Hellraiser/Hellworld: Tentações em formas de pesadelos

Um conto erótico de Duque Chaves
Categoria: Gay
Contém 2450 palavras
Data: 09/09/2022 09:18:01

"Estou atrás de um rapaz chamado Daniel. ele trabalha aqui."

Aquela voz, não, eu tinha fugido pro lugar mas longe possível, ele não poderia estar ali. Ao me virar, lá estava ele, com todo seu esplendor, seus olhos azuis aconchegantes, seu sorriso tão quente quanto o sol, seus cabelos ondulados ruivos, sua pele branca como leite. Ele tinha crescido, ficado maior tanto em músculos quanto em altura, sua voz grave ressoou em todo o chão de loja.

Eu tentei correr, mas alguma coisa me pegou e quando ia gritar eu acordo, acordo do meu pesadelo, de mas um entre outros que tenho recorrente.

Hoje faz oito anos que consegui fugir de meu dono. Sim, meu dono. Eu era de uma pessoa, um cara com bastante dinheiro com um império tão vasto que poderia comprar qualquer coisa. Eu era prometido a se casar com ele, mesmo muito jovem eu sabia que era errado, mesmo assim, eu casei com ele quando me tornei de maior, mesmo assim estava fugindo para não ser encontrado por eles ou por outros que poderia me matar para ter os segredos do grande Imperador revelado.

Abri a porta e o céu estava nublado, uma grande chuva estaria vindo a Manaus e seria uma daquelas que seriam horas para poder ir embora, um frio subiu pela minha espinha. Eu já estava no mesmo lugar há alguns meses, enfim numa casa decente.

Meu namorado já tinha ido trabalhar, a única pessoa que eu encontrei que me ajudou e não me julgou, mesmo ele não perguntando muito do meu passado ele estava ali.

Olhei o espelho e vi meus olhos cansados, meus cabelos desgrenhada e estava sem vontade de sair de casa, hoje era meu aniversário e não queria ir trabalhar, queria está em casa e que isso passa-se o mais rápido possível.

"Vamos Daniel, você tem que ir, está em treinamento e não pode faltar. Sabe que precisa desse emprego." Disse a mim mesmo olhando no espelho, dando umas batidas no rosto e encarando novamente o meu reflexo.

Seria tudo mas fácil se aquele imbecil não tivesse fechado todas as portas para mim, eu poderia estar num emprego melhor, minhas faculdades, pós e doutorado, tudo jogado no lixo quando sai das asas do Imperador.

Respirei fundo dessa vez, tentando engolir o ódio que sentia, e comecei a me arrumar, estava em treinamento numa loja nova de varejo na cidade. Ninguém me conhecia, ninguém sabia quem eu era na verdade, um personagem a mas para meu armário.

Pegar a lotação era uma tortura todos os dias, pessoas esmagadas dentro de um micro ônibus, eles dirigiam parecendo que estavam fugindo da polícia, o que não seria de se esperar por causa de muitos nem ao menos ter uma carteira para dirigir.

Colocar o fone de ouvido e me entreter até chegar na loja, 40 minutos, seria cravado no relógio para chegar, todos os dias, a mesma rotina.

Pensei novamente no meu pesadelo recorrente, novamente ele invadindo meus sonhos, como um cão farejador que estava perseguindo sua presa.

Imperador era o apelido que Benjamim Schultz, um ruivo vindo de uma família poderosa que controla boa parte de uma organização de tráfico, cassinos, políticos e empresas multinacionais. Schultz eram conhecidos como a realeza desse submundo, Benjamin é o filho mais novo de três psicopatas irmãos, Benjamin me achou dentre suas viagens que fazia com sua família para visitar as famílias menores de sua ossada, e numa dessas viagem passou por onde eu trabalhava como jovem aprendiz e se encantou por mim.

Sou filho de uma mãe batalhadora, que nunca me aceitou por eu ser quem eu sou, mas me tornei o filho preferido quando Benjamin começou a mudar a vida dela e da minha irmã, ela não viu problema algum de me oferecer mas e mas para Benjamin que na época era doce e gentil, ele não fazia parte ainda do círculo de loucura da família.

Benjamin era apenas ele, um cavalheiro sem armadura, com seus dois metros e dez de altura, de cabelos ondulados e ruivos, com poucas sardas no rosto, de olhos azuis tão claros e aconchegante, com um sorriso branco e brilhoso como o céu, seus ombros largos e peitoral já definidos, com pernas grossas e uma bunda linda e redonda, seus cabelos pelo corpo era ralos e cheiravam aos seus cremes caros que comprava.

Toda vez que ele me beijava eu sentia que estava voando, que tinha enfim encontrado meu príncipe encantado, aquele que me tiraria da vida de sofrimento.

Benjamin tinha apenas 22 anos e eu 16 quando sairmos pela primeira vez, quando eu casei com ele aos 18 fizemos uma festa enorme e viajamos para Cancun num resort.

Seus toques me excitavam, eu era um submisso a sua mão e ao seu Bel prazer.

Mas tudo mudou quando ele perdeu seu irmão do meio, quando emboscaram seu irmão e o mataram a sangue frio, seu irmão mais velho desmoronou e não aguentou a pressão e enfim ele foi passado a ser o sucessor da família.

E foi ali que tudo mudou, foi ali que ele ficou mais paranóico, mas desconfiado, ele foi jogado na fogueira e não estava sabendo lidar com o fogo.

Tudo estava piorando e eu tentava o segura com todas as forças que tinha, foi então que aos 20 anos eu fugi, aquela vida dos sonhos se tornou minha prisão, e eu via o que iria acontecer comigo, eu seria o próximo a ser morto.

"Alguém vai ficar nas casas Bahia." Gritou o cobrador.

"Eu" disse voltando com um sobre salto a minha realidade.

Fazia a algum tempo que não pensava mas em meu marido, fazia um tempo que ele não ficava mas em minha mente, mas hoje ao completar 28 anos, eu sabia que um dia ele poderia me achar, mas o quanto eu poderia fugir eu faria.

"Bom dia pessoal, o que vamos fazer hoje?"

Estava em treinamento, eu seria vendedor de uma das lojas do varejo, e estava na minha semana de chegar cedo, meus colegas de treinamento começaram a explicar o que iríamos fazer.

Sobe e desce para mudar preço, ver se tudo está ok, para antes de abrir a loja, meus colegas fazendo o mesmo, meu celular disparou uma chamada, eu não atendi, disparou a segunda e mesmo assim não atendi, era cobrança, na terceira eu atendi e o ficou mudo.

Na terceira vez que ligou eu atendi e conversei com a mulher dizendo que ainda não tinha como pagar ou aceitar nenhuma proposta de refinanciamento de empréstimo e desliguei o celular.

Uma luz vermelha começou a apitar bem devagar em meu celular, em cima da câmera e escondi no meu bolso. Não tinha tempo o suficiente para conversa com meus colegas a loja estava tranquila, mas tinha muitas coisas a fazer, e as horas não passavam.

"Gente, eu vou pro segundo piso, vou treinar algumas coisas."

"Eu vou contigo. - disse uma das meninas que estava comigo"

No final quase todos da turma subiram e foram treinar. A chuva ainda castigava ao lado de fora, o frio da loja invadia meu corpo e ficava em meus ossos.

Até que ouço meu nome, um dos vendedores me chamou perto da escada.

"Daniel. Ei, o Daniel está aí?"

"Está sim. - gritou um dos meninos. - Ei tão te chamando."

Olhei para onde ele estava e ele assinou para ir com ele.

"Tem alguém lá embaixo te procurando, ele está conversando com a Janine.".

"Eu não fiz nada, eu acho. - Respondi para ele com medo."

"Vai logo, ele é um cliente seu, ele quer ser atendido por você, vá antes que algum vendedor pegue, ele tem cara de ter dinheiro."

Meu coração disparou, minhas pernas gelaram e eu desci as escadas apertão tão forte o corrimão que não sei como não quebrou minha mão.

"Lá está ele."

Ele apontou, e estava um homenzarrão conversando com a Gerente da loja, homens de terno preto estavam na porta da loja, eles observam tudo, os vendedores falando baixo e sabia o que era.

"Rapaz, oh Daniel, você vai deixar nosso cliente esperando. - a voz animada da gerente me fez querer vomitar."

Ela sorriu para ele como se fossem velhos amigos, e ele se virou sorrindo, com aquele sorriso que conquistaria o mundo. Benjamin estava na minha frente muito diferente do que conhecia, mas parecido com o sonho que tive.

Meu mundo desabou, eu senti minhas pernas tremerem, meu coração disparou, tudo estava girando, eu estava me perdendo, caindo no buraco que abriu entre minhas pernas.

Ele me abraçou, me apertou com toda sua força, eu senti o cheiro de seu perfume importado de seus cremes caro entrando em meu corpo, seu calor invadia meu corpo e eu não conseguia sair do seu abraço de cobra, meu corpo me traia.

"Meu Deus, eu estava morrendo de saudades."

Ele me abraçou mas forte, eu sentia seu corpo esmagando o meu, como se ele fosse um buraco negro e me sugasse mas ainda para dentro de si.

"Iris, esse é meu esposo que estava falando pra você ainda agora."

Há? Como assim? Eles se conhecem?

"Porque não me contou que era o esposo de nosso novo diretor?"

Novo diretor? O que? Eu??

Minha cabeça começou a entrar em colapso, meu sentidos estavam embaralhados, eu não sabia se era um pesadelo lúcido ou se estava acontecendo.

"Eu não podia falar." Minha língua pelo menos estava me ajudando, mentindo novamente.

Ele sorriu e me abraçou de lado.

"Vocês não sabem o quão bem ele falou dessa empresa que não tinha como compra ela. - Benjamin estava falando mas grave do que antes, sua voz estava mas poderosa e charmosa, como um predador encantado sua presa. - E você teve mas sorte de ele está em sua loja."

"Vocês se conhecem?"

Era uma pergunta que eu não deveria falar.

"Sim e não, conheci o irmão dele na faculdade, meus pêsames novamente. - Ela era delicada e falava com ele ansiosa. - Bem, fique a vontade a loja é sua, quer café? Água?"

"Não, obrigado. Eu só estou feliz de reencontra meu esposo, passar alguns meses viajando sabe."

"Eu sei, meu filho ficou no estado onde nasci, eu tenho saudades dele. Mas enfim, fique a vontade."

Ela deixou nos dois e tive vontade de gritar.

"Você é um menino malvado, me largou por oito anos, oito anos que passou longe nessa de gato e rato. - Ele respirou fundo. - Dessa vez você não vai mas fugir Daniel Schultz."

Ele me beijou, seus lábios ainda eram macios, ele me envolveu em seus braços novamente, eu sentia o ar de meus pulmões sendo sugado por ele.

"Não vai mais fugir." Ele disse me abraçando.

"Você comprou essa empresa?"

Ele olhou para o salão.

"Claro, que comprei, se você está trabalhando aqui é porque ela vale a pena e outra, preciso de mas empresas debaixo do meu guarda chuva. - Ele sorriu e encarou a loja. - Vamos, eu tenho que comprar algumas coisas pra nossa casa."

Ele pegou minha mão e fechou com força. Ele estava tranquilo, normal, ele parecia com o meu Benjamin que conheci a anos atrás, sereno e radiante.

"Bem, eu vou comprar três Tvs, você escolhe os três vendedores que vão tirar ela pra mim. Já que passou bastante tempo aqui e me disse como cada vendedor se comporta, fora que vamos mobilhar nossa casa toda. "

Eu vi 5 pares de olhos me encarando suplicando por aquela venda. Eu o encarei de volta pedindo para que não fizesse isso, eu sabia o que ele ia fazer, discórdia seria posta entre os vendedores e era culpa minha.

"Denis, Fabrício e Paulo."

Cada um tirou uma TV de 75 polegadas com soundbar junto. Eu vi os olhos dos outros vendedores emanando de raiva. Compramos mas dois sofá, mesa, cozinha, montamos uma casa.

Cada vendedor que não estava sendo escolhido, seus olhos burbulhavam de ódio, e eu seria o culpado por isso depois. Benjamin apertou minha mão e sorriu.

"Almocei comigo. Temos muito o que conversar."

Suas palavras estavam mergulhadas em uma calmaria, como o tempo se formando antes de piorar tudo.

"Eu preciso voltar pro meu treinamento…"

"Porque você voltaria? Você é o esposo do dono, todos aqui sabem que você tem privilégios e vai usá-los."

"Benjamin você sabe que tenho que voltar."

Alguns funcionários me encaravam e falavam baixo, mas eu sabia o que estavam falando.

"Por favor, Benjamin."

Ele sorriu e respirou fundo.

"Sim, pode ir, ainda vou ficar na loja, fiquei sabendo que o gerente geral vai chegar com algumas pessoas e vou falar com eles. - ele pegou mas forte em minha mão e chegou mas perto em meus ouvidos. - Espero que saiba que não vai mas fugir."

Eu dou um suspiro e chego perto dele o beijando em seu rosto. Ando devagar sentido aqueles olhos atrás de mim.

"Sim maninho, porque nunca nos disse que era esposo do dono da loja?"

"Eu não podia, era um segredo. Eu não sabia que ele iria comprar a Via, apenas me disse que era pra eu entrar como um funcionário normal e ver com meus próprios olhos como é a didática, ele gostou e não disse mas nada, fora que ele estava viajando."

Mentiroso, eu estava mentindo para encobrir Benjamin, para não ter que responder mas perguntas que até eu mesmo vou esquecer das respostas que dei para eles.

Tentei ficar em aprender o que deveria, mesmo agora com ele está de volta e alarmando para todo mundo eu não seria demitido nem que quisesse, mas eu seria julgado e tratado mal por algumas coisas.

Benjamin depois de um tempo começou a punir certas pessoas com muito terror psicológico e ele começou a ficar muito bom nisso.

As horas do relógio estavam correndo, Benjamin estava se enturmando com os gerentes e outros cargos superiores, assim que apareci ele apontou para mim e todos me encararam, lá estava eu jogado na boca dos leões.

"Se me derem lincenca, estarei roubando o funcionário de vocês para um almoço, trago ele de volta no horário. - eles tiram da piada e concordaram. - A noite precisaria ter um jantar com todos os gerentes e Cals da loja e vocês também, irei enviar o local."

Ele saiu andando na frente e os seus guardas costas que estavam rodando a loja abriram os guardas chuvas e o levaram até o carro, a porta estava aberta e o olhei para dentro, sorrindo e me encarando esticando a mão para me pegar.

Dou a última olhada para a loja, vejo a autaz mirim chovendo e poucos carros passando.

"Ande senhor, O senhor Benjamin não gosta de esperar. - disse o guarda costa ao meu lado com o guarda chuva."

"Eu sei disso." Entrei no carro e ele deu partida.

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