HOMOFOBIA. As cuecas, a maldade, e o tesão.

Um conto erótico de Allan
Categoria: Gay
Contém 1863 palavras
Data: 29/10/2022 19:16:59
Última revisão: 29/10/2022 19:50:45

Antes de prosseguir, uma informação que faltou no conto anterior.

O oposto de mim, Janjão é de muitos amigos ou colegas. Da minha rua pra chegar na rua que ele morava antes, era só andar uns 500 metros, dobrar a esquerda, andar uma distância mais ou menos de um poste de energia a outro, dobrar dinovo a esquerda, e estava na casa dele, então, os amigos que ele deixou na rua dele, vinham todos pra ca, juntando isso às amizades que ele fez na minha rua. Não era todo dia, mas sempre tinha gente na minha porta. Felizmente meio-dia quase nunca, era mais quando ele chegava a tarde. Aí conversavam mexiam nas motos pra consertar o que não sei, abriam cerveja e ficavam na porta batendo papo, falando besteiras, falando sobre trabalho, futebol, dando altas risadas, entre outros. Eu via ele assim, cheio de amizades, todo tranquilo, mexendo em moto, falando de futebol, e eu pensava: "poxa! Por que não nasci 'homem'? A vida poderia ser mais fácil; eu não sofreria perseguição, não sofreria dentro de casa... e o principal, eu não seria tão sozinho". E, com esse pensamentos, ali mesmo eu desmoronava.

Outra coisa que descobri, a idade dele: ele tinha 37 quando veio morar comigo.

...

Então, voltando a roupa que lavei.

Janjão ficou parado alguns segundos, sério, olhando a roupa dele toda lavada. Eu, vendo ele assim, entrei em pânico por dentro. Achei que ele odiou, e fui invadido pelo medo de perder minha única amizade de verdade. Eu não aguentei e falei logo:

- Você não gostou, não foi? Me perdoa!

Ele deu uma chave de braço no meu pescoço, me deixou sem ar, e bagunçou meu cabelo, e falou:

- Porra! Valeu cara! Depois que cresci, nem minhas irmãs lavavam mais minha roupa... eu tinha que me virar. Só minha mulher passou lavar, mas reclamava o tempo todo que eu sujava muito.

Tenho cabelo super cacheado, não uso gel, mas coloco bastante creme, assim, quando o creme seca, ele fica como se tivesse passado laquê kkkk, fica o dia inteiro arrumado, sem bagunçar, e odeio quando alguém toca no meu cabelo penteado. Mas, mesmo eu odiando que bagunçem meu cabelo, naquele momento eu fiquei aliviado, respirei feliz, afinal ele havia gostado; o cabelo eu podia molhar, passar mais creme e pentear dinovo, mas a amizade perdida não teria conserto (quem diz que conserta, engana a si mesmo).

Fui ao banheiro repentear meu cabelo, ele chegou na porta e falou:

- Ah, 'fila da mãe'! Você lava a roupa e deixa as cuecas, né? Ficou com nojo ou ficou com medo de tocar nas minhas cuecas?

Eu fiquei sem graça mesmo ele falando dando risada, gastando com minha cara (eu ficava sem graça fácil, talvez porque ninguém fazia brincadeiras sadias comigo, só piadas maldosas). Eu ri, meio com vergonha, e respondi:

- Não. Eu não lavei porque é algo muito pessoal seu, você podeira não gostar, sei lá. Até as roupas eu lavei com medo.

Ele respondeu:

- Seu problema é medo... medo disso, medo daquilo, medo daquilo outro, medo de te magoarem, medo magoar os outros. Você precisa se soltar mais pro mundo e se libertar de tanto medo.

Ele acha que através de uma simples vontade é fácil dissolver um sentimento impregnado, que você desenvolveu em meio a uma criação violenta e cheia de censura.

Mas fiquei calado, e ele continuou:

- Mas fica traquilo, pô! Você lavar as roupas já foi de grande ajuda. As cuecas eu lavo quando chegar de tarde.

Bastou ele sair, eu peguei as cuecas. Elas estavam bem encardidas, não sujeira de bunda suja, era mais encardida apenas no local onde fica o ovo, não sei se porque ele não lavava a cueca ou o ovo direito, ou se ele reusava as cuecas sem lavar, ou se era porque no trabalho ele sujava muito, não sei. E com as cuecas nas mãos me deparei com algo inusitado: o tesão. A lógica natural era eu ter ficado com nojo das cuecas sujas, mas, ao invés disso, uma onda de tesão incontrolável tomou conta de mim. Pra piorar, algumas cuecas, na parte onde fica seu pau, estava meio esbranquiçado, e eu sabia que aquilo foi seu pau com tesão que babou e secou. E aquilo me deu mais tesão. Uma vontade natural quase me fez cheirar as cuecas, e eu acho que teria feito isso se não estivessem tão sujas.

Comecei imaginar seu pau e seu saco guardado ali dentro. Eu não tinha a mínima ideia como ele era, ele nunca andou só de cueca pela casa; quando chegava arrancava logo a camisa, mas ficava de bermuda, de calça, ou toalha. Imaginei também ali naquelas cuecas a bunda volumosa e redonda que ele tem e fiquei maluco - apesar de eu não ser ativo, acho a bunda masculina linda... sou apaixonado.

Sacudi a cabeça pra dispersar o tesão, coloquei as cuecas de molho com sabão em barra porque dissolve melhor a sujeira e limpa mais. Quase meia hora depois tentei lavar, mas ainda não era tempo. O tesão ali ficando mais forte e eu lutando como se fosse capaz de lutar contra a carne, e essa luta é horrível, nos faz muito mal. Umas duas horas depois fui lavar, deu um pouco de trabalho, mas consegui limpar. Só duas brancas que limparam mas ainda ficaram meio amareladas.

Olhei as cuecas estendidas, eu não estava aguentando mais o tesão, eu não tinha mais controle algum. Meu pênis começou latejar dentro da cueca, meus testículos começaram doer, eu comecei sentir até desejo de comer - literalmente - aquelas cuecas. Corri para o banheiro, tirei a roupa e entrei no box. Melei meu dedo do meio com saliva, meti no rabo, levantei a cara pra cima, fechei os olhos e bati uma punheta muito nervosa, a mais nervosa de todas, e não levei 1 minuto contado pra ejacular. A gozada foi tão gostosa e intensa que não controlei os gemidos fortes enquanto melava as paredes. Foi delicioso e libertador, eu parecia ter expulsado uma coisa ruim de dentro de mim.

Ele chegou e se deparou com as cuecas no varal. Eu perguntei com tom de ironia:

- Agora está satisfeito? - E ri.

Ele respondeu com uma piada que:

- Cuidado ao tocar nas minha cuecas, viu! Tu pode até engravidar.

Fui obrigado dar risada.

Dois dias depois foi minha folga e tive uma surpresa. Ele chegou do trabalho, chegou gente aqui em casa e ficaram conversando, quando foram embora ele mandou eu me arrumar. Perguntei pra quê, e ele respondeu que era só pra me arrumar. Fiquei receoso ele me levar pra sair porque eu era muito tímido. Ele me convidava pra sair com ele para seus regues, mas nunca aceitei, mas naquele dia ele não convidou, me deu um ultimato.

Depois de me arrumar ele me levou a uma pizzaria muito legal, local rústico, som voz e violão, mas não ao vivo. E ele falou:

- Eu acho que esse lugar combina muito com você.

Eu amei. Aquela foi a primeira vez na vida que eu saí com alguém, e para algum lugar. Ao mesmo tempo foi horrível porque eu não conseguia relaxar. Enquanto ele estava super a vontade, eu tentava controlar meu nervosismo, e eu achava que todo mundo estava me olhando, me criticando, falando de mim, eu quase dei um ataque por dentro.

Ele pediu cerveja pra ele e para mim refrigerante. Eu ainda não bebia - mesmo hoje em dia não bebo muito, sou mais de um vinho de leve, um coquetel, uma batida, ou coisa do tipo, e sem muito álcool. Fiquei com medo dele bebendo porque estávamos de moto, eu não sabia pilotar pra levar ele, mas ficamos ali curtindo e conversando (ele bem mais do que eu. Não sou de conversar muito). Eu só consegui relaxar de verdade quando chegou a hora de ir embora e ele pediu a conta. Eu quis pagar, ele não deixou dizendo que aquilo era um agradecimento por eu ser sempre tão legal com ele. As lágrimas vieram nos meus olhos, achei aquilo lindo e senti uma gratidão infinita por dentro. Enquanto ele foi no caixa pagar, eu me esqueci por um momento que o ambiente tinha algumas pessoas e observei Janjão... eu não podia perder aquela amizade, estava lindo demais ter um amigo, era tudo tão leve, uma amizade gostosa, e era isso que eu estava decidido. Digo isso porque o surto de tesão que tive pelas cuecas de Janjão serviram como combustíveis.

Com os dias comecei observar mais ele, com outros olhos, reparar seu corpo forte tipo ursão (mas sem pêlos), achar fantástico até seu cheiro quando chegava em casa suado e sujo do trabalho, seu jeitão de homem decidido. Ele chegava e, como falei anteriormente, tirava logo a camisa, e também soltava o fechamento do cinto; sua bermuda ou sua calça caía um pouco, e ficava aparecendo quase metade da cueca; quando estava sem cueca, a metade daquela bunda volumosa, com aquela leve pelugem lisinha ficava de fora, aquela circunferência deliciosa, e no meio aquele rego delicioso. Quando ele se curvava então... a coisa dentro de mim pegava fogo. Comecei me fascinar pelas suas costas largas, sua barriga de chope, seus peitões volumosos, seus braços roliços e grossos, suas coxas que quase preenchiam suas calças, e, claro, a mala em sua bermuda ou calça. Eu estava tendo sérios desejos sexuais por Janjão.

E minha consciência começou doer. Minha vontade era ter um amigo, coisa que eu nunca tive na vida (nunca mesmo). Eu não tinha amigos gays com medo da minha família; eu não fazia amizade com meninas porque meu irmão mais velho dizia que rapaz que anda rodeado de mulher é porque é viado; e eu não tinha amizade com homens porque homens daquela cidadezinha onde eu morava, não tinha amizade com gays. Eu era totalmente sozinho, porque até minha família e parentes me abandonaram mesmo morando dentro de casa. Pode parecer bobo pra muitos de vocês eu querer ter apenas uma amizade pura com Janjão, mas para mim que nunca tive amigos aquilo era importante. Namorado, ficante eu podeira arrumar algum dia, algum cara por aí afora, sei lá, mas amizade saudável, sincera, gente que nos faz nos sentir sempre bem e nos aceita como nós somos, eu acho difícil arrumar.

E eu comecei evitar olhar pra Janjão. Eu fiquei com raiva de mim, me achando uma pessoa maldosa, sem escrúpulos, nojento. Eu não aceitei aquele tesão por ele e comecei lutar arduamente contra.

Mas o destino foi trapaceiro.

Continuo.

...

Desculpem a demora, amigos! Meu namorado fez uma cirurgia na quarta-feira, na Capital, e fui acompanhante dele. Voltamos na quinta. Marcamos a cirurgia pra esse tempo porque eu estaria de férias e posso ficar cuidando dele, já que terá um repouso de 15 dias. Ontem foi um entra e sai aqui em casa, mal tive tempo de pegar em celular. Hoje também, mas de tarde pra cá foi mais tranquilo. Então, como estou de molho em casa, resolvi publicar continuação hoje.

Ah, e a palavra "HOMOFOBIA" no título não condiz mais com a realidade da continuação da minha história, só estou mantendo a palavra para quem me acompanha identificar meu texto.

Obrigado a todos!

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Foto de perfil de Allan2003Allan2003Contos: 23Seguidores: 56Seguindo: 55Mensagem Leitor de histórias (preferência reais) e querendo compartilhar um pouco da minha.

Comentários

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Cara que loucura!!!!

Fico imaginando essa sua luta interna contra o tesão para manter o amigo...

Mas esse sentimento de solidão nos deixa fragilizados e sensíveis a qualquer aproximação, ainda mais quando estamos sem transar, aí o tesão bate forte mesmo...

Ansioso para saber qual foi a trapaça do destino com você... 😂😂😂😂😂😂😂

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Lutar contra carne é extremamente difícil, e destrói nossa mente. É horrível.

Verdade. O sentimento de solidão nos deixa vulneráveis.

Obrigado, amigo!❤

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entendo seu medo e sua dor,mas não deixe que eles te aprisionem.prrmita-se ser feliz e acredite que existem anjos ao teu lado querendo seu bem.

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Foi muito difícil dissolver velhos medos, até mesmo crenças que só me fizeram sofrer, mas consegui melhorar muito mas ainda tenho muito a melhorar ❤

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estou adorando acompanhar o conto. que essa relação prospere e te faça muito feliz...

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🤣🤣🤣Foi delicioso lavar suas cuecas - kkkk.

Você bate muita punheta? Ou não precisa?🙊🙈

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Amando cada vez mais seu conto e a cada termino já fico ansioso para saber o seguinte.

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VC TÁ CERTO. JÁ SOFREU TANTO POR CONTA DE RELACIONAMENTOS. MELHOR IR COM CALMA. SEM CONTAR QUE O JANJÃO TEM VC COMO UM EMPREGADO PRA LAVAR AS ROUPAS E CUECAS. RSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS E FAZER COMIDA. MAS ENTENDI AS DESCULPAS DELE.

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Allan querido, você teve algum contato com sua família depois que se mudou?

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Oi amigo, não tenho não. Eu abandonei todo mundo e segui minha vida. Quando criei Facebook meu irmão mais novo me encontrou, me mandou mensagens me dando notícias deles e perguntando onde eu estava. Após ver isso cancelei minha conta do face.

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