Nunca me identifiquei como lésbica, tampouco bissexual. Na verdade, nunca me senti atraído por uma outra mulher e acho que isso nunca irá acontecer também. Porém, a história que contarei hoje é de uma noite em que tudo isso não importava. Uma noite única que me marcou por toda vida, pois o que aconteceu naquela noite vai muito além da sexualidade.
Júlia é minha melhor amiga desde que conheço por gente. Uma baixinha de cabelos cacheados bastante companheira e divertida. Com nenhuma outra pessoa eu senti um senso se companheirismo e intimidade tão forte quanto com Júlia, nem mesmo com meu atual marido eu senti isso. Todos que nos conheciam sabíamos que éramos amigas inseparáveis, morávamos perto uma da outra e sempre estudamos nos mesmos colégios. Até fizemos a mesma faculdade. A nossa relação era o sentimento mais puro de amizade que você pode encontrar em duas pessoas.
E em uma noite, por volta de meados de 2006, quando tínhamos por volta de nossos 15 anos, esse tal sentimento alcançou um patamar que eu nunca havia sonhado. Uma estranha e intensa madrugada entre nós dois que eu não consigo interpretar de outro jeito que não o ato mais profundo que uma amizade pode ter.
Era uma sexta-feira chuvosa, como normalmente acontecia, Júlia vinha dormir na minha casa ou eu na dela, nós revezávamos nos finais de semana. Dessa vez era na casa de Júlia. Na noite, caía uma chuva bem intensa, tão forte que fez a luz cair e se estendeu por toda a noite. Sem luz e sem ter que o fazer, acabamos dormindo mais cedo naquela sexta-feira.
A família de Júlia não era muito abastada financeiramente. Por isso, sempre que eu dormia lá, dormia junto de Júlia na mesma cama. Eu não ligava, nunca liguei, na verdade, sempre fazíamos isso. Apesar de chuvoso, estava bem abafado no dia, por isso, nos deitamos apenas de blusa e calcinha na cama.
Já era tarde da noite, só se ouvia a forte chuva batendo na telha do lado de fora. Foi então que tudo começou a acontecer. Eu estava de costas para Júlia, primeiro, ela colocou o seu braço em volta da minha barriga, como se me abraçasse de conchinha. Eu achei que ela já estava dormindo, então não liguei. Mas então ela se aproximou o seu corpo mais perto do meu, eu conseguia sentir a sua respiração bem na minha nuca. Eu também já estava quase dormindo, então não ofereci quase nenhuma resistência ao seu toque. Ela começou a passar sua mão em meu braço e meu ombro, me fazendo um carinho que eu estava achando muito gostoso. Naquele momento, não pensei em nada maldoso da parte dela. Engano meu.
Ela me abraçou, me envolvendo mais ainda em seu corpo, nossas pernas já começaram a esfregar uma nas outras. Eu não sabia o que estava acontecendo, e por algum motivo eu não tive a menor vontade de impedir que acontecesse. Senti o calor de seus lábios beijando o meu pescoço pela primeira vez. E depois uma segunda e uma terceira. Ouvi sua respiração ofegante bem no pé do meu ouvido, mas ela não disse uma palavra sequer. Sua mão agora acariciava a minha barriga, e pela primeira vez subiu em direção ao meu seio.
Foi então que eu finalmente percebi o que estava acontecendo. Mas por algum motivo que eu não sei dizer até hoje, eu não fiz nada. Deixei acontecer naturalmente. A respiração pesada de Júlia começou a se juntar com a minha. Eu virei de leve o meu corpo em sua direção, e finalmente concretizamos aquele ato com um beijo. Segurando o meu rosto, ela encostou de leve os seus lábios nos meus. Eu não sei descrever a sensação, até hoje quando lembro desse episódio, não consigo me imaginar beijando Júlia novamente. Mas naquela noite, tudo parecia tão orgânico como foi acontecendo.
Júlia levou sua mão até a minha buceta, e começou a me masturbar enquanto me beijava. Senti minha buceta se molhando ao suave toque de Júlia em meu grelo. Dei leves gemidos de prazer enquanto ela me tocava. Depois, Júlia subiu em meu colo e já tirou a camisa. Apesar de mais baixa que eu, Júlia sempre teve seios maiores, isso eu já havia notado. Eles eram macios, mal cabiam na palma da minha mão. Júlia se aproximou com eles de meu rosto, que não tive escolha a não ser aproveitar a chance de senti-los em minha boca. Aquela foi a única vez que senti o seio de outra mulher em meus lábios, senti o seu mamilo em volta da minha língua. Enquanto isso, eu segurava sua bunda com minhas mãos e fui tirando devagarinha a sua calcinha.
Júlia já gemia mais alto, tão alto que eu acho que os seus pais só não nos ouviram por causa da forte chuva que abafada os seus gemidos. Depois, Júlia voltou a beijar o meu pescoço, e em seguida os meus seios. Foi descendo pela minha barriga até a região da minha virilha. Eu havia me raspado só na semana passada, já crescia um pouco cabelo nela. Mas isso não impediu que Júlia metesse sua língua sem nenhum alarde em minha buceta. Ela chupou, chupou e chupou, até que eu gozasse. Depois, ela subiu pela cama, colocou um joelho em cada lado de meu rosto e atochou o meu rosto contra a sua buceta. Aquela gosto levemente salgado, seu corpo suado em volta de meu rosto. A sensação dos seus grandes lábios em minha boca. Tudo me parece tão real até hoje. Até o gosto de seu gozo em minha boca eu ainda sinto em minhas memórias.
Júlia desceu novamente pela cama, embolamos nossas pernas novamente. Agora, Júlia começou a esfregar sua buceta na minha. Eu ouvia o som de nossos pelos pubianos se esfregando um no outro. Sentia o seu clitóris molhado junto ao meu. Sentia o hálito de sua boca colada a minha. Sentia o gosto de seu mel em minha boca e seus lábios quando ela me beijava. E via em seus olhos um olhar que só indicava uma sensação pura de intimidade. Um olhar que só eu tinha com ela e ela tinha comigo.
Gozei mais uma vez, quase junto a ela. Nossas pernas se contorceram juntas em um prazer sincronizado indescritível. Aquele momento que tivemos não parecia algo guiado pela paixão. Pelo desejo talvez, mas o que eu mais sentia é que era pela amizade. Eu nunca senti uma atração por outra garota. Nunca me relacionei com outra além de Júlia. Mas nunca gozei de forma tão intensa como naquela noite.
No dia seguinte, quando acordamos, era como se nada tivesse acontecido. Cheguei a achar que era um sonho, mas o gozo seco em minha calcinha dizia o contrário. Júlia também nunca comentou sobre isso, e eu achei melhor também nunca falar a respeito. Nunca tivemos outra noite como essa, ela ficou marcada apenas em minha memória, e escrevi este conto como forma de eternizar a noite em que eu dei um passo além na amizade mais forte e duradoura que já tive.