Narrado por Rick.
Dizem que quando estamos prestes a morrer toda nossa vida sem passa diante aos nossos olhos, mas eu posso dizer que isso é uma total mentira.
A verdade é que os melhores momentos da nossa vida se passam diante dos nossos olhos. E por incrível que pareça, todos os meus melhores momentos foram com Lucas.
Existe uma coisa que todos nós precisamos entender: tudo um dia acaba. Ainda que eu tenha temido por esse dia durante toda minha vida.
Eu nunca gostei de finais.
Hoje eu digo adeus a tudo que era familiar, a tudo que era confortável. Hoje eu sigo em frente, e mesmo que eu aceite isso, isso dói.
Há pessoas que fazem tanto parte de nós que estarão conosco não importa o que houver.
Essas pessoas são nosso chão. Nossa Estrela Polar e as vozes em nossos corações que estarão conosco SEMPRE. Hoje percebo que demorei a entender que Lucas era o meu sempre. Hoje eu entendo que errei, mas temo que seja tarde demais.
Hoje, nesse relâmpago de felicidade passa diante os meus olhos no que talvez seja minha morte, me lembro de quando conheci Lucas.
8 anos atrás...
Eu era novo, devia ter por volta de 24 anos e estava entrando na academia de polícia.
Na época eu era muito tímido. Um verdadeiro bicho-do-mato. Levei algumas semanas para me acostumar com a rotina da academia de polícia, e parecia que os superiores só tornavam mais difícil.
Durante uma das aulas simulações de sequestro, acabei acertando uma pessoa que seria a vítima e assim fui apelidado pelos policiais como 007. Licença para matar.
Quando faltava um ano para minha formação eu já estava pensando em desistir de ser policial, mas aí foi quando minha turma juntou-se com a turma do ano seguinte, que já iria se formar. E foi ali que eu conheci Lucas.
Acho que foi amor a primeira vista. No começo foi muito difícil de entender o sentimento que eu estava tendo. Como eu, quase um policial estava sentindo atração por outro cara? Se alguém da minha turma descobrisse eu ia ser o viadinho da turma.
O pior de tudo é que Lucas era bastante educado, e parece que tudo conspirava ao nosso encontro. Em uma das aulas de tiro o instrutor disse que a partir de agora cada aluno da turma avançada teria que ajudar alguém da turma abaixo e torna-se responsável por alguém. E adivinha? Lucas ficou como meu superior.
Durante várias noites, quando apagavam as luzes do alojamento eu tocava uma punheta pensando em Lucas, o que me fazia gozar de maneira tão farta, que as vezes tinha que me controlar para não gemer alto e acordar os outros garotos do alojamento.
Comecei tomar meus banhos rápidos, já que o banheiro era coletivo, e durante um dos banhos Lucas entrou no chuveiro a minha frente, assim me fazendo ficar de pau duro. Rapidamente virei de costas para que ele não pudesse perceber e sai correndo do banho e me enrolei na toalha.
Comecei a trocar assunto com Lucas apenas durante as aulas de tiro e o evitava ao máximo não outros horários. Até que um dia, no feriado de Ação de Graças eu e Lucas ficamos escalados para fazer a vigia, juntos.
Estávamos em uma das torres sentados no chão, um de frente para o outro, ambos com um fuzil ao nosso lado.
-Você dorme primeiro e eu te acordo para trocarmos - disse Lucas.
-Ok - respondi secamente e fechei meus olhos.
-Posso te fazer uma pergunta?
-Aham - respondi abrindo os olhos e o encarando.
-Eu tenho percebido que você anda me evitando, eu fiz algo?
-N-n-n-ao, é que...
-Se for por aquele dia no banheiro, relaxa, eu não conto a ninguém.
-Que dia? - perguntei ficando com o rosto totalmente vermelho de vergonha.
-Acha que não reparei que ficou excitado me vendo tomar banho?
-Não sei do que você está falando.
Ele ficou em pé e deu dois passos para frente, ficando com seu pau bem na altura do meu rosto. Lucas desceu sua mão até o seu zíper e o abriu, colocando seu pau pra fora.
-Isso te deixa excitado? - ele perguntou.
E ali, na torre da academia de polícia aconteceu minha primeira experiência homossexual.
Lucas empurrou minha cabeça de encontro a seu pau, e lentamente eu comecei a chupa-lo. No começo foi estranho, mas acho que comecei a gostar e me acostumar.
-Cuidado com o dente - disse ele de olhos fechados, entre gemidos.
Fiquei durante alguns minutos chupando Lucas ali até que ele se afastou e guardou seu pau de volta na calça.
-Amanhã você vai sair daqui comigo no fim do plantão e vai para minha casa - disse ele - eu vou fuder você.
Passei aquela noite toda pensativo. Eu tinha acabado de chupar um homem e tinha gostado. Aquilo me enjoou completamente. Na minha cabeça eu não era gay, não era.
No dia seguinte, quando sai da academia de polícia segui caminho ao ponto de ônibus. Não queria encontrar com Lucas, mas fui interrompido de meus pensamentos por um carro que tinha parado a meu lado.
-Fugindo de mim? - disse Lucas abaixando o vidro do carona e abrindo a porta - anda, entra.
Entrei e seguimos em silêncio por um bom tempo até que chegamos a um apartamento bem bonito e grande para um simples aspirante a policial.
-Papai tem dinheiro - disse ele observando minha cara de confuso ao olhar o seu apartamento.
-Não que seja da minha conta - respondi sem graça.
-Vou apenas tomar um banho - disse Lucas tirando a camisa e indo até o fim do corredor.
Fiquei preso em meus pensamentos o observando, e imaginando se seria certo continuar ali. Eu ainda não era gay, apenas tinha chupado ele né?
-Você não vem? - perguntou ele tirando o short e ficando completamente pelado enquanto me encarava.
O que era pra ser um banho virou uma das melhores noites da minha vida. Lucas tirou minha virgindade, e agradeço muito por isso.
Mesmo na época sendo apenas sexo, ele fez questão de ser o mais carinhoso possível comigo.
Ainda me lembro de sentir seu corpo em cima do meu e seus lábios passando pelo meu pescoço. Lucas levantou-se e passou lubrificante em todo seu pau e posicionou a cabeça na minha entrada, forçou um pouco, entrou fácil, porém não sem dor, forçou mais um pouco, mas a dor veio.
Era gostoso.
Quando senti que conseguiria, peguei desta vez seu pau e coloquei na porta do meu cu, ele começou a forçar a entrada aos poucos.
Meu corpo se abria para receber o homem que estaria a meu lado pelos próximos 5 anos. Pronto, a cabeça estava dentro, conseguia sentir, então ele tentou empurrar mais fundo, senti quando seus pentelhos tocaram minha bunda.
Ficamos um tempo ali, parados, ele estava todo dentro de mim, então começou a se movimentar, não mudamos de posição, ficamos ali. Lucas me fudeu por um bom tempo até que sem tocar em meu próprio pau gozei muito. Quando ele ouviu meu gemido e percebeu que eu estava gozando, ele também encheu meu cu de porra.
Aquela foi a primeira noite de muitas que vivemos. Depois disso, Lucas se formou na academia e um ano depois eu estava me formando também e trabalhando no mesmo distrito que ele. Quando nossa relação estava em um dos seus melhores momentos chegou um convite irrecusável: trabalhar na FBI. Eu não podia negar.
Hoje me arrependo. Não deveria ter aberto de mão dele. Não se abre mão de quem se ama. Mas infelizmente, naquela época eu era muito imaturo.
...
Narrado por Lucas
-Se você soltar eu solto o meu - respondi apontando a arma para o amigo dele.
Ficamos parados por alguns segundos, o único barulho que escutávamos era dos passos se aproximando.
Esses segundos pareciam horas.
Horas de silêncio em meio a um caos, que foi interrompido por um alto som, de uma arma disparando.
E logo depois, outro som, de uma outra arma disparando.
Quando olhei ao meu redor Rick estava deitado no chão com uma bala em seu peito, e o sequestrador que tinha dado o tiro estava deitado no chão com uma bala na cabeça.
-Precisamos levar ele ao médico - disse Kate me encarando apontar a arma para o outro sequestrador.
Daniel foi em direção ao sequestrador que estava em minha mira e o algemou enquanto eu corri para o lado de Rick tentando estancar o sangue que jorrava de seu peito.
-Rick - falei chorando - fica comigo, por favor, por favor.
