DESCOBERTAS
2019
Depois de contar tudo o que já tinha contado, o Rodrigues que estava em silêncio a maior parte do tempo resolveu me questionar algumas coisas, eu tentei responder tudo na melhor honestidade possível, porque depois de ter revelado tudo o que aconteceu, não teria o porquê esconder alguma coisa.
- Paulo!! Cara, nossa quantas revelações, eu sou um homem tão vivido, já vi e já escutei cada história aqui dentro desse escritório, mas nada igual ao que você acabou de me contar, que loucura que foram os últimos anos do relacionamento de vocês. Eu não teria conseguido, ter a sua frieza em metade dos acontecimentos, principalmente quando descobriu quem eram os mascarados, eu teria feito uma besteira, mas você fez o certo.
- Mas tenho algumas dúvidas, porque você não se separou naquele mesmo dia? O porquê você resolveu continuar com ela, mesmo sabendo que ela tinha novamente te enganado?
Eu fiquei olhando pra ele e pensando em o que responder, o problema era que nem eu sabia direito a resposta, mas mesmo assim tentei.
- Rodrigues, eu sentia um amor que nem sei ao certo o quanto por aquela mulher, infelizmente sentia uma dependência enorme por ela, eu namorei sério com uma menina antes dela, era uma namoro morno, sem muitas “emoções”, mas com a Renata ela conseguiu me tirar de um casulo, eu fazia coisas com ela que nunca imaginei que era possível, não digo somente em relação a sexo, mas no dia a dia mesmo, ela era toda extrovertida e eu um cara super tímido, que estava com uma mulher linda e que demonstrava que sentia muito amor por mim, mas infelizmente hoje vejo que ela me manipulava demais.
Fiquei pensando um pouco mais e continuei
- Hoje eu consigo enxergar, com muitas porradas que ela conseguiu me dar, eu finalmente vi que aquele amor todo que ela dizia sentir por mim, era somente ilusão, eu acho que ela gostava de minha companhia e até de nosso sexo, mas o que ela mais gostava era da bagaceira, de transar com mais pessoas, ali ela se revelava, mesmo que momentaneamente, demorei muito, mas finalmente pude ver que ela não era nada daquilo que eu idealizei de uma mulher ideal, afinal ela era meu “meu grande amor”.
Quando eu disse isso me lembrei que alguns dias antes do evento no autódromo eu recebi um e-mail com o título “O SEU GRANDE AMOR” mas não dei bola e nem abri achando que poderia ser vírus ou alguma coisa do tipo. Na mesma hora peguei meu notebook, entrei no meu e-mail e na lixeira achei aquela mensagem, quando abri cheguei a ter um mal-estar.
Devo ter ficado branco, senti minhas vistas escurecendo, o vídeo era da Renata transando com quatro caras, era diferente do que o Alex tinha recebido, ela estava fazendo um DP, chupando um na frente e o outro que filmava levava o pau as vezes pra ela chupar, ela estava de uma forma que não sei explicar, parecia drogada ou bêbada, mas não estava normal, ela gemia muito e pedia pra ele acabarem com ela.
O Rodrigues percebeu que eu fiquei estranho, perguntou o que estava vendo ali, dei um pause e mostrei na tela a cena, a pessoa que estava filmando as vezes narrava. No vídeo o Rubens estava de pé com ela chupando ele, o filho e o sobrinho estavam metendo e o quarto cara eu não conseguia ver, só escutava a voz, o vídeo tinha em torno de quinze minutos, pulei acelerei e fui até perto do final, quando os três que metiam nela gozaram, o cara que estava filmando ainda disse “olha aí seu corno trouxa, essa mulher é o “Grande Amor” da sua vida? Essa puta rampeira que passa a tarde toda dando pra nós aqui a troco de uma boa grana, depois volta pra casa como se nada tivesse acontecido, seu babaca, seu corno!!
Eu não tinha como saber quem tinha me enviado, mas com certeza era o Rubens, com sede de vingança, primeiro por eu ter tirado ela dele alguns anos antes, depois por ter dado a surra em seu filho, a intenção dele era me humilhar, mas o vídeo já não tinha tanto efeito, só assustei por nunca ter visto tudo aquilo daquela forma. Quando terminei de ver meu estômago estava embrulhado, fiquei um tempo quieto olhando pro nada, não conseguia pensar em nada, eu tinha a intenção de me vingar da humilhação deles, minha vontade era de matar o Rubens de tanto bater, mas do que iria adiantar? Eu iria acabar com minha vida e ainda sairia como o ruim de toda a história.
O Rodrigues perguntou se eu queria algo, pedi somente um copo com água bem gelada, depois de terminar de tomar, falei pra ele que eu precisava fazer alguma coisa, fazer eles se arrependerem de terem me humilhado tanto, mas não poderia ser alguma coisa física, precisava achar uma forma de atacar ele, sem que ele tivesse a mínima ideia do que estava acontecendo,
- Paulo tenha calma que não adianta você fazer nada agora, que ele está esperando você “atacar” de todos os lados, agora ele está na defensiva e vai se precaver de todas as formas, vamos esperar a poeira abaixar e com a cabeça fria poderemos achar uma forma de que ele sinta que nunca deveria ter mexido com você, eu depois de tudo que você me contou, estou com muita vontade de quebrar a cara dele também, eu vou te ajudar, juntos podemos pensar em alguma coisa definitiva, sem claro nos comprometer com a justiça.
Era verdade, ele tinha razão, eu precisava ter calma, apesar da dor que eu estava sentindo, tinha que esperar o momento certo. Eu já estava com fome, fazia um bom tempo que estamos ali, resolvemos descer e ir comer em algum restaurante próximo, ele pediu pra eu terminar de contar toda a história até o flagra no autódromo.
Fomos em um restaurante self service muito bom que tinha bem próximo, como já tinha passado do horário de rush podemos nos sentar, e continuar conversando numa boa.
- Sabe Rodrigues, no dia do evento eu não sabia de nada, o flagra que dei neles e hoje depois de ter descoberto tudo que estou sabendo, quase não foi nada, a sujeira é muito maior do que eu em meus piores pesadelos poderia imaginar.
- Mas vamos lá, deixa eu te contar. No horário combinado, eu estava por lá, mandei uma mensagem e a Maria me pediu para ir até um local, o evento era grande tinha muitos convidados, eles montaram algumas tendas lá no terraço que o pessoal chama de paddock, tinham muitas pessoas trabalhando, entre garçons, garçonetes e algumas meninas de promotoras e de longe eu via a Renata, ela estava fantástica, fiquei admirando o quanto ela é linda, que corpo, aquele sorriso, o cabelo preso num rabo de cavalo, naquele momento quase fraquejei e fui embora, eu sentia muito amor por aquela mulher, a Maria percebendo meu olhar, me pegou pelo braço e me puxou pra dentro de um “quartinho” que tinha naquele canto perto da cozinha, era tipo de um camarim, tinha algumas cadeiras, um sofá de um tamanho razoável, alguns espelhos com umas mesinhas com estojos de maquiagem, tinham as bolsas com as roupas das meninas ali, a Maria colocou um cadeira confortável em um canto que tinha uma divisória e cortinas, acho que seria montado outro camarim, mas fizeram um só, ela me pediu para eu esperar ali, que poderia demorar um pouco, mas que em hipótese alguma era pra eu sair dali, que logo eu iria poder ver e ouvir tudo o que eu precisava saber em relação a mulher que eu amava e que dizia me amar. Ainda disse que era pra eu manter o sangue frio e esperar tudo terminar para sair e dar o flagrante e que tinha uma portinha no fundo caso eu precisasse sair rapidamente.
O Rodrigues deu uma risadinha e falou
- Você de sangue frio!! Nessa hora Duvido!!!
-Pois é meu amigo, eu acho que mantive muito o sangue frio, com tudo que ouvi e assisti lá dentro do camarim, era para ter matado eles, só com as mãos.
- Mas continuando, a Maria tinha deixado duas garrafinhas de água e mais nada, e fiquei lá por um bom tempo, mais de uma hora lá dentro esperando, cheguei a cochilar sentado, de longe eu estava à música e as pessoas conversando, queria dar uma saidinha pra ver o movimento, mas era arriscado, quando menos espero ouço barulho na porta, de onde eu estava era possível ver somente o sofá, mas pelos espelhos via um pouco da porta, a minha surpresa foi gigante, entraram sorrindo e se agarrando, a Renata e o Rubens, ela falava pra ele:
- Nossa você é doido, temos que ser rápidos, alguém pode vir até aqui, deixa eu dar uma chupadinha para você se aliviar, depois preciso voltar, durante a semana a gente se encontra e deixo você fazer tudo o que quiser.
- Naquela hora minha vontade foi de sair do esconderijo e arrebentar os dois na porrada, mas tinha que esperar e assim eu fiz e ainda escutei ele falando pra ela.
- Que chupadinha nada, eu quero essa buceta gostosa, você com essa roupa desfilando ali pra todos ficarem babando, me deixou louco, vou meter gostoso nessa bucetinha e encher ela de leite.
- Seu doido, não sei se vai dar tempo, deixa eu ver se tem como trancar a porta.
Ela foi e travou a maçaneta, voltou pra ele que se deitaram no sofá e começaram a se beijar, ele abaixou o calça junto com a cueca, ela já foi chupando ele, que logo já estava com o pau duro, a roupa era um tipo de macacão, que ela abaixou rapidamente, estava sem sutiã e com uma calcinha fio dental, ela deu uma chupadinha no pau dele deixou bem babado e sentou, deu um gemido e começou a subir e descer.
- Nossa amor, que pau gostoso, como eu amo meter com você, sentir você inteiro na minha buceta, isso faz eu gozar gostoso, nossa que pau delicioso.
Ela falava aquilo tudo numa naturalidade gigante, me doeu o peito ouvir aquilo, ela chamando ele de amor, ela falava para ele igualzinho fazia comigo, a raiva que eu já estava sentindo estava se multiplicando.
Ele deu uns tapas na bunda dela e mandava ela rebolar gostoso que ele iria encher sua bucetinha de leite quente, como ela sempre gostou.
Ela foi aumentando a velocidade, eu estava vendo tudo, ela estava fazendo bem forte, acho que do lado de fora era possível escutar os corpos deles estalarem, PLac. Plac, plac, aquele barulho estava me deixando louco de raiva, eu sempre gostei de assistir ela transando, mas ali naquela hora não sentia tesão nenhum somente raiva, pela traição, ficava pensando em quanto tempo que eles estavam se encontrando e me traindo, com certeza não era a primeira vez, por fim ela gozou rapidinho e ele colocou ela de quatro e meteu mais um pouco e gozou também, ficaram os dois ali deitados um pouco, ela com a cabeça no peito dele e fazendo carinho pelo corpo dele.
- Aí meu amigo, eu que achava que as surpresas tinham acabado, na verdade estavam começando.
- Renata me fala eu quero saber, você já conversou com ele? Contou o que está acontecendo? Que você vai sair de casa, que vai se separar, eu não quero mais você naquela casa e muito menos com ele, já te falei que vou montar um apto pra você ou se preferir uma casa você que vai escolher, mas lá com ele eu não quero mais. Você é minha e do Guto, disso não abro mão, já deixei muito tempo você brincar de casinha com ele, mas o tempo esgotou.
- Calma Rubens por favor, já te pedi, eu ainda não consegui conversar com ele, não tive coragem de contar tudo o que está acontecendo, ele vai enlouquecer, tenho medo da reação dele, que com certeza vai querer ir atrás de você e do Guto, você sabe que ele vai querer arrebentar vocês e na verdade eu tenho é pena dele, ele está derrotado, desde aquela vez na chácara, ele nunca mais foi o mesmo, vendo tudo o que o Guto fez, mas te prometo que vou contar logo, não vejo a hora de poder ficar livre.
O Rodrigues me olhava espantado, eu só de lembrar acabava chorando, chorava de dor e principalmente de raiva, mas ali no restaurante estava me segurando, acho que devia estar muito vermelho, sentia meu rosto queimar por estar segurando as lágrimas.
- Quando ela falou aquilo, minha vista escureceu, se eu não estivesse sentado tinha caído, acho que devo ter apagado por alguns segundos, quando abri os olhos novamente, eles estavam se vestindo e ele falou mais algumas coisas em relação a casa que ele poderia montar para ela e disse:
- E sobre aquele outro assunto, o que você decidiu? O que vai querer fazer a respeito? Vai querer continuar ou parar, se for parar temos que procurar certinho e outra coisa como vai fazer pra contar sobre isso também pra ele? Vai contar como pra aquele babaca, aquele chifrudo capão?
Nessa hora fiquei cego de raiva e não aguentei mais esperar e sai falando:
- Essa biscate, puta do caralho não vai precisar contar mais nada, quando ela chegar em casa as roupas dela vou estão no meio da rua e você que se diz o todo poderoso, machão pra caralho, agora você vai ver e sentir tudo o que o filho da puta do Guto sentiu.
Como ela tinha travado a porta eu consegui alcançar ele rapidamente, que estava tentando correr, mas consegui puxar e derrubar ele no chão, e comecei a chutar sua barriga e seu peito, eu queria era acertar a cara, para desfigurar ele igual eu fiz com o filho, mas ele se protegeu, ai meu amigo que veio mais uma surpresa, ela pegou uma das cadeiras e me acertou na cabeça e nas costas, fazendo eu cair no chão, não perdi os sentidos, mas doeu muito, enquanto eu cai, ela conseguiu abrir a porta e ele saiu quase que rastejando, ele me xingava muito, a sorte dele era que nesse canto perto da cozinha os convidados não tinham acesso, porque senão seus amigos e outros convidados tinham visto ele engatinhando pelo chão. Ela chorava e perguntava o que eu estava fazendo ali, como tinha conseguido entrar lá.
Quando me levantei do chão, já tinham alguns seguranças do evento chegando e a Maria vindo junto e perguntando o que estava acontecendo ali, ela não deixou os seguranças me baterem, só me seguraram e outro ajudava o Rubens a levantar, ele estava sentindo muita dor, ficava com o corpo curvado, eu fiz o maior teatro para Maria, disse que eu estava desconfiado da Renata e que consegui entrar porque conhecia um pessoa da organização, que tinha ficado escondido de longe e vi eles vindo ali para aquele quarto e que consegui entrar pela porta que tinha ali no fundo e dei o flagrante nos dois, combinando dela me deixar e outras coisas.
A Maria ainda deu um puta esporro na Renata, dizendo que aonde já se viu ficam com alguém ali dentro, que ela estava sacaneando demais, o que os convidados vão pensar, que as meninas são todas garotas de programa, quando ela falou aquilo, ficou me olhando, só faltou ela me falar, está aí sua mulher!! Sua mulher está se prostituindo.
Eu já ia embora, já tinha conseguido dar o flagrante neles dois, já tinha confirmado a traição dela. Mas o pior foi que enquanto eu estava saindo o Rubens ainda conseguiu acabar de vez comigo, a maior humilhação da minha vida. Ele me chamou e disse bem alto.
- Vai embora seu corno, vai embora seu chifrudo capão!!
Ali eu tive a certeza que as surpresas ainda estavam somente começando, fiquei olhando pra ela que estava chorando e me pedindo perdão, que não queria que fosse daquele jeito, perdi o chão, ele falou mais um monte de coisas me humilhou demais, falou coisas que tenho até vergonha de repetir, eu me senti o pior homem do mundo, nunca tinha escutado metade das coisas que ele falou, ele acabou comigo, por mais que batesse nele, não iria conseguir apagar da minha memória tudo o que ele falou, o quanto ele me humilhou, me reduziu a nada, ele infelizmente tinha conseguido me acertar no meu ponto fraco, contra aquilo eu não tinha como lutar, sai dela sem rumo, a Maria e seu esposo ainda tentaram me segurar, falando que eu não poderia sair e dirigir daquela forma, mas eu nem escutei, entrei no carro e fui até minha casa, peguei um tanto de roupas, deixei um bilhete bem grande dizendo:
“Sua puta! Sua biscate rampeira!! Vagabunda!! Você tem 24 horas para deixar minha casa, vou trocar todas as fechaduras, pegue todas as suas roupas e da sua filha e some da minha frente nunca mais quero ver você!!!!
O resto você já sabe né, agora que descobrimos muito mais coisas, espero que minha situação fique mais fácil, já passou da hora dela sair da casa, eu tinha dado 24 horas e já se passaram quase quinze dias, espero que essa semana acabe esse martírio.
- Paulo com tudo que conseguimos em relação ao dinheiro vai ser difícil ela não aceitar. Mas me confirme, se ela abrir mão da casa e assinar todos os papéis, você vai deixar ela realmente com todo esse dinheiro? Até o dinheiro que você investiu na loja? Você sabe que ela e a mãe precisam te pagar!!
- Sim eu vou Rodrigues, a única coisa que eu quero além da casa é realmente o dinheiro que investi na loja, isso é direito meu, mas do resto não quero nada.
Combinamos para nos encontrar às oito da manhã do outro dia, a reunião onde eu iria dar as condições para ela sobre a liberação das contas que o juiz tinha bloqueado estava marcada para as nove, então poderíamos acertar mais alguns detalhes.
Meu celular eu tinha deixado no silencioso, tinham muitas ligações e mensagens, da empresa, da Paula, do Alex e até da Renata. Respondi a todos, mas as da Renata eu nem abri, liguei para a Paula, que estava desesperada.
- Paulo a Renata me ligou e me ameaçou um monte, que ela tem certeza que eu contei sobre os dias no apto e principalmente sobre o dinheiro, eu te pedi para você não falar nada do que eu te contei, ela me falou que vai acabar comigo e com o Alex.
- Calma Paula, ela não vai fazer nada, ela está com raiva, estou indo para a empresa, conversamos melhor ai pessoalmente.
Chegando na empresa, chamei a Paula até minha sala e expliquei:
- Não contei nada pra ninguém sobre tudo que conversamos, o Rodrigues já tinha descoberto sobre o dinheiro, ela abriu três contas e dividiu o dinheiro, agora o juiz bloqueou tudo, e vou barganhar com ela, fica calma que de você e do Alex eu cuido, ela não vai fazer nada, só está com raiva porque está perdendo a guerra.
Liguei para o Alex que também disse que a Renata tinha o ameaçado, expliquei bem por cima e pedi para ter calma.
Liguei para o Rodrigues e contei que ela estava ameaçando as pessoas, ele então disse que eu deveria levá-los na delegacia e fazer um B.O. sobre ameaças, que se por um acaso acontecesse alguma coisa a polícia já estaria sabendo.
Falei com a Paula e com o Alex, ela foi comigo no carro para buscá-lo, pergunte como que eles estavam e ela contou meio que por cima:
- Estamos bem mal né, ele está na casa de uma das irmãs dele, no sábado mesmo pegou algumas roupas e saiu de casa, dizendo que iria pensar bastante em tudo o que eu contei, que ele infelizmente não me reconhecia mais, que desse um tempo pra ele, não devia ligar e nem ir atrás dele, que quando ele estivesse um pouco melhor iriamos sentar e conversar sobre nosso futuro.
Quando peguei ele no trabalho e fomos pra delegacia, os dois nem se cumprimentaram, aliás ela falou um “oi amor como você está” ele não respondeu e nem olhou na cara dela. Cheguei a ficar com um pouco de dó, mas infelizmente ela procurou aquilo tudo.
Chegamos na delegacia o Rodrigues estava por lá e acompanhou os dois, ficamos um tempo ali, fizeram dois B.O. separados, assim ficamos um pouco mais tranquilos. Quando fomos embora deixei a Paula na casa dela e eu e o Alex fomos jantar e tomar alguma coisa. Ficamos até altas horas na rua, quando fui embora não tinha sono, igual a todas as noites anteriores, fiquei até com medo de perder a hora no outro dia.
No outro dia cheguei no escritório às oito em ponto, o Rodrigues já tinha separado uma cópia das queixas das ameaças, para mostrar para o advogado. Eu comentei que ela tinha mandado mensagens pra mim, mas que eu nem tinha aberto, resolvemos ver o que ela falava, mandou alguns áudios, me xingando e me ameaçando igual fez com os outros dois. Faltando alguns minutos para as nove eles chegaram, mas agora estavam em dois advogados, um mais velho que o Rodrigues conhecia e o mais novo que estava no dia anterior, eu fiquei tenso com aquilo, mas o Rodrigues pediu para eu manter a calma que ele conhecia bem o mais velho, que com certeza não teríamos problemas.
Fomos direto para sala de reuniões, a secretária já tinha deixado tudo arrumado, o advogado mais velho se apresentou como Dr. Wilson e apresentou o outro como sendo seu filho e assistente.
Sentamos de frente para eles, ele de forma toda cortês, nos pediu muitas desculpas pela invasão ocorrida no dia anterior, que infelizmente seu assistente teve que vir junto correndo para poder segurar a cliente e não deixá-la fazer nenhuma besteira, que nunca tinha precisado fazer algo parecido e que nunca mais iria se repetir, agradeceu o Rodrigues pela paciência que teve em não chamar a polícia, ou fazer alguma reclamação na OAB.
O Rodrigues de forma cortês também disse que tudo bem que nenhum dois tinham culpa do temperamento da cliente. E antes mesmo da reunião propriamente começar o Rodriguez entregou a cópia das queixas para ele, explicando que ela depois de ter saído dali tinha ameaçado duas pessoas amigas e que mandou algumas mensagens pra mim também, ameaçando novamente.
O advogado queria abrir um buraco e sumir, ele ficou vermelho, quase fuzilando ela com o olhar, novamente nos pediu muitas desculpas, que aquelas atitudes não iriam se repetir, que ele estava ali para podermos acertar da melhor maneira possível.
Ele começou questionando como conseguimos acesso às contas, mas o Rodrigues rapidamente, falou que não tivemos acesso às contas, somente fez uma pesquisa pelo cpf dela e conseguiu achar as contas, mas que não teve acesso aos valores e muito menos a movimentação de cada uma. Que ele apresentou pra juiz o solicitação de bloqueio somente, porque nos primeiros dias de conversa ela só dizia que tinha a casa, que não tinha mais nada, que como tínhamos uma união estável, teríamos direitos iguais se fossemos casados em comunhão parcial de bens.
O Dr. Wilson perguntou se o que nós queríamos era metade dos valores e que nós sabíamos que somente uma conta era dela as outras pertenciam a terceiros, foi quando o Rodrigues afirmou novamente que solicitou ao juiz a quebra do sigilo bancário para que ela provasse a origem do dinheiro, mas que tinha uma segunda opção que ficaria muito mais fácil de resolvermos tudo, sem ter que mover uma ação demorada.
- Olha Dr, Wilson, vamos agilizar e não vamos perder tempo com uma discussão sobre o bloqueio ou não das contas, meu cliente está disposto a abrir mão dessa ação e desses valores, desde que sua cliente aceite a assinar a transferência definitiva da casa para o nome dele, o terreno já era dele antes mesmo deles ficarem noivos, eles construíram juntos, mas no terreno dele, então só aí ela já perde um valor considerado, assim se ela abrir mão da casa e devolver os valores que ele investiu na loja de roupas, nós retiramos a ação no dia seguinte a assinatura das escritura.
Nessa hora ela já começou a gritar, que nunca ela iria abrir mão da casa que ela trabalhou muito para poder ajudar na construção e na decoração e que a metade de tudo lá era dela, que ela não iria me dar de mão beijadas.
Nessa hora o Advogado pediu para ela se acalmar, que nós só fizemos uma proposta, que eles iriam analisar tudo, ela se acalmou, mas ele ainda tentou barganhar, nos valores que deveríamos liberar a conta da filha e do pai, mas não abrimos mão de nada, ele sabia muito bem que eles iriam perder a ação e um bom valor.
- Dr. Rodrigues, eu poderia conversar a sós com minha cliente por alguns minutos?
Concordamos e saímos da sala deixando eles lá dentro, tomamos um café e ficamos esperando por uns vinte minutos, logo nos chamaram, e ele estava até que calmo, mas ela estava muito nervosa e estava chorando baixinho, me olhava com uma cara ódio, mas não falou mais nada.
- Dr. Rodrigues e Sr. Paulo, nós aceitamos as condições, vou preparar toda a documentação de transferência da casa, acredito que em poucos dias já assinamos a escritura, mas como forma de demonstração de boa fé gostaríamos por favor a liberação de uma da contas, minha cliente está sem dinheiro disponível, o Juiz bloqueou tudo.
O Rodrigues explicou que não tinha como fazer aquilo, porque era uma ação só, que não eram separadas por contas, mas que ele tinha feito um documento extra oficial, que eu e ele iríamos assinar de boa-fé, nos comprometendo em retirar a ação assim que tudo estiver resolvido, eles aceitaram.
O Rodrigues e eu assinamos, eles também, ficamos cada um com uma via, ele nos agradeceu pela cordialidade. Eles estavam quase na porta da sala de reuniões e eu não aguentei a chamei e perguntei:
- Renata, uma última coisa, preciso te perguntar, me fale, a quanto tempo estava acontecendo? A quanto tempo vocês estavam se encontrando? Com quantos você me traiu? E o principal o porquê você fez tudo isso comigo?
Ela se negou a responder, disse que tínhamos outras coisas muito mais importantes para conversar e resolver.
Eu questionei
- Mais importantes? A sim! verdade você tem sim coisa mais importante pra se preocupar.
Todos ali ficaram me olhando esperando o que eu ia falar e continuei:
- Tem que se preocupar com esse filho que está carregando na barriga, o filho do seu amante ou de um de seus amantes, porque pelo que ele falou, você ainda não tem certeza quem é o pai não é verdade? Ele não sabe se vai ser pai novamente ou avô dessa criança!!
Continua...