A gente nunca sabe exatamente onde vai dar um caminho de aventura inusitada onde sedução, sexo, bebidas, alucinógenos e muita loucura, temperam nosso destino, especialmente quando somos jovens e sem muito medo de nada. Mas situações de terror podem nos pegar de surpresa. Foi assim mesmo que aconteceu comigo. Quando conheci a Malvina.
Naquela manhã, quando acordei de novo, fui ao banheiro tomar uma ducha. Depois, dei uma arrumada no quarto e quando o sol apareceu e ouvi barulhos na casa, fui lá na cozinha, como sempre fazia, para tomar uma xícara de café com a dona Lucinda. O seu Gervásio já havia saído. Aproveitei e puxei conversa com a senhora que era muito atenciosa e simpática:
— Ontem eu vi a sua filha Malvina, chegando. Muito bonita.
Dona Lucinda se virou rápido e me olhou admirada:
— Como? Onde?
Estranhei a pergunta:
— Quando cheguei da praia de tarde e a vi entrando aqui.
A mulher apertava um pano de prato entre as mãos e parecia assustada.
— Que é isso? Impossível!
Esse foi o começo do diálogo que tive com ela naquele dia. Eu me recordo daquela cena como se fosse um filme passando em minha mente. Foi mesmo um caso assustador. Mas vou contar do princípio:
Quando eu fiz dezoito anos, isso lá pelos idos dos anos sessenta, pelo fato de ter conseguido terminar o segundo grau a duras penas, algo que meu pai solenemente duvidava que eu conseguisse, pois eu era um estudante somente regular, me ligava mais em esportes, aventuras radicais, jogava futebol, tinha a chance de ter um contrato profissional, pois passara na “peneira” de seleção em um dos melhores clubes paulistas da época, então ele resolveu me presentear com um carro. E me deu um fusca 1.300 zerinho, novinho, cor de areia, o que era para nós jovens, na altura, o maior sinal de independência que poderia haver. Mas ele em troca me pediu que não assinasse o contrato de jogador profissional com o clube, dizendo:
— Filho, você é vagabundo por natureza, não se liga muito em estudo, se jogar futebol profissionalmente, vai ganhar dinheiro, e nunca mais voltará a estudar.
Eu ouvia, levando a sério. Meu pai sempre era muito sincero. Ele disse:
— Aproveite que tem um pai que pode pagar seus estudos, e vá fazer um cursinho para o vestibular. Termine uma faculdade, enquanto eu posso ajudar.
E eu acabei concordando com ele. Joguei muito futebol por vários anos, mas como amador, sem ser profissional.
O fusca mudou a minha vida. Tive naquele ano as férias mais incríveis da minha juventude até então. Enchi uma mochila com o que era necessário, instalei um bagageiro por cima da capota do fusca, para levar as pranchas de surf, vendi aos amigos confiáveis um bom tanto das coisas alucinógenas que durante todo um ano eu já tinha cultivado, outras comprado e guardado, estocando para o carnaval, com objetivo de ter um dinheiro disponível nas férias, e rumei para o Guarujá. Fui me hospedar no apartamento de um primo, onde nos últimos dois verões tínhamos feito férias deliciosas. Meu sonho de ser guerrilheiro fora destruído depois que a ditadura militar no poder tinha destroçando os grupos armados que enfrentavam o regime. Haviam assassinado muitos dos líderes, prendido e torturado milhares de militantes. Eu estava em busca do que seria o meu futuro, e na época não via muito futuro além de aproveitar a vida imediata que estava ao meu alcance. A minha vocação futura de artista não tinha ainda se revelado. Como cantou Caetano, “viver não é preciso”...
Então, surfar e curtir a juventude era o foco imediato e eu tinha onde ficar no Guarujá, na casa desse primo. E aquelas férias me deram grandes surpresas. Eu conheci uma garota surfista carioca que me levou ao Rio de Janeiro, onde fiquei uns dias acampado até depois do carnaval, com alguns amigos dela, liberais e libertinos e aprendi muito com aquela turma. Foi um período delicioso na companhia daqueles casais de amigos safados. (Mais detalhes no conto 69 SEM PRECONCEITOS, do desafio-3, anos 60).
Mas o carnaval, que começou em 14 de fevereiro, logo acabou no dia 19, cada um dos amigos foi cuidar de sua vida e a tal namorada, Marli, também teve que viajar pois ia fazer o curso de medicina em Petrópolis. Foi o fim do nosso namoro. E eu me vi novamente livre e solto, com algum dinheiro no bolso e sem saber para onde ir. O Rio de Janeiro daquela época era apaixonante e eu não queria ir embora. Aproveitei que estava na zona periférica do litoral, onde habitavam pescadores e gente mais humilde e tratei de me informar onde poderia alugar um quarto.
Arrumei um lugar com uma família que alugava um quartinho com banheiro, nos fundos da casa, era barato, cabia no meu orçamento, e contratei alojamento por um mês. De vinte de fevereiro ao dia 20 de março. Achava que seria o tempo suficiente para eu arranjar algo mais definitivo. Eu pretendia me instalar no Rio de Janeiro.
Naquela família havia o pai, seu Gervásio, mestre de obras da construção civil, a esposa, dona Lucinda, que era zeladora de um colégio da região, o filho, Salatiel, que estava na escola da polícia militar, e, portanto, só aparecia em casa nas folgas do quartel, e conforme me disseram, a Malvina, a filha de vinte anos, que também saíra de casa brigada com o pai e não aparecia nem para visitar a mãe. Era um lugar tranquilo, num bairro bem humilde, onde os terrenos ainda tinham quintal, horta, galinheiro, árvores de frutos e ruas não pavimentadas. E era pertinho da praia. Eu achei com facilidade ali um cantinho onde estacionar o fusquinha e me adaptei. E eu também passava quase todos os dias fora, ou surfando nas praias, ou andando pelo centro e zona sul da cidade para conhecer e localizar outras oportunidades de vida. Comia na rua, os PFs (pratos feitos) com arroz, bife, feijão preto e ovo frito, os mais deliciosos que já comi na vida. E ainda tinha direito a um suco de groselha. Não era difícil naqueles tempos encontrar garotas interessantes que acabavam se animando para dormir uma noite comigo, eu, um jovem desimpedido, divertido e sempre disposto. Ter carro era um diferencial. Eu estava feliz e cheio de esperança numa vida nova. Conhecia gente nova todos os dias.
Foi logo depois de uma semana, na sexta-feira 28 de fevereiro, que conheci a Malvina. Eu cheguei da praia onde estivera surfando toda a manhã. Antes de regressar, almocei num boteco de beira de praia. Depois, no trajeto de volta enrolei e apertei um fino e dei umas boas pegadas, sabendo que me daria uma bela moleza no final da tarde. Pensava em tirar uma soneca antes de sair para a sempre agitada noite na zona sul da cidade.
Cheguei na casa onde alugava o quartinho quase no final do dia, e quando me aproximei do terreno, vi a moça entrando, passando o portão do quintal em direção à casa. Fiquei admirado. Era talvez a mulher mais atraente e gostosa que eu havia visto no Rio de Janeiro desde a minha chegada. E o Rio sempre foi famoso por suas lindas mulheres. De longe me pareceu ter feições muito belas de mestiça. Um corpo simplesmente espetacular, pernas muito bonitas, fortes, bunda generosa, cintura fina, corpo esbelto, seios médios, pés e mãos pequenos e delicados. Tinha cabelos pretos longos até quase a cintura, pele cor de cacau, e se movimentava com um gingado muito sensual. Aquilo era algo hipnotizante.
Ela usava um shortinho curto, preto, de Jeans, calçava sandálias delicadas de couro preto com salto médio, e vestia uma camiseta também preta com uma estampa de caveira. Talvez ela fosse uma fã de rock como eu, pensei.
Quem viveu naquela época sabe. Foi com o surgimento das bandas famosas de rock dos anos 60 que se deu a necessidade de criar uma identidade visual para aquele novo gênero musical que despontava. Grandes publicitários, fotógrafos, designers, ilustradores e toda a galera responsável por essa área de iconografia começou a pesquisar qual a imagem poderia traduzir aquele novo som. A irreverência, a rebeldia, a contestação, a vontade de transmitir um sentimento mais igualitário e menos elitista entre os roqueiros. As capas dos discos eram verdadeiras viagens para nossa imaginação. Inesquecíveis. Foi então que o primeiro álbum da banda Grateful Dead, em 1965, teve uma caveira estampada na capa (que até hoje é o seu símbolo), com um sorriso desafiador e de deboche, muito comum às caveiras. Assim foi encontrado o melhor símbolo para o rock. Representando o espírito contestatário, o exagero, o negar dos dogmas, o prazer pelo risco e pelo perigo e a rebeldia da juventude, se encaixando perfeitamente com o inconformismo expresso na música.
Na mesma hora em que avistei aquela moça eu senti uma forte atração por ela, sem mesmo a ver de perto. Um desejo intenso, uma certa excitação eletrizante me dominou o corpo. Essas coisas mágicas que a gente nunca sabe explicar. Aproximei o carro enquanto ela caminhava pelo quintal em direção à casa e ao me ver passando próximo, deu uma olhada rápida. Era linda. Eu senti a atração ainda mais forte. Nunca tivera tanto impacto ao ver uma mulher. O coração acelerado, meio robotizado pelas emoções, estacionei o carro e desci, no momento em que ela parava no primeiro degrau para subir na pequena varanda da frente da casa. Nossos olhares se cruzaram novamente, e a conexão foi intensa. Por uns trinta segundos ficamos apenas nos olhando, sem falar nada. Mas não era preciso. Opostos que se atraíam. Eu branco de pele bronzeada pelo sol das praias, cabelo loiro comprido, olhos azuis, brilhando de emoção, e ela majestosa na sua maravilhosa forma feminina mestiça, morena de extrema beleza e sensualidade latente. Só consegui dizer “Oi”.
Ela não respondeu de pronto. Ainda esperou uns cinco segundos que pareciam eternos, antes de dizer em voz suave e de timbre mais grave:
— Sou a Malvina, e tu quem é?
A voz custou a sair:
— Sou o Leno, aluguei o quartinho dos fundos.
Ela sorriu simpática revelando dentes muito brancos e simétricos:
— Está no meu quarto. O que já foi meu...
Eu não sabia o que dizer e fiquei olhando a moça se virar e entrar na casa sem dizer mais nada. Demorei mais um pouco ainda sem vontade de me afastar, querendo que ela voltasse a aparecer. Depois de um minuto me afastei e fui para o quartinho.
Peguei minha toalha de banho, um calção limpo, e fui tomar um banho no banheiro que ficava ali fora bem ao lado do quartinho. De lá, olhei para os fundos da casa e avistei a dona Lucinda com uma vela acesa na mão colocando sobre a pequena prateleira, como se fosse um altar que havia no canto da cozinha. Eu já havia visto a senhora rezando naquele mesmo horário, em outros dias. Parecia ser um ritual, quando ela voltava do trabalho, acendia uma vela e rezava. Entrei no banheiro e tomei um banho demorado, deliciado com o frescor da água que me lavava a pele. No calor daquele verão, o banho era sempre um momento de prazer. Eu ainda sentia no corpo os efeitos relaxantes do cigarro que eu fumara. Depois me enxuguei rápido vesti um calção folgado e voltei ao quartinho. Tive uma surpresa. Malvina estava sentada sobre a cama e parecia me esperar. Fiquei sem jeito, pedi desculpas, mas ela sorriu:
— Não peça desculpa, o quarto é teu agora, eu vim aqui porque eu quis te ver.
Eu estava muito contente com o interesse dela. O sotaque daquela voz macia de erres arrastados e os esses sibilados era muito sensual. Sempre gostei de ouvir o carioca falando. Mas não sabia o que fazer nem dizer, então exclamei a única coisa que me ocorria:
— Você é muito bonita. É a morena mais linda que eu vi aqui. Fiquei encantado...
Malvina sorriu aquele sorriso lindo, com um ligeiro traço de malícia e corrigiu:
— Enfeitiçado. Ficou enfeitiçado.
— Isso, enfeitiçado. Nunca vi tamanho encanto.
— É o meu poder. Atraio os homens que eu quero.
Fiquei admirado como ela era direta e sem dissimular suas intenções:
— Você me quer?
— É tu que me quer. Não é? Eu fiz com que tu me quisesse. Tenho esse dom.
Eu me sentia muito contente, percebia nela um interesse sensual que me deixava bem excitado, e meu corpo já reagia àquele desejo. A testosterona já fervente nas veias. Mas ainda estava tímido:
— Você é sempre direta assim? Assume o que quer?
— Aprendi bem cedo que na vida eu tenho que usar logo tudo o que eu posso para vencer. Trabalhar com prostituição, vendendo o corpo e o sexo nos torna mais verdadeiras, assumidas e realistas. Tem que pegar na hora. A vida acaba muito depressa.
Eu mal acreditava. Aquela mulher belíssima, deliciosamente sexy, era uma prostituta. Não resisti a perguntar:
— É sério? Você é prostituta?
Ela fez que sim acenando a cabeça, e segundos depois respondeu:
— Por isso me expulsaram de casa. Meu pai, meu irmão, os vizinhos, todos me condenaram. Sentiam nojo de mim.
Nojo? Por quê?
— Porque eu vendo o meu corpo para quem pagar e faço sexo por dinheiro com quem me compra.
— Mas você gosta de fazer isso?
— Sim, eu gosto. Sempre gostei de sexo. E ainda ganho dinheiro.
Eu estava curioso:
— Sempre?
— Sim. Fui estuprada aqui mesmo, e depois abusada mais vezes quando ainda era bem novinha. E por um tio, o Leivar, irmão do meu pai.
Fiquei assustado com aquela declaração. Foi inevitável perguntar:
— Você não denunciou, não contou aos pais?
— Eu tive medo, ele me ameaçou. Era um marginal violento. Mas eu já superei. Depois de um tempo acabei gostando muito de sexo, sentia falta e descobri que era fácil conseguir. Sempre foi fácil conseguir.
Eu ficava cada vez mais admirado, sem saber o que dizer. Arrisquei:
— A prostituição foi por escolha?
Ela sorriu com expressão impaciente:
— É, uma escolha inevitável. Sem outra opção. Eu precisava de dinheiro, queria sair daqui, estudar, morar bem, ter conforto. E sempre gostei de sexo. Não foi difícil.
— Mas você disse que foi expulsa.
— Sim, deduraram para o meu pai que eu estava trabalhando numa casa de uma cafetina lá no mangue, e ele revoltado me expulsou daqui. Disse que não tem lugar para puta na família. Até meu irmão deixou de falar comigo. Disse que sente vergonha. Só minha mãe me protegia. Se não fosse por ela me proteger teriam me batido muito. Fui embora e não voltei mais.
— Mas você está aqui...
— Vim hoje rever a minha mãe.... Sinto que ela está só. Ela reza muito, pedindo luz e proteção para mim.
Com aquela conversa a minha excitação inicial havia se esvaído, mas a sensação de atração pela linda morena permanecia e eu a olhava admirado. Malvina notou que eu estava ali sem saber o que fazer e disse:
— Vem, senta ao meu lado, quero te conhecer melhor. Senti que tu também gostou de mim.
Meu coração voltou a se acelerar, a emoção era grande. Ela me atraía de um jeito incontrolável. Me sentei ao seu lado na cama e senti seu perfume amadeirado, cítrico, que junto com seu próprio cheiro natural de mulher se tornava muito sensual. Meu corpo reagia intensamente e uma excitação enorme voltava. Ela falou:
— Me dá tua mão. Não tenha medo. Sinto que está com tesão.
Eu estava sim. A pose que ela fizera ao sentar sobre a cama, com as perninhas cruzadas, descalça, deixava seus pezinhos lindos em evidência. Vi os dedinhos perfeitos, roliços, de unhas muito bem-feitas e pintadas de esmalte clarinho, com pontas quadradas de francesinhas brancas. Aquilo era algo que me atraía muito, sempre tive grande fetiche por pés femininos bonitos e sensuais. Nunca fui um podólatra, mas os pés femininos tinham e ainda exercem certo efeito excitante sobre minha libido. E ela movia seus dedinhos dos pés como se me enfeitiçasse. Meu pau já estava duro dentro do calção e minha pele estava aquecida. Senti o calor das mãos dela segurando na minha, com ternura e suavidade e aquilo me deixava ainda mais sensual. Olhei em sua boca e notei que a língua dela umedecia seus lábios e pedia um beijo. Me aproximei e perguntei:
— Posso ganhar um beijo?
Ele sorriu, parecia feliz, perguntou:
— Tu quer?
Fiz que sim, e ela respondeu:
— Pedindo assim com esses olhos lindos e essa boca gostosa não posso negar.
Em seguida a beijei de forma delicada. Depois repetimos mais intensamente e o terceiro beijo nos envolveu num abraço arrebatador. Nossa respiração estava ofegante e logo nos deitamos lado a lado sobre a cama. Ela exclamou:
— Que russo gostoso! Tu me deixa muito excitada.
Quando eu entrara no quarto eu havia fechado a porta atrás de mim, ao dar com a presença da Malvina ali. Foi um reflexo automático.
Então, naquele abraço com ela, nós dois juntos sobre a cama, eu podia me envolver sem medo de sermos surpreendidos. Aos poucos os nossos beijos ficavam mais intensos e nossas mãos exploravam os nossos corpos, avidamente. Em menos de um minuto estávamos sem roupa e eu pude admirar a totalidade das formas e da beleza daquela moça que se mostrava arrojada, decidida e muito sexy. Malvina elogiou o fato de eu ter o corpo depilado:
— Gostei de ver que tu não tem pelos, principalmente no pinto e no saco. Se tivesse eu ia querer retirar.
Eu na brincadeira, achando que ela zoava perguntei:
— Retirar? No dente? Com pinça?
Ele pegou uma bolsinha de tecido que tinha ali na cama ao seu lado e retirou de lá uma navalha de barbear. Malvina explicou:
— Gosto de depilar, raspar todos os pelos do corpo dos machos com quem eu trepo.
Eu sempre raspava meus pelos, era uma coisa que eu fazia com regularidade, e que a ex-namorada havia ajudado a refazer ainda na semana anterior.
Malvina deixou a navalha de lado e me acariciou suavemente. As nossas mãos exploravam os corpos e eu toquei de leve sobre os seios médios e rijos daquela morena tentadora. Senti que pulsavam com o ritmo do coração. Depois desci a mão pelo corpo, no ventre, e cheguei sobre o Monte de Vênus. Meus dedos tocavam de leve a pele macia da xoxotinha toda depilada, lisinha, e foi descendo, deslizando do grelinho para o começo da rachinha. Senti a umidade da xoxota e Malvina suspirou forte:
— Gostoso, tu tem um toque calmo, sutil...
A mão suave e macia dela segurou no meu pau e apertou, medindo peso e tamanho. Eu tinha o cacete empinado e bem duro. Nunca fui um bem-dotado, mas também nunca decepcionei nem em tamanho e nem em grossura, e tinha orgulho do meu varão sempre em riste, firme e potente, capaz de levar uma mulher ao êxtase por várias vezes seguidas. Eu tivera um belo aprendizado sexual na juventude, e também fazia muito pouco tempo que exercitara todo o cardápio de experiências heterossexuais grupais com a namorada surfista e outros três casais de amigos durante o carnaval recente.
Tranquilo, deixei que a Malvina se acostumasse com a pegada na minha rola, e pouco a pouco ela foi me masturbando lentamente. Ela me olhava com desejo. Minhas mãos também a excitavam e não trocávamos palavra nenhuma, só o tesão nos movia. Ouvíamos nossa respiração cada vez mais intensa.
Eu ainda estava sob um certo efeito sensorial do “tapa na pantera” que dera um pouco antes e por isso, mais relaxado, acabava tendo mais controle da excitação que embora exacerbada, não me levava ao êxtase rapidamente. Assim, pudemos nos dedicar calmamente a uma prática de sexo intenso, e completo. Logo a morena se debruçou sobre a minha virilha e passou a lamber e chupar o pau que ela segurava firme. Aproveitava e dava lambidas no saco e colocando um dos bagos dentro da boca sugava de leve antes de soltar e repetir aquilo com o outro bago. Eu gemia satisfeito, com a respiração ofegante, e para não ficar em desvantagem, puxei-a para cima de mim, e fiz com que se acomodasse de joelhos sobre a cama, a cavalo sobre o meu rosto, oferecendo a xoxota para um 69 que eu prontamente iniciei. Malvina gemia e suspirava com as minhas lambidas e chupadas. Ela exclamava:
— Isso! Mete a boca! Chupa minha Xana, safado, estou cheia de tesão.
Eu sentia a xoxota exalando um odor delicioso de sexo feminino, a lubrificação do desejo escorrendo. Lambia e me deleitava com aquele sumo intensamente afrodisíaco. Ouvi a morena gemer exclamando:
— Ah, safado, tu chupa muito bem! Que língua sacana! Faz tempo que eu não tenho um assim.
Ela era profissional do sexo, e sabia como me provocar, chupando minha rola, mamando forte, enfiando tudo na boca até a glande bater em sua garganta, enquanto com os dedos suaves ela acariciava meu saco ou apertava em baixo na zona de ninguém entre o saco e o ânus. Era uma coisa de deixar um macho maluco. Aquilo durou uns cinco minutos e me levava a ter o pau cada vez mais duro e latejante. No nosso 69 eu senti finalmente que a morena estremecia e gozava com minhas chupadas. Ouvi ela exclamar:
— Boca tesuda! Estou gozandooooo!
Aquilo fez com que ela parasse de me chupar um pouco e graças à pausa eu consegui não gozar. Fiquei lambendo de leve a xoxota, sentindo o mel do prazer dela escorrendo bem farto e de sabor adocicado. Malvina estremecia em êxtase. Meu pau latejava e ela pediu:
— Mete agora russo, me fode bem gostoso.
Ela mesma se virou sobre o meu corpo e se ajeitou ficando montada a cavalo no meu ventre, deixando as coxas abertas e os joelhos no colchão de cada lado da minha cintura. Empinou um pouco a bunda e foi rebolando, esfregando a xoxotinha molhada em cima da minha rola empinada, melando mais ainda e procurando fazer com que ela se encaixasse naturalmente na rachinha. A sensação era incrível.
Malvina era experiente, e sabia como se mexer, enquanto rebolava, ela me beijava deliciosamente, e com a mão acariciava meu peito, apertando de leve os meus mamilos. Era uma transa excitante ouvindo seus gemidos de gata tarada. Aos poucos ela foi se encaixando e fazendo meu pau penetrar sozinho em sua xoxota, deslizando justo e sendo apertado pelas contrações de pompoarismo que ela fazia. Realmente Malvina era uma especialista na arte de foder, e combinava movimentos circulares dos quadris, com outros para frente e para trás, fazendo com que o meu pau se enterrasse nela bem fundo.
Depois, forçava para que o cacete fosse literalmente espremido entre as paredes macias da sua vagina com os movimentos musculares de sua pélvis. A cada rebolada ela gemia. Ouvir aquela morena gemer era embriagante. Eu estava deliciado com aquilo, e me deixava levar, recebendo beijos na boca, lambidas nas orelhas, fungadas e gemidos daquela gata no cio, linda, que me olhava com olhos de desejo e paixão.
Os seios dela me acariciavam o peito quando ela se debruçava e se colava em meu corpo para os beijos prolongados, sem que ela parasse de rebolar as ancas. Os gemidos e sussurros dela eram deliciosos e eu estava ali tendo uma das fodas mais fantásticas que pudera experimentar, já tentando me controlar para não deixar que o orgasmo viesse rápido demais. Mas fui resistindo, e comecei a apertar suas nádegas, abrir, separando as duas e procurando com um dos dedos médios da mão, tocar e provocar o ânus da Malvina que suspirou ainda mais forte de prazer. Coloquei a ponta do dedo pressionando as pregas e lentamente o cuzinho foi relaxando, deixando que meu dedo ficasse com um centímetro enterrado, sentido o anel muscular se contrair a cada espasmo do prazer. Em poucos minutos eu sentia novamente ela gozando, estremecendo, contraindo a musculatura da vagina como se estivesse me ordenhando, tentando que eu gozasse junto com ela.
— Ah, loiro gostoso, safado, tesudo. Goza seu puto! Assim eu não quero nem parar mais...
A safada rebolava tentando me fazer gozar e vendo que eu estava conseguindo me conter ela se ergueu um pouco, fez meu pau sair de dentro da xoxota, agarrou nele com a mão passando o braço pela frente entre os nossos corpos, e direcionou a rola para encostar a cabeça no cuzinho. Eu não acreditava. Ela respirava ofegante, me beijava intensamente, sua língua me penetrava na boca, se enroscava na minha, revelando o tanto que ela sentia prazer. O pau melou tudo no rego dela. Senti o cuzinho a piscar, buscando que a caceta se enfiasse sozinho, tentando me fazer entrar ali, enquanto ela pedia:
— Vai, russo, me fode toda, mete essa rola tesuda no meu cuzinho. Deu vontade. Eu estou gozando demais!
Com a pressão da bunda descendo sobre meu cacete o pau venceu a resistência das pregas e se enterrou deslizando para dentro do ânus, e eu senti o interior dela quente e muito apertado. Ouvi a Malvina gemer soltando um ligeiro “ai”, mas suspirando de prazer e dizendo em seguida:
— Isso, tu mete gostoso! Atolou tudo! Que tesão!
Ela mesma passou a se remexer empalada na rola, fazendo com que o próprio cu se encarregasse de engolir tudo e depois devolver o pau duro, até a cabeça quase sair de dentro do anel de pele apertada. Malvina se erguia e abaixava. Cada vez que sentava ela gemia um “ai” gostoso com a enfiada, e ao levantar novamente, só ofegava. Malvina estava tomada por uma volúpia incrível e o desespero de prazer dela me contagiou muito. Ficamos entregues naquela enrabada por quase dois minutos, e ela gemia baixinho:
— Isso, fode meu cuzinho, assim, bem tesudo, estou tarada! Que pau gostoso!
Eu quase não resistia mais ao gozo e quando ouvi que ela gozava novamente com a pica no rabo, contraindo rapidamente o ânus na base da minha rola, eu tive um orgasmo tão intenso, que urrava de prazer, em voz alta, sem controle. Parecia um urso enraivecido:
— Ah, que delícia! Que tesão Malvina! Você é demais!
Foi um êxtase avassalador e durou quase um minuto. Eu ejaculei muito no cuzinho dela e Malvina se mostrava deliciada. Ouvi ela suspirar:
— Que loucura essa gozada no meu cu, russo, estou cheia de gala!
Depois ela se deixou ficar abraçada sobre o meu corpo, largada, enquanto o meu pau lentamente ia amolecendo e escorregava para fora trazendo junto uma cascata de porra que escorreu. Permanecemos deitados, abraçados, ainda por uns cinco minutos, completamente em silêncio. Então ela me disse baixinho no ouvido:
— Tu foi tão bom, tão simpático, e tão gostoso, que eu desisti de te matar na hora da gozada.
Eu achei graça daquela conversa sem pé nem cabeça, nem levei a sério e perguntei:
— Matar por quê?
— Porque eu sinto esse desejo de matar todos os homens com quem eu fodo e gozo quando eles não pagam. Mas tu não teve culpa, eu que quis dar e não cobrar.
Fiquei sem ter o que responder. Não queria ofender oferecendo dinheiro, e no fundo não acreditava muito naquela conversa dela. Não a conhecia de lado nenhum. No meu entender aquilo era apenas uma forma de se justificar por ter dado de graça para um desconhecido, que tinha até carro. Afinal, ela vivia de prostituição. Fiquei calado.
Depois vi que Malvina se levantava e pegando do chão a camiseta preta com a caveira estampada, limpava meu saco e parte da cama entre as minhas coxas, com todo o cuidado secando o sêmen que escorrera. Ela disse, me mostrando a camiseta com a caveira:
— A morte passou por aqui, limpou o teu corpo, bebeu tua porra, mas não quis nada contigo. Tu é um cara de sorte. Gostei de tu, safado.
Brinquei com ela:
— Que papo mais pesado. Não combina com você. Você é uma fada linda, cheia de vida. Não fala na morte.
Malvina deu uma risadinha maldosa, como se pensasse: “Vai nessa”. E se afastou.
Eu fiquei totalmente derreado, naquela “lombra” de pós gozo, tomado por uma moleza enorme e depois de um minuto já meio embriagado de sono, apaguei. Não vi mais nada.
Quando despertei duas horas depois, já estava escuro, a noite havia chegado, e não vi sinal da Malvina. Acendi a luz e reparei que as roupas dela não estavam mais ali, ela havia saído, fechado a porta por fora, e jogou a chave pelo vão de baixo. Eu ainda estava bem ensonado, mole e preguiçoso, apaguei a luz, voltei a me deitar e dormi até amanhecer.
Quando acordei de novo, era o final da madrugada. Fui ao banheiro tomar uma ducha. Depois, dei uma arrumada no quarto e quando o sol apareceu no horizonte e ouvi barulhos na casa, fui lá na cozinha, como sempre fazia, para tomar uma xícara de café com a dona Lucinda. O seu Gervásio já havia saído, pois as conduções que passavam ali ficavam lotadas quanto mais tarde fosse. Aproveitei e puxei conversa com a dona Lucinda que era muito atenciosa e simpática:
— Ontem eu vi a sua filha Malvina, chegando. Muito bonita.
Dona Lucinda se virou rápido, assustada, e me olhou admirada:
— Como? Onde?
Estranhei a pergunta:
— Quando cheguei da praia de tarde vi sua filha entrando aqui.
A mulher apertava um pano de prato entre as mãos e parecia muito assustada.
— Que é isso? Impossível!
Eu estava seguro ao responder:
— Ela chegava quando entrei com o fusca no quintal. Cumprimentei e ela falou comigo. Perguntou quem eu era, disse seu nome e depois falou que eu estava no quarto que foi dela.
Naquele instante, vi que a mulher na minha frente ficava muito branca e assustada. Ela se apoiou numa cadeira e fez o sinal da cruz com a mão direita. A seguir, disse:
— Não é possível. Não me diga uma coisa dessas!
Eu não esperava aquela reação, e não sabia o que dizer. Mas tentei ser mais convincente:
— Ela falou comigo e depois entrou na casa. Eu fui tomar banho e quando saí vi a senhora acendendo uma vela, para rezar. Pensei que ela estivesse aqui com a senhora...
— Meu filho, isso é impossível, Malvina está presa em Bangu faz tempo! Dois anos. A não ser que tenha fugido. Não pode ser...
Depois, de imediato, antes que eu respondesse ela se alarmou e saiu da cozinha para dentro da casa. Fiquei ali admirado, sem saber o que fazer e com dois goles acabei de tomar meu café. Foi a conta de dona Lucinda aparecer de novo na cozinha, com uma latinha quadrada de bolachas, muito antiga e com desenhos na pintura. Estava aberta, e me mostrou:
— Meu deus, será que ela fez outra besteira?
Eu nada entendia e vi a senhora retirar da caixa uma foto do tamanho de um cartão postal, impressa em papel colorido, já meio desbotada. Ela me mostrou:
— É esta que tu viu?
Era a Malvina, bem mais jovem numa foto antiga, linda, com seu sorriso encantador, vestida com um biquíni pequenino, amarelo de bolinhas brancas.
— Sim, é essa, só que aqui está bem mais moça.
— Meu deus! Meu deus! O que será que ela fez dessa vez?
Eu estava ainda completamente confuso olhando a mulher que se indagava, com expressão angustiada à minha frente:
— Será que a Malvina fugiu? O dinheiro que eu guardei aqui na caixa para pagar os advogados que defendem o caso, sumiu.... Será que ela veio e pegou?
Eu começava a entender um pouco da história. Mas a moça que eu conheci não me parecia criminosa, muito menos que tivesse fugido da cadeia. Na minha frente a dona Lucinda parecia transtornada, sentada numa cadeira com a latinha vazia nas mãos.
Foi naquele momento que reparei num pedaço de jornal dobrado no fundo da latinha de bolachas, já meio amarelado. Peguei, desdobrei e vi que tinha uma manchete: “ASSASSINA DO AMANTE ABUSADOR É PRESA E CONDENADA”.
A reportagem, de dois anos antes, narrava a condenação por júri popular, numa pena de doze anos, de uma moça, de nome Malvina, cuja foto de baixa qualidade na imagem do jornal confirmava ser a mesma que eu vira naquela noite.
O repórter contava que ela, que vivia da prostituição na “zona do Mangue”, um local famoso como região das casas de meretrício do Rio de Janeiro, num espaço de seis meses, tinha assassinado três vítimas de forma brutal, abrindo seus corpos com uma navalha, do pescoço até nos genitais.
Na hora que li aquilo, meu corpo se arrepiou todo, senti um calafrio e me recordei da navalha, e das palavras dela: “A morte passou por aqui, limpou o seu corpo, mas não quis nada contigo. Tu é um cara de sorte. Gostei de tu. ”
Lendo mais detalhes da matéria vi que ela era uma puta admirada na zona, até muito procurada e respeitada por muitos clientes. Mas, descobriram os crimes depois que ela matara friamente o homem que a violentou quando pequena, um tal de Leivar, que era seu tio, irmão de seu pai. Nas investigações descobriram que ela já havia assassinado mais dois homens nas mesmas condições, cujos corpos foram encontrados já em estado adiantado de decomposição, numa cisterna, em uma construção abandonada e em ruínas na zona do mangue. Parei de ler e arrepiado, olhei para dona Lucinda que parecia estar perdida e sem saber o que fazer. Perguntei:
— Acha que ela fugiu? Não falou com a senhora?
Ela negou abanando a cabeça e por segundos me olhava sem ver. Ela balbuciou:
— Se esteve aqui, falou só contigo, entrou na casa sem eu estar presente, pegou o dinheiro, alguma roupa e fugiu... E agora...
Nossa conversa foi interrompida pelo ruído de duas viaturas policiais que cruzavam o portão do quintal e estacionavam diante da casa. Alguns policiais desceram e nós saímos para ver do que se tratava.
Notei que outros policiais cercavam a casa pensando que Malvina poderia estar ali escondida. O sargento da polícia militar que comandava a ação, depois de fazer a identificação de quem eu era e o que estava fazendo lá, explicou para dona Lucinda o que havia acontecido:
— A Malvina ontem recebeu uma visita. Só a senhora ia visitá-la, mas ontem pela manhã foi lá pela primeira vez uma prima dela, solicitou a visita e a Malvina aceitou. Conversaram e a visita decorreu normalmente. Mas na troca de turno depois do almoço, não sabemos como foi, a Malvina escapou do presídio, e não notamos nada. Descobrimos somente hoje pela manhã. Desconfiamos que houve ajuda externa, um plano, pois achamos que ela se foi disfarçada no meio da equipe de saúde que fez a vistoria sanitária das celas enquanto os presos estavam no pátio.
Dona Lucina olhava para ele sem entender:
— Malvina não tem prima. Quem era essa pessoa?
O sargento retirou o boné e coçou a cabeça ainda coberta de cabelos cinzentos e cortados baixinho:
— Não sabemos. Fomos verificar o documento que ela usou e era uma carteira de identidade falsa. Mas na hora passou batida.
Dona Lucinda olhou para mim, na esperança de que eu falasse alguma coisa.
Eu sabia que se falasse poderia me dar problema, mas resolvi contar o que ocorreu comigo, tendo visto a Malvina entrar na casa, mas sem contar a cena de sexo.
Eu contei o que vira, ela entrar na casa. O sargento perguntou:
— Podemos revistar?
Dona lucina autorizou, e eu também fui abrir o quartinho, para que um dos policiais entrasse e desse uma olhada. Foi rápido, não havia muito o que examinar. Quando eles verificaram que a Malvina não estava mais ali, o sargento disse:
— Se souberem de algo ou se ela aparecer, precisamos ser avisados, senão dá crime de cumplicidade com criminoso.
Ele olhava para a mãe, pois sabia que era para ela que deveria estar alertando. Eu não resisti e perguntei:
— Verificaram com a equipe de saúde? Eles deram cobertura para a fuga?
O sargento me olhou meio irritado, como se eu duvidasse da competência da polícia, e abanando negativamente a cabeça respondeu:
— Sim, não perceberam que em um dos dois furgões que eles foram havia uma pessoa oculta na traseira. Encontraram as roupas da Malvina jogadas no baú do furgão, ela trocou de roupa. Sabemos que ela foi ajudada, mas não identificamos ainda quem pode ser. Estamos investigando todos os integrantes daquela equipe. Mas podem ter plantado a roupa sem eles saberem.
Ficamos observando os policiais entrarem nas viaturas e saírem. Dona Malvina estava angustiada, se lamentava:
— O que será que deu nela? Estava tendo boa conduta, poderia sair antes do que a pena previu, nunca teve mais problemas.... Essa minha filha é maluca.
Eu não tinha o que dizer, mas tentei consolar a senhora:
— Pensa que ela está bem, e reza para ela não ser encontrada. Assim quem sabe ela tem a chance de viver feliz longe daqui.
Dona Lucinda fez o sinal da cruz e respondeu:
— Não pode ser assim meu filho, não está certo, ela pecou contra a vida, e tem que pagar. Não quero que ela sofra mais. Faltava pouco. Agora não tenho o dinheiro para os advogados e o pai dela não quer nem saber. Por ele, ela tem que sofrer pelo que fez, matou o irmão dele. Só peço a Jesus que a proteja.
Ela entrou na casa, deprimida, e eu voltei ao meu quartinho, relembrando a noite passada com a Malvina. Esgotado de pensar no caso, acabei adormecendo novamente e quando acordei era de tarde. Eu estava com fome e pegando o fusca, saí para comer. Pensava em praticar um surfe ali perto na praia da Macumba no final da tarde e de noite sair para a zona sul. Eu tinha o costume automático de entrar no carro e logo que dava partida já ligava o som. Naquele dia, inspirado pela imagem da caveira na camiseta da Malvina, resolvi ouvir uma fita com músicas de um álbum da banda Grateful Dead, uma das precursoras de Rock progressivo nos anos 60. Procurei a cassete na caixa de fitas e quando fui apertar o botão do toca-fitas para trocar a cassete no aparelho de som, um player Sony auto reverse, modelo dos mais modernos da tecnologia de som automotivo da época, ao ser ejetada a fita cuspiu junto para fora do aparelho um cartão de visitas. Peguei o pedaço de papel rígido e vi que na frente havia o logotipo e endereço de uma loja de roupas, com endereço em Realengo, que é um bairro próximo de Bangu. Virando o cartão, tinha uma mensagem escrita com letra de forma:
“Tu pode me encontrar na praia, de noite, bem no cantinho perto do pontal, depois das oito. Por favor. Só tenho essa chance".
Na mesma hora meu corpo todo sofreu um arrepio de nervoso. A Malvina abrira meu carro, certamente pegara as minhas chaves, e plantara o bilhete. E eu estava ali naquela situação. Por um lado, uma vontade enorme de encontrar com ela, fazer perguntas, entender a história. Por outro, o medo das ameaças. Se ela era uma assassina, compulsiva eu corria perigo. Se fosse psicopata, eu estaria indo ao encontro de uma assassina. E se fosse preso com ela em meu carro estaria mancomunado com uma fugitiva. Uma coisa eu sabia, ela havia matado o seu estuprador certamente por vingança, e por isso, eu não a via como bandida, e sim como uma vítima que fizera justiça.
Uma coisa violenta, é verdade, mas conseguia entender o seu ódio. Mas as outras duas mortes nas mesmas condições, não estavam bem explicadas. Fiquei ali pensando o que fazer e resolvi em vez de ir surfar, dar uma esticada até Realengo, ver se encontrava o endereço da loja de roupas. Não sabia o motivo, mas me senti curioso para averiguar se teria alguma ligação na história. Coloquei no aparelho, sem reparar se estava no início ou no meio, a fita que selecionei na caixa, e dei o “play”. O som inconfundível da banda invadiu o meu fusca. A canção: Y' Know Death Don't Have No Mercy In This Land.
Arrepiei totalmente outra vez. “Você sabe, a morte não tem piedade nesta terra”...
A canção ia tocando e eu ia ouvindo aqueles versos cada vez mais impressionado.
Y' Know Death Don't Have No Mercy In This Land
Você sabe que a morte não tem piedade nesta terra
Death Don't Have No Mercy In This Land, In This Land
A morte não tem piedade nesta terra, nesta terra...
Segui dirigindo e ouvindo a canção, muito admirado, sentia como se houvesse algum sincronismo mágico naquelas palavras com a história que eu estava vivendo. Isso acontece mais facilmente quando estamos apaixonados e as músicas românticas fazem sentido com a história que estamos tendo. Talvez fosse apenas algo desse tipo...
Toquei para Realengo, e perguntando para taxistas e motoristas de ônibus acabei achando a rua, na verdade, a Avenida Santa Cruz, que vai de Bangu, passa por Padre Miguel e corta Realengo.
Naquela época dos acontecimentos que eu narro, eu não fazia ideia, mas hoje escrevendo esta história eu tenho consciência de que o Bairro de Bangu, hoje mais conhecido e famoso por seus complexos prisionais, na verdade, foi a região onde nasceu uma fábrica de tecidos das mais antigas e famosas do Brasil. Com o nome Companhia Progresso Industrial do Brasil, a fábrica foi fundada em fevereiro de 1889, pelo comendador Manuel Antônio da Costa Pereira. Quando a fábrica começou a funcionar, Bangu passou a se desenvolver. A região, que antes era rural, se tornou um típico bairro urbano. Em1890, foram construídas a Estação Ferroviária de Bangu, e em 1892, o ramal ferroviário de Santa Cruz. A Paróquia de São Sebastião e Santa Cecília, construídas em 1908, foram outras obras que mexeram com a estrutura física e social do bairro. Já na década de 50 Bangu tornou-se grande patrocinadora de alta moda, os presidentes da Companhia desde 1928, os irmãos Manoel e Joaquim Guilherme da Silveira, eram do patamar mais elevado da alta sociedade carioca, recebiam personalidades internacionais no seu iate batizado de Miss Bangu.
Uma hora e meia depois de dirigir acalorado naquela região oeste da cidade eu cheguei no endereço que constava no cartão, e vi a loja. Era uma loja comum, mas de porte médio para grande. E tinha desde moda feminina e masculina, calçados, roupa esportiva e outros acessórios, como é muito comum nas lojas de bairros. A única coisa que me intrigava era o logotipo da loja, que era composto por um desenho estilizado de guitarra cujo braço cruzava formando um X com uma estilização de um fuzil. Emoldurando a guitarra a letra R, o nome da loja era Revolution – moda e atitude. Eu não sei se era a minha imaginação fértil, ou se eu estava influenciado por muitas histórias dos romances de mistério que eu havia lido, mas eu desconfiava de que havia realmente alguma ligação daquela loja, ou de alguém ligado a ela, e a fuga magistralmente articulada da Malvina. Pensar aquilo me deixou ainda mais intrigado e foi um fator decisivo para que eu me decidisse ir ao encontro dela na praia e ouvir o que ela tinha para contar. Mesmo sabendo do risco que eu poderia correr. Resolvi estacionar o fusca ali perto, e dar uma espiada na loja. Queria ver se encontrava mais camisetas com a estampa da caveira, ou outros indícios que me ajudassem a entender melhor tudo aquilo. Mas no meio do caminho, procurando uma vaga, me deu um estalo de desconfiança. Se a polícia estivesse seguindo o meu carro ficaria intrigada com o fato de eu ir até à loja, então, estacionei um pouco mais longe e segui a pé, entrando em outras lojas, sempre olhando artigos de vestuário, como se estivesse à procura de algo para comprar. Assim, não seria apenas uma loja o foco da minha visita, mas várias, e quando cheguei à loja Revolution, vi uma arara ao fundo, com muitas camisetas com a estampa da caveira, em diferentes tamanhos. Fui até lá e procurei uma que me servisse e ao encontrar, fui para o caixa, onde paguei e saí com a camiseta embrulhada numa sacolinha. Estava atento para saber se reparava em alguém me seguindo, mas não vi nenhum movimento estranho. Só que aquele episódio serviu para que eu refletisse melhor como faria para encontrar a Malvina. Então, rumei de volta para a região da barra e recreio, em direção à praia da Macumba. Como cheguei um pouco mais cedo, dirigi até uma birosca que ficava em uma rua interna da região, e comi um PF. Depois, pedi que me fizessem dois sanduíches de presunto e queijo, embrulhados para levar. Comprei também uma garrafa de refrigerante de 1,5 litro, e duas barras de chocolate, que coloquei numa sacola plástica. Aquilo era suficiente para matar a fome caso Malvina estivesse escondida e sem acesso à comida. E se tivesse que justificar, era o meu futuro jantar quando chegasse no meu quartinho. Quando foi dando a hora marcada, eu segui para a praia da Macumba e passei por ela, indo em direção à praia do Recreio, quase um quilômetro à frente, onde estacionei fora da estrada.
Aquela região era totalmente deserta na altura, e um surfista parar o carro na beira da praia, com pranchas de surfe amarradas no bagageiro não seria nenhum elemento estranho ali. Desci do carro, fechei, e com as duas sacolinhas de compras na mão, inclusive a camiseta comprada, que tratei de vestir, fiquei distante uns vinte metros, no escuro total, apenas ouvindo e observando por um tempo, para ver se alguém aparecia ou passava. Nada, não vi nenhum movimento suspeito de carro ou pessoa me seguindo. Ali era mesmo bastante deserto. Então eu segui a pé fazendo o trajeto de volta, contornando a praia, até passar a estreita faixa de areia que separa a praia do pontal da praia da Macumba. À minha esquerda estava o morro do Pontal. Aos poucos, com a luz do luar, minha vista se adaptou ao escuro e eu conseguia caminhar sem ser totalmente às cegas. Logo que passei a faixa de areia do Pontal, eu procurei um conjunto de pedras que havia ali perto e me sentei.
De calça jeans e camiseta preta e no escuro, eu estava difícil de ser avistado à distância. Esperei em silêncio por uns vinte minutos, controlando minha vontade de acender um cigarro. De repente ouvi ao longe um assobio da melodia de uma música. O som vinha trazido pelo vento e reconheci a canção na hora. Fiquei novamente tenso e arrepiado. Era mais uma das primeiras músicas do Grateful Dead. “Dark Star”. E comecei a cantarolar em inglês “Estrela escura”:
Eu procurei por muito tempo para te encontrar
Eu andei à deriva através do universo, só para deitar ao teu lado
Qualquer lugar que quiser que eu te leve, eu vou, sim
Mas há coisas sobre mim que tu simplesmente não sabes
Se eu te dissesse onde eu estava
Tu ainda me chamarias de querida?
E se eu te contasse tudo
Tu me chamarias de louca?
Porque, querido, eu sou uma estrela escura, estrela escura, oh
Porque querido, eu sou uma estrela escura, estrela escura, oh
Lentamente, eu vi um vulto que se aproximava vindo da escuridão da noite. Quando ela chegou a um metro de distância foi que reconheci a Malvina. Estava linda, os cabelos soltos tocados ligeiramente pela brisa que soprava do mar, vestida com a camiseta preta com a estampa da caveira. A bolsinha a tiracolo. Ela disse sussurrado:
— Russo, tu é corajoso! É meu anjo salvador. Temia que não viesse.
— Eu não tinha motivo para não vir, só para vir. Você é um ótimo motivo.
Ela olhava já de perto, o rosto quase colado no meu e sussurrou:
— Mesmo diante do perigo da morte?
Ao ouvir aquilo, eu senti novamente um calafrio, mas ao mesmo tempo a atração física que ela exercia era enorme e meu desejo era abraçar e beijar. Respondi:
— Certas conquistas valem toda uma vida.
Ela me beijou com doçura, mas com malícia. Acariciou meu rosto e novamente disse muito sussurrado:
— Vamos ver. Se te mato ou deixo viver.
Evitando aquela conversa, não me deixando contaminar, eu adiantei:
— Trouxe sanduíche de presunto com queijo e refrigerante, pensei que podia ter fome e sede.
Ela sorriu, aqueles lindos dentes brancos iluminando a noite:
— Eu tenho sim russo, e muita. Muita fome. Estou escondida desde a madrugada, passei o dia esperando. Eu sabia que podia confiar que tu vinha.
Eu entreguei a sacola dos sanduíches e ela se sentou no meu colo. Pegou o primeiro sanduíche e começou a comer. Parecia mesmo faminta. Em três minutos devorou os dois sanduíches e bebeu um pouco de refrigerante pelo gargalo. Quando ela respirou aliviada da fome eu perguntei:
— Pode me contar o que está acontecendo? Vi uma notícia num jornal antigo que a sua mãe guarda. Ela disse que estava presa por assassinato. Nesta manhã apareceu um sargento com outros policiais atrás de você na casa da sua mãe. Ela está muito assustada.
— Eu me vinguei deles. Malditos, abusadores. Nojentos. O psicopata do Leivar, meu tio, e mais dois que pagaram para ele deixar que me violentassem. Eu era menina e sofri muito com eles. Mas eu esperei muito pelo dia em que pude pegar cada um.
Eu ouvi calado, pensando no direito que eu não tinha de fazer qualquer juízo do fato. Mas ela mesma respondeu:
— Sei que cometi crimes. Não sou psicopata, não sou assassina, mas fui, assumi, esses três eu tinha que ver morrer na minha mão.
Não falei mais nada. Olhava para Malvina encantado com sua beleza ao natural, sentindo que ela estava completamente nua debaixo daquela camiseta. Ela percebeu minha excitação, sentiu a pressão do meu pau que se enrijecia por baixo de suas nádegas. Ela sorriu:
— Safadinho, está tesudo de novo?
Não respondi, apenas dei um beijo no pé de sua orelha. Ela gemeu arrepiada e me beijou com vontade. Ficamos ali trocando beijos e carícias por um tempo. Depois ela pegou na minha mão e se levantou, dizendo:
— Não posso ficar aqui. Vem comigo. Temos algum tempo.
Eu a segui pela areia e ela entrou por uma trilha quase escondida entre a vegetação da orla onde um bosque se adensava à medida que avançávamos. Mas logo demos de frente com um muro de pedras e com um pequeno portão de ferro. Ela abriu o portão com a chave e passamos para um jardim muito bem cuidado, com um belo paisagismo, indicando ser fruto de trabalho profissional. Na pouca luminosidade do luar deu para ver a uns quarenta metros uma bela casa grande e branca em estilo mediterrâneo moderno. Linha retas em concreto, pintado de branco, com muito vidro temperado nas janelas. Ali ao fundo uma belíssima piscina de uns trinta metros de comprimento por uns quinze de largura. Era uma casa de gente rica.
Mais à nossa direita, ao fundo do terreno, próxima da piscina, uma outra edificação menor, também toda branca, para onde ela me levou. Entramos por uma porta de vidro temperado que se abria diante da piscina e vi que era um apartamento com quarto, a suíte de banho e uma minicozinha americana. Malvina notando meu espanto disse:
— Um cliente amigo, bastante rico, me disse que eu podia ficar aqui escondida hoje, até que possa desaparecer. Ele não está aqui, mas arranjou tudo. Só não posso dar chance de que ele venha a ficar envolvido. Por isso não posso sair.
Eu olhava admirado. Tinha muitas perguntas, mas não sabia por onde começar. Malvina se despiu da camiseta, e foi logo tratando de despir a minha. Sua beleza era irresistível, transpirava sensualidade em cada movimento. Em segundos estávamos novamente sem roupa e trocando beijos muito intensos. Fomos ao banheiro para lavar a areia dos pés no chuveiro. E voltamos ao quarto. Ela me levou para perto da cama e sentada, começou a lamber o meu pau, depois acariciava minhas nádegas com as pontas das unhas, e chupava a cabeça da rola. Eu suspirava totalmente excitado, buscando não perder o controle. Depois de me chupar um pouco, me deixando muito teso, deitou-se de costas sobre a cama e com os dois pés erguidos prendia meu cacete entre suas solas, e movimentava, como se masturbasse. Eu a olhava deitada com os seios empinados e os mamilos castanhos escuros, rígidos de tesão. Sua bocetinha raspadinha parecia brilhar com a lubrificação que escorria da xoxota. Fiquei ali desfrutando daquele “footjob” maravilhoso, que ela fazia com grande habilidade, sabendo exatamente os movimentos que mais davam prazer.
Seus dedos dos pés bastante hábeis e treinados acariciavam meu sexo de uma forma deliciosa. Quando ela viu que meu pau dava solavancos fortes, indicando o estágio de excitação pré-orgasmo, ela recuou as pernas dobradas e separando as coxas, ofereceu sua xoxota pedindo:
— Vem russo, com essa boca gostosa, agora é tua vez de me provocar.
Não tive dúvida, me ajoelhei no chão ali na frente dela e enfiei o rosto entre as coxas que ela mantinha abertas, para lamber a xoxota que a morena me oferecia. Chupei deliciado a xoxota, lambi os grandes lábios, os pequenos, enfiei um pouco, e também lambi o grelinho saliente. Malvina ofegante gemia:
— Ah, safado, gostoso, adora boceta, chupa melhor do que uma mulher!
De fato, eu havia visto a minha última namorada chupar a boceta das amigas com as quais a gente transou, reparei que ela fazia aquilo muito bem e eu acabara aprendendo mais. Passei a sugar forte o grelinho da Malvina, prendendo entre os meus lábios e passando a língua suavemente, o que a fez gemer forte de prazer e me puxar para um papai-e-mamãe na mesma hora:
— Vem tesão, vem meter essa rola quente na minha boceta.
Eu a penetrei na mesma hora, de uma vez, e enterrei a rola até no fundo. Malvina ofegou, tomada pela volúpia. Ela trançou as pernas sobre os meus rins, e me puxava para que eu ficasse ali enterrado nela. Quando, segundos depois, ela soltou a pressão das pernas, eu recuei um pouco e comecei a foder com calma, ritmado, provocando o prazer nos dois, ao mesmo tempo. Senti quando ela começava a gozar e tremer as pernas ainda erguidas, a boceta pulsando e apertando meu cacete. Esperei com metidas mais lentas ainda, que ela gemesse alto, e gozasse profundamente. Quando vi que ela tinha atingido o máximo de prazer, eu retirei o pau de dentro e esperei que ela mesma se virasse, ficando de quatro, de bunda arrebitada e oferecendo novamente a bocetinha para a penetração por trás. Mais uma vez encaixei a pica na xoxota e ela mesma recuou o corpo fazendo com que a rola se afundasse. Eu dei um tapinha naquela bunda linda, morena, onde podia ver a antiga marca de sol do biquíni quase esmaecida devido aos dois anos de cadeia. Ela mesma se movimentava para frente e para trás, se fodendo no meu pau que ficava rijo e deslizava entre seus lábios vaginais. Fiquei ali agarrado em sua cintura, metendo a vara para dentro e ouvindo Malvina soltar um “ah” a cada enfiada. Depois de uns três minutos eu passei a meter com mais força, e acelerei um pouco os movimentos e ela soltou um gemido em voz alta:
— Ah, tesudo, me fode assim mesmo, soca na tua putinha safada! Que gostoso!
Dei mais uns tapas estalados em sua bunda e vi que ela ia entrar em orgasmo de novo. Eu estava admirado pois mesmo muito tarado, mantinha meu gozo sob controle. E resolvi dar uma surra de pica naquela delícia de mulher. Não imaginava que teria outra chance como aquela, e estava tomado de um tesão alucinante. Fui metendo forte e dando tapas e puxões nas ancas da gostosa, meu pau batia lá no fundo na entrada do útero e ela babava de tesão, gozando novamente, me chamando de safado, puto, tesudo.
Esperei que ela gozasse intensamente com o pau todo enterrado nela e logo a seguir, eu me deitei de costas ao lado dela na cama. Malvina me abraçou, me beijou, me mordeu os lábios, me apertava nos mamilos, e veio cavalgar minha rola. Parecia até estar meio violenta, alucinada. Novamente, ela se ajeitou sobre minha virilha, e com a pica enfiada passou a rebolar. Eu estiquei os braços e coloquei uma mão pegando em cada seio, apertando e soltando os peitinhos rijos. Eu podia ver aquela linda morena revirar os olhos, a boca meio aberta, um pouco da língua para fora dos lábios, gemendo em êxtase. Ouvia seus gemidos de prazer acompanhados da respiração ofegante. Acho que ela não parou de gozar, tendo um orgasmo muito prolongado, pois eu sentia que a xoxota me espremia a rola, pulsando intensamente. Malvina não conseguiu se conter mais e teve uma gozada com ejaculação forte de líquidos num “squirt” intenso que banhava o meu saco e a minha barriga. No auge daquele tesão ela exclamava:
— Ah, eu vou te matar safado, que delícia! Vou te cortar com minha navalha, abrir do pescoço até no saco! Seu filho da puta tesudo!
Mesmo vendo que ela estava deliciada de prazer, ouvir aquilo, sabendo que ela já havia feito o mesmo com outros homens, me deixou um pouco tenso. Isso ajudou para que eu não gozasse. Mas ela estava tomada pelo prazer e se deixou tombar sobre o meu corpo, beijando meu peito e depois minha boca. Eu de canto de olho vigiava a bolsinha dela jogada no chão, onde deveria estar a navalha. Não custava ficar atento.
Permanecemos ali abraçados por um certo tempo, eu não perdi a ereção de todo, e com isso meu pau continuava enfiado na xoxota. Ela foi lentamente recuperando a noção das coisas e disse:
— Não vou matar um macho gostoso como tu, que eu estou adorando me dar prazer.
Eu disse:
— Fala sério Malvina, você de fato sente esse desejo?
Ela ficou calada uns segundos, e depois me olhando nos olhos confessou meio séria:
— Eu pensei em me vingar dos meus estupradores, imaginando fazer isso por tanto tempo, pensando como iria fazer, que desenvolvi uma espécie de tara.
Ela deu uma pausa. Respirou e continuou:
— Na hora que eu estou gozando, muito intensamente, me vem à mente essa imagem. Sempre vem. Mas nunca pensei em fazer de fato com ninguém, além daqueles três malditos.
Eu não tinha outra coisa que dizer e respondi:
— Ainda bem! Mas deixa a gente tremendo de medo. Por pouco não broxa.
Malvina deu rizada, e confessou:
— Antes eu falava, as pessoas não levavam a sério, e ficavam até excitadas. Mas depois que eu fiz, e matei os safados, tudo mudou. Eu senti o gosto estranho que é matar, poder descarregar a raiva acumulada por muitos anos, sonhando em me vingar. Dá uma sensação assustadora de poder. Mas ao mesmo tempo, me mostra o quando tudo aquilo me deformou. Me tornei uma mulher que carrega essa marca do passado. Eu confesso, nunca escondi, senti prazer em matar aqueles criminosos abusadores. Sei que é errado, mas eu fiz, e aquilo me libertou do trauma. Um trauma que foi terrível. Hoje eu estou curada, posso curtir com isso, falar com você, ameaçar, mas sei que não vou fazer de novo. Adoro sexo bem feito. E tu é um safado bom de foda.
Eu lembrava que no primeiro dia em que a conheci, ela havia comentado. Então eu questionei:
— No nosso primeiro encontro, você disse que não faria pois gostou de mim.
Malvina riu, parecia alegre:
— Eu falo sempre, me excita, faço como teste. Os caras que não tem maldade comigo não reagem mal, como você mesmo viu. Levou na brincadeira. Mas serve mesmo de teste. Os menos corretos, os que tem maldade, reagem mal, perdem o desejo.
Eu dei risada:
— Porra, eu quase brochei. É que você é deliciosa demais, tanto que me fez correr o risco.
Malvina também ria. O clima se descontraiu. Eu disse:
— Você é apaixonante, sinto grande atração desde que a vi. Mas estou entendendo que vai sumir.
Ela fez que sim e vi que seus olhos ficavam rasos d´água. Depois explicou:
— Sou procurada pela polícia, se fico aqui eles me acham e me prendem, mas se eu sumir eles não vão perder tempo comigo. Não vão procurar. Sabem que eu não sou mais criminosa. Me observaram durante dois anos. Já me vinguei de quem desejava.
Então, eu questionei. A única pergunta que me ocorria era a que a mãe dela havia comentado:
— Você fugiu por quê? Parece que estava perto de ter a pena encurtada.
Malvina me olhava bem de perto, e com um braço passado em baixo do meu pescoço. Não reagiu logo. Ficou pensativa, e depois de quase um minuto ela respondeu:
— Eu estava e estou jurada de morte. A mulher viúva do Leivar agora é amante do novo chefe da facção, e só esperava a transferência dela para outra unidade para mandar me executar. Fui avisada disso por uma condenada que transava comigo. E a polícia também sabe que se eu voltar para a cadeia vou ser morta. A facção é muito poderosa. Não tem como evitar. Por isso a maioria da polícia não faz questão que eu volte para lá. Preferem que eu morra fora, na rua.
Eu estava admirado, com a sinuca de bico que era a vida dela. Eu questionei:
— O que pretende fazer?
— A sorte é que na prostituição, tive um cliente muito rico, que recebeu uma carta minha, passada escondida, e entendendo minha situação me ajudou. Ele pagou a minha fuga. Mas um dia vou retribuir.
Eu estava meio sem entender:
— Fugiu, e agora? Vai para onde? Viver do quê?
Malvina olhava o vazio, sem fixar nada. Ela contou:
— Não queria contar pois não te quero envolvido. Mas preciso da tua ajuda. Na madrugada, preciso ir ao cais do porto. Tenho um esquema montado. O meu amigo deu a grana e eu consegui arranjar tudo. Vou embarcar escondida num barco que me levará daqui. Sem pistas.
Eu fiquei calado, pensando. Seria meu envolvimento definitivo. Se fôssemos pegos eu estaria ferrado. Mas eu sabia que iria ajudar. Então disse:
— Quando eu voltar, preciso tranquilizar a sua mãe. Ela não merece o sofrimento.
Malvina olhou muito séria para mim e explicou:
— Tu não sabe de nada. Vou fazer um bilhete para ela. Mas não será tu a entregar. Não sabendo de nada, não correm o risco de a facção torturar para saber meu paradeiro.
Eu ouvi aquilo muito admirado. A gente não faz a menor ideia de como funciona o mundo de lá de dentro das grades. Policias e bandidos se exploram numa engrenagem cruel e apavorante. Eu acabei dizendo o que me preocupava:
— Será que nunca mais vou saber de você?
— Ela sorriu, meio triste, e respondeu:
— Por algum tempo vou desparecer, é melhor assim. Mas eu fico com o seu endereço e se puder, depois eu dou um jeito de escrever a você.
Naquela hora me bateu uma tristeza enorme, pois sentia uma grande impotência, uma frustração, mas sabia que era o que estava ao nosso alcance.
Malvina notou minha tristeza e me beijou com muito desejo e entrega, e falou:
— Eu aprendi que a vida é agora, vamos aproveitar, não te deixe abater pelo que ainda não sabemos como será. Aproveite, estamos juntos.
Ela tinha razão e a abracei com muita ternura. Depois voltamos a nos acariciar e ficamos abraçados juntinhos até adormecer. Dormimos umas cinco horas e eu despertei assustado. Vi que a Malvina já estava de pé, escrevera uma carta, que estava dobrada sobre uma mesinha e ela embrulhou junto o dinheiro que havia pego da mãe.
Fiquei observando e ela disse:
— Ao roubar o dinheiro eu dei a prova de que estive lá. Ao devolver, darei a prova de que não preciso. Tu vai colocar a carta no correio, para ela receber sem ter envolvimento teu. Não correm risco.
Fui ao banheiro e me lavei. Depois me deitei novamente e Malvina voltou para a cama como uma pantera no cio. Ela tornou a me beijar. Aos poucos foi descendo com a boca, os lábios me percorrendo o corpo. A língua ágil dela me despertando novamente um prazer enorme, e quando ela abocanhou meu pau, começando a chupar, eu já estava com a rola muito dura. Fiquei desfrutando daquele boquete incrível, por uns dois minutos até que quase perdi o controle. Malvina subiu de novo a cavalo sobre o meu ventre, ela se esfregava e se masturbava sobre o meu cacete, e quando o desejo de gozar chegou forte ela pediu:
— Me fode o cuzinho de novo, russo! Quero que goze aqui dentro.
Ao ouvir o pedido meu pau deu um salto e ela entendeu que eu queria muito. Novamente ela pegou na rola e ajoelhada no colchão, com uma perna dobrada ficou passando a cabeça da pica no rego e sobre as pregas do cuzinho. Estava toda babada de saliva e do mel que já escorria de sua boceta. Aos poucos ela foi dando um jeito de encaixar a pica na entrada do cuzinho. O que me dava mais tesão era que ela soltava uns gemidinhos de prazer quando a rola se encaixava no ânus, e falava baixinho:
— Ah, que tesão, adoro dar meu cuzinho, tu fode gostoso, teu pau é perfeito para me fazer gozar assim.
Eu fiquei mais tarado e dei uma empurrada na pélvis para a frente e com isso meu pau entrou no rabo dela que rebolava. A safada estava alucinada de tesão e abaixou a bunda provocando a entrada da pica forçando as pregas. Ela ofegou:
— Ah, entrou tudo, me fode, vai seu puto safado!
Meu pau estava dentro do ânus e eu sentia o calor que estava lá e as contrações de seu prazer. Fomos gradualmente aumentando nossos movimentos e logo eu socava a pica e ela sentava deliciada, gemendo, ofegando, pedindo que eu enterrasse tudo.
Estava atolado e conforme eu senti que ela já estava gozando, desesperada, eu também tinha que me segurar para contar o orgasmo. Mas não aguentei muito tempo, e dois minutos depois eu também comecei a urrar, gemer, e ejacular forte dentro do cuzinho da Malvina. Olhei sua expressão de estase e jamais vou esquecer de como estava linda, os olhos cerrados, a boca entreaberta, gozando e rebolando em cima da minha rola. Então, ela num movimento impulsivo, pegou o dedo indicador como se estivesse apoiando a lâmina de uma navalha e passou rapidamente sobre o meu pescoço, e depois desceu riscando a pele com a unha desde o meu gogó até passar sobre o umbigo e chegar no ventre. Meu pau estava jorrando porra dentro dela e ela exclamava:
— Ah, safado tesudo, eu te mato, te corto com a navalha, assim ó, se eu um dia souber que tu me esqueceu.
Nós dois soluçávamos de prazer e nos abraçamos bem apertado.
Aos poucos o cuzinho dela se contraindo expulsou o meu cacete que estava amolecendo, e senti a porra escorrendo. Ficamos abraçados por muito tempo, ali, unidos, sem falar nada. Até que deu três horas da madrugada e ela pediu:
— Hora de sair. Me leva?
Tomamos um banho juntos trocando beijos. Sabíamos que a única saída viável era aquela. Depois nos vestimos, ela colocou o short e a camiseta, pegou a bolsinha, uma sacola com roupas, e as sandálias na mão. Fechamos o quarto como estava, deixando os lençóis desarrumados sobre a cama. Eu a acompanhei pelo jardim, ela abriu o portão de ferro, e depois que passamos ela fechou e empurrou a chave para dentro da casa por baixo do portão. Seguimos de mãos dadas pela madrugada escura, ouvindo o barulho das ondas do mar se quebrando na praia. Caminhamos até onde eu deixara o meu fusca. De lá partimos em uma viagem de uma hora e dez. Cruzamos a cidade até chegar no porto. No caminho eu perguntei como ela havia aprendido a gostar de Rock, e Malvina falou:
— Esse meu cliente e amigo, é músico, toca baixo, o irmão tem uma loja grande em Realengo. São ricos. Ele sempre me trazia aqui nesta casa e eu pude aprender muito sobre as bandas de Rock que ele gostava.
Eu quis saber:
— Por que escolheu a Gratheful Dead?
Ela sorriu mais ainda e confessou:
— Ouvi você tocando no carro quando chegou em casa e me viu. Não lembra?
De fato, eu não me recordava daquele detalhe. Eu na mesma hora exclamei:
— Preciso conhecer esse cara. Pelo jeito gostamos das mesmas coisas.
Ela sorriu concordando e explicou:
— Eles são gente fina. Vai lá na loja, o endereço tu já tem no cartão que eu deixei, pede para falar com o dono, se chama Mathias e o irmão músico é o Maurício. Diz que tem uma mensagem da Graúna. É assim que eles me chamam. Ele vai entender e vai te receber. Aí tu conta da nossa história, e conhece os dois únicos amigos que eu fiz na minha vida de puta. Com você agora são três. E todos me ajudaram muito.
Finalmente, chegamos ao cais do porto. Ela pediu que eu não a acompanhasse para não ser visto. Estacionei o carro distante, para ela descer e nos despedimos ali com um último e apaixonado beijo. Ela saiu e entrou a pé por um portão.
Depois voltei todo o trajeto e cheguei na casa da dona Lucinda e seu Gervásio quase amanhecendo o dia. Fui dormir exausto. Apaguei solenemente por umas dez horas. No meio da tarde eu acordei e decidi que a minha estada no Rio de Janeiro deveria ser abreviada. Queria voltar a São Paulo, e apressar todas as providências que pudesse para vir morar na Cidade Maravilhosa. E assim foi. Me despedi de dona Lucinda como se não soubesse de nada. Passei pelo correio no caminho de volta e despachei a carta.
Um dia contarei numa outra história, como conheci os dois irmãos ricos, amigos da Malvina, que descobri depois que tinham um estúdio de som em Botafogo. Onde eu trabalhei como produtor musical por um bom tempo. Não soube da Malvina por muitos anos. Até que consegui reencontrar. Mas isso será mesmo outra história.
Meu e-mail: leonmedrado@gmail.com
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