A história que irei contar, talvez não seja cem por cento verídica, já que algumas situações ocorreram em momentos em que eu não estava em pleno estado de lucidez, no entanto, tenho na mente a recordação de situações absurdas que aconteceram em um menor ou maior grau de intensidade. Relatarei exatamente como recordo.
Além das lembranças, também ficaram marcas em meu corpo e em minhas roupas, que comprovam a situação sinistra (também prazerosa em algum momento) de que fui vítima de algo real, não foram frutos de um sonho ou de uma alucinação.
Acabara de chegar em casa vindo correndo desde uma avenida que fica a mais de quinhentos metros de distância. O motivo da corrida ficou por conta de um vulto negro que começou a me perseguir momentos após descer do ônibus. Era quase meia-noite, a rua deserta, fiquei sozinha à mercê daquela coisa. Corri como nunca e consegui entrar em casa antes que me alcançasse. Tranquei a porta da sala e só pensava em me sentar antes que meu coração parasse de tão cansada que estava.
Segundos depois a imaginação ou realidade começou a me atormentar; aquele vulto que me perseguia estava atravessando a minha porta como se ela não existisse.
Olhei apavorada para aquela figura que vinha na minha direção. Era uma criatura meio homem e meio fera, vestido de negro como um padre: uma batina com botões de baixo acima, e um capuz. Suas mãos peludas com unhas em forma de garras, prenderam meus braços quase os esmagando e arrastou-me do sofá para o chão.
Aquele ser com corpo de fera, mas de rosto humano, rasgou minha calcinha ao arrancá-la com apenas um puxão. Não consegui gritar, fiquei em pânico; ainda mais quando uma mão parecendo uma pata de urso segurou em meu pescoço. Ao mesmo tempo, um membro disforme e gosmento forçou a entrada do meu sexo e invadiu me alargando. Meu grito dessa vez saiu, mas foi abafado pela mão tenebrosa que cobriu meu rosto todo.
Deus! Ele praticou sexo comigo, golpeando como se fosse um animal. Seu vai e vem era tão rápido feito transa de cães. Aquilo, com certeza, não era humano.
— Me dê prazer, se quiser continuar viva! — urrou com uma voz que parecia vir das profundezas do inferno.
Seu pedido não estava ao meu alcance, já estava totalmente imobilizada, submissa e entregue àquela coisa sinistra. Nunca estive tão frágil, vítima de uma pegada violenta que causava dor e pavor. Mesmo sendo uma pegada perversa e a situação insana, propiciou-me pequenas doses de gozo.
Iria desfalecer a qualquer momento, devido à brutalidade do seu membro bizarro golpeando meu colo do útero e suas mãos monstruosas apertando a minha garganta.
— Me dê prazer! — ordenou berrando diabolicamente.
Resignei-me à minha sorte, sabia que não continuaria viva ao final do ato. Com ele gozando ou não. Ainda assim cheguei ao clímax e dei o que supus ser meu último gemido de prazer.
Algo aconteceu, senti seus espasmos e seu uivo animal, o perverso intensificou suas estocadas e ejaculou com abundância dentro de mim. Pareceu-me um jorro grosso e contínuo, a ponto de sentir-me estufada, além de alagada.
Aquilo foi demais pra mim, desmaiei.
Acordei no meio da madrugada. Graças aos céus estava sozinha, deitada no sofá com meu vestido em farrapos, parecia um trapo após ser golpeado por garras. Nua da cintura para baixo e o vão entre minhas coxas todo melado de porra, assim como o sofá e também o chão abaixo de mim. Não sei por quanto tempo ele manteve dentro saboreando meu sexo, só tinha a certeza que o monstro fora embora; não sentia mais sua presença maligna.
Levantei com certa dificuldade e fui verificar a fechadura. Continuava trancada, porém isso não o impediria de entrar novamente. Voltei para o sofá e fiquei encolhidinha, temerosa que retornasse… Adormeci.
Fim
Agradeço a atenção de todos vocês!
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