O avião pousou em Salvador quase às oito da manhã. Meu pai havia descrito um cara que viria me pegar. Reconheci o homem na área de desembarque portando uma placa com meu nome.
Papai foi morar na Bahia logo depois da separação com minha mãe. Tivemos pouco contato durante os meses que seguiram, todos via telefone. Supus que estivesse bem financeiramente, a ponto de não me importar quando pediu que comprasse minha passagem com as míseras economias que eu possuía. Depois iria reembolsar-me, disse.
A realidade constatada em minha chegada foi a de um homem empobrecido e habitando temporariamente, segundo ele, um quartinho em uma pousada bem simplória próximo à Costa do Sauípe. Seu Flávio tentou explicar a respeito do seu trabalho informal como gerente em uma empresa alternativa de traslado de turistas. Clandestina, supus. Ele tiraria algumas horas de folga para ficar comigo.
Deixei de lado as decepções e foquei na paixão que sentia por ele. Aquela seria a nossa lua de mel há muito desejada.
Ao darmos o primeiro beijo no interior do seu quartinho, todo o fogo armazenado durante os meses que fiquei distante dos seus toques em meu corpo explodiu como uma erupção vulcânica. Despimo-nos aos beijos e amassos calientes. Depois devorei o seu pau como se fosse a fruta mais saborosa.
Quando chegou sua vez de trabalhar sua língua frenética em meu sexo, senti-me flutuar tendo um raro instante em um orgasmo louco a ponto de inundar sua boca com meu líquido de gozo. Ahh! Ele continuava tão ativo como nunca, veio por cima cobrindo meu corpo e penetrou-me murmurando frases tipo:
— Tô morrendo de saudades dessa minha putinha.
Papai nunca foi romântico, mas bomba gostoso demais. Voltei a gemer bem vadia como sempre fiz só com ele. Porém, dei mole, só percebi a falta da borrachinha quando seu sêmen invadiu-me como se fosse o estouro de uma represa.
Minha apreensão não durou dois segundos, dei um: foda-se! A magia do clímax chegou no mesmo instante da inundação e recompensou com sobras as preocupações que teria doravante. Fui contemplada com minutos de êxtase e espasmos de puro prazer.
Foi a primeira vez que transamos sem pressa, sem o perigo de flagrante e sem pudores. Adorei ser pega em todas as posições preferidas do papai, até as doloridas: um anal na posição franguinho assado, por exemplo.
Ficamos molhados de suor e ambos satisfeitos com certeza. Estava exausta com tanta atividade nas últimas horas. Adormeci com a cabeça aninhada em seu peito e recebendo seu carinho em meu corpo.
Saímos da cama no meio da tarde, disse que fomos convidados a almoçar em um restaurante da Vila na Costa do Sauípe. O anfitrião seria um de seus amigos de mesa de poker. Só então revelou o verdadeiro motivo de induzir-me a visitá-lo. Ele devia favores e dívidas de jogo que não tinha como saldar. Foi ameaçado de morte, mas daria algo em troca ao seu credor… O corpo jovem da sua filha.
Suponho que para a maioria de vocês, primeiro eu deveria demonstrar toda a minha decepção, indignação, sentir-me ultrajada, ludibriada, traída, etc. E depois deveria recusar o pedido absurdo do desesperado e mandar ele se foder, né?
Pois é… Não foi assim tão fácil pra mim, o sentimento que tenho por ele e nossa cumplicidade de anos de incesto, fez que cedesse rápido e aceitasse livrá-lo dessa. Era bizarro o bagulho, mas se estava ao meu alcance, por que não?
O jogo de poker foi o assunto principal entre eles durante o almoço. Soube haver um cassino clandestino em um hotel próximo dali, foi onde papai perdeu além do que possuía.
Depois do almoço, durante a breve despedida, meu pai me abraçou e falou ao meu ouvido.
— Desculpe, filha, mas ele não me deixaria sair vivo da Bahia se não lhe desse o que exigiu. Sei que sou um covarde, perdoe, por favor!
— Só faço isso por você, espero não me arrepender mais tarde — falei com a voz embargada.
Um de dois homens (seguranças ou capangas, não sei ao certo) saiu com meu pai. Fiquei à mercê daquele coroa rude, seria seu brinquedo por dois dias.
O homem de aparência latina, jeitão cafajeste, bigode, cavanhaque e de sotaque espanhol, disse ter tara por novinhas Inocentes. Ele não sabia nada a meu respeito, então seguiria representando o papel de garota ingênua, mesmo estando longe de ser. Calculei que assim sofreria menos. Estava com medo do cinquentão com cara de chefe da máfia.
Soube posteriormente que era casado com uma deputada estadual, irmã de um político influente daquele estado. Que mundo podre, pensei enojada enquanto o acompanhava até seu hotel. Aos olhos dos demais poderia parecer uma neta passeando de mãos dadas com seu avô. Na verdade, era uma cabritinha indo para o abatedouro.
Continua…
Até logo!
Meu agradecimento a todos vocês.