Sentadas contei um pouco de meus dias e disse que havia perdido o contato com todos, perguntando se ela não me passaria os números dos celulares do Marcos e da dona Eugênia, o que ela fez no mesmo instante. Depois de uma boa conversa e duas xícaras de café, nos despedimos. Já em meu apartamento, descobri que o número do celular dele era o mesmo que tentou me ligar em Maceió, pois já constava no histórico de chamadas de meu celular. Sem perder mais tempo, liguei para o celular dele, disposta a resolver essa situação de uma vez, se é que ainda havia algo para se resolver:
- Alô? - Respondeu-me uma voz feminina.
- Alô! Por favor, este é o celular do Marcos?
- Ah, sim. É, sim! Ele é meu namorado. Quem está falando?
Desliguei no mesmo instante. Eu não precisava passar por isso novamente. Pensei em ligar para a dona Eugênia, mas, naquele momento, de nada adiantaria. Então, preferi deixar como estava e seguir sozinha.
Capítulo 15 - Batendo meu recorde!
Vencidas as minhas “férias compulsórias”, voltei ávida para o escritório. Eu era uma leoa faminta por trabalho, uma típica capricorniana afastada de seu “habitat natural” e ninguém, nem mesmo meus patrões, iriam me afastar novamente. Ledo engano:
- “Jéssica Tatu”, como você está? Tá bonitona, mais corada. - Puxou um pouco o decote da minha blusa e emendou: - Marquinha pequenininha... Bem biscate mesmo. Gostei!
- O que é isso, sua múmia desmilinguida. Me respeita! - Disse e dei um tapinha em sua mão: - Ara! Eu não sou chegada em mulher, não, sô!
Ela riu e me puxou pelo braço até a sala de reuniões do escritório, onde os doutores George e Gregório já estavam sentados, aparentemente me aguardando. Assim que entrei e a porta foi fechada, vieram me cumprimentar pelo retorno, mas assim que eu me sentei que a bomba começou a ser acionada:
- Precisamos que você viaje para resolver o problema de um cliente. - Doutor George começou: - Coisa de poucos dias. Se você for rápida, pode até aproveitar o restante da estadia…
- Férias de novo? - O interrompi: - Pelo amor de Deus! Não aguento mais ficar parada…
Eles todos riram e coube ao doutor Gregório explicar melhor:
- Não! Dessa vez, não. Fomos contratados para fazer a defesa criminal e administrativa de um cliente, mas alguns documentos estão fora do país e ele não confia em ninguém para trazê-los para cá. - Ele me encarou: - E antes que me pergunte, não é nada ilícito. Ao contrário. São documentos que justamente provam a inocência dele.
- Tá. Fui rebaixada a “office girl”? - Resmunguei, chateada.
- Claro que não, Anne! - Doutor Gregório insistiu: - Precisamos de alguém de confiança e você é a única que fala hebraico aqui no escritório.
- Vocês querem me mandar para Israel!? Ah, gente… É do outro lado do mundo! - Resmunguei mais alto ainda.
- Não, Anne. Eles são muito sistemáticos e esses documentos estão guardados com um primo de um tio do cliente que está nos Estados Unidos. Só que ele é judeu ortodoxo, não fala inglês e não confia em ninguém que não fala hebraico.
- Minha nossa! Olha onde vocês estão me metendo…
- Fica tranquila, “Jéssica Tatu”. Se você topar, ele vai ser avisado e vamos combinar de você encontrá-lo num local público. Daí ele te entrega a pasta de documentos e você nos traz. Facinho assim, docinho igual mamão com açúcar.
- Sei não, hein!? Não estou gostando disso.
- Ô mineira desconfiada, viu! - Ela insistiu: - Mas e aí? Topa ou não? Acho que em três ou quatro dias você já está de volta. Daí daremos o dobro de folga para você.
- NÃO! Se for para me darem folga depois, eu não vou. - Eles riram e eu emendei: - E quero ir de primeira classe.
- Cê tá louca, caipirinha abusada, vai de econômica, econômica premium, no máximo.
- Nada disso! No mínimo, executiva. Preciso estar bem relaxada para não falhar nessa missão internacional. - Sorri cinicamente, enquanto batia uma caneta sobre a mesa.
- Bisca de mulher abusa... - Liliandra começou a resmungar.
- Chega disso, Lili! - Doutor Gregório a interrompeu: - Você vai na econômica premium e volta de primeira classe para ficar mais isolada dos demais passageiros. E ainda vai levar uma ótima gratificação por esse “favor”. Talvez possa até trabalhar comigo nesse caso…
- Uai! Pode ser, por que não, né!? - Respondi, até surpresa com o convite, pois o doutor Gregório sempre atuava sozinho.
Concordei então em ir buscar os tais documentos. Dois dias depois, eu decolava rumo aos Estados Unidos. Após um voo maçante de mais de oito horas e duas escalas, eu chegava em Nova Iorque. De lá fui para o hotel que me fora reservado e soube que a reunião seria três dias depois.
Aproveitei para reencontrar a família que me “adotou” quando fiz meu intercâmbio nos Estados Unidos. A surpresa deles ao me reencontrarem foi imensa. Diferente do que pensamos, eles são calorosos sim com aqueles de dentro de sua casa. Eu fui tratada como uma filha naquela época e agora era a pródiga que retornava. Passei o dia com eles e me senti quase tão acolhida como na casa de meus pais. Aproveitei também para reencontrar algumas amigas antigas que fiz no meu intercâmbio e duas delas, Tracy e Amanda, recém divorciadas, logo me convidaram para curtir uma noitada juntas. Claro que eu fui…
Na entrada de um “pub” com pista de dança, Amanda, a biscate, chegou no segurança e depois de um caloroso beijo e beliscão na bunda dele, entramos com regalias. Curtimos adoidadamente a noite toda! Lá, conheci um típico negão, bem mais alto que eu chamado Jaz, um imigrante jamaicano, atleta velocista, que estava sendo naturalizado americano para poder competir pelos Estados Unidos nas próximas olimpíadas. Ele era imenso, acho que mais de dois metros. Não era forte, nem magro, mais magro que forte. Tinha pernas longas e um pau que, quando o senti durante uma dança mais colada de um ritmo latino, me assustou, tanto pelo calibre como pelo tamanho:
- Jaz! What is this, man!? (Jaz! O que é isso, homem!?) - Perguntei ao sentir aquele poste me cutucando a barriga.
- Oh! It’s just my little friend. (Ah! É só meu amiguinho.) - Respondeu, sorrindo maliciosamente.
Sem brincadeira, o pau dele tinha quase o tamanho do meu antebraço! Acho até que da grossura do meu pulso. Eu, uma brasileira solteira, ousada, safada e que até então me considerava uma biscate na cama, obviamente afinei! Por maior que fosse a minha curiosidade em transar com um homem assim, dotado, fiquei com medo. Voltei para a mesa rapidinho e depois que contei para as meninas o porquê de estar ali, assustada, Amanda, sempre ela, começou:
- Oh, my God! I want, don’t you? (Ah, meu Deus! Eu quero, você não?)
- It's really, really big, Amanda! I don't think I can. (É muito, muito grande, Amanda! Eu acho que não consigo.) - Respondi, fugindo da raia.
- Coward little bitch! Lay him on the bed and control the sex. (Putinha covarde! Deita ele na cama e controla a transa.) - Insistiu.
- I do not! He's going to kick my ass with that. (Eu não! Ele vai me arrebentar com aquilo.) - Fugi novamente.
- If he's going to kick your ass, I don't know, but he wants to fuck your ass, probably. (Se ele vai te arrebentar, eu não sei, mas que ele quer foder sua bunda, provavelmente.) - Disse e caiu numa gostosa e alcoólica risada.
Eu ria, mais de preocupação e medo que da piada em si e, não mais que cinco minutos depois, vem o danado do Jaz e me dá uma encoxada por trás, encaixando aquele pauzão no vão da minha bunda e quase no meio das minhas costas:
- No, no, no, no... Jaz, NO! (Não, não, não, não... Jaz, NÃO!) - Repeti.
- Really!? (Sério!?) - Perguntou e começou a se esfregar em mim suavemente em mim, no ritmo da música.
Tremi e ele percebeu. Me virou de frente para ele e o beijo veio rápido, certeiro e quente. Daí bambeei de verdade. Minhas amigas só cochichavam algo, mas notei que Tracy chegou a apontar para o pau do cara. Deve ter visto de relance o volume e ficado tão impressionada quanto eu. “Seja o que Deus quiser.”, pensei, enquanto ele já me puxava para sairmos daquele bar em direção sabe-se lá onde.
Pegamos um Uber e logo estávamos chegando em seu prédio de apartamentos num bom bairro da cidade. Claro que, como imigrante, ele não morava sozinho, havia mais três amigos. Quando entramos, eles me comeram com os olhos e tremi de verdade, mas agora era de medo! “Ai, Annemarye… Que burrice você fez!”, me recriminei, imaginando ter entrado numa roubada, pois, se eu já não me achava capaz de dar conta do Jaz, o que diria ter que dar conta dele e de seus três amigos? Entretanto, nós desviamos deles e seus vorazes olhares e fomos para seu quarto.
Assim que nos trancou, ele me jogou na cama, demonstrando que força física era um atributo muito presente naquele espécime de macho. Tirou lentamente sua camisa, me encarando e eu a ele. Um deus de ébano é a melhor definição. Aquele homem era perfeito. Alto, um falso magro, pois era forte na medida certa, com um abdome tanquinho, um sorriso encantador e quando baixou sua calça, pude ver que seu “little friend”, não era tão “little” assim, pois boa parte dele já despontava valente para fora da cueca.
Eu fiquei hipnotizada a tal ponto de não saber como ou quando ele me despiu, mas quando me dei conta, eu estava nua e sendo esfregada sobre seu corpo por ele mesmo como se fosse uma boneca. Acredite ou não, ele ainda vestia a cueca, um mero detalhe que havia se enrolado sob o seu saco em nossa esfregação. Realmente grande, imenso! E grosso, veiúdo e com uma cabeça que parecia uma jabuticaba de Itu. Era tão, tão, tão, que eu não sabia por onde começar. Coube a ele quebrar meu “iceberg”, deitando-me na cama e caindo de boca na minha buceta como se ele estivesse sedento e aquela fosse a última fonte de água limpa da Terra. Sua língua, como seu pau, era imensa e ele alcançou lugares onde só dedos e paus haviam estado antes. Eu gemi, delirei, chorei na língua e dedos daquele macho, enquanto era torturada e experimentava meu primeiro orgasmo da noite, seguido de outros porque ele não me dava trégua.
Quando ele se cansou de me chupar, me deixou literalmente largada e de olhos fechados sobre a cama, enquanto eu lutava para encher meus pulmões com ar novamente. Ele ria e dizia coisas que eu, apesar de fluente no inglês e espanhol, não conseguia entender, mas entendi bem suas intenções quando senti seu pau encostar na entrada de minha vagina. Bem intencionado, ele havia vestido uma camisinha e buscava agora firmar sua posse sobre o meu corpo. A cabeça do seu pau encontrou o caminho e senti como se estivesse perdendo a virgindade novamente. Eu me retesei na cama, mas ele não se incomodou, pois já devia estar acostumado àquela reação feminina. Ele me esticou de uma forma que eu nunca havia sentido antes e por mais molhada que eu estivesse, a penetração não progredia. Quando havia entrado pouco mais da metade, comecei a rebolar, mas não era de prazer. Me incomodava e bastante! Eu sentia como se já estivesse no meu limite e acredito que ele tenha entendido isso pelo meu semblante. Passou então a tirar e penetrar lentamente, dando-me condições de me acostumar com “aquilo”. Funcionou, pois aos poucos comecei a curtir e ele a ousar, aumentando a velocidade e a profundidade da penetração. Obviamente, não conseguiu introduzi-lo todo em mim, mas isso, acho que ele já sabia ser praticamente impossível e ficou claro quando, depois de encostar no colo de meu útero, forçou-o ao máximo dentro de mim, fazendo-me urrar sem progredir.
Essa tortura deliciosa continuou por um bom tempo e logo ele se cansou da posição, passando a me penetrar de lado e depois deitando-me de bruços para me penetrar por trás, mas na buceta, pois o cu eu não cogitava liberar para aquele monstro. Eu perdi as contas de quantas vezes gozei naquele pau. Na verdade, eu não sabia se eram novos orgasmos ou continuações das anteriores, pois as sensações se repetiam, os arrepios, as tremedeiras e ele não me dava descanso. Sua preparação física era realmente digna de uma olimpíada. Ele certamente merecia uma medalha de ouro, ou duas, talvez três, quem sabe mais! Apesar disso, eu precisava fazê-lo gozar logo ou ele me partiria em duas, haja vista que ele sempre tentava me penetrar mais fundo e eu já não aguentava mais nenhum pedaço daquela vara fora do normal.
Reuni minhas últimas forças para cavalgá-lo e dei o melhor de mim. Rebolei, esfreguei, punhetei, “bati estaca” com certo limite obviamente e o resultado não foi suficiente, pois ele ficou excitado, mas conseguiu se controlar. Fiquei ofendida! Agora era uma questão de honra. Desci daquele pau e passei a punhetá-lo com mãos, seios e minha boca, usando tudo o que eu já havia aprendido, lido e testado. Ainda assim não conseguia derrubar aquele mastro:
- Your ass! I want to fuck your butt hole. (Sua bunda! Quero foder sua bunda.) - Disse e me deitou novamente de bruço, se posicionando atrás de mim.
Me desesperei porque não tinha a menor chance de conseguir aguentar aquele monstro dentro de mim. Esperneei, me debati, gritei, briguei e com muito esforço o fiz entender que o meu cu ele não iria comer. Entretanto, mesmo resignado, não se deu por satisfeito, pois me puxou pela bunda, me deixando de quatro na beirada da cama e me penetrou a buceta sem dó ou piedade. Agora, estava ainda mais selvagem, bruto. Eu sentia seu pau castigar meu útero e chorei de dor, sem que ele se apiedasse de mim, aliás, só serviu para deixá-lo ainda mais disposto e a tortura continuou por algum tempo até que ele anunciou que iria gozar e tirou a camisinha, explodindo numa gozada fenomenal sobre a minha bunda, costas, cabelos, rosto, cama, tudo! Um alívio tomou conta de mim e, mesmo largada aos pés da cama, cochilei. Quando acordei, ele também dormia, pesado. Vesti minhas roupas, pedi um Uber pelo aplicativo e, quando chegou, saí do apartamento dele direto para o meu hotel.
Eu estava acabada, dolorida, com a buceta vermelha, inchada e ardendo horrores. Pior, saí com o sentimento de dever inacabado, pois eu não havia conseguido fazer aquele homem gozar. Ele me usou da forma como quis e só gozou quando quis. Fui um brinquedo nas mãos dele e isso me deixava inquieta, pois, por mais estranho que tenha sido eu me sentir usada, foi uma das melhores trepadas que tive em toda a minha vida. Cheguei ao meu hotel, mas minhas pernas tremiam e dificultaram minha chegada até o quarto. Quando entrei no meu quarto, me joguei na cama e não dormi, desmaiei.
Acordei só no outro dia, quase às quatorze horas e ainda me sentia terrivelmente cansada, dolorida. Tomei uma ducha e pedi um lanche, pois queria comer e dormir novamente. A curiosidade me fez usar um espelho para ver a situação da minha “little girl”. Tadinha! Estava vermelha, ainda inchada e um buraco enorme havia tomado o lugar da minha grutinha. “O que foi que eu fiz?”, pensei, me lamentando aquele estrago. Depois me sentei, meio de lado, na cama e fiquei esperando a chegada do meu lanche, pois não havia muito o que fazer. Ouvi o toque na porta e fui receber meu lanche. Depois o comi e me joguei na cama novamente. Dormi a tarde e à noite toda, usando garrafas geladas do frigobar entre minhas pernas para diminuir o inchaço e o incômodo.
Na manhã seguinte, eu já estava um pouco melhor. O inchaço havia diminuído e, com ele, o incômodo. Graças à natureza feminina e a elasticidade natural das nossas carnes, meu buraco já havia retornado a uma aparência mais “normal”. Desci para um merecido café da manhã e, enquanto o tomava, recebi uma ligação da Liliandra, avisando que a reunião seria naquele mesmo dia, durante o almoço num restaurante do centro. Seguindo suas orientações, me vesti de uma forma clássica e formal, indo para o local no horário combinado. Meu contato, um judeu ortodoxo clássico, já me esperava e me recebeu com toda a formalidade esperada. Aliás, estendi minha mão para ele, na esperança de cumprimentá-lo e ele me retornou um simples “Shalom”, deixando minha mão no vácuo. Não me ofendi ou o recriminei, imaginando que pudesse ser uma questão cultural:
- אחר הצהריים טובים. שמי אנמרי והגעתי בהוראת ד"ר גרגורי. - (Boa tarde. Meu nome é Annemarye e vim a mando do doutor Gregório.) - Falei, assim que nos sentamos.
- אני יודע, אבל קיוויתי שהם ישלחו אדם למשימה כל כך חשובה. - (Eu sei, mas eu esperava que mandassem um homem para uma missão tão importante.) - Me respondeu de uma forma claramente machista.
Aliás, desde que eu chegara ali, ele me analisava de cima a baixo, aparentemente incomodado por estar conversando com uma mulher desacompanhada e, ainda por cima, não judia:
- אני מצטער על אכזבתך, אבל אני היחיד במשרד שמדבר עברית. - (Lamento sua decepção, mas sou a única no escritório que fala hebraico.) - Retruquei, tentando controlar um pouco da minha insatisfação por estar sendo subestimada.
Acredito que ele tenha se tocado da indelicadeza e me pediu desculpas:
- אני מבקש את סליחתך, אבל המסמכים שאני הולך לתת לך חשובים מאוד. חושבים שתוכלו לטפל בהם עד שהם מגיעים ליעדם? - (Peço que me desculpe, mas os documentos que vou te entregar são muito importantes. Acha que pode cuidar deles até chegarem ao destino?) - Insistiu em duvidar da minha capacidade, sendo machista, mas agora num tom mais cordial.
- אני בהחלט מסוגל להעלות תיקיית מסמכים ואשמח לפתור את זה בהקדם האפשרי, אם לא אכפת לך. - (Sou perfeitamente capacitada para carregar uma pasta de documentos e gostaria de resolver isso o mais rápido possível, se não se importa.) - Respondi agora em um tom mais decidido, dando a entender que eu não era uma qualquer.
Acho que ele se convenceu com minha última resposta e abriu uma pasta que trazia consigo, mostrando-me vários documentos e dois “pendrives”. Depois, a fechou novamente, trancando-a e me informando que apenas o doutor Gregório saberia a senha. Por fim, a entregou para mim e se despediu novamente com um “Shalom”, saindo em seguida do restaurante e deixando uma nota de cem dólares sobre a mesa. Uma pulga atrás da minha orelha me mandou não almoçar e ir direto para o hotel, e de lá para o aeroporto. Foi o que fiz. Na sala VIP do aeroporto, uma das benesses da primeira classe, pude enfim comer algo enquanto esperava o meu voo. Acho que só consegui relaxar mesmo quando entrei no avião e no nicho da minha poltrona exclusiva. A pasta de documentos não saiu um minuto sequer do meu colo. Novamente um voo longo, cansativo e massacrante para minha já combalida buceta se iniciava. Apesar da poltrona ser espetacularmente confortável, eu não conseguia me ajeitar e o voo foi penoso, salvo apenas por uma refeição realmente deliciosa que nos serviram, no meu caso um salmão com camarões ao molho, acompanhados de uma salada, que estavam simplesmente divinos!
Cheguei em São Paulo bem à noite. Eu estava um trapo humano. Os doutores Gregório e Liliandra estavam me aguardando. Fui recebido efusivamente por eles, mais pela louca da Liliandra que parecia reencontrar uma filha, logo ela… Entreguei a pasta e, diferente do esperado por eles, pedi um dia de folga porque precisava descansar. Deram-me dois! Eu estava tão cansada que não discuti pela folga excedente. Eles me deixaram no meu apartamento e me joguei na cama, apagando, literalmente. Acordei somente no dia seguinte por volta das treze horas. Fiz uma refeição leve e liguei para Karina, minha ginecologista e amiga de longa data, para fazer um “check up”, uma vez que minha “little girl” não parecia querer voltar ao seu antigo normal. Ela combinou comigo no final da tarde e, as dezoito horas, lá estava eu:
- Annemarye, quanto tempo, menina? Tava com saudade… - Ela me falou.
- Vou bem, Ká. E você? Tá mais magra, bonitona… Tá dando, não tá? Fala pra mim, arrumou um taludo pra você, né? - Brinquei.
- Ah, nada sério… - Tentou despistar: - Só uns rolinhos.
- Sei… - Sorri maliciosamente: - E esse rolinho é um roludo? Tem mais de 18? Centímetros…
- Ah, para, Anne! Cê tá muito biscate pro meu gosto… - Disse e riu, denunciando o óbvio.
- Então… Por falar em biscate, eu preciso dos seus conhecimentos médicos específicos. - Falei, enquanto tentava encontrar a melhor forma de contar sobre meu último encontro: - Bom… Já tô fodida mesmo.
- O que aconteceu?
Resumi meu último encontro com o atleta e ela ficava mais boquiaberta conforme eu ia contando os detalhes da tórrida noite de sexo que eu tive. Aliás, da noite em que eu fui fodida, literalmente:
- Que tamanho ele tinha? - Ela quis confirmar.
- Eu não medi, né, Ká! - Falei, mas mostrei com as mãos o tamanho aproximado de meu antebraço e ainda completei: - E acho que mais grosso que o meu pulso.
- Você é louca, Anne! - Falou, enquanto tentava ser profissional, se voltando para o monitor do computador para disfarçar um sorriso: - Vai tirar a roupa e deita na maca. Já entendi porque você veio aqui correndo. E eu pensando que estivesse com saudades de mim…
Fui até ao reservado e voltei nua mesmo. Éramos amigas, ela era minha ginecologista e eu não tinha pudor algum com ela. Me deitei na maca, apoiei as pernas e ela veio me examinar. Colocou seus óculos e começou a olhar, depois a me tocar com uma expressão bem séria e isso me preocupou. Depois se levantou e foi até um armário para pegar um tubo:
- Pra que isso? - Perguntei.
- Já vou aproveitar e fazer a coleta pro seu Papanicolau. Tenho certeza que já deve fazer mais de ano que você fez o exame…
- Eu não lembro, mas deve… Acho que sim.
Depois de fazer a coleta, ela embrulhou o tubo e foi até sua mesa, anotando alguma coisa e voltou em seguida com uma régua de plástico de trinta centímetros, não fazendo questão alguma de escondê-la da minha visão:
- Credo, Karina! Pra que isso? - Perguntei, nervosa.
- Aguenta aí. Vou medir o estrago…
- Como é que é?
- Espera, Anne! - Disse e passou a medir alguma coisa embaixo de mim: - Pronto!
- Pronto, o quê? O que aconteceu? Ele me rasgou? Ai, caralho, viu…
Ela começou a rir e me deu uma reguada na perna, deixando um belo vergão vermelho:
- Ai! Sua filha da puta… Pra que isso? - Falei.
- Não tem nada de errado com você, sua idiota. Por sorte, você não era virgem, então sua musculatura já tinha uma certa, vamos dizer… experiência ou desenvoltura, você escolhe. - Disse e riu, enquanto se dirigia de volta a sua mesa: - Vai se vestir e volta aqui.
Fui ao reservado e, depois de me vestir, voltei à mesa:
- Então… A trepada deve ter sido boa mesmo, porque sua pele ainda está bem irritada pela fricção, mas nada de anormal. - Ela voltou a falar: - E quanto ao tamanho, também não há nada de anormal, ela está um pouquinho mais aberta, mas vai voltar ao normal em alguns dias.
- Ufa! Você não sabe o peso que me tirou das costas…
- Cê tava preocupada à toa. A vagina tem uma capacidade elástica para permitir a passagem de um bebê. Dificilmente um pau conseguiria estragá-la. - Voltou a me explicar: - Às vezes, se o cara for muito dotado e a mulher estiver sem lubrificação, pode acontecer de machucar a mucosa. Em casos raríssimos pode até haver rompimento da musculatura interna, mas somente durante um parto, durante o sexo, mesmo que com um dotado, é quase impossível.
- Então…
- Então, vão ficar só as boas lembranças. - Ela voltou a rir, debochada: - Vou só te passar uma pomada para a irritação.
- Tá.
- Só vou perguntar por protocolo: você usou camisinha, né?
- Claro!
- Então, já pode se preparar para a trepada do final de semana.
- Eu devia ter ido numa médica mais séria… - Resmunguei.
Ela riu e passamos a conversar amenidades enquanto ela preenchia alguns documentos referentes ao meu exame de Papanicolau e a receita que me entregou logo após:
- Hipoglós!? - Perguntei ao ver a receita.
- É! - Ela ria da minha cara.
- Mas isso é pomada para bebê, para assadura?
- Pois é… Você fez arte, vai ter que usar. - Começou a gargalhar de mim.
Cai numa gargalhada também e depois de conversarmos mais um pouco, nos despedimos. Não nego que voltei muito mais tranquila para meu apartamento. Eu ria de mim mesma enquanto dirigia meu carrinho pelas ruas e avenidas de São Paulo. Já em casa, pedi um lanche por um aplicativo e depois de comê-lo, fui dormir. Passei o outro dia descansando e besuntando minha “menininha” com hipoglós, afinal, foram orientações médicas.
OS NOMES UTILIZADOS NESTE CONTO E OS FATOS MENCIONADOS SÃO TOTALMENTE FICTÍCIOS E EVENTUAIS SEMELHANÇAS COM A VIDA REAL É MERA COINCIDÊNCIA.
FICA PROIBIDA A CÓPIA, REPRODUÇÃO E/OU EXIBIÇÃO FORA DO “CASA DOS CONTOS” SEM A EXPRESSA PERMISSÃO DO AUTOR, SOB AS PENAS DA LEI.