Com a volta de minha esposa e filha minha vida retornou ao que era antes e todas as expectativas viram-se interrompidas; sempre que podia estava nas salas de bate-papo, porém sem encontrar aquilo que eu procurava e que na verdade nem mesmo eu sabia bem o que era. Então, nessa toada, algumas vezes eu me divertia em provocar sabendo que tudo não passaria apenas de conversa mole pra boi dormir. Tudo não parecia ser o que realmente era e eu me enfurnava em uma simulação noir, como os personagens de Raymond Chandler sempre procurando o que jamais encontrariam.
Certa madrugada o tal do “PAU GG”, me achou em uma das salas e retomou suas provocações; ficamos trocando farpas até ele me chamar no privado. “Nossa conversa tá me deixando louco aqui! Diz que topa uma mamada ou mesmo um punheta, diz!”, escreveu ele sem esconder a ansiedade contida nas palavras. Havíamos trocado tantas provocações que eu compreendia como ele deveria sentir-se naquele momento ou mesmo em momentos anteriores que fizemos a mesma coisa. E a carência é mesmo um inferno, pois aquilo que falta, sempre atormenta, parafraseando Arthur Schopenhauer; por conta de tudo isso decidi dar uma chance para ele e também para mim.
Ele se apresentou dizendo chamar-se Fernão, que trabalhava a noite e sempre tinha o dia todo disponível para sacanagens. “Não tem crise, parceiro! Você vem pra minha casa. Durante o dia estou sozinho. Topa?”, respondeu ele quando lhe perguntei como faríamos para um encontro real. Mais uma vez tive receio de que fosse outra cilada e pedi um tempo para pensar, combinando que nos falaríamos no dia seguinte por volta daquele mesmo horário; Fernão enviou um emoji de positivo e eu me desconectei. Depois de passar o dia seguinte pensando quando chegou a madrugada entrei na sala decidido a aceitar a proposta de Fernão e me pus a esperá-lo. Infelizmente, tive mais uma decepção, pois ele não entrou deixando-me com uma sensação triste.
Demorei alguns dias para voltar ao bate-papo e quando o fiz, Fernão me chamou para o privado já pedindo desculpas pelo desaparecimento que justificava-se por problemas de ordem pessoal; fiz de conta que não era da minha conta e ele tornou a tocar no assunto do encontro real. “Tudo bem, eu topo! Mas eu mando e você obedece sem trairagem! Combinado?”, escrevi em resposta. Fernão permaneceu em angustiante silêncio por algum tempo até responder que aceitava minha exigência e já passando seu endereço para que eu fosse até ele no dia seguinte.
“Vou te dar uma mamada e uma punheta inesquecíveis! Depois, você não vai querer saber de outra coisa!”, arrematei antes de sair da sala. No dia seguinte, depois de deixar minha esposa a caminho do seu trabalho rumei sem pressa para meu encontro com Fernão; no trajeto jurei para mim mesmo que aquela seria a última vez mesmo sabendo que isso era mentira. Fernão morava em um edifício situado em uma rua de comércio de um bairro circunvizinho ao centro conhecido por ser uma área dominada pelo contrabando proveniente da China Continental e que por essa razão não era bem-visto, mas muito frequentado. O prédio em questão era bem antigo sem elevadores com três andares de dois apartamentos por andar; para minha sorte Fernão morava no primeiro andar.
Assim que ele abriu a porta me surpreendi com seu comportamento gentil e acabrunhado; Fernão era um negro vistoso, alto, magro com ombros largos e mãos grandes; tinha rosto quadrado com queixo um pouco desproporcional e um aspecto jovial que escondia sua idade; depois de um breve impasse, ele me convidou para entrar, me oferecendo café que ele acabara de coar; enquanto sorvíamos a bebida sentados na cozinha Fernão me contou que era padeiro por profissão, mas que no momento trabalhava como pedreiro para uma empreiteira que realizava pequenas reformas em lojas de Shopping e Centros Comerciais sempre no horário noturno. Enquanto eu o ouvia já imaginava como seria bom divertir-me com ele aproveitando aquele jeito diverso do apresentado no mundo virtual.
-Sim, quero que você tire a roupa agora mesmo! – respondi com tom enfático quando me perguntou se estava pronto para brincar com ele.
-Podemos ir para o quarto? – tornou ele a perguntar com tom miúdo.
-Não! Não podemos! – respondi elevando o tom de voz mostrando uma agressividade disfarçada.
Atabalhoado Fernão despiu-se exibindo uma enorme piroca negra de formas monumentais já me fazendo salivar com a ideia de tê-lo em minha boca. Tirei minhas roupas e fui até ele cingindo a benga que crescia a olhos vistos passando a punhetá-la vigorosamente. Imediatamente, a expressão facial de Fernão transformou-se ostentando um ar de deliciosa submissão com um olhar lascivo. “Você!”, ele respondia com tom gaguejante quando lhe perguntava quem era o dono daquela pirocona o que me deixava extasiado de tesão. Segurando a rola como se fosse um cabresto trouxe Fernão para o quarto atirando-o sobre a cama e mergulhando entre suas pernas para sem perda de tempo abocanhar aquele colosso, mamando com enorme voracidade.
Estava tão entretido com aquele pauzão na boca que tomei um susto ao sentir uma mão quente, pequena e macia acariciando minha bunda. “Tá suave, mano …, é minha patroa …, ela adora bunda de viado!”, disse Fernão me deixando ainda mais atordoado. Levantei o rosto olhando sobre o ombro e vislumbrei um nordestina bonita usando apenas um fio dental que sorria para mim enquanto já se incumbia de dedar meu cuzinho. “Eita bundão de fêmea que tu tens aí, hein?” comentava ela com tom maroto quando estapeava minhas nádegas deixando-me muito excitado. Continuei mamando a rola de Fernão enquanto era manualmente explorado por sua esposa que eu sequer sabia o nome, porém desfrutando enormemente de toda aquela situação inusitada e inesperada.
Em dado momento, temi correr o risco de ter meu buraquinho arrombado por aquele enorme cacetão preto, mas o olhar submisso de Fernão me dava a confiança que isso não aconteceria, muito embora sua esposa não parasse de me dedar o quanto podia, provocando alguns deliciosos arrepios. Repentinamente, Fernão não se conteve e após contrair os músculos soltou um grunhido rouco e prolongado enquanto ejaculava profusamente, quase me fazendo engasgar com tanto sêmen; a esposa correu para junto de nós lambendo o ventre lambuzado do marido e sorvendo o máximo de porra que conseguisse.
-Que pauzão gostoso meu preto tem, não é? – perguntou ela me fitando com uma expressão safada enquanto manipulava a benga do marido que amolecia aos poucos.
Pensei que teríamos a oportunidade de um “replay”, mas o jeito ofegante e suado do macho me fez ter a desconfiança que nosso show havia chegado ao fim; entretanto a esposa dele correu até uma cômoda, abrindo uma gaveta e dela retirando um dildo de borracha de tamanho médio e uma bisnaga de gel lubrificante, balançando-os para mim. “Agora é minha vez de arrombar teu cu, viadinho!”, disse ela aproximando-se de mim mandando o marido separar minhas nádegas e já besuntando o rego e o selo com uma boa quantidade de gel; pensei em reagir para evitar o infortúnio, mas não o fiz pensando que era uma experiência intrigante.
Com o dildo bem melecado a mulher mandou que o marido mantivesse minhas nádegas abertas e depois de esfregar o apetrecho ao longo do rego ela incumbiu-se de socá-lo com gestos tempestuosos; não sei se foi a situação ou outra coisa, mas o fato é que eu estava com um tesão infernal sentindo aquele pinto de borracha enchendo meu cu aos poucos; a tal mulher mantinha movimentos manuais bem controlados demonstrando uma certa experiência em fazê-lo e as sensações de nós três misturavam-se entre gemidos e palavrões excitados.
Segurando minhas nádegas Fernão deixava seu pau bem próximo da minha boca e eu o via crescer e encorpar a olhos vistos deflagrando uma ereção renovada e pujante, permitindo que eu o tivesse em minha boca mais uma vez; desfrutei, então, de um delirante amálgama de comoções que faziam meu corpo tremelicar, minha pele arrepiar-se e meu pau enrijecer de tal maneira que chegava a doer; percebendo isso e sem perder o ritmo das socadas no meu cu, a mulher levou sua mão até minha rola aplicando uma vigorosa punheta ampliando o leque de prazer que eu estava a desfrutar naquele momento. Com o dildo afundado em meu brioco, fui levado pela mão hábil da mulher até atingir um clímax explosivo que culminou em um gozo abundante quase ao mesmo tempo em que Fernão preenchia minha boca com sua carga renovada de sêmen quente e espesso.
Pouco tempo depois a mulher me deu uma toalha sugerindo que eu tomasse um banho que aceitei de bom grado; todos vestidos fomos para a cozinha onde me serviram um café fresquinho; em bem que não me importaria em passar o resto da manhã sendo usado e abusado pelo casal que parecia dar-se muito bem em uma relação de prazer aberto e irrestrito, mas também sabia que todos nós tínhamos compromissos; na despedida já na porta de saída a mulher sugeriu que eu voltasse sempre que quisesse. “Convite irrecusável!”, pensei indo embora.
A partir dali descobri que minhas perspectivas tornavam-se cada dia mais pífias; pouquíssimas conversas nas salas sem qualquer resultado e ainda por cima sendo obrigado e ler alguns gracejos mal educados! Caí em um desânimo quase depressivo e procurei outros assuntos que me chamassem a atenção sem obter um bom resultado. E foi nesse clima de perdimento que conheci Jeremias! Foi algo tão envolvente e alucinante que eu achava que era tudo uma ilusão passageira. Começamos a conversar em uma sala de bate-papo e logo estávamos trocando mensagens pelo whatsapp.
No início tudo pareceu romântico e inocente, mas logo o desejo de ambos aflorou como uma explosão vulcânica exigindo que nos conhecêssemos pessoalmente; após várias tentativas infrutíferas, finalmente, conseguimos marcar um encontro em um café na região central da cidade logo pela manhã; fui para o encontro com o coração aos pulos repleto de expectativas e muita ansiedade; ao chegar ao local o vi sentado a minha espera; Jeremias era um moreno simpático e jovial mesmo já tendo passado dos cinquenta aparentando bem menos; tinha a pele bronzeada e cabelos curtos bem aparados, rosto com poucas marcas que o deixavam ainda mais atraente; usava uma jaqueta de couro e calça jeans com aquele ar de juventude transviada dos anos sessenta.
Nos cumprimentamos com formalidades de pedimos nossos cafés; conversamos para conhecermos nossos gostos e preferências, mas os olhares gulosos dele e seus sorrisos sempre insinuantes me deixavam açodado, louco para estar com ele sobre uma cama me entregando sem limitações. O papo evoluiu até o ponto em que entramos na seara dos desejos e anseios. “Achei você interessante de início, mas agora percebo que é bem mais que isso!”, ele respondeu com tom enfático quando lhe perguntei o que pensara em mim durante nosso encontro virtual.
-Quanto mais? O que você sente agora que estamos próximos? – tornei a perguntar com um tom provocador.
-Sinto vontade de te levar para um hotel, tirar sua roupa e te beijar muito! – respondeu ele sem hesitar disparando um olhar avassalador.
Ao ouvir aquilo fui tomado por um açodamento tão contundente que senti meu corpo todo estremecer; lá estava eu alvoroçado como um adolescente louco para se entregar a um homem logo no primeiro encontro; o mais intrigante era que Jeremias tinha um olhar quase incendiário mesmo mantendo uma expressão sóbria e um sorriso discreto. Sem desviar do assunto, perguntei se ele tinha vindo de carro ao que me respondeu que viera com sua motocicleta (típico!) e que deixara guardada em um estacionamento próximo.
-Bom …, conheço um hotelzinho fuleiro que fica aqui perto – retomei incapaz de encarar o olhar de Jeremias, temendo que sua reação não fosse aquela que eu esperava – Não é lá essas coisas, mas …
-Então, porque perder mais tempo? Vamos! – ele respondeu com um largo sorriso no rosto já se levantando da mesa.
Nossos passos eram rápidos e minha ansiedade apenas crescia desmesuradamente pensando no que aconteceria conosco entre quatro paredes; subimos as escadas de madeira que rangiam com veemência no mesmo ritmo do desejo que nos assolava naquele momento e que também gritava para libertar-se de grilhões feitos de olhares reprovadores e comentários medíocres. Assim que entramos no quarto, Jeremias me agarrou por trás beijando meu pescoço e mordiscando o lóbulo da orelha, fazendo minha pele eriçar, meu coração transbordar e o tesão me dominar; me rendi ao delicioso assédio do meu parceiro que me chamava de sua putinha gorda enquanto enfiava as mãos por baixo da minha camiseta apertando minhas mamas proeminentes e beliscando os mamilos.
Eu estava inteiramente submisso àquele homem forte de cheiro másculo e mãos grandes e quando levei minha mão para trás apalpei a protuberância expressiva por cima da calça dele assombrado com as dimensões que se desenhavam; alucinado, desvencilhei-me dele e corri em direção da cama arrancando as roupas e me atirando sobre ela; fiquei de quatro empinando meu rabão gordo e pus-me a balançá-lo com gestos insinuantes. Jeremias estava muito mais afoito que eu, pois sequer deu-se ao trabalho de tirar suas roupas, limitando-se a abaixar calça e cueca vindo para cima de mim esfregando o bruto no meu rego que eu mesmo fiz questão de deixar escancarado para ele; comecei a gemer sem parar apenas de sentir a pirocona esfregando-se no meu rego enquanto também sentia as mãos grandes dele alisando minhas nádegas.
-Você é mesmo uma putinha gorda e muito safada – dizia ele com voz rouca e arfante sem perder a atenção em suas provocações manuais – Vou fuder esse rabinho apertadinho que você tem aí no meio de cuzão gostoso!
Mal sabia ele que era a única coisa que eu almejava naquele momento; Jeremias salivou em meu rego e depois tratou de espalhar a baba por todo o rego fazendo o mesmo com seu pau; eu gemia e implorava para que ele tirasse a roupa permitindo que eu o visse em sua exuberante nudez; todavia, ele parecia muito mais impaciente que eu já deixando de lado a esfregação e passando direto para os cutucões contra meu selinho. Cada golpe era insistente e quando a glande laceou minhas pregas tive a exata noção do que me esperava.
Jeremias segurou-me pela cintura e continuou estocando como um sátiro tresloucado para quem o único interesse era me arregaçar inteiro; não sei se foi todo o ânimo estardalhado de ambos que tornou aquela penetração ainda mais difícil e um pouco dolorosa; percebendo minha agonia, ele arrefeceu mantendo apenas a glande metida em meu cu. “Eu …, eu …, me deixa te chupar por favor! Quero sentir ele na minha boca!”, supliquei com tom embargado. Meu parceiro acabou capitulando e afastou-se com sua glande libertando meu selo que pulsou aliviado; sentei-me na beirada da cama e seguei aquele membro suculento com as duas mãos.
Mesmo na penumbra em que o quarto estava imerso pude ver e sentir aquele mastro robusto de uma grossura que impressionava, mas também excitava. Tinha uma forma perfeita com a glande proporcional ao resto tal uma obra de arte; segurei-o com uma das mãos e coloquei a outra sob as bolas sentindo seu volume que denunciava uma boa carga de esperma quente; comecei lambendo a chapeleta, mas não me contive e abocanhei aquele bruto rijo até sentir a glande roçar minha glote; passei a mamá-lo entusiasticamente ainda mantendo as bolas pendendo sobre minha mão e deliciando-me ao sentir as carícias do macho em meu rosto e pescoço.
Em momento algum, Jeremias ousou transformar minha boca em apenas mais um buraco a ser assediado deixando-me livre para agir; eu estava inebriado saboreando aquela peça exuberante já imaginando-a dentro de mim sem me importar com a dor da penetração; o que eu queria era ser dele de uma forma única e especial; infelizmente isso não se concretizou quando senti a vara inchar e pulsar dentro de minha boca esguichando jatos de sêmen quente e viscoso no fundo de minha garganta; foi a primeira vez que eu engoli a carga do macho de uma só vez sem respirar e relaxando minha garganta. Ao final liberei o bruto que já amolecia aos poucos e mirei o rosto de Jeremias que trazia uma expressão estupefata de quem não conseguia crer que eu engolira seu sêmen.
Ambos estávamos suados e ofegantes, mas eu ainda tive ímpeto de ficar de pé e levar meus lábios até os dele encerrando um longo e profundo beijo que foi sucedido por outros ainda mais voluptuosos; quando nos separamos ele sugeriu que tomássemos um banho juntos, mas eu sabia que era algo impossível, pois meu período “Cinderela” estava chegando ao seu término. Antes que eu pudesse declinar do convite, Jeremias olhou para o relógio exibindo uma expressão tensa; trocamos mais alguns beijos e carícias com a promessa de um novo encontro com mais tempo para desfrutarmos de tudo que merecíamos.
Saímos do hotel e curiosamente acabamos indo para o mesmo estacionamento; Jeremias me encarou, sorriu e estendeu a mão. “Espero que nossa próxima vez não demore …, aguardo um contato seu!”, disse ele com tom enfático afastando-se em direção à sua motocicleta. Esperei que ele partisse e depois fui embora. Fui para nunca mais vê-lo, pois Jeremias teve alguns problemas familiares e por conta da pandemia mudou-se para outro estado. Continuamos trocando mensagens, até que um dia, sem mais nem menos, nos distanciamos o suficiente para que o contato se perdesse … mais uma vez Schopenhauer ditava a condução da minha vida, e eu não podia fazer nada!
Passo meus dias miseráveis com aquele gosto amargo da incompletude em meus lábios; nada me consolava e a mim restava apenas esperar por algo que eu sabia que jamais viria. Tive alguns relacionamentos casuais esporádicos, porém ainda faltava alguma coisa. Uma manhã, com Hélder encima de mim roçando seu membro no meu ele me fitou com um olhar enigmático. “Você parece vazio ou incompleto …, posso ver isso nos seus olhos”, ele disse com ternura quando lhe perguntei porque estava me olhando; não respondi limitando-me a beijá-lo demoradamente. “Porque você não procura o Geraldo …, ele tá afinzão de você!”, arrematou o rapaz enquanto eu mamava sua rola. Aquele nome podia não dizer nada ou dizer tudo …, mas, isso é uma outra história.