Para quem não sabe, meu primo Felipe morreu, mas a vida teve que seguir. Depois daquela montanha russa de emoções os meus pensamentos foram a milhão. Contudo, resolvi continuar a vida da melhor maneira possível. Ainda visitava meus tios de vez em quando, mas o distanciamento foi acontecendo naturalmente. O sepultamento aconteceu numa quinta-feira, então resolvi voltar aos estudos na segunda-feira de manhã. Passei a sexta-feira toda quietinho e ainda um pouco dolorido... O Augusto acabou comigo! Rs... e por falar no Augusto, ele não mandou msg e nem apareceu aqui em casa. Simplesmente desapareceu. O que já de se esperar. O cara devia ser bi, ou um pervertido que curtia apenas uma brotheragem de vez em quando. Não liguei muito para isso.
Mas no sábado eu já estava melhor e resolvi dar uma volta no parque para buscar me reconectar com a natureza e com a minha essência. Fui dar uma volta de bicicleta... para quem não conhece a Cidade de Campinas, temos vários parques e dentre eles um em especial, que é o parque do taquaral. Um lugar lindo e com uma vibe maneira. Haha... adoro passear por lá para colocar meus pensamentos no lugar para recuperar as minhas energias.
Durante a volta no taquaral encontrei uma amiga que não via a algum tempo. Ela sempre treinava por ali. Sempre buscando a boa forma. Eu não era de treinar como ela, mas seguia firme me mantendo com um corpinho legal. Afinal de contas o seu corpo diz muito sobre quem vc é. Ele fala por si. Então, me manter ativo e saudável era a minha meta a longo prazo. As vezes treinava com um personal amigo meu, o Cezar. Um cara maneiro, que embora fosse personal, não tinha um shape bombado. Ele fazia a linha mais ursinho peludo. Já ficamos algumas vezes e eu gostava da nossa conexão. Mas nunca daria certo namorar com ele. O rapaz era da pá virada. Curtia muito balada, festa e pegava uma galera. Ele não conseguia ficar com um só por muito tempo. E por falar nele, olha quem apareceu.
- Fala Dudu, mano veio, como vc está? Fiquei sabendo do acontecido. Que tristeza! Felipe era muito da hora.
- Eu to bem, garoto. Quer dizer, vou ficar bem. Tenho apenas que seguir em frente. A vida é muito curta para não valorizar cada momento. E vc, como vc está? O que manda de novo?
- Dudu, eu sosseguei, vei. To namorando!
- Cezar, vc está o que? Namorando? Isso é verdade? Você deve estar de gozação com a minha cara. Uashuashuash
- É verdade Dudu, ele é um advogado discretão. Ele trabalha no Ministéro Público, tem uma filha. Estamos felizes.
Gente, é claro que eu não sabia o que dizer. Não esperava que fosse verdade. O Cezar sempre foi o pegador do rolê. Ele era o ultimo rapaz a quem eu pediria em namoro. Hahaha... mas fiquei feliz por ele. Cezar, o aposentado do rolê! Hahaha
- Cezar, o que posso dizer: Felicidades, oras! Hahaha
Dei um abraço no Cezar, finalizei a minha caminhada e voltei para casa pedalando. Fiquei pensativo e lembrando dos meus momentos com Cezar. Quem diria que eu sentiria saudades da foda com ele. Hahah... podia ser a gente, mas eu não valorizei. Me fodi! Haha... saí do banho com tesão e fui para o quarto me aliviar. Assiti um Netflix e acabei adormecendo pelado na minha cama de casal.
Acordei com o sol batendo no meu rosto. Já eram umas 9h da manhã. Levantei, coloquei uma roupa e saí do quarto. Fui tomar café da manhã. Minha mãe havia saído para buscar meu pai no aeroporto. Ele estava chegando de viagem agora de tarde... o domigo estava apenas começando e eu já estava cansado e nada preparado para enfrentar a semana. Afinal de contas o que ela me reservava?
Resolvi limpar a casa e aguardar meus pais chegarem. O voo atrasou e meu pai chegou as 13h em CPS, e do aeroporto até minha casa levava 1 hora de carro. Era longe. Haha... mas ainda assim resolvemos arriscar e nos programamos para sair um pouco. Passamos a tarde em casa e a noite saímos para jantar no centro de convivência. Aquela pizzaria era fantástica. E ai de quem pedisse pizza e colocasse ketchup. Era um sacrilégio! Na frente dos meus pais eu tinha que me portar de um jeito diferente para não demonstrar meus interesses nos rapazes que entravam no salão. Alguns garçons me chamavam muita atenção, mas parecia que nenhum dava moral pra mim. eu ficava inseguro de ser muito pra frente e dar muito na vista...
Enfim, comemos e nos divertimos um pouco e depois voltamos para casa. A semana seria cheia.
Segunda-feira eu levante já atrasado para minha aula de fisiologia do exercício. Saí correndo de casa, sem nem ao menos tomar café da manhã. Cheguei na faculdade e em silencio me sentei para assistir a aula. Quando me ajeitei na cadeira, o professor entra na sala falando pedindo desculpas porque estava esperando seu estagiário chegar, pois ele quem iria ministrar a aula. Para minha surpresa o Estagiário chegou e enquanto todas as meninas se ajeitavam na cadeira por ele ser um tremendo gato, eu simplesmente fiquei sério e sem reação, atônito. E o Estagiário que pediu licença ao professor e começou a se apresentar estava empolgado e com um sorriso aberto, visceral, perdeu a linha de raciocínio quando me viu. Ele simplesmente olhou para mim e falou com um tom de surpresa: EDUARDO!? Todos olharam para mim, e eu que odeio ser o centro das atenções apenas acenei com a mão direita e disse: presente, professor. Gente, o AUGUSTO era o professor estagiário. PASMEM! pq eu também fiquei pasmo! Aquilo não entro na minha cabeça, pq ele era estudante de educação física. Com ele poderia ser um estagiário do curso de nutição. Enfim, fingi tranquilidade e na hora do intervalo, as meninas da sala esperaram os professores saírem da sala e me roderam querendo saber de onde eu conhecia o estagiário gato. Eu fiquei com medo de falar besteira e disse que o Prof. Estagiário era amigo do meu primo que havia falecido. Só não disse que ele era um cara que me tirou do funeral e transou comigo ao amanhecer, no dia do sepultamento de seu melhor amigo, e o pior com o seu primo querido. Haha... para fechar falei para elas sossegarem, porque ele tinha namorada e que ela era muito ciumenta.
A aula continuou, mas é claro que eu não absorvi tudo o que deveria, pq não conseguia olhar para a cara de Augusto sem me lembrar do nosso envolvimento. Aquilo foi fatal para mim. O pouco que consegui absorver é que o filho da mãe era um bom ministro. Soube dar aula como se fosse professor. Mesmo que eu não entendesse que sentido aquele conteúdo serviria para nutrição.
Ao final da aula as pessoas foram indo embora e eu peguei as minhas coisas e saí sem me despedir, porque não havia motivo para estender ou começar algo assim se tudo já havia ficado muito claro naquela manhã... antes de ir embora da faculdade passei na biblioteca, peguei um livro, tirei xerox de 2 capítulo e depois fui em direção ao banheiro do bloco b... não sei o que aconteceu, mas estava tão aéreo mexendo no celular que ao entrar no banheiro esbarrei em uma pessoa e não falei mais nada além de pedir desculpas e segui em direção ao mictório.
Eu entrei, fechei a porta, fiz xixi, dei descarga e abri a porta. Nessa hora eu já havia guardado o celular. E quando eu saí dei de cara com o Augusto me encarando todo bem vestido , portando uma pasta social de alça que estava cruzada no corpo e com as mãos na cintura. Eu olhei para ele e fiquei sem reação mais uma vez.
- Eduardo, o que foi isso? Você não se despediu de mim. Entrou no banheiro a mil, esbarrou em mim e não olhou na minha cara. O que está acontecendo?
Eu comecei a rir e não consegui me conter. E o Augusto continuou sério e sem entender o que estava acontecendo. E começou a rir também.
- não aconteceu nada. Simples assim... a minha feição risonha logo foi substituída por um rosto melindroso. A minha alegria se transformou em choro, porque tudo aquilo que eu vivi na semana passada voltou a me assombrar.
Augusto me puxou para ele e me abraçou fazendo cafuné no meu cabelo e beijando a minha cabeça, para me confortar...
- por um momento eu senti raiva de você, Guto.
- porque vc sentiu raiva de mim? Eu não te fiz nada. Só fui claro com você.
- eu sei, mas eu senti raiva de você e de mim também, porque embora não tenha representado algo pra você, aqui dentro representou pra mim.
Nesse momento uma turma havia sido liberada e uns meninos estavam entrando no corredor no bloco b. Provavelmente alguém iria entrar e notar um clima estranho. Antes que isso acontecesse o Augusto me empurrou para o banheiro comum e trancou a porta. Eu subi no vaso sanitário e me agachei um pouco para que ninguém percebesse que havia duas pessoas no mesmo box... o Augusto ficou me encarando e eu não resisti. Eu dei um beijo nele. O Augusto logo cortou o beijo e abaixou a cabeça. Eu fiquei outra vez com vergonha e só rezava para que aquela balburdia acabasse logo e todo mundo fosse embora para que pudéssemos sair de vez daquele lugar. Quando todo mundo foi embora ele abriu a porta e saiu e eu saí em seguida parecendo uma bala e sem muito destino. Augusto me segurou pelo braço e disse: não faz mais isso. Vc sabe que eu tenho namorada, e que não pode rolar nada entre nós declaradamente.
- Então me solta, Augusto. Não vou mais te importunar. Saiba que essa foi a minha ultima tentativa.
Ainda resistente em soltar o braço meu braço, Augusto toma a iniciativa e me beija de um jeito intenso demais para resistir. Nossa, aquele homem estava me deixando ainda mais confuso... eu apoiei as mãos no peitoral dele e olhando para o Augusto disse que isso não iria mais se repetir. Augusto consentiu com a cabeça e me deu um beijo na bochecha segurando a minha face com sua mão direita e depois agradeceu olhando em meus olhos como se fosse me beijar de novo, com a nossa respiração entrelaçada e depois saiu do banheiro.
As coisas foram como deveriam ser. Saí daquele banheiro ainda mais pensativo em direção ao estacionamento. Entrei no meu carro velho coloquei as duas mãos no volante e apoiei a minha cabeça, e gritei para o universo. Ali fiquei durante um tempo até que eu escutei alguém batendo no vidro do meu carro. Era Lícia, uma amiga da faculdade.
- Ta tudo bem, Dudu?
Eu abaixei o vidro e disse que estava tudo bem. E ofereci uma carona a ela. Lícia era uma loira odonto sem seu HB20. Hahaha... gente boa para caralho. Sofrida devido um pulha do namorado dela. Um zé baitola que não sustentava uma relação e trocava a coitada da menina por qualquer rabo de saia. Aliás, ele era bem parecido o Augusto, o meu pulha e carma que ganhei de herança do Felipe.
Continua... Para quem não sabe, meu primo Felipe morreu, mas a vida teve que seguir. Depois daquela montanha russa de emoções os meus pensamentos foram a milhão. Mas resolvi continuar a vida da melhor maneira possível. Ainda visitava meus tios de vez em quando, mas o distanciamento foi acontecendo naturalmente. O sepultamento aconteceu numa quinta-feira, então resolvi voltar aos estudos na segunda-feira. Passei sexta feira quietinho. Ainda um pouco dolorido. Augusto acabou comigo. Rs... e por falar no Augusto, ele não mandou msg e nem apareceu aqui em casa. Simplesmente desapareceu. O que já de se esperar. O cara devia ser bi, ou um pervertido que curtia uma brotheragem de vez em quando. Não liguei muito para isso.
Mas no sábado eu já estava melhor e resolvi dar uma volta e buscar me reconectar com a natureza e com a minha essência. Fui dar uma volta de bicicleta... para quem não conhece a Cidade de Campinas, temos vários parques e dentre eles um em especial, que é o parque do taquaral. Um lugar lindo e com uma vibe maneira. Haha... adoro passear por lá para colocar meus pensamentos no lugar e recuperar as minhas energias.
Durante a volta no taquaral encontrei uma amiga que não via a algum tempo. Ela sempre treinava por ali. Sempre buscando a boa forma. Eu não era de treinar como ela, mas seguia firme me mantendo com um corpinho legal. Afinal de contas o seu corpo diz muito sobre quem vc é. Ele fala por si. Então, me manter ativo e saudável era a minha meta a longo prazo. As vezes treinava com um personal amigo meu, o Cezar. Um cara maneiro, que embora fosse personal, não tinha um shape bombado. Ele fazia a linha mais ursinho peludo. Já ficamos algumas vezes e eu gostava da nossa conexão. Mas nunca daria certo namorar com ele. O rapaz era da pá virada. Curtia muito balada, festa e pegava uma galera. Ele não conseguia ficar com um só por muito tempo. E por falar nele, olha quem apareceu.
- Fala Dudu, mano veio, como vc está? Fiquei sabendo do acontecido. Que tristeza! Felipe era muito da hora.
- Eu to bem, garoto. Quer dizer, vou ficar bem. Tenho apenas que seguir em frente. A vida é muito curta para não valorizar cada momento. E vc, como vc está? O que manda de novo?
- Dudu, eu sosseguei, vei. To namorando!
- Cezar, vc está o que? Namorando? Isso é verdade? Você deve estar de gozação com a minha cara. Uashuashuash
- É verdade Dudu, ele é um advogado discretão. Ele trabalha no Ministéro Público, tem uma filha. Estamos felizes.
Gente, é claro que eu não sabia o que dizer. Não esperava que fosse verdade. O Cezar sempre foi o pegador do rolê. Ele era o ultimo rapaz a quem eu pediria em namoro. Hahaha... mas fiquei feliz por ele. Cezar, o aposentado do rolê! Hahaha
- Cezar, o que posso dizer: Felicidades, oras! Hahaha
Dei um abraço no Cezar, finalizei a minha caminhada e voltei para casa pedalando. Fiquei pensativo e lembrando dos meus momentos com Cezar. Quem diria que eu sentiria saudades da foda com ele. Hahah... podia ser a gente, mas eu não valorizei. Me fodi! Haha... saí do banho com tesão e fui para o quarto me aliviar. Assiti um Netflix e acabei adormecendo pelado na minha cama de casal.
Acordei com o sol batendo no meu rosto. Já eram umas 9h da manhã. Levantei, coloquei uma roupa e saí do quarto. Fui tomar café da manhã. Minha mãe havia saído para buscar meu pai no aeroporto. Ele estava chegando de viagem agora de tarde... o domigo estava apenas começando e eu já estava cansado e nada preparado para enfrentar a semana. Afinal de contas o que ela me reservava?
Resolvi limpar a casa e aguardar meus pais chegarem. O voo atrasou e meu pai chegou as 13h em CPS, e do aeroporto até minha casa levava 1 hora de carro. Era longe. Haha... mas ainda assim resolvemos arriscar e nos programamos para sair um pouco. Passamos a tarde em casa e a noite saímos para jantar no centro de convivência. Aquela pizzaria era fantástica. E ai de quem pedisse pizza e colocasse ketchup. Era um sacrilégio! Na frente dos meus pais eu tinha que me portar de um jeito diferente para não demonstrar meus interesses nos rapazes que entravam no salão. Alguns garçons me chamavam muita atenção, mas parecia que nenhum dava moral pra mim. eu ficava inseguro de ser muito pra frente e dar muito na vista...
Enfim, comemos e nos divertimos um pouco e depois voltamos para casa. A semana seria cheia.
Segunda-feira eu levante já atrasado para minha aula de fisiologia do exercício. Saí correndo de casa, sem nem ao menos tomar café da manhã. Cheguei na faculdade e em silencio me sentei para assistir a aula. Quando me ajeitei na cadeira, o professor entra na sala falando pedindo desculpas porque estava esperando seu estagiário chegar, pois ele quem iria ministrar a aula. Para minha surpresa o Estagiário chegou e enquanto todas as meninas se ajeitavam na cadeira por ele ser um tremendo gato, eu simplesmente fiquei sério e sem reação, atônito. E o Estagiário que pediu licença ao professor e começou a se apresentar estava empolgado e com um sorriso aberto, visceral, perdeu a linha de raciocínio quando me viu. Ele simplesmente olhou para mim e falou com um tom de surpresa: EDUARDO!? Todos olharam para mim, e eu que odeio ser o centro das atenções apenas acenei com a mão direita e disse: presente, professor. Gente, o AUGUSTO era o professor estagiário. PASMEM! pq eu também fiquei pasmo! Aquilo não entro na minha cabeça, pq ele era estudante de educação física. Com ele poderia ser um estagiário do curso de nutição. Enfim, fingi tranquilidade e na hora do intervalo, as meninas da sala esperaram os professores saírem da sala e me roderam querendo saber de onde eu conhecia o estagiário gato. Eu fiquei com medo de falar besteira e disse que o Prof. Estagiário era amigo do meu primo que havia falecido. Só não disse que ele era um cara que me tirou do funeral e transou comigo ao amanhecer, no dia do sepultamento de seu melhor amigo, e o pior com o seu primo querido. Haha... para fechar falei para elas sossegarem, porque ele tinha namorada e que ela era muito ciumenta.
A aula continuou, mas é claro que eu não absorvi tudo o que deveria, pq não conseguia olhar para a cara de Augusto sem me lembrar do nosso envolvimento. Aquilo foi fatal para mim. O pouco que consegui absorver é que o filho da mãe era um bom ministro. Soube dar aula como se fosse professor. Mesmo que eu não entendesse que sentido aquele conteúdo serviria para nutrição.
Ao final da aula as pessoas foram indo embora e eu peguei as minhas coisas e saí sem me despedir, porque não havia motivo para estender ou começar algo assim se tudo já havia ficado muito claro naquela manhã... antes de ir embora da faculdade passei na biblioteca, peguei um livro, tirei xerox de 2 capítulo e depois fui em direção ao banheiro do bloco b... não sei o que aconteceu, mas estava tão aéreo mexendo no celular que ao entrar no banheiro esbarrei em uma pessoa e não falei mais nada além de pedir desculpas e segui em direção ao mictório.
Eu entrei, fechei a porta, fiz xixi, dei descarga e abri a porta. Nessa hora eu já havia guardado o celular. E quando eu saí dei de cara com o Augusto me encarando todo bem vestido , portando uma pasta social de alça que estava cruzada no corpo e com as mãos na cintura. Eu olhei para ele e fiquei sem reação mais uma vez.
- Eduardo, o que foi isso? Você não se despediu de mim. Entrou no banheiro a mil, esbarrou em mim e não olhou na minha cara. O que está acontecendo?
Eu comecei a rir e não consegui me conter. E o Augusto continuou sério e sem entender o que estava acontecendo. E começou a rir também.
- não aconteceu nada. Simples assim... a minha feição risonha logo foi substituída por um rosto melindroso. A minha alegria se transformou em choro, porque tudo aquilo que eu vivi na semana passada voltou a me assombrar.
Augusto me puxou para ele e me abraçou fazendo cafuné no meu cabelo e beijando a minha cabeça, para me confortar...
- por um momento eu senti raiva de você, Guto.
- porque vc sentiu raiva de mim? Eu não te fiz nada. Só fui claro com você.
- eu sei, mas eu senti raiva de você e de mim também, porque embora não tenha representado algo pra você, aqui dentro representou pra mim.
Nesse momento uma turma havia sido liberada e uns meninos estavam entrando no corredor no bloco b. Provavelmente alguém iria entrar e notar um clima estranho. Antes que isso acontecesse o Augusto me empurrou para o banheiro comum e trancou a porta. Eu subi no vaso sanitário e me agachei um pouco para que ninguém percebesse que havia duas pessoas no mesmo box... o Augusto ficou me encarando e eu não resisti. Eu dei um beijo nele. O Augusto logo cortou o beijo e abaixou a cabeça. Eu fiquei outra vez com vergonha e só rezava para que aquela balburdia acabasse logo e todo mundo fosse embora para que pudéssemos sair de vez daquele lugar. Quando todo mundo foi embora ele abriu a porta e saiu e eu saí em seguida parecendo uma bala e sem muito destino. Augusto me segurou pelo braço e disse: não faz mais isso. Vc sabe que eu tenho namorada, e que não pode rolar nada entre nós declaradamente.
- Então me solta, Augusto. Não vou mais te importunar. Saiba que essa foi a minha ultima tentativa.
Ainda resistente em soltar o braço meu braço, Augusto toma a iniciativa e me beija de um jeito intenso demais para resistir. Nossa, aquele homem estava me deixando ainda mais confuso... eu apoiei as mãos no peitoral dele e olhando para o Augusto disse que isso não iria mais se repetir. Augusto consentiu com a cabeça e me deu um beijo na bochecha segurando a minha face com sua mão direita e depois agradeceu olhando em meus olhos como se fosse me beijar de novo, com a nossa respiração entrelaçada e depois saiu do banheiro.
As coisas foram como deveriam ser. Saí daquele banheiro ainda mais pensativo em direção ao estacionamento. Entrei no meu carro velho coloquei as duas mãos no volante e apoiei a minha cabeça, e gritei para o universo. Ali fiquei durante um tempo até que eu escutei alguém batendo no vidro do meu carro. Era Lícia, uma amiga da faculdade.
- Ta tudo bem, Dudu?
Eu abaixei o vidro e disse que estava tudo bem. E ofereci uma carona a ela. Lícia era uma loira odonto sem seu HB20. Hahaha... gente boa para caralho. Sofrida devido um pulha do namorado dela. Um zé baitola que não sustentava uma relação e trocava a coitada da menina por qualquer rabo de saia. Aliás, ele era bem parecido o Augusto, o meu pulha e carma que ganhei de herança do Felipe.
Continua...