FAZENDA LIVRE (I)

Um conto erótico de ClaudioNewgromont
Categoria: Grupal
Contém 759 palavras
Data: 25/09/2022 19:39:42
Última revisão: 26/09/2022 22:02:32
Assuntos: Grupal

– Aqui ninguém usa roupa, a não ser que queira. Mas ninguém quer. O clima é ameno: quente com brisa durante o dia, fresco à noite. A circulação da nudez é livre e sem qualquer restrição. Olhar gulosamente para corpos gostosos também pode, desde que não incomode o mirado. Havendo aquiescência, roçar e bolinar também está liberado. Funcionários da casa também são nudistas e adeptos ao amor livre. Se o clima de tesão for intenso, não precisa se esconder. Pode transar onde quiser: num quarto fechado ou no meio da sala – indiferente. Masturbação liberada também, em qualquer lugar – basta estar com vontade; só se pede aos homens que não deixem o ambiente sujo. No mais, é se divertir e estar de bem com a natureza e com seu corpo e seus instintos. “Respeito e prazer” é nosso princípio.

As explicações não poderiam ser mais claras. Ouvi-as atenciosamente da dona da casa de fazenda, que conheci por indicação de amigos nudistas. Depois de breve troca de e-mails, reservei um final de semana, e fui conhecer esse ambiente tão diferente de tudo que eu já experimentara ou ouvira falar.

A questão aqui era deixar a natureza agir, respeitando-a e sentindo prazer. Isso era extensivo às plantas, aos animais, mas também às pessoas, cujos corpos e instintos eram manifestações naturais. A única regra era a tal aquiescência, a concordância do outro. Havendo esta, tudo poderia rolar entre todos. Se não houvesse, respeitava-se, sem fazer tromba nem confusão – a ordem era garantida por seguranças enormes e musculosos.

E o mais incrível é que todo esse liberalismo extremo não fazia do ambiente uma orgia constante. A safadeza está nas proibições, que são convites ao desrespeito. Quando tudo é liberado, perde-se a ideia de putaria e fica somente o desejo natural dos corpos. Incrível como algo tão óbvio é tão pouco percebido, na sociedade convencional.

O fato é que o meu final de semana acabou se estendendo pela semana seguinte. E, curiosamente, não transei loucamente, como era de se esperar. Fiz amigos, dei e recebi carinhos despretensiosos, mas também intencionais – alguns dos quais terminaram em orgasmos maravilhosos... Mas nada de extraordinariamente numérico ou para além do natural.

Aquela semana mudaria completamente minha existência e minhas perspectivas de vida, de mundo e de sociedade. Estava claro: eu encontrara, finalmente, o lugar ideal para viver o resto da minha útil vida.

Claro está, entretanto, que eu não dispunha de recursos financeiros para bancar uma vida daquela por muito tempo. Os frilas que eu fazia não bancariam uma estadia de muito tempo ali.

Mas as energias cósmicas se mexem e fazem acontecer coisas – sempre acreditei nisso. Um funcionário da casa, uma espécie de faz-tudo, pediu demissão. A filha o levara a um culto evangélico, ele acabou se convertendo e agora estava renegando todo o pecado mundano; e como conversão não respeita aviso prévio, comunicou seu desligamento imediato.

Isso deixou o casal de fazendeiros em polvorosa! Como substituir aquele funcionário tão rapidamente quanto exigia a situação, em plena alta temporada?! As características específicas da casa impediam de pegar o primeiro que aparecesse – precisaria haver principalmente a consciência de natureza e de instinto natural que se vivia ali.

Eu soube das preocupações dos proprietários quando, após uma tórrida transa a três, com um casal amigo em comum, eles falaram das preocupações com o súbito desligamento do rapaz.

Era a minha chance. Fui imediatamente falar com os donos, oferecendo-me para ocupar o lugar do demissionário. De início, estranharam uma proposta daquela vir de um hóspede, mas quando lhes falei das minhas convicções de viver ali, e de como eu não poderia pagar a hospedagem por mais tempo, levaram em consideração. Afinal, eu já estava formado, tinha plena consciência do ambiente, conhecia todo o funcionamento da fazenda como hóspede. Algumas poucas orientações e eu estaria pronto para substituir o desertor.

Tudo certo. Eu começaria imediatamente, mas poderia gozar meu último final de semana como hóspede, naquele paraíso. Depois, assumiria o posto de pagar a estadia prazerosa ali com meu próprio trabalho. E como não havia qualquer distinção entre hóspedes e funcionários, no relacionamento afetivo, eu não poderia querer vida melhor.

Hoje faz um ano que trabalho aqui. E o serviço não é tão pesado assim – dá pra tirar de letra. Muitas, muitas aventuras rolaram, muito prazer, muito gozo. Não vou contar tudo aqui – ficaria muito chato. Só vou falar do que rolou ontem, na véspera do meu primeiro ano de emprego, que achei massa demais. Mas conto depois, que agora preciso atender ao chamado da patroa – ela é muito boa, mas é exigente.

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 22 estrelas.
Incentive ClaudioNewgromont a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.

Comentários

Foto de perfil de Tito JC

Me parece ser uma boa descrição do paraíso...rsrsrs... Vou conferir lendo o próximo... Abraços!

0 0
Foto de perfil genérica

Parece um bom lugar pra se viver me lembrou a baleia de Jonas. Suas palavras fazem a gente logo viajar.

0 0
Foto de perfil de ClaudioNewgromont

Pos é, amigo... Sonho com um lugar feito a "Baleia" ou a "Fazenda", para viver meu final de vida...

0 0

Listas em que este conto está presente