Fez exatamente um ano daquele acontecimento grotesco em que fui vítima no galpão de reciclados. Aquele Halloween de 2018 seria impossível de esquecer. Tive o desejo de homenagear o Josias vestindo sua camiseta, somente ela. Permanecia nítida a marca impressa de sangue deixada por sua pata enorme. Um pouquinho dele dormiria comigo naquela noite.
O Josias, para quem não leu o conto anterior, era meu colega e protetor no colégio. Por sorte, ou infortúnio, ele se transformou em lobisomem e possibilitou que salvasse sua vida e a minha quando éramos estuprados por uma gangue no ano anterior.
Sigamos com a história de hoje.
Passava da meia-noite e sentia mais calor que o normal, o meu sono chegava devagar enquanto viajava nas ideias. Meus pensamentos ganharam um rumo de fantasia e mistério: imaginei-me fazendo amor com o Josias ainda humano, mas durante a relação ele transformava-se em lobisomem.
Estava descoberta com a camiseta na altura dos seios, tocando meu sexo com o pensamento distante, de olhos sonolentos apenas entreabertos enquanto curtia um prazer solitário.
Não tinha consciência se dormia ou não ao sentir ser observada. A importância do fato foi subestimado em razão do meu sonho se repetir com frequência (um lobo me espiando através da minha janela). No entanto, dessa vez o bicho peludo não ficou só espiando, adentrou meu quarto e postou-se em pé sobre apenas duas patas, rente à janela.
Ele é maior que um lobo, pensei confusa.
Bateu o pavor, não era um sonho. Arregalei os olhos e assisti seu caminhar hesitante em minha direção. O ser enorme de músculos impressionantes, contemplou-me com seu olhar terno, praticamente humano.
Puta merda! Isso é real, é o Josias, o meu protetor, pensei com um misto de alívio e receio. Reconheceria aquele olhar mesmo após mil anos.
— Josias? — perguntei com um sussurro.
Ele balançou a cabeça em um sim.
Só então percebi que ainda estava com a periquita descoberta e o dedo entre os grandes lábios. Desci a camiseta cobrindo o sexo.
— Você veio buscar sua camiseta? — só após terminar a frase, percebi qual idiota foi minha pergunta.
Ele balançou a cabeça em um não. E chegou mais perto. Foi impossível não fixar meu olhar entre suas pernas, onde estava destacado um membro já em um estado intermediário de ereção. Seu olhar revelou-me o suficiente sobre a razão de sua presença.
Até onde estava disposta a ir nesse sonho, ou melhor, nessa louca realidade? Perguntei-me. Algo estranho percorreu meu corpo, um arrepio de pavor e desejo, seus olhos fixos nos meus, era como uma hipnose convidando para um ato de prazer atípico, completamente anormal.
Minha decisão foi inconsciente, tirei devagar a camiseta e sentei na beirada da cama, defronte a ele. Deixei que apreciasse meu corpo nu e decidisse o que fazer. Eu o seguiria conforme ele conduzisse a situação. Seu desejo era meu desejo.
Aquele ser musculoso, peludo e animalesco, deu alguns passos até ficar ao alcance das minhas mãos. Levantei a cabeça para mirá-lo nos olhos. Era o mesmo olhar infantil do Josias implorando por carinho. Peguei no seu pau, parecido com o de um cachorro, porém maior que do meu pastor alemão. Acariciei com as duas mãos e ele cresceu até ficar rígido e grande como um salame generoso. Não resisti ao desejo de abocanhar algo tão convidativo. Tive dificuldade por conta do volume, mas o prazer de quase ter sufocado com algo surreal em minha boca foi compensado pela satisfação de ouvi-lo uivar de prazer.
Brinquei um tempinho engolindo e chupando, mas não queria que gozasse em minha boca, tinha planos melhores pela frente.
Fiquei de quatro na beirada da cama, olhei para trás o incentivando a se aconchegar em mim. Ele encostou cuidadoso, direcionei seu pau melado com minha saliva em minha fenda molhadinha. Ficou por conta dele uma sequência deliciosa. Auuuh! Quem uivou dessa vez fui eu ao sentir tudo aquilo tomando posse do meu interior. O próximo desafio foi mexer gostoso meus quadris tentando acompanhar o ritmo frenético das suas estocadas.
— Ah! Josias, você está me matando — falei na iminência do meu gozo.
Nunca havia chegado ao clímax tão rápido. Continuei saboreando o prazer e imaginando ser uma cadelinha no cio sendo possuída por um cão enorme. Ele continuou socando do seu modo doido até gozar… E continuou gozando. Uau! Cheguei no ponto máximo do meu clímax ao ouvir a fera uivando de prazer. Porém, ele deve ter acordado a mamãe e a vizinhança inteira. Minha porta estava destrancada; nem imaginei qual seria a reação da dona Helena se entrasse e visse aquela aberração trepada e fodendo sua filha. Acredito que morreria de ataque do coração.
Gozei tudo que tinha direito e um pouco mais, estava completamente inundada e com o sexo dilatado. Ele foi reduzindo as estocadas até parar. Ficou quietinho respirando ofegante e com seu membro ainda ocupando todo o interior das minhas entranhas.
Seu nó peniano, similar aos cães, estava bem na entrada da minha boceta, permitindo a remoção sem me machucar.
Ele retirou em seguida. Não contive o jorro de uma quantidade enorme de líquido vindo de uma só vez. Precisaria fazer uma boa faxina e esconder o lençol antes do amanhecer.
Aquele ser que um dia foi o Josias, olhou-me como se estivesse agradecendo nossa transa e também dando adeus. Caminhou em direção da janela aberta.
— Você volta um dia, né, Jô?
Sua expressão e gestos foram de uma fera confusa e que não sabia o que responder. Desapareceu rápido pulando pela janela do sobrado.
Fui até o banheiro tomar uma ducha. Quando a água bateu, senti arder os dois lados da cintura. Estava arranhada pelas garras do Josias. Sei que ele não teve a intenção.
Na manhã seguinte, pesquisei sobre lobos e acasalamento. Descobri isso:
"O lobo faz sexo para garantir a perpetuação da espécie que apresenta apenas uma época de acasalamento que ocorre uma vez a cada ano."
Então, ele voltará no ano que vem, pensei animada.
Fim
Agradeço a atenção de todos vocês!
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