12 de dezembro de 2000.
Querido diário,
Hoje fez tanto calor que mal tive vontade de sair da cama. Em dias assim sinto como se toda a minha energia tivesse sendo drenada pelos meus poros. O verão ainda nem começou, mas já faz um calor indescritível. Eu não tive vontade de fazer nada, e não fiz nada. Sozinha em casa, já que meus pais saíram para trabalhar e o meu irmão foi pra faculdade, eu decidi então tomar um bom banho e me deitar completamente nua na minha cama.
Sabe, diário, às vezes acho que sou adepta do nudismo. Me sinto também despida que gostaria de ficar assim a vida toda, sem nunca mais precisar comprar roupas.
Durante a tarde, tudo o que fiz foi olhar para o meu teto, pensando na vida. Eu acabei de me formar, mas ainda não sei se passei no vestibular. Então, por um curto espaço de tempo, já não posso ser considerada uma estudante, apenas uma desempregada. Nossa, isso me dá tanto medo.
Eu pensei também sobre algo que me aflige desde o meu aniversário. Eu já fiz dezoito anos, mas ainda sou virgem. Todas as minhas amigas já tiveram a sua primeira vez (algumas até a sua quinquagésima vez!), mas aqui estou eu, encalhada como uma tartaruga de cabeça pra baixo no meio da estrada. Às vezes eu me sinto mais infantil do que eu realmente sou. Às vezes eu acho que essa minha infantilidade interna é o que me mantém ainda escrevendo esse diário por tanto tempo. O que você acha, diário?
Eu me sinto tão solitária, eu queria acabar com essa agonia da virgindade, mas não há nenhum garoto que me interesse. Será que eu deveria ir atrás das garotas? Eu nem sei se eu gosto de garotas. Bem, se eu tivesse que escolher transar com uma garota para acabar com essa agonia, escolheria a Fernanda. Ela é a minha melhor amiga, me entende melhor que ninguém, certamente entenderia e aceitaria transar comigo.
Enfim, depois de ficar divagando sobre a minha solidão acabei me olhando no espelho. Fiquei admirando o meu corpo por alguns segundos. Eu me acho bonita. Bem, meus seios podiam ser um pouco maiores, mas eu gosto deles mesmo assim pequenos.
Também gosto de como a minha boceta (meu deus, eu escrevi boceta mesmo!? Bem, não há nenhuma outra palavra melhor para usar mesmo.) se parece. Uma vez eu fuxiquei o armário do meu irmão, e achei umas revistas playboys. O corpo daquelas mulheres é até bonito, mas as bocetas delas são feias demais! As minhas são tão lindinhas, com os lábios fechados e rosados, além disso, eu faço um belo trabalho me depilando, modéstia a parte. Será que se eu começar a transar a minha boceta vai ficar feia que nem as dessas mulheres? Se isso acontecer, então eu prefiro morrer virgem mesmo!
Então foi alí, enquanto eu apreciava a beleza da minha boceta, que começou a vir aquela vontade. Quando eu fui ver, já estava me tocando nua deitada na minha cama. Gosto sempre de começar por lentos movimentos bem no meu grelo, e quando eu já sinto que estou ficando molhada, começo a enfiar o dedo do meio lá dentro. Ultimamente também eu criei o costume de lamber os meus dedos lambuzados. Será que isso é nojento? Eu nunca ouvi minhas amigas falando que provam o seu próprio. Mas o meu é bem gostoso, tem um gostinho meio doce, meio salgado. É o sabor de uma virgem amadurecida.
Mas não há ninguém para eu usar em meus pensamentos. Então acabo me tocando olhando para mim mesma no espelho. Autoamor, em seu estado mais puro. Quando acabei, já estava toda suada de novo e tive que tomar outro banho.
Eu adoraria continuar escrevendo aqui, diário, mas já vai dar sete da noite, e eu preciso ir para a festa da Fernanda. Quando eu chegar, eu te conto como foi a festa, espero que tenha sido boa. As festas da Fernanda sempre são.
Com amor, Clarisse.
13 de dezembro de 2000
Querido diário,
A festa da Fernanda foi, digamos, curiosa. Eu escolhi uma roupa bem bonita, um vestidinho tomara que caia preto com um laço branco, coloquei também uma sapatilha preta combinando. Pensei em usar um salto alto, mas como eu já sou meio altinha, colocar um salto só faz eu ficar mais alta que todos os garotos da festa.
Enfim, cheguei na casa da Fernanda, a festa foi no seu terraço, como sempre acontecia. Já devia ter umas 15 pessoas lá, todas separadas em seus grupinhos. Me sentei junto com as garotas do colégio, Yara, Alice e Maria. Mas junto delas estava alguém que eu nunca tinha visto antes. Um garoto magricelo, com a pele queimada de sol da praia, cabelo estilo asa delta moreno, o rosto de traços finos com uma linha de maxilar bem marcante. No começo eu só reparei nele pois nunca tinha visto com as minhas amigas. Logo depois, Fernanda me apresentou a ele, era Théo, o seu primo, que ele disse que passaria as férias na casa dele.
No começo, nem dei muita atenção para ele, ele não era muito do meu estilo. Até que em uma hora da festa, a gente acabou conversando num canto sozinho. Até que ele me puxou do seu bolso um baseado, e me ofereceu. Falei que ele era maluco de querer fumar aquilo dali, e se a tia dele subisse e nos pegasse fumando? Mas ele não ligou. Então, acabei aceitando dividir com ele.
Antes que você me julgue, diário, eu devo dizer que nem gosto de maconha. Para falar a verdade, eu já fumei várias vezes, mas nunca me deu onda. Depois de tentar tantas vezes sem êxito, eu agora só fumo para parecer descolada, já nem ligo mais se não fiquei chapada.
E ontem à noite, foi a mesma coisa. Não fiquei chapada, mas aquilo foi a oportunidade perfeita para eu conversar mais a fundo com o Théo. E bem, mesmo que ele não fosse tão gracioso assim, até que ele era bom de papo. Devo admitir que, depois de uma hora de papo furado, até que fiquei afim dele.
Mas infelizmente, nada rolou entre a gente essa noite. Voltei para casa um pouco decepcionada de não ter acontecido nada. Mas lembrei do que Fernanda me falou, que o Théo iria passar as férias na casa dela. Talvez possa ainda acontecer algo, não é mesmo diário?
Bem, preciso ir agora, vou ajudar a minha mãe a arrumar a casa. É, eu sei, tédio total, mas por sorte, ela deixou que a gente arrumasse a casa ouvindo o disco novo do Charlie Brown Jr. Então acho que vou fazer as coisas com mais boa vontade. Até mais.
Beijos, Clarisse.
16 de dezembro de 2022
Querido diário,
Meu Deus, eu preciso te contar de algo INCRÍVEL que aconteceu hoje. Na verdade, eu não sei se foi tão incrível assim, mas eu preciso contar de qualquer jeito. Lembra do Théo, o primo da Fernanda? Então, eu fui lá hoje de manhã para a casa da Fernanda, ela me convidou para passar o dia lá na piscina dela, já que estava fazendo mó sol. Então eu peguei o meu biquíni vermelho de bolinhas brancas e fui lá.
Quando cheguei lá, encontrei com o Théo e mais outras duas amigas do colégio, a Yara e a Regina. Estavam todos do lado de fora da piscina quando eu cheguei. Já coloquei o meu biquíni e mergulhei direto. Théo já nem perdeu tempo e pulou na piscina comigo. Papo vai, papo vem, eu já comecei a ficar cada vez mais com vontade de beijar ele. E acho que ele já tinha reparado que eu estava com vontade de beijá-lo, pois em um momento, ele me pediu para ajudar a trazer algumas bebidas para a piscina.
Eu fui com ele até um lugar escondido da casa, era tipo uma dispensa, e alí ele fechou a porta atrás da gente e trancou. Bem, finalmente, a gente acabou se beijando, e nossa, foi maravilhoso. Os lábios deles tinham um sabor doce, parecia que eram feitos de morango. Não o sabor azedo que normalmente tem o morango de verdade, mas o sabor doce e artificial que se tem uma bala de morango. Será que ele tava usando gloss e eu não notei? Não sei, só sei que eu fiquei gamadinha no beijo dele.
Mas aí, diário, aconteceu algo que eu não estava esperando. Ele parou de me beijar. E sem falar nada ele começou a empurrar minha cabeça para baixo. Eu não entendi nada, mas fui abaixando, até ficar de joelhos de frente para ele. Foi aí que eu entendi o que ele queria. Fiquei nervosa, óbvio, diário, nunca havia feito algo daquilo. Ele então colocou o seu pau pra fora, já estava meio duro, não parecia tão grande, mas mesmo assim tive medo.
Ele empurrou minha cabeça contra o seu pau, e eu não tive o que fazer a não ser abrir a boca para chupá-lo. Foi... Estranho, estava gelado, talvez por estarmos na piscina. Era como chupar um picolé, chupar um picolé sabor carne. Então, eu fiquei ali chupando, por talvez uns 5 minutos. Eu senti que o seu pau ficou mais duro quanto mais eu chupava ele, e quando eu já tava ficando com a minha mandíbula doendo, ele então gozou!
Na hora, senti vontade de vomitar, sentindo aquele líquido quente e gosmento na minha boca, mas não tive o que fazer. Acabei engolindo. Aquele sabor azedo ficou na minha boca por algumas belas horas. Para falar a verdade, agora escrevendo, eu ainda consigo sentir ele na minha boca (eca!).
Mas apesar de tudo, fiquei muito feliz de ter finalmente feito algo assim, sinto que estou cada vez mais próxima de perder a virgindade, talvez seja até com o Théo. Eu sei que algumas pessoas têm esse romantismo de quererem que a primeira vez seja com alguém especial, mas eu já não acredito mais nisso. Eu só quero dar mesmo. Talvez a próxima vez que eu escrever para você, eu já seja uma nova mulher, pois o Théo me convidou para a gente ir ao cinema amanhã! Bem, tecnicamente, ele convidou eu e a Fernanda, então não é OFICIALMENTE um encontro, mas já é o suficiente para me fazer ter esperanças. Espero não estar me iludindo muito. Bem, vou indo nessa, até mais, diário.
Beijos, Clarisse.