Meu marido descobriu e não deixou barato. Parte 19.

Um conto erótico de Ménage literário erótico
Categoria: Heterossexual
Contém 4046 palavras
Data: 31/08/2022 17:12:23
Última revisão: 31/08/2022 18:51:23

Andréa fez a higienização das mãos e braços e a equipe de apoio vestiu suas luvas e seu avental cirúrgico. Em menos de cinco minutos, ela estava dentro da sala e esperando as instruções de Aline, que não demorou a mostrar o problema:

- Temos dois estreitamentos graves de artéria. A uterina e a ovariana. Enquanto eu faço o enxerto em uma, preciso que você me auxilie. Será um procedimento após o outro. Tem que ser rápido, diferente de tudo o que você já fez na vida ou corremos o risco do útero expulsar o feto. Entendeu? Consegue dar o apoio que eu preciso?

Esse conto é uma parceria da Jaque Al-Harbi, Ellen e Fernanda.

Continuando…

Parte 19: Segunda chance.

Andréa respirou fundo e se concentrou. Analisou a abordagem que precisaria usar, repassou todo o procedimento em sua mente e apenas olhou para Aline, que estava tensa. Nesses momentos, Andréa se supera e uma frieza que só os melhores possuem, se faz presente em sua atitude. Ela olhou com ternura para Aline e disse:

- Juntas? Vamos dar a Sheila essa segunda chance de ser mãe. É um procedimento simples, e mesmo precisando ser rápidas, podemos fazer.

Aline foi contagiada pela determinação dela. Queria muito abraçá-la naquele momento, era essa a Andréa pela qual ela se apaixonou no início da faculdade. Mas tinha que se concentrar e fazer o seu trabalho:

- Certo! Vamos começar.

Aline deu as instruções para a equipe e junto à Andréa, começou o procedimento. As duas trabalhavam em perfeita sintonia, como na época da faculdade.

Enquanto Aline e Andréa faziam o seu melhor por Sheila, na sala de espera, Maria se aproximava de Augusto:

- Você precisa comer alguma coisa. Já estamos aqui há várias horas e você precisa estar inteiro para a sua esposa. - Maria lhe deu uma xícara de café fresco trazido da casa de Andréa.

Augusto, agradecido pelo café, não queria ser rude, mas precisava ser honesto:

- Eu só saio daqui quando souber que a Sheila está bem.

Maria era insistente e tentou novamente:

- Deixa de ser teimoso. Desse jeito você vai acabar passando mal também.

Oscar achou que era hora de intervir:

- Ele está preocupado, Maria. Deixe-o em paz. Eu estou com fome. Você trouxe comida?

Maria se virou para o marido:

- Fizemos comida para todos na casa de Andréa. Vamos?

Antes de sair, ela se lembrou do marido de Aline:

- E o senhor, está com fome? Venha com a gente.

Guilherme estava faminto e decidiu acompanhá-los. Apenas com o olhar, Fátima sinalizou para Maria que ficaria fazendo companhia para Augusto. Maria não se opôs e os três saíram.

Fátima não era de fazer rodeios e muito menos, sutil. Ao se ver sozinha com Augusto, ela foi logo dizendo:

- Como você está? Imagino que mal conseguiu conversar com Sheila. Uma gravidez muda tudo…

Sem entender onde ela queria chegar, Augusto a interrompeu:

- Isso se for realmente meu esse filho. Como eu posso confiar, depois de tudo o que aconteceu?

Fátima ficou brava:

- Como você pode dizer uma bobagem dessa? Você mesmo disse que a traição foi com Andréa. Sei que você ainda está ferido, mas sei também que não é idiota.

Augusto estava muito confuso:

- Se coloque no meu lugar. Como eu posso ter certeza de alguma coisa? Andréa e Renato agiram juntos, quem garante que não foi uma traição mais profunda?

Fátima tentou trazê-lo de volta à razão:

- O vídeo, seu bobo! Se ele chantageou Sheila, é porque não conseguiu o que queria. Se tivesse conseguido, não teria feito isso.

Por mais que Fátima tivesse razão, Augusto balançava entre a desconfiança e a impotência do momento. As dúvidas só aumentavam em sua cabeça. Sem ter com quem conversar e confiando em Fátima, ele foi honesto:

- Como eu posso voltar a confiar? Como eu posso acreditar que Sheila me ama depois de tudo o que aconteceu?

Fátima pensou por um instante. Tentava organizar o pensamento para tentar ajudá-lo. Por fim, ela disse:

- O mais importante, é saber se você consegue perdoar a Sheila. As pessoas erram, fazem besteira, se deixam levar… não quer dizer que o sentimento não exista. Veja a minha situação, você acha que Oscar deixou de amar Maria? Pelo contrário, hoje eles estão ainda mais unidos. Você já parou para avaliar o que estava errado no seu casamento? Já se permitiu analisar tudo o que levou a essa situação?

Augusto se sentiu julgado:

- Você está insinuando que a culpa é minha?

Achando que se expressou de forma errada, Fátima tentou se justificar:

- Claro que não! Você não tem culpa das atitudes de Sheila, mas um relacionamento é composto por duas pessoas. Você já parou para pensar o motivo de isso acontecer? Você e Sheila estão juntos desde o começo da vida adulta. Você a conhece melhor do que ninguém, acha que ela é mau-caráter ou que apenas cometeu um erro?

Augusto balançou com a pergunta. Não achava que a esposa era mau-caráter, mas não entendia o porquê da traição. Por mais que tentasse, não via um modo de perdoá-la. Por mais que estivesse cercado de pessoas de "mente aberta", ele sabia que não era assim e que uma pessoa não muda de uma hora para outra. Ele disse:

- Eu sei que vocês pensam de uma forma diferente, mas eu não posso mudar por mágica. Eu sei que todos acham que eu sou o errado, que Sheila não fez nada demais, mas…

Nesse momento, foi Fátima que o interrompeu:

- Não pensamos isso! Reconhecemos o erro de Sheila e não queremos diminuir o que ela fez. Mas nós todos sabemos que você a ama. Só queremos que você não jogue o seu casamento fora sem antes considerar todas as possibilidades. Sheila errou, sim! Mas as pessoas erram. O que eu penso, e o que eu vejo nessa situação, é uma oportunidade.

Ainda mais confuso, Augusto olhava para ela sem entender:

- Uma oportunidade? De que?

Fátima fez um carinho em seu rosto e sorriu para ele:

- Uma oportunidade de acertar o que está errado. De melhorar o relacionamento de vocês. De recomeçar. Talvez até de conversar sobre tudo o que aconteceu e saber se a traição foi uma coisa esporádica ou um desejo reprimido da sua esposa.

Augusto olhava para ela incrédulo. Ela voltou a falar:

- Sim, Augusto! Pessoas passam anos de suas vidas frustradas. Umas por medo do parceiro não as entender e acharem que são doentes. Outras por não terem consciência do que falta em sua vida. Outras ainda, apenas vão empurrando com a barriga e ficando cada vez mais infelizes. Não decida nada antes de saber todas as variáveis. Você pode se surpreender com as respostas.

Augusto tinha ainda mais coisas para pensar. Conversar com Fátima sempre o fazia entender um pouco mais de tudo. Ele tinha uma última pergunta:

- Você acha que Sheila é bissexual como Você e Maria? Acha que alguém pode ficar assim de repente?

Fátima deu uma risada gostosa:

- Ficar assim de repente? É sério isso?

Mas ela sabia que ele falava sério, então disse:

- As coisas são como são. Pode ser que o desejo já existisse, ou pode ter sido Andréa que o despertou…, mas isso não exclui o amor que ela sente por você. Eu sei que pode não parecer, mas sexo e amor podem existir separados. Sexo é apenas uma forma de prazer. Sexo é isso e qualquer um pode fazer qualquer um gozar. Mas amor, esse é único e inigualável. Amor é construção, é querer dividir a vida, fazer planos… não se deixe enganar por um conceito antiquado, pois você ama a sua esposa. Pode estar magoado no momento, mas você a ama. E se você achar que as explicações dela não forem razoáveis, se achar que não consegue encontrar uma forma de seguir em frente juntos, sempre existe a segunda opção: refazer a vida separados.

Fátima havia dado uma grande contribuição com sua fala. Augusto conseguiu entender algumas coisas, mas outras ainda precisavam de muita reflexão. Primeiro, precisava que Sheila saísse daquela cirurgia inteira. Ele jamais a abandonaria em um momento tão delicado. Segundo, seu amor pela esposa era real e ele ainda não estava preparado para uma separação total. Não esperava estar vivendo todo esse drama no momento. A gravidez era um ponto favorável para o perdão, mas não era o único ponto a ser considerado.

Se Augusto e Fátima continuavam tensos à espera de notícias, Andréa e Aline terminavam a primeira parte da cirurgia com sucesso. A correção das artérias fora um sucesso e o fluxo sanguíneo para o útero estava normalizado. Dependia somente de Aline agora a segunda parte. Andréa olhou para ela com satisfação e saiu, deixando que ela se concentrasse, pois com a vida de Sheila segura, era hora de corrigir a malformação do útero e salvar a vida do feto. A cirurgia estava longe do seu final.

Andréa tomou um banho no vestiário do hospital antes de retornar à sala de espera. Ao vê-la, Augusto queria saber o porquê de ela ter sumido durante duas horas. Ouvindo sua explicação e tendo a confirmação de uma das enfermeiras, um sentimento de gratidão tomava o lugar da desconfiança.

Maria, Oscar e Guilherme também retornavam ao hospital. Andréa, para acalmar Augusto, disse:

- Tenha fé. Aline é ótima no que faz. Sei que você está ansioso, mas você precisa ser paciente, ainda teremos algumas horas de cirurgia pela frente.

Fátima foi firme com Augusto:

- Estou falando sério, vá comer alguma coisa. Esteja forte para quando a cirurgia acabar e você puder ver Sheila. Tenho certeza de que o seu, é o primeiro rosto que ela vai querer ver ao acordar.

Maria não deu tempo para que ele recusasse e já o pegou pelo braço:

- Vamos! Você come e já volta. Sei que você dormiu um pouco no carro, só precisa se alimentar. Os dois saíram juntos do hospital.

Aproveitando a chance e lembrando do conselho de Maria, Andréa decidiu agir. Era hora de ser honesta com Guilherme e fazê-lo entender que ela não era uma ameaça para o seu casamento com Aline. Fátima e Oscar estavam entretidos em uma conversa e com Guilherme sozinho do outro lado da sala, ela se aproximou:

- Podemos conversar? Tenho algumas coisas para lhe dizer e prometo que serei breve.

Desconfiado, Guilherme a encarou:

- Vamos sim! Mas essa conversa precisa da presença de Aline. Tem coisas que eu preciso saber e já é hora de a gente esclarecer o passado.

Andréa entendeu o pedido dele. Sua intenção era mostrar que não era uma ameaça para o seu casamento. Só queria dizer, assim como fizera com Augusto, que iria sair do caminho e deixá-los em paz. Decidiu esperar o momento dele.

Quarenta minutos depois, Augusto e Maria estavam de volta e Andréa, sentada em um canto mais afastado da sala, ficou tentando conter sua ansiedade.

Enquanto fazia os últimos procedimentos de sutura e finalização da cirurgia, a mente de Aline deu uma relaxada, e se deixou levar numa escapada pois seus procedimentos eram feitos com tanta experiência que podia se permitir atuar meio que no “automático”. Já fizera centenas de procedimentos semelhantes e era uma sequência lógica. Naturalmente vieram à memória lembranças de alguns anos passados.

5 anos antes:

"Aline acordou um pouco mais tarde do que o normal naquele domingo de outubro. Após uma noite de sexo a três, entre ela, Andréa e Guilherme, ela sentia que necessitava tomar uma decisão, era preciso dar um rumo na vida. A manipulação de Renato estava transformando a vida de Andréa e Aline não encontrava mais forças ou argumentos para lhe mostrar o contrário. Era chegada a hora de dar um ultimato. Andréa precisaria escolher.

Ao sair da cama, ouviu os sons de gemidos sensuais que vinham da sala. Ela pensou: "os dois safados. Foram curtir e me deixaram dormindo." Caminhou sem fazer barulho pelo corredor e encontrou Andréa cavalgando o pau de Guilherme na sala. Era uma cena linda, e ela podia admirar a beleza sensual de Andréa com seu corpo escultural, os seios firmes balançando os mamilos túrgidos e sua expressão de prazer. Andréa era uma mulher deliciosamente sexy e provocante. Aline se sentiu muito excitada de ver Andréa naquele sexo intenso com o Guilherme. Ela não sentia ciúme, mas sim muita excitação. Andréa subia e descia no cacete de Guilherme de forma ritmada:

- Ahhh, gostoso! Tesudo! Você promete que vai fazer Aline feliz? Aahhhhhh….

Guilherme movimentava o quadril em sincronia com as reboladas de Andréa:

- Sua gostosa! Você não precisa se afastar, ela ama você. Hummm… Isso, mexe assim!

Aline não acreditava na conversa que ouvia entre os dois. Entre gemidos, Andréa voltou a dizer:

- Eu também a amo Guilherme, mas eu preciso primeiro resolver essa situação, mostrar quem eu me tornei. Aaahhhh… Que pau gostosooo!

Guilherme parecia não gostar do rumo daquela conversa. Ele parou de foder. Retirou Andréa de seu colo e disse:

- Você está sendo idiota. Renato está usando você, não percebe?

Aline observava admirada. Andréa, visivelmente contrariada, se exaltou:

- Você não conhece aquelas pessoas. São dissimuladas. Você sabe o que ele fez comigo, ele merece pagar.

Guilherme não estava mais a fim de discutir. Ele se levantou nu, o pau ainda meia bomba.

Aline deduziu que para ele, aquela ideia da Andréa era até melhor, pois o caminho estaria livre. Sem Andréa, Aline estaria pronta para seguir em frente com Guilherme. Ouviu ele falar:

- Você que sabe. Já estamos cansados de dizer que Renato não presta. O pior cego…

Andréa protestou:

- De Renato cuido eu. Eu o conheço desde sempre. Ele não tem motivos para inventar uma história dessa. Aquelas pessoas vão pagar por me transformarem em motivo de chacota na minha cidade natal.

Aline lembrava que Guilherme se levantou e saiu dali, deixando Andréa sozinha e nervosa. Levou um susto, ao ver que Aline estava em pé no corredor, olhando para os dois sem entender nada. Ele disse:

- Para mim, chega! É isso que você quer para a sua vida? Decida-se. - Guilherme entrou bravo no quarto.

Aline se aproximou de Andréa e também a cobrou:

- Então é isso? Você estava planejando me abandonar? Sete anos de dedicação a você jogados fora. Você não está vendo que não existem motivos para continuar com essa vingança adolescente? O que você tem a ganhar com isso?

Andréa estava visivelmente abatida:

- Vocês não entendem. Ninguém usou vocês e depois descartou como lixo. Aqueles dois conspiraram contra mim e até hoje debocham.

- De acordo com quem? Aquele bosta do Renato? Você é outra pessoa na presença dele. Ele sempre tem uma história nova, uma forma diferente de a manter submissa. Acorda! - Aline estava no limite.

Andréa tentou argumentar:

- E se fosse com você? Se coloque no meu lugar.

De forma decidida e totalmente honesta, Aline respondeu:

- Eu esqueceria essa história e me preocuparia com o presente, com meu futuro. Isso aconteceu há anos atrás, você nem vive mais naquele lugar. Você não é mais aquela adolescente do interior que foi iludida pelo namorado do segundo grau. Você é uma mulher forte, pelo menos eu achava isso. Independente, uma jovem médica cirurgiã brilhante, uma mulher linda e cheia de opções. Para que deixar esse passado norteando as suas decisões? Você ainda sente alguma coisa por Augusto?

Pega de surpresa, Andréa parecia não ter uma resposta honesta para dar. Parecia não saber qual tipo de sentimento ainda existia. Aline pensava: Seria mágoa? Raiva? Amor? Nada disso? Talvez a falta de encerramento adequado e a volta de Renato tenham feito com que Andréa voltasse a pensar naquilo.

Lá fora, sentada na sala de espera do hospital, Andréa, por uma conexão mental que ocorria sem que ela soubesse a razão, começou a lembrar de Sheila. Agora que sabia ser ela bissexual, se recordava do quanto Sheila sempre foi linda, uma das poucas rivais em beleza que ela tivera no fim da adolescência. E aquelas recordações a remeteram para trás no tempo.

Andréa, sozinha no hospital, foi transportada por lembranças para o dia em que teve uma conversa determinante com Aline. Naquele dia em que Aline a surpreendera fazendo sexo na sala com Guilherme. Foi exatamente quando Andréa pensou ter uma ideia genial: a melhor forma de se vingar do Augusto seria seduzindo sua esposa. Andréa ficou imaginando o quanto aquilo era genial e totalmente desafiador.

Na sala de cirurgia, quase terminando, Aline se lembrou que naquele dia, encarava Andréa, desanimada, pois conhecia aquele sorriso cínico. Se dando por vencida e vendo que Guilherme voltava para a sala, pronto para ir embora, ela pediu a ele:

- Posso ficar com você por um tempo? Acho que eu e Andréa terminamos aqui.

Guilherme ficou radiante com o pedido:

- O tempo que quiser, meu amor! Aos olhos de todos você já é minha namorada, está na hora de sermos um casal de verdade.

Aline esperava que Andréa reagisse e mostrasse a ela que seu amor era mais importante do que tudo, mas Andréa apenas olhava para os dois, sem reação. Vencida, Aline disse:

- Seja feliz! Quem sabe, se um dia essa loucura passar e você entender o tempo que está perdendo, a gente volte a se encontrar.

A seguir, ela olhou para um Guilherme triunfante e disse:

- Só vou pegar algumas roupas e depois podemos ir.

Andréa continuava sem dizer nada, apenas olhando para ela com os olhos marejados. Aline saiu da sala e logo depois, ela e Guilherme deixaram o prédio. Foi a última conversa entre as duas pessoalmente. Se falaram de outras formas, mas Aline nunca mais fora a mesma. Se casou com Guilherme e sempre teve a esperança de que um dia Andréa retornaria ao seu juízo perfeito."

Na sala de espera Andréa por sua vez foi tirada de seus pensamentos por uma cansada e abatida Aline que vinha caminhando de encontro a Augusto:

- Conseguimos! Sheila e o bebê ficarão bem.

Sem conseguir esconder sua alegria, Augusto a abraçou fortemente e a girou no ar. Guilherme olhava surpreso, mas entendeu o momento de alegria daquele marido grandalhão e futuro pai. Percebendo que havia passado completamente do limite, Augusto a colocou no chão:

- Me desculpe, Doutora! Perdão, me empolguei.

Aline, dando uma gostosa risada, disse:

- Tranquilo! Eu entendo a sua alegria. Mas precisamos falar sobre os próximos passos.

Maria, Fátima e Oscar que se abraçavam felizes, também começaram a prestar atenção na doutora:

- Vamos manter Sheila aqui até termos a total certeza de que o feto está bem. Ela está com apenas doze semanas e tudo é delicado no momento. A doutora Andréa fará o acompanhamento do pós-operatório, já que ela é a mais indicada para isso…

Sem entender e ainda desconfiada de Andréa, Fátima a interrompeu:

- Mas e a senhora? Por que não pode fazer isso?

Augusto mesmo respondeu:

- Ela é cirurgiã e nem daqui da região é, pelo jeito. Com certeza, vai voltar para a vida dela.

Aline achou graça na conversa e explicou melhor a participação fundamental de Andréa na cirurgia:

- Andréa conhece tudo o que foi feito. Sem a participação dela durante a cirurgia, me ajudando num procedimento de urgência, eu não teria ido muito longe.

Augusto, surpreso com aquela informação, teve uma atitude que ninguém esperava. Ele caminhou até Andréa, lhe deu um abraço e disse:

- Obrigado! Fico muito agradecido. Talvez depois que esse caos diminuir, a gente possa sentar e conversar melhor. - Ele deu um beijo carinhoso na bochecha dela.

Todos olhavam admirados para a cena. Andréa sentiu uma onda de excitação percorrer o seu corpo. No meio de toda aquela confusão, esquecera o quanto Augusto sabia ser gentil e cavalheiro. Enquanto Augusto voltava sua atenção para Aline, ela, Andréa, se sentiu feliz, achando que talvez estivesse no caminho certo para a redenção.

Uma das enfermeiras, a mesma que ligou para Andréa no dia anterior, entrou na sala de espera e anunciou:

- Doutoras, ela já está no quarto.

Aline, sorridente e satisfeita, disse para Augusto:

- E então, quer ver a sua esposa? Venha!

Se dando conta de que não conhecia muito bem as instalações, Aline pediu a Andréa:

- Nos leva até o quarto?

A enfermeira, tentando se prestativa, informou:

- Quarto vinte. À esquerda, após a enfermaria.

Os três seguiram pelo corredor, com Augusto visivelmente ansioso e andando mais rápido do que as duas. Oscar, Maria e Fátima deram as mãos e fizeram juntos uma oração de agradecimento pela vida de Sheila e do bebê e também pela intervenção certeira de Aline e Andréa. Foi quando Maria se lembrou:

- Alguém avisou aos avós de Sheila? Oscar, ande, vá buscá-los. Já está amanhecendo e eles já devem estar acordados. Lembrem-se, dê a notícia com calma, eles já são idosos.

Fátima se ofereceu:

- Vamos, deixe que eu falo! Oscar é tão suave como um coice de vaca.

Os três riram juntos e felizes. Os dois se foram e Maria estava ansiosa para ver Sheila também. Aproveitando que era hora da troca de turno, ela apenas foi entrando, à procura do quarto.

Augusto foi o primeiro a entrar no quarto. Enfermeiras ainda ajeitavam Sheila na cama e ela ainda estava sob os efeitos da anestesia. Aline aproveitou para orientá-lo:

- Serão dias difíceis pela frente. Qualquer assunto que vocês tenham a resolver, pode ser feito depois. Sheila precisa descansar e o bebê precisa de paz para continuar se desenvolvendo. Os riscos ainda são enormes, mas se todos trabalharem juntos, dando a estabilidade emocional e a tranquilidade necessária, ela é forte e vai sair dessa.

Augusto entendeu e pediu:

- Posso ficar com ela? Quais são as regras do hospital?

Andréa se adiantou:

- Pode sim! Você é o marido e pode até dormir aqui. Mas não sei se existem outros quartos com direito a acompanhante. Acho que por se tratar de um hospital pequeno e do interior, talvez você tenha que trazer uma cama de armar ou uma cadeira reclinável.

Augusto, um homem do interior, disse:

- Eu durmo até no chão mesmo, só não quero que ela fique sozinha…

Parada na porta ouvindo a conversa e sem que ninguém percebesse, Maria anunciou sua presença:

- Eu posso ficar durante o dia, enquanto você trabalha, primo! O que acha? Podemos revezar, assim ela nunca ficará sozinha.

Augusto sorriu para ela:

- É um bom arranjo. Podemos fazer dar certo.

Andréa se ofereceu:

- Eu sei que disse a você que não iria mais atrapalhar e se assim você quiser, eu aceito. Mas saiba que eu também estou aqui se precisar.

Aline foi objetiva:

- Eu não sei que conversa é essa de vocês, mas Andréa vai precisar acompanhar o pós-operatório. Ela é médica do hospital e foi a cirurgiã geral de Sheila. Deixem os problemas de lado e se concentrem na recuperação dela. Eu vou embora amanhã, é Andréa quem estará aqui.

Augusto estava muito agradecido e disposto a dar uma segunda chance para Andréa. Ele olhou para ela com ternura e disse:

- Você fica! Já provou sua importância e merece uma chance.

Andréa há muito tempo não se sentia tão bem. Primeiro foi Aline a defendendo e depois, Augusto reconhecendo sua dedicação. Era um final maravilhoso para tudo o que acontecera até ali.

Aline deu as últimas instruções para a equipe de enfermagem e pediu à Andréa:

- Podemos ir dormir um pouco? Estou esgotada e Guilherme deve estar também. Nos leva até sua casa? Virando para Augusto pediu que se Sheila acordasse chamasse a enfermeira.

Andréa se despediu de Maria com um abraço carinhoso e um olhar de agradecimento para Augusto. As duas médicas sabiam que Sheila só deveria acordar no começo da tarde. Aline também se despediu dos dois e as duas saíram ao encontro de Guilherme, que cochilava no banco da sala de espera. Andréa avisou à enfermeira que ficasse atenta quando Augusto avisasse que Sheila acordou. Aline cutucou o marido:

- Acorda, amor! Vamos para a casa de Andréa. Preciso comer e dormir. Venha.

Os três chegaram rapidamente à casa e enquanto Aline e Guilherme tomavam um banho, Andréa esquentava a comida e abria uma garrafa de vinho para celebrar o momento. Assim que desceram, Guilherme foi direto:

- Agora nós podemos conversar. Há não ser que Aline queira dormir um pouco antes.

Aline olhava sem entender e Andréa lhe lançava um olhar de súplica. O que tinha a dizer era muito importante.

Continua…

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Comentários

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Eu estava lendo novamente e ten uma passahem que Maria pede para avisar os Avós de Sheila. E os pais dela não são vivos ? Não me lembro sobre isso.!

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Um Best Keller, meus sentimentos a Jaque e família.

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Desde já olhando agora abaixo nos comentários,vi que a mãe da Jaque faleceu e que buscamos então intercessão divina que Deus à acolha e que continue dando a Jack sabedoria e discernimento para uma boa escrita! são os meus mais sinceros votos!

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Como é que eu vou dizer! simplesmente um belo conto com vários ensinamentos e lições de vida muito bonito parabéns!

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Parabéns pela conto e a ótima escrita, e meus sentimentos a Jaque e que ela tenha um conforto necessário divino para passar por esse momento!

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Boa noite, Jó! Já estamos trabalhando no próximo episódio. A Jaque já está um pouco melhor após a perda da mãe e é provável que a gente consiga postar no próximo fim de semana.

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Olá leitores, por motivo de luto familiar, esse conto sofrerá um atraso na postagem, mas não será abandonado. Agradecemos a todos pela compreensão.

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Mais um capítulo magnífico meninas!!!! Esse trio é show!!!!👏🏻👏🏻👏🏻

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Ótimo capítulo, meninas.

Envolvente e instigante. Prendeu minha curiosidade bonitinho.

Parabéns.

Merecidas as estrelas.

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Foi um dos ou o melhor capítulo de todos, foi muito bom as dúvidas do Augusto sobre a paternidade da criança agora a pergunta é se ele vai pedir DNA ou ficar com essa dúvida eterna. Parabéns gurias.

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Simplesmente fantástico toda a história

estou adorando esses contos que o sexo não é primeiro plano, tem toda uma história que nos faz ficar prezo, e sempre querendo saber do próximo capitolo

Parabéns as autoras

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Vou falar muito hoje não!

Adorei!

Beijos e estrelinhas para as três.

💋💋💋

⭐⭐⭐

Uma pra cada, hein!?

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Meninas, que parte foi essa! Finalmente a gente vai aprendendo mais sobre o passado da Andréa com a Aline e esse marido dela. Já não sei mais em que time eu estou, se é no do Óscar com a Maria e a Fátima, ou se é no do Guilherme com a Aline e a Andréa. No meio de tanta gente cabeça aberta, o Augusto vai pirar o cabeção ou abrir de vez... Tá bom demais.

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