Na véspera do feriado da Proclamação da República.
Durante o almoço pensava num jeito de driblar a mamãe para poder dormir fora, visto que não iria de carro para Ribeirão Preto, conforme a mentira contada por mim. Na verdade, pegaria um voo para Salvador às cinco da manhã em Cumbica. Porém, a mamãe insistiu em deixar-me na casa da minha suposta amiga na manhã do feriado.
Bolei um plano para sair enquanto ela estava distante. Liguei para minha mãe no fim da tarde, ainda em seu horário de trabalho, disse que os familiares da amiga anteciparam a viagem e passariam para me pegar em quinze minutos. A dona Helena não gostou nadinha da mudança de planos, ouvi um monte de recomendações antes de desligar.
Livrei-me dela, mas não poderia dormir na casa de alguma das minhas amigas, ou minha mãe acabaria sabendo. Restou-me aceitar o convite do Dr. Osvaldo, havia comentado com ele o meu plano. Era para ele deixar sua amiga ciente, caso a mamãe ligasse para ela.
O homem daria mais um perdido na sua namorada Adriana naquela noite e também me levaria de madrugada para o aeroporto.
Fui da minha casa para o shopping e esperei por mais de uma hora que o doutor encerrasse seu trabalho e viesse me pegar. De lá fomos direto para sua residência.
Evidente que não foi possível pernoitar na casa do homem sem pagar um pedágio. A cobrança começou assim que ele saiu do banho.
Homens maduros adoram que comecemos com uma chupada no seu pau, tanto quanto gostam de chupar uma periquita novinha e cheirosa. Foi assim que iniciamos as preliminares.
Na sequência fomos de papai e mamãe. Percebi que ele curte, e eu amo a posição. Sentir o peso do corpo de um homem sobre o meu, reduzindo minhas chances de fuga, é tão bom quanto sentir o beijo na boca na hora do ato, amplia meu prazer. Mas cruzar minhas pernas sobre ele o prendendo e mexendo junto na hora que a magia aconteceu, foi impagável. Foder gostoso é bom demais.
Depois da nossa pegação, permaneci nua e esparramada na cama do doutor. Não foi a melhor transa da minha vidinha curta, ainda assim gozei muito curtindo cada momento daquela pegada que faltou apenas uma pitada de adrenalina para apimentar o instante.
O doutor tomou outra ducha rápida e se aprontou para sair.
— Você trabalha noite e dia?
— Às vezes sim. Vou numa reunião sobre bens herdados de uma família. Meus clientes só tinham este horário.
— Tá bom, eu te libero, mas volte antes das quatro da manhã, tenho um voo a fazer! — falei fingindo ser a patroa. Gargalhamos juntos.
— Tô com fome, tem comida aí?
— Pede uma pizza — disse ele ao colocar $50 sobre a cama.
Ele saiu após deixar o ímã de geladeira com o fone da pizzaria sobre os cinquenta reais.
Fiz o pedido e fiquei assistindo à novela.
A campainha tocou vários minutos depois… A pizza, pensei. Ainda estava nua na cama, minha roupa no banheiro. Peguei a camisa social que ele estava usando quando chegamos, vesti e fui atender o entregador.
Puta que pariu! Não era o entregador, era o Moacir, irmão da Adriana (namorada do doutor).
Depois do constrangimento do encontro inesperado, sentamos no sofá para conversarmos sobre o assunto. Ele não confirmou, mas ficou evidente que ele veio sondar se o cunhado estava com outra mulher, a mando da irmã, pois o Osvaldo deu alguns bolos nela nos últimos dias.
Fui chantageada veladamente e fiz promessas que não gostaria, contudo, seria provavelmente obrigada a cumprir.
Que porra! Essa viagem está me saindo muito cara, pensei.
Após aceitar ter um encontro com o cara na primeira oportunidade que tivesse, em troca do seu silêncio, encaminhou-se rumo à porta.
— A gente marca o "cinema" quando eu voltar de viagem — falei e ouvi novamente o som da campainha — espero que seja a minha pizza — falei com medo de uma nova surpresa desagradável.
Dessa vez era o motoboy. Fui até o portão.
Apesar dos olhares incriminatórios do entregador para mim e para o Moacir, que tinha no mínimo o dobro da minha idade, só precisei dar três reais de caixinha para ele, em razão do rapaz não saber de nada que pudesse usar para me chantagear, assim como sabiam os demais que tive contato próximo naqueles últimos dias.
Perguntei para o Moacir, que permaneceu ao meu lado até o motoqueiro ir embora:
— Você viu a cara de tarado daquele cara?
— Eu entendo ele, quando você passou pela porta, a luz por trás desenhou com perfeição a silhueta do seu corpo. Deu para perceber que está nua por baixo dessa camisa branca. Também amei essa visão tão sensual quando cheguei. Você é um tesão e tanto, Nicole, olhe o que faz comigo.
Ele baixou o olhar para sua região genital. O volume sob suas calças denunciaram um membro rígido e apetitoso.
Fiz uma carinha de quem gostou, mas dei tchau e disse para ele ir que já era tarde. Entrei caminhando devagar carregando a pizza e sendo observada por ele. Joguei um beijo antes de fechar e trancar a porta.
Peguei mais uma taça de vinho para aliviar a tensão.
Até logo!
Meu agradecimento a todos vocês.