”, “hot” alguma coisa, que sai com outros homens com a concordância do seu marido. Não sei como você consegue fazer isso?
- Verônica falou, né… - Me irritei, mas ali eu precisava me controlar: - O que eu vou te contar é segredo. Preciso que seja discreta, ok?
Ela balançou afirmativamente a cabeça. Então, expliquei que eu não era exatamente uma “hotwife”, mas que mantinha sim um relacionamento liberal com meu marido, em que eu podia sair sozinha e ele também, mas que, normalmente saíamos os dois, juntos:
- Juntos? - Ela quis entender.
- É.
- Juntos com outra mulher?
- Isso. E com homens também.
- Você com dois?
- Isso. E ele também, comigo e outra.
- E você não tem ciúmes dele?
- Morro de ciúmes dele. Agora mesmo eu fiquei sabendo que tem uma ex dele que está na nossa cidade, claramente dando em cima dele.
- Nanda! E você tá aqui tranquila? Eu já tinha ido embora…
- Eu já pensei nisso, mas eu tenho que confiar no nosso amor. Preciso acreditar que ele, mesmo que saia com a ex… - E agora frisei: - E eu espero que não. Mas, se acontecer, que nosso amor será suficiente para trazê-lo para mim. Do mesmo jeito que eu fiquei com o Andreas ontem e vou voltar para ele.
- Isso não tá certo… Isso é loucura!
Ela não estava errada. Para um casal monogâmico tradicional, a vida liberal é algo impensável, inaceitável. Passei a explicar para ela que, para nós, os liberais, o sexo e o amor são coisas distintas. Então podemos praticar sexo com outros, mas reservamos o amor, carinho, respeito apenas para nossos parceiros:
- Inclusive, isso talvez sirva para você também! - Falei, ao ter uma ideia para acalmá-la de vez.
- Pra mim, não! Nunca…
- Não estou falando para você mudar seu estilo de vida, mas considere o que aconteceu ontem como uma experiência que você praticou com alguém que não tem importância alguma para sua vida. Seu amor ficou reservado e continua sendo do seu marido.
- Isso parece tão errado…
- Eu sei. Eu mesma levei tempo para entender e aceitar isso. - Falei colocando a mão em seu ombro: - Mas hoje é a única coisa que posso te oferecer…
Ela me olhou grata pelo carinho demonstrado e me abraçou novamente, me dando um gostoso beijo na face:
- Você já ficou com mulher mesmo? - Me perguntou, agora mais curiosa ainda.
- Sozinha, não. Bom, mais ou menos… Numa outra hora, eu te conto uma aventura que eu comecei com uma massagista e meu marido nos flagrou, mas participou e aproveitou bastante depois com as duas.
- Nanda!? - Falou surpresa e depois caiu numa gostosa risada: - Que safadinha, hein!
- Agora sério! Não cria neura com isso. Você ama seu marido é isso que importa. - Sorri e me lembrei de uma passagem: - Agora, adaptando uma frase que ouvi num filme: “O que acontece em Manaus, fica em Manaus!”
- É… Então você não vai contar nada para o seu marido?
- Vou! Ele já está me cobrando. Vou contar tudinho… Difícil vai ser dar conta da fera porque, com o tesão acumulado pela distância e ouvindo minhas brincadeiras, ele vai me partir em quatro.
Acabamos gargalhando e a convenci a voltar comigo para a piscina. Ainda assim, ela mudou de lugar para o outro lado de minha espreguiçadeira, para não ficar próxima da Verônica. Acabou que tempos depois, as duas voltaram a conversar e se sentaram uma do lado da outra novamente. Verônica não era ruim, apenas “bocaberta”, como falamos em Minas. Depois de retornarmos e passado um tempo, Aline ficou ansiosa e sorridente, segurando os bracinhos com os punhos fechados na frente do peito. Se levantou em seguida para receber alguém que parecia estar atrás de mim. Me virei de lado para ver quem era e vi Thomas, trazendo Andreas consigo. Aliás, Andreas, ao contrário da noite anterior, agora ostentava um imenso sorriso que aumentou ainda mais ao me ver. Me levantei para cumprimentá-lo, é o mínimo a se fazer após uma quase trepada, e ele me lascou um beijaço de tirar o fôlego:
- Para, Andreas. O que é isso? - Disse assim que nossas bocas se desgrudaram.
- Sentir sua falta. - Voltou a me dar um selinho.
- Tá, tá! - Afastei minha boca da dele: - Mas devagar com o andor.
- Não entender “andor”.
- Significa para você ir com calma, porque somos apenas amigos, não namorados. Entendeu?
- Mas eu sentir falta de seu cheiro. - Disse, me cheirando o pescoço.
- Para! Assim, não! - Insisti e consegui colocar minhas mãos em seu peito, aumentando o espaço entre a gente: - Agora, se acalma e me solta.
Ele, parecendo meio perplexo, me soltou. O convidei para sentar e comecei a conversar com ele, explicando que o que havia acontecido na noite anterior foi bom, mas que não significava que iria acontecer novamente. Ele pareceu ter entendido a mensagem e perguntou se poderia ficar ali conversando comigo e não vi mal algum. Ele se sentou no chão, ao lado da cabeceira de minha espreguiçadeira e eu me deitei novamente com a bunda para cima. Ficamos conversando diversos assuntos e quanto mais conversávamos, mais ele se soltava. No final, vi que ele era um carinha legal, turistando com os amigos na selva amazônica:
- Conhece Alemanha, Nanda? - Me perguntou em certo momento.
- Não. Acredita que nunca viajei para fora do Brasil?
- Pois deveria. Alemanha muito bonita. Tem boa cerveja também.
Me lembrei da minha que a essa altura já devia estar quente. Acabei me sentando para bebê-la, mas estava intragável. Ele a experimentou e pareceu ter gostado:
- Não querer mais? - Me perguntou.
- Está quente, Andreas.
- Posso? - Indicando que queria bebê-la.
- Pode, mas…
Nem terminei de falar e ele virou o copo. Depois me explicou que na Alemanha eles têm o costume de tomar alguns tipos de cerveja em temperatura ambiente. Eu não me conformava com aquilo, quente era horrível, mas, enfim, o bucho era dele. Ficamos papeando por mais um tempo e decidimos almoçar. Naturalmente, Thomas e Andreas se auto convidaram a vir conosco. Fomos todos para o restaurante do hotel e nos fartamos. Depois nos sentamos numa área coberta da piscina. Nesse momento, recebi uma chamada de vídeo da Maryeva. Pedi licença a todos porque precisava atender minha filha e Andreas quis vir comigo:
- Não! Sem chance alguma, Andreas. Vou falar com minha filha à sós. - Falei na intenção de evitar qualquer mal entendido com minha filhota mais velha.
- Nanda! Só curioso…
- Nem tenta insistir ou vou brigar com você! - Agora eu me enfureci mesmo.
- Deixa a Nanda em paz! Ela quer falar com a família. - Cíntia se levantou e comprou a briga: - Vem, Nanda! Eu fico vigiando.
Nos afastamos para um sofá próximo e a atendi:
- Oi, mãe. Que demora!
- Oi, amor. Desculpa. Demorei para achar meu celular na bolsa…
- Cê tá pelada?
- Que pelada o quê, ô! Tô de biquíni. Hoje é dia de folga e estou na piscina do hotel.
- E sem o pai pra te vigiar, né?
- Olha… Eu adoraria que vocês estivessem aqui comigo, mas não dá. Você já entende, não entende?
- Entendo, mãe.
- Cadê tua irmã?
- Correndo atrás do Mocorongo, onde mais… - Vi que ela se levantou e gritou, chamando Miriam: - Já tá vin…
- Oi, mãe! - Miriam a interrompeu: - Já tá voltando?
- Ainda não baixinha, mas logo, logo, eu volto.
- Então, tá… Volta Mocorongo! - Disse e já saiu correndo, sem sequer se despedir.
- Tá tudo bem? - Eu via no rosto de minha filha algum tipo de preocupação.
- Tá, sim.
- Maryeeeeeva!? - Insisti.
- Tem nada mesmo.
- Tá. Sei. Eu te conheço bem demais para você conseguir me enganar.
Ela me encarou e levantou a sobrancelha esquerda, exatamente igual ao Mark quando é confrontado com uma verdade que não quer assumir:
- Quando quiser conversar sobre assuntos de mulher a sós comigo, é só ligar, ok? - Deixei uma porta aberta para ela.
- Tá bom, mãe. Eu ligo. Vou desligar agora porque vou tentar salvar o Mocorongo da Miriam.
- Tá bom, meu amor. Vai lá.
Nos despedimos e desligamos. Conheço minha filha e senti alguma coisa em seu semblante que não me agradou. Eu precisava saber o que estava acontecendo e tentei ligar para o Mark. Chamou uma, duas, três vezes e, puff!, meu celular apagou:
- Burra! - Acabei falando em voz alta.
- O quê, Nanda? - Cíntia me perguntou, assustada.
- Não! Eu que sou uma burra. Esqueci de carregar meu celular e ele apagou, bem na hora que ia ligar para o meu marido.
- Se estivesse com meu aparelho, te emprestava…
Mas acabou sendo melhor assim. Eu sei que o Mark é um paizão e não aprontaria nada que prejudicasse as meninas. Talvez tivesse sido só impressão minha, mas ainda assim eu precisava confiar no meu Mozão. Relaxei e voltamos para a piscina, onde os demais já estavam se aglomerando novamente e ali ficamos até o final da tarde, conversando entre todos nós, tomando sol, cerveja e eu ainda tendo que aguentar as cantadas sem jeito do meu chucrute alemão.
No final da tarde, me despedi de todos, inclusive do Andreas que insistiu horrores para me levar para jantar fora, mas recusei, e voltei para meu quarto. Eu queria realmente descansar, relaxar, dormir. Depois do banho, de me besuntar em meus cremes e de dar uma boa carga no meu celular, liguei para o Mark. A ligação retornou como fora da área ou desligado. “Depois sou eu que não carrego o celular, né, Mark!?”, pensei e sorri para mim mesma. Eu estava brilhando com todos os cremes e decidi tirar algumas fotos das novas marquinhas para enviar para ele, mas se fizesse isso eu cortaria uma surpresa que sei que ele iria adorar. Decidi apagar as fotos, porque nossas galerias são compartilhadas e logo ele veria.
Me deitei para relaxar e acabei apagando. Acordei por volta das nove da noite e mandei uma mensagem para ele. Eu queria namorar, paquerar meu marido, no mínimo, conversar:
Eu - “Mor!?”
E nada dele me responder:
Eu - “🤨!”
Eu - “OOOOOOi!”
Eu - “Tá cagando que não pode falar comigo? 😂”
O tempo passava e nada dele me responder:
Eu - “Tá dormindo, neném?”
Vendo que nada surtia efeito, decidi ligar, mas, ao mesmo tempo, o anjinho e o diabinho de meus ombros se deram as mãos e me impediram de discar. “E se ele estiver com outra?”, falaram quase juntos. Verdade! Eu não queria atrapalhar. Ele precisava ter um momento só dele, mesmo que isso ainda me doesse. Desisti, pelo menos naquele momento, de ligar para ele. Bem, agora eu tinha outro problema para resolver: eu estava com fome! Decidi pedir um lanche, mas antes de teclar num aplicativo qualquer, duas batidas em minha porta me chamaram a atenção. Abri e vi Aline e Cíntia me aguardando. As convidei paras entrarem:
- O que foi? - Perguntei: - Aconteceu alguma coisa? Cadê a Verônica?
- Cê acredita que, depois que você subiu, ela engatou uma conversa com um senhor no saguão do hotel e combinaram de jantar juntos. Acho que hoje rola uma rôla… - Disse Aline, surpreendendo-nos pela forma de falar.
- Mas e o seu alemão, Aline? - Perguntei.
- Ah, sei lá… Acho que não vai vingar, não.
- Sai com a gente, Nanda. Vamos comer uma pizza. Só uma pizza mesmo. Tem uma pizzaria pertinho daqui. - Propôs Cíntia.
Com fome eu já estava e a oportunidade parecia ser bastante tranquila. Aceitei. Coloquei um vestido branco simples, de saia rodada com motivos florais, uma sandália de meio salto, prendi meu cabelo com uma simples piranha e saímos as três. Foi uma noite bem gostosa. Diferente das demais, essa foi tranquila: só pizza, cerveja, risada e paqueras discretas. Cíntia me cobrou a história da massagista e eu contei tudo o que aprontamos com a Laura. Rimos até altas horas, eu mais das caras de vergonha delas com os detalhes de nossa transa. No final, Aline ainda me cobrou para ser apresentada ao meu Mozão. Me fingi de chateada, mas não neguei. Se ele quisesse, quem sabe… A certa altura, eu me senti em dívida com meu marido e mandei uma última mensagem para ele:
Eu - “Eu te amo! Aproveite sua noite, mas volta pra mim.”