Olá! Eu sou a Savana. Está na hora de vocês conhecerem um pouco mais sobre mim. Não! Ainda não irei revelar o que todos vocês querem tanto saber. Qual o meu nome verdadeiro, porque eu envolvi o Fernando em uma rede de mentiras e conspirações, o que eu realmente faço da vida… Vamos começar do início.
Eu não sou filha de brasileiros. Sou órfã e cresci no sistema americano de adoções. Nunca soube quem eram os meus pais ou de onde vim. Um exame genético apontou que eu tinha uma mistura bem equilibrada de nativos sul-americanos, Europeus ibéricos e negros. Mais brasileiro do que isso, impossível. Pesquisei cuidadosamente e criei essa história de origem para justificar a minha aparência.
Na adolescência, um professor detectou algumas, digamos assim, qualidades especiais em mim. A facilidade de convencimento, a liderança e a dominância, improvisação estando em situação de desvantagem e por fim, um talento natural de atuação em situações extremas. Qualidades que eu aprendi passando grande parte da minha vida nas ruas, fugindo dos péssimos lares adotivos ou casas de acolhimento para jovens moças.
Chamar de lares ou casas de acolhimento, é uma forma gentil de me referir ao verdadeiro inferno que eu passei. No lado marginal da humanidade, no apagar das luzes onde ninguém nos enxerga, predadores sexuais e aproveitadores de todos os tipos proliferam.
Desde os dezesseis anos eu já era monitorada pelas autoridades e aos dezoito, resolvi que era hora de mudar o rumo da minha vida, aceitando a proposta que me colocaria em rota de colisão com o Fernando alguns anos depois.
Recebi treinamento especializado, estudei diversas línguas e me tornei fluente em quase todas, e principalmente, aprendi a manipular pessoas, entrando e saindo da vida delas sem deixar rastros.
Preciso dizer que eu sou dez anos mais velha do que Fernando, mas a genética privilegiada me faz parecer muito mais nova do que realmente sou. Quando digo mais nova, falo sério. Quando conheci Fernando, ele, ainda com vinte e um anos, eu não aparentava ter mais do que dezoito.
Meu único erro, a minha ruína, foi me apaixonar. Por mais forte que uma pessoa seja, por mais treinamento que ela tenha, o coração segue as suas próprias regras. Achei que poderia me dar esse luxo, mesmo sabendo que pessoas como eu não nasceram para serem donas de casa. Fernando me fez sonhar com uma vida diferente.
Fui plantada naquela universidade com um propósito específico. Estando ali, eu precisava ser uma estudante normal, aquilo fazia parte do meu disfarce. No primeiro ano, meu tempo era escasso e eu admirava Fernando de longe. Ele estava sozinho na maior parte do tempo. Sempre quieto na dele, com seu jeito tímido. No restaurante da faculdade, ao me servir, seu olhar me fazia tremer inteira e eu me sentia excitada, chegava a sentir minha calcinha se encharcar.
No segundo ano, nos conhecemos realmente em uma festa de fraternidade, a primeira do ano. Para cumprir o meu objetivo primário, eu precisava de um parceiro, alguém que se achasse um sortudo por estar comigo. Fernando não foi a minha primeira escolha. Por ser o tipo de homem que me encantava, preferi ficar longe no começo. Foi o acaso que decidiu por mim. Frustrada por não ter conseguido atingir meu objetivo, por ter falhado, Fernando foi o único que percebeu que eu estava chateada e tentou me consolar. Não era a primeira vez que ele tentava se aproximar de mim. Suas palavras gentis e o seu cuidado, me fizeram reparar melhor naquele garoto estrangeiro. Por sorte, Fernando tinha acesso ao local que eu precisava estar.
Que surpresa! O nerd não era nem um pouco devagar. Mal precisei me insinuar para ele. Junto com a pegada diferente, que realmente me excitou, veio uma delicadeza, um respeito na medida certa. Fernando sabia como tratar e como fazer uma mulher se sentir especial. Seu jeito tímido com as palavras, contrastava com o seu jeito safado de me tocar e me deixar submissa às suas vontades. O primeiro beijo foi elétrico, transcendental. Cada pelo do meu corpo se arrepiou. Me apaixonei na hora.
Naquela festa, Fernando, sempre trabalhando quando não estava estudando, era o responsável pela reposição dos barris de cerveja e o depósito estava sempre trancado, apenas ele tinha a chave. Unindo trabalho e prazer, me entreguei completamente a ele e o convenci de que aquele depósito era o local perfeito para ficarmos sozinhos.
Nada era proibido no meu trabalho. Tudo era uma ferramenta, até o sexo. Me entregar ao Fernando foi um bônus. Era a primeira vez que eu fazia aquilo por vontade própria. Fiz sexo nas mesmas circunstâncias, e em diversas outras vezes, mas aquela era a primeira vez que eu queria, que eu me entregava por prazer e não para manipular um homem ou uma mulher. Pela primeira vez, eu colocava o prazer à frente da obrigação.
Fernando me pegou de jeito. Cada beijo fazia uma parte de mim o querer ainda mais, cada apalpada que ele dava em minha bunda ou nos meus seios fazia o vulcão adormecido em mim despertar aos poucos. Sua boca, percorrendo cada polegada do meu corpo, suas mãos levantando minha saia e retirando minha calcinha… Incrível! o contato daquela língua no meu clitóris eletrizou cada terminação nervosa em mim. Não resisti! Fui chupada de forma habilidosa, sentindo sua língua explorando toda a minha boceta, seus lábios envolvendo o meu grelo e seu dedo encontrando sem dificuldades o meu ponto G. Fernando me fez entrar em erupção. Um orgasmo que mais parecia uma experiência extracorpórea.
Fiquei sem ar, tentando normalizar a respiração e me recuperar. Precisei afastar Fernando, seus toques davam choques na minha pele. Levei mais de cinco minutos para me recompor.
Uma vez recuperada, o ataquei com todo o meu arsenal. O empurrei sobre uma bancada de madeira que existia ali, arranquei sua bermuda e admirei aquele lindo pau. Uma rola grossa e de tamanho médio, por volta de uns dezessete centímetros, com a cor mais escura, ostentando uma glande de um vermelho forte, quase roxa. Abocanhei como se estivesse com fome. Queria deixá-lo admirado, mostrar minha técnica.
Chupei como se minha vida dependesse daquilo, enfiando até o fundo da garganta, acariciando suas bolas, tirando da boca e voltando a engolir. Deixando que ele comandasse a ação segurando em minha cabeça, empurrando e depois aliviando a pressão, movendo o quadril e fodendo a minha boca, um vai-e-vem apressado, mas feito com determinação e maestria.
Desesperada para senti-lo dentro de mim, fiz ele colocar a camisinha, me apoiei em uma cadeira e me ofereci, de costas para ele, com a bunda empinada e o provocando:
- Vem, garanhão! Vem foder essa potranca. Mostra do que você é feito.
A provocação teve o efeito desejado. Fernando se engatou em mim, apontando o pau na entradinha da minha xoxota e me preenchendo com um único movimento. Senti aquela rola grossa me rasgar inteira. Senti meu canal vaginal se abrindo, cedendo e aceitando toda a grossura e a potência daquela pica. A musculatura foi laceando e a pequena dor inicial se transformou em prazer em poucas estocadas. A lubrificação era proporcional ao desejo de ser fodida por aquele macho viril:
- Essa pica vai me deixar viciada. - Fernando deu um tapa, na medida exata, na minha bunda. - Gostoso do caralho.
Ele meteu forte, socando fundo. Minha bunda batia violentamente contra o seu o púbis e eu só queria mais:
- Mete, seu cachorro! Você é gostoso demais. Mete, vai!
Fernando, mesmo sem ter noção ainda, sabia como foder uma mulher adequadamente. Era natural, ele sabia identificar o que eu queria e me devolvia em forma de prazer.
Ele estocou com vigor, incansável, uma foda celestial, me fazendo gozar pela primeira vez na vida sem precisar tocar o meu clitóris.
Fernando parecia uma máquina. Ele continuou me fodendo com o mesmo ritmo e me fez gozar a segunda e a terceira vez antes de retirar a camisinha e gozar nos meus peitos, me deixando toda lambuzada e me dando a desculpa que eu precisava para estar sozinha dentro daquele depósito.
Como um cavalheiro, e aproveitando para levar mais um barril de cerveja para a festa, ele se ofereceu para buscar uma toalha para que eu pudesse me limpar. A oportunidade que eu precisava foi criada sem que eu precisasse manipular a situação. Em poucos minutos consegui cumprir a minha tarefa e pude voltar minha atenção novamente para ele, que voltou rapidamente e fez questão de me levar para uma ducha em um dos banheiros privativos da organização. Apaixonada, não consegui mais ficar longe dele.
Na segunda-feira pela manhã, uma gangue de traficantes muito bem organizada dentro das universidades foi totalmente desmantelada. A pergunta que fica é: trabalho bem feito em prol da sociedade ou apenas um golpe na concorrência? Todos sabemos como funciona o tráfico de drogas. Como uma hidra, o ser mitológico, quando uma cabeça é cortada, duas surgem em seu lugar.
Usando como desculpa para os meus empregadores a falta de formação acadêmica adequada, consegui permanecer na faculdade, não me desgrudando mais de Fernando. Bom, mais ou menos. Quando meus serviços eram solicitados, eu precisava me ausentar por alguns dias. Eu sentia que Fernando ficava chateado, mas com a desculpa da privacidade e a diferença de culturas, acabei conseguindo criar uma falsa narrativa, fazer com que ele entendesse o quanto a minha privacidade era importante. Cheguei a passar dias, por vezes, uma semana longe dele e voltar como se nada tivesse acontecido.
Eu percebia o quanto aquilo o machucava. Sentia que ele se afastava de mim por algum tempo, mas eu logo conseguia contornar essa situação com muito carinho e um sexo selvagem, de reconciliação, com muita entrega e sem frescuras. Para Fernando, entre quatro paredes, eu era a sua puta, a mulher mais devassa que ele já possuiu. No dia-a-dia, eu era a recatada, a estudiosa, a namoradinha perfeita, a submissa…
Os três últimos anos de faculdade passaram voando e mesmo que eu tentasse mantê-lo ao meu lado, a saudade do Brasil, o desejo de voltar para casa ficavam cada dia mais fortes.
Aquela situação foi a única que eu não quis manipular. Não era justo mantê-lo infeliz ao meu lado. Nos EUA, Fernando seria apenas mais um, um imigrante sem valor, um forasteiro que teria dificuldades para crescer na vida. Ele seria sempre visto como um cidadão de segunda classe.
Senti um aperto no peito, um sentimento amargo tomava conta de mim ao olhar para ele. Por que doía tanto? Eu precisava deixá-lo livre para fazer as próprias escolhas. Entendi o que era amor. Amor é doação, altruísmo, escolha. Eu tinha a certeza de que Fernando faria o que eu quisesse, por isso manipulei a situação para que ele fizesse a melhor escolha para si. Com sugestões subliminares, dei a ele os motivos para terminar comigo e seguir os melhores planos para a sua vida. Eu precisava deixá-lo livre, afastá-lo do mundo que eu chamava de trabalho. No meu ramo de atuação, a família sempre se torna uma fraqueza. Deixar Fernando livre era a coisa certa a se fazer.
Sem demonstrar a dor que eu sentia, aceitei resignada, achando que ele merecia ser feliz, o término da nossa relação. Foi o dia mais difícil da minha vida. Minha vontade era largar tudo, correr atrás de Fernando e sumir com ele no mundo. Por ser uma engrenagem de uma máquina sórdida, sair não era uma opção. Eu era uma propriedade, uma escrava, e tentar me livrar das correntes, seria o mesmo que colocar um alvo nas costas de Fernando. Para me punir, ele seria o primeiro alvo.
Tentando esquecer a dor do rompimento, quebrada e reduzida a pó, aceitei um novo trabalho, achando que assim, com a mente ocupada, a dor de deixar Fernando partir seria menor. Tudo ruiu. Nada saiu como o planejado. De caçadora, me tornei a caça. Temendo por minha vida, assustada como nunca estive, fui egoísta. Procurei Fernando e disse que não poderia viver sem ele e que gostaria de me mudar com ele para o Brasil.
Nunca o vi tão feliz. Para despistar os meus rastros, confundir os meus perseguidores, passamos aquele dia inteiro trancados em casa, fazendo amor. Meus contatos pelo mundo davam pistas falsas da minha localização. Só saímos no dia seguinte, direto para o aeroporto.
Não fui completamente abandonada. Eu ainda contava com algum suporte estratégico. Mas por agir nas sombras, ser um ativo fantasma, eu não teria ajuda de nenhuma espécie. Apenas informações e atualizações. Por isso os telefonemas misteriosos que eu precisava me afastar para atender, o telefone sempre bloqueado para manter minha vida oculta protegida e Fernando e sua família em paz. No meu ramo, conhecimento é poder, mas também uma maldição.
Aproveitando da minha localização privilegiada, e sem me dar opções de recusar, um novo serviço me foi designado no interior do Rio de Janeiro. Era um serviço simples, de poucos dias, mas de extrema urgência. Cumpri-lo com eficiência, me deixaria em uma posição superior de barganha, me dando a chance de me livrar de vez de tudo o que me afligia, criando a oportunidade de ter uma vida normal com Fernando, o grande amor da minha vida.
Para o meu nível de habilidade foi um serviço extremamente entediante. Cumpri minha obrigação com muita facilidade e retornei para Fernando, já criando planos para o nosso futuro. Como acordado anteriormente, meus empregadores me dariam a liberdade tão sonhada, o direito de viver a minha vida ao lado do homem que eu escolhi estar.
Encontrá-lo naquele bar, cheio de intimidades com Clara, me feriu de uma forma inimaginável. Em relação ao amor de Fernando, eu me achava soberana, sem concorrentes à altura. Saí de mim, me perdi, o ciúme me consumiu. Fernando era meu e ninguém se colocaria no meu caminho. Eu mostraria a ela o que era lidar com uma profissional.
Após uma discussão pesada, Fernando revelou que não era tão manipulável quanto eu pensava. Ele me questionou com argumentos fortes e uma desconfiança que já havia sido enraizada. Aquilo me assustou, eu não estava preparada. Mudei a tática, pensando estrategicamente e deixando as pessoas conhecerem um lado doce que eu não mostrava para qualquer um. Nem Fernando o conhecia. Foi fácil manipular aquelas pessoas simples e fazer com que elas gostassem de mim. Só Diana parecia ver realmente quem eu era. Clara não entrou no meu jogo, se mantinha quieta, apesar de emburrada, em seu canto.
Fernando acabou sendo envolvido por minhas artimanhas e voltamos juntos para casa naquela noite. Antes que ele pudesse voltar a me questionar, dei a ele o melhor de mim, mostrando a ele a sua puta e apaixonada namorada, a Savana safada que ele adorava foder.
Minha alegria durou pouco, aquele último serviço que deu errado nos EUA não havia sido esquecido. De alguma forma, fui rastreada até o Brasil e todos ao meu lado estavam em risco. Aproveitando a oportunidade e usando a suspeita de Fernando sobre Miguel, usei sua forma honesta de ser como desculpa e criei a falsa disputa entre ele escolher o filho e me abandonar no futuro. Sabendo que ele e seus pais estariam seguros, eu poderia seguir em frente. Fugindo, mas sem carregar a culpa de ser a causa de sofrimento para aquela linda família. A família que eu sempre sonhei, mas nunca poderia fazer parte.
Com o caminho livre, não foi difícil para Clara seduzir Fernando e se transformar em sua mulher. Mas essa guerra ainda não acabou. Ela pode estar em vantagem, mas ela também esconde os seus próprios segredos. Segredos que uma especialista como eu não teve dificuldades para descobrir.
Continua.