AMOR DE PESO 3 - 18: É COM EMOÇÃO

Um conto erótico de Escrevo Amor
Categoria: Homossexual
Contém 2007 palavras
Data: 31/08/2022 02:55:25

NARRAÇÃO: ZEDU

Eu não sei o que está acontecendo. O meu coração parece que vai pular do peito. De repente, o carro freia bruscamente. Escuto uma movimentação diferenciada. E um cheiro de carne invade as minhas narinas. Será que vão me queimar vivo?

Alguém desamarra as minhas mãos. Eu consigo me soltar, abro a porta do carro e esbarro em alguma coisa. Retiro à venda e encontro o escroto do Brutus. Ele segura uma caipirinha e me oferece com um sorriso no rosto. Estamos na casa do Santino. Os meus irmãos tiram a mala do carro e tenho vontade de socá-los.

— Gostou da surpresa, amigo? — questionou Brutus, que me ajudou a levantar.

— Teu $#. Babaca. — reclamei, mas aceitei a ajuda dele.

— Vamos ter churras, mas como está cedo, a mãe do Santino preparou um banquete para você. — avisou Kleber, colocando um chapéu escrito: "Menos um". — Depois podemos bater uma bolinha.

Caramba. Parece que tiraram um elefante do meu peito. O JL se defendeu e jurou que não teve participação no plano. Eu só queria relaxar, então, tomei o café da manhã e coloquei uma sunga. Apesar de não fazer exercício físico com frequência, o tempo foi caridoso comigo. O meu corpo ainda está no lugar e quero ficar bronzeado para a lua de mel. Uma marquinha é tudo!

Aos poucos, alguns amigos chegaram. Até o Sérgio se enturmou. O Richard e o Ned preferiram ficar conosco também. Uma equipe chegou para finalizar o churrasco e aproveitamos o clima agradável para jogar um futebol. Depois do almoço, aproveitei para descansar e revisar os meus votos para o Yuri.

Eu li em voz alta para os meus amigos e parentes. Eles sugeriram algumas mudanças e reescrevi uma porta. Era tão bom ter pessoas de confiança ao meu lado. Durante os anos, reuni um pequeno grupo de amigos, mas eles são os melhores. Não trocaria nenhum deles, quer dizer, talvez o Sérgio (desculpa, Giovanna).

***

NARRAÇÃO: YURI

Hoje é o meu dia. Eu nem acredito que vou casar com o Zedu. O tempo passou, mas continuamos juntos e felizes. Desci e havia um lindo café da manhã me esperando. A Giovanna explicou todo o itinerário. Depois do café, nós passaríamos a tarde em um SPA na companhia de outros amigos queridos. Em seguida, um cabeleireiro faria uma mudança no meu visual. E, finalmente, seguiria para o local da cerimônia.

Eu devo ser a pessoa mais sortuda do mundo. Vou casar com o meu melhor amigo e compartilhar um momento tão especial com pessoas que eu adoro. Aproveitei para revisar o meu voto de amor. Contei com a ajuda do Santino para deixar o momento mais especial.

A Giovanna é uma pessoa muito organizada e prestativa, mas conseguia virar uma chata de galochas quando comandava alguma coisa. Antes de partirmos para o SPA, eu a fiz prometer que aproveitaria o momento de diversão conosco.

— Yuri! — Jonas, George e Hélder gritaram quando me viram na entrada do SPA.

— Hoje vai ser o banheirão dos ursos! — brincou Hélder me abraçando e beijando no rosto.

— Né? Só os mais queridos dos queridos. — afirmei. — Puxa, George, o Lucas volta quando?

— Menino, ele se apaixonou por um coroa e não quer voltar mais. Os pais deles estão desesperados. — disse George. — Esse meu sobrinho não tem jeito.

— Bom dia, pessoal. — Santino nos cumprimentou e foi recebido com um abraço caloroso do Hélder.

— O Kleber tem sorte. Eu me perdia nesse ursão alto. — ele comentou deixando o Santino vermelho.

— A Ramona e a Luciana estão lá dentro, princesas ursinas. Acho que podemos ir. — aviso a Giovanna, tendo dificuldade para andar devido ao salto alto. — Santino, me ajuda aqui. — se apoiando no amigo.

Massagem. Esfoliação. Pedicure. Manicure. Passamos horas nos divertindo e fofocando. Tudo regado a muito vinho e champanhe. Os meus amigos são divertidos e adoram relembrar histórias antigas. Sem o Zedu por perto, o Hélder destilou todo o seu veneno e contou do meu caso com o Diogo, um colega da escola.

— Manas, — Hélder chamou a atenção de todos. — o Yuri se achava o patinho feio, mas tinha dois boys maravilhosos em cima dele. Inclusive, no dia que ele teve o primeiro encontro oficial com o Zedu me ligou desesperado para pedir ajuda.

— Eu era muito medroso. Meu Deus. — coloquei a mão no rosto ao lembrar das besteiras que fiz por causa da vergonha. — Ainda bem que melhorei no quesito falta de vergonha. — afirmei fazendo todos rirem.

Depois de muito bate-papo, drinks e cuidados com a pele, nós seguimos para o restaurante do SPA. Eles prepararam um almoço delicioso e equilibrado. Nunca provei uma comida tão saborosa e leve. Sério, eu fiquei passado com o sabor do peixe na folha da bananeira.

Os barbeiros contratados pela Giovanna chegaram com todos os seus equipamentos. A moça do SPA disponibilizou uma das salas para acontecer a minha transformação. Faltavam poucas horas para o casamento e a ficha ainda não havia caído.

Para a cerimônia, eu queria pegar o Zedu de surpresa. Durante oito anos, consegui manter a minha barba em um tamanho considerável. No máximo, aparava com uma tesoura, mas nunca cheguei a raspar por completo. O meu noivo adorava a barba, mas queria impacta-lo na entrada do casório. Eu sou malvado, né?

***

NARRAÇÃO: ZEDU

Levei os padrinhos em uma barbearia. Deixei o cabelo crescer no último mês. A ideia era aproveitar para fazer um corte mais moderno e descolado. Até pensei em pintar o meu cabelo, porém, teria pouco tempo de folga e voltar a cor original demoraria demais. Não queria causar problemas para ninguém, muito menos para o meu emprego.

O Brutus ficou todo bêbado antes da festa. Por isso, o Kleber o levou para o lugar da cerimônia. A cerimonialista havia descolado dois quartos, um para mim e outro para o Yuri. Então, os meus irmãos aproveitaram para levar as roupas que usaríamos para o casamento.

Cabelo aparado. Barba feita. O barbeiro fez um penteado para deixar o cabelo com aparência de molhado. Só precisaria colocar um produto, uma espécie de laquê para homens. Não fiz perguntas, apenas peguei o laquê e coloquei na mochila.

Dirigimos para o local do evento. Mano do céu, que lugar perfeito. É uma floresta dentro de Manaus. Pelo menos, não teria chance de me perder, eu espero que não. A decoração estava impecável. O bolo que o Yuri solicitou nas cores da bandeira ursina ficou lindo. O dinheiro que investimos valeu a pena.

— Vai para o teu quarto. — Giovanna mandou, ao me ver espionando.

— Credo, eu sou o noivo. — reclamei.

— Tem que ser surpresa, José Eduardo. O câmera precisa registrar sua reação genuína. — ela explicou, antes de me enxotar, mas eu queria muito ver a decoração do altar e deu um jeito de fugir da cunhadinha.

***

NARRAÇÃO: YURI

O meu quarto ficou uma loucura. As meninas estavam se ajudando para finalizar suas produções. A Camille era uma ótima maquiadora, mas só possuía um par de mãos. Não acredito que ninguém foi ao salão. Eu queria um minuto de paz. Peguei o texto dos votos de casamento e dei uma escapulida.

A decoração parecia ter saído de uma página do Printers. O bolo estava só à perfeição. Haviam fotos nossas espalhadas por todos os lados. A equipe de decoração fez um trabalho de excelência. O altar estava belíssimo. Eu não tinha palavras para expressar a minha felicidade.

De repente, esbarrei em alguém, mas logo conheci sua voz. Era o Zedu. Puta merda. Ficamos parados, um de costa para o outro. A Giovanna nos mataria. Nós morreríamos no dia do nosso casamento.

— Zedu, precisamos sair daqui. — falei de costas para ele.

— A Giovanna está perto da mesa do bolo. Podemos ir para a parte do salão de festa. — ele pegou na minha mão e seguimos parecendo dois caranguejos.

— Cuidado. — pedi, porque não queria me machucar, mas também não queria olhar para o Zedu.

— Pronto. Aqui ela não vai nos achar. Você está bem? Desculpa não falar contigo pela manhã, mas fui sequestrado. — ele avisou, pegando na minha mão e entrelaçando os dedos com os meus.

— Tudo bem. Eu tive uma tarde agradável também. Estou nervoso. Eu só queria conversar contigo. A tua voz me deixa mais tranquilo. Eu precisava segurar na sua mão. — eu admiti tremendo.

— Ei, vamos fechar os olhos e nos abraçar? Eu quero um abraço seu. — o Zedu sugeriu.

Fechamos os olhos e contamos até três. Então, nos viramos e ficamos abraçados por um bom tempo. O Zedu beijou a minha boca. Se afastou e foi para o seu quarto. O medo que existia dentro de mim se dissipou. A partir daquele dia, eu só teria um objetivo na vida: fazer esse homem feliz (mais ainda).

****

NARRAÇÃO: ZEDU

Eu amo me vestir bem. Nos últimos anos, consegui um estilo que todos adoram. Gosto de usar boas marcas e roupas de qualidade, afinal, eu trabalho para isso. Cara, mas eu não sei definir o sentimento que tive ao me ver vestido para o casamento.

A cada minuto, o casório fica mais real. Tipo, eu sou "amigado" com o Yuri, mas, a partir daquele momento, eu seria o Sr. José Eduardo Alves Cervatti. Eu seria o marido de Yuri Teixeira Cervatti Alves. Que dia, meus amigos, que dia!

— Alguém pelado? — perguntou mamãe do outro lado da porta.

— Pode entrar! — gritei, enquanto dava os últimos toques no meu visual.

— Meu Deus, José Eduardo. Você está um príncipe. — ela comentou me abraçando. — Estou tão orgulhosa de você. Finalmente, eu sinto que não falhei contigo.

— Porque a senhora falharia comigo? Isso não faz nem sentido, Dona Teodora. — afirmei, tocando em seu rosto.

— Ah, meu filho. Os pais não são perfeitos. Eu deveria ter visto os sinais. Você passou tanto tempo sofrendo e com dúvidas. Saiba que em nenhum momento eu deixaria de te amar. — a mamãe tinha o poder de me emocionar com suas palavras.

— Eu sei. A culpa foi minha por duvidar, não da minha sexualidade, mas dos pais maravilhosos que eu tinha. Eu queria tanto que o papai estivesse aqui. — revelei a abraçando e chorando.

— Não, filhote. Ele está. — a mamãe se afastou, limpou minhas lágrimas e tocou no meu peito. — Ele está aqui. O seu pai te amou até o último minuto, Zedu. Mesmo quando soube que você era gay. Nada mudou. Eu te amo e desejo toda a felicidade do mundo com o Yuri. Você não apenas conseguiu um esposo, mas me deu outro filho.

— A senhora é perfeita! — a abracei.

****

NARRAÇÃO: YURI

Eu não me reconheço. Digo, eu não sou o mesmo garoto que chegou em Manaus. Naquela época, eu estava confuso sobre o meu lugar no mundo. Aos poucos, quatro pessoas maravilhosas me mostraram que eu estava errado. Eu pertencia a algo especial. A força da amizade trouxe em mim uma confiança nunca alcançada.

Aprendi a me impor. A ser capaz de tomar as próprias conclusões. Pude amar e ser amado por ser a pessoa que sou. No início, eu pensei que o Amazonas fosse ser um desastre, mas acabou sendo a minha salvação. E, claro, nem preciso falar dos meus parentes, né? Eu peguei o celular e comecei a digitar uma mensagem.

CARTA DO YURI:

Pai e mãe,

Hoje estou muito feliz. Eu sei que faz um tempo que não falo com vocês, mas só quero dizer que está tudo bem. Lembram do Zedu, né? Nós estamos formados e com bons empregos. Deu tudo certo para nós.

Sabe qual o motivo da minha alegria? Eu vou casar hoje. Vou casar com o meu melhor amigo e amor da minha vida. Eu queria muito que vocês estivessem aqui para celebrar conosco.

Já fazem 16 anos. 16 anos sem vocês aqui. Tudo poderia ter dado errado, né? Mas, a mamãe não tinha uma irmã, ela tinha um anjo disfarçado. A tia Olívia nos salvou e cuidou de nós como seus filhos.

Ah, sore o Richard e a Giovanna. Bem, eles também estão trilhando o próprio caminho. erão fortes e decididos como vocês dois. Eu tenho muito, muito, muito orgulho de poder ter sido filho de vocês. Obrigado.

Do seu filho, Yuri!

***

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Comentários

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Cada vez mais apaixonado por esta história...

Esse grupo realmente virou uma grande família e o amor que reina entre eles é maravilhoso.

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