Sábado, um dia depois da orgia na mansão dos barões, estava no meio de um sonho tão bom com um ex namoradinho da época em que eu era apenas uma mocinha entusiasmada que fazia antes e pensava depois… Hum! Acho que não mudei nada.
Meu soninho gostoso foi interrompido pelos berros da minha mãe.
— Você vai dormir o dia todo, Nicole? Já passa muito das dez e esta casa tá uma bagunça.
Ela havia retornado da feira e ficou falando na minha orelha que eu deveria arrumar um emprego e parar de sair quase todas as noites.
Levantei ainda sonolenta e fui para o banheiro. Fiquei pensando no sonho e naquele momento da minha vida de alguns anos atrás. Na época, papai e mamãe ainda estavam juntos.
O menino com quem acabara de sonhar teve uma participação rápida na minha vida, seu nome era Davi e ele ainda era boca virgem quando o convidei para passar a tarde em minha casa depois das aulas de uma sexta-feira.
Tratei de tirar aquela "virgindade" logo após adentrarmos o interior do meu quarto. Coloquei um som pra rolar e insinuei-me toda oferecida pro gatinho tentando expressar minha sexualidade.
Ainda assim o primeiro beijo só rolou com a minha iniciativa. Mas não parei no beijo, fui além tentando passar-lhe minha pequena experiência adquirida recentemente na arte da intimidade a dois. Tirei peças do meu uniforme escolar e, de seios nus, levantei sua camiseta induzindo-o a tirá-la também. Daí não foi preciso explicar muita coisa, já que ali estavam dois corpos novinhos com a produção de hormônios à velocidade da luz.
Outras peças de roupa foram jogadas de lado e o momento íntimo se iniciou sobre a minha cama ao som de uma baladinha romântica da época.
O garoto tremia apesar do dia quente e de estar confortavelmente aconchegado em meus braços e sobre meu corpo ardente de desejos proibidos. Minha língua invadiu sua boca ao mesmo tempo em que um prazer indescritível invadiu-me por baixo. Esqueci que havia um mundo lá fora, só o que importava naquele instante era o contato máximo dos nossos corpos unidos como se fossemos um único ser.
Mas de repente o som da música suave foi abafado pelo ruído conhecido de um motor entrando em nossa garagem. Parecia mais o estrondo de mil trombetas do inferno.
— Puta que pariu! É meu pai.
Pulamos do leito amoroso, ambos nus e apavorados, nos vestimos parcialmente o mais rápido que deu e espalhei o material da escola na cama para fingir que estávamos estudando.
— O que está acontecendo aqui? — disse meu pai ao invadir meu quarto.
O menino estava sentado no chão de um lado da cama e eu do outro com um livro na mão. A ideia era fingirmos que fazíamos prova oral.
Meu pai não acreditou na farsa, olhou para nossas caras de assustados e os nossos pés descalços. O homem especialista nessas situações de risco e perversão, deve ter concluído tudo imediatamente. Tanto foi, que de maneira rude e grosseira expulsou o garoto lá de casa.
O Davi já morria de medo do meu pai desde muito antes de tornarmos íntima a nossa amizade. O menino saiu no gás correndo escada abaixo e nem disse tchau.
Aquela atitude do seu Flávio não era só proteção de pai, era sentimento de posse e ciúmes de alguém que enxergava o menino como seu rival.
Meu pai continuou no meu quarto, sentou ao meu lado na minha cama e ficou falando de um monte de coisas, inclusive do perigo de transar sem preservativo. Mas tudo era hipocrisia de alguém que só queria manter-me afastada dos meninos.
Ao mesmo tempo, ele mexia nas coisas espalhadas sobre o lençol, parecia um investigador do CSI Miami à procura de provas do crime. E ele achou. Ao levantar meu travesseiro o homem encontrou a minha calcinha e a cueca do Davi. Não tivemos tempo de vestir, havia escondido segundos antes dele entrar no meu quarto.
Aquela tarde que tinha tudo para ser de sonhos, acabou sendo sofrida e de pesadelos.
Depois desse dia, papai passou a odiar de vez o garoto e hostilizá-lo sem que as outras pessoas percebessem, mas eu percebia.
De repente o menino se afastou de mim sem dar explicações, ignorava-me durante as aulas e até evitava de passar defronte à minha casa. Deixei quieto, seria melhor para nós dois. Suspeitei que meu pai o tivesse ameaçado.
Até logo!
Meu agradecimento a todos vocês.