Liberais & Apaixonados 28.

Um conto erótico de San e Jen
Categoria: Heterossexual
Contém 4240 palavras
Data: 23/11/2022 19:46:57

Com Tânia e Marina entrando em nossas vidas, Jen e eu estávamos prestes a embarcar em uma aventura sem igual. Para uma primeira impressão, foi das melhores. Jen estava completamente embasbacada pela desenvoltura e calma com que as duas falavam sobre sexo e não tinham a mínima vergonha.

Lívia também começaria a se revelar por completo para a gente, mas tínhamos coisas mais importantes para pensar no momento e Jen se manteve focada nas prioridades, sem fechar aquela porta que se abria. Lívia entendeu e foi a primeira a concordar. Ela disse:

- Teremos todo o tempo do mundo para o que nos aguarda. Agora é hora de pensar em coisas mais importantes.

Laura assistia a tudo sem dizer nada, mas seu sorriso cínico era um indício dos problemas que enfrentaríamos.

Estávamos prontos para a chegada dos pais da Jen e Lívia e Laura já resolveram dormir conosco naquela quinta. E já vieram para casa assim que Tânia e Marina se foram.

Daquele dia em diante, as coisas começariam a ganhar um rumo totalmente inesperado.

Continuando…

Parte 28: querendo o que é da outra.

San:

Com todos reunidos e assunto que não acabava mais, foi difícil encontrar a hora certa para dormir naquela quinta-feira. Jen e Lívia não paravam de falar sobre as irmãs que nós conhecemos naquele dia, e também sobre Juliana e a nova amizade estranha entre ela e a Jen. Laura se mantinha quieta, sempre com aquele sorriso cínico no rosto. Jen e ela ainda não estavam bem. Eu ouvia a conversa, mas sem prestar muita atenção. Jen disse para Lívia:

- Vocês se conhecem há quanto tempo?

Lívia estava animada em poder falar sobre as irmãs, como se precisasse fazer uma propaganda:

- Nos conhecemos no primeiro ano da faculdade. De cara já nos gostamos. Com elas, fiz as minhas primeiras amizades sinceras por aqui desde que cheguei.

Laura tentou entrar na conversa:

- Por que não me apresentou a elas até hoje? Eu também gostei delas.

Lívia não deu muita atenção e continuou falando com a Jen, que também não estava dando a mínima atenção para Laura. Lívia continuou e fez uma confissão:

- Elas foram as primeiras. Antes delas, eu jamais pensei em me envolver com mulheres.

Jen estava realmente interessada em saber mais. Apenas ouvia, sem interromper. Laura estava chateada por ser deixada de lado, como sempre. Vencido pelos remédios, eu fui o primeiro a procurar a cama. Sonolento, ainda conseguia ouvir a conversa. Lívia dizia:

- Você vai ver, amiga. Tenho certeza de que vocês se darão muito bem. Elas são, assim como você e o San, pessoas incríveis. Eu já pensava há um tempo em trazê-las aqui.

Laura protestou:

- Elas, a Jen, o San… sua prima, seu sangue, não conta, né?

Novamente, nem a Lívia e nem a Jen deram a mínima importância para o protesto da Laura. Curiosa, Jen quis saber mais.

- Por que não as trouxe antes? Eu adorei as duas. De cara deu para perceber que elas são pessoas muito boas.

Lívia estava animada em falar sobre elas:

- Tudo aconteceu na hora certa. Eu já tinha falado sobre você e o San. As duas queriam muito conhecer vocês.

Lívia brincou, ou debochou, da Laura:

- Falei da minha prima teimosa também, que adora se fazer de coitada…

A Jen riu, mas eu não ouvi nenhuma reação da Laura e aproveitando a deixa, Lívia quis saber mais sobre a nova amizade da Jen:

- E essa Juliana? Não é aquela que teve um lance com o San antes de você voltar para a vida dele?

Eu começava a me render ao sono, mas ainda consegui ouvir a resposta da Jen:

- É ela sim. A mesma da saída do banheiro no Karaokê, quando o tio Omar estava aqui, lembra?

Lívia brincou:

- Ô, tio Omar… que saudade daquele homem. Homem gostoso…

A última coisa que consegui ouvir, já de olhos fechados, quase apagando, foi a curiosidade da Laura:

- Quem é o tio Omar? Por que nunca ouvi esse nome?

Os analgésicos e antiinflamatórios fizeram o seu papel e eu finalmente apaguei. Nem sei a que horas a Jen se juntou a mim. Também fui o primeiro a acordar na sexta-feira, com a Jen nua ao meu lado. Seu corpo nu era a minha paisagem preferida.

No corredor, em direção ao banheiro, apoiado em minha muleta, notei a porta do quarto que Lívia e Laura ocupavam aberta e não pude resistir a dar uma espiada. Com o calor que fazia, imaginei que elas estivessem bem à vontade, mas jamais esperava que estivessem tão à vontade assim: Lívia apenas de calcinha e os lindos seios à mostra. Mesmo acostumado a sua nudez, era sempre um presente para os meus olhos. Laura com um baby-doll, o shortinho minúsculo, todo enfiado na bunda, marcando a xoxota que parecia ser carnuda. A parte de cima estava desabotoada, com o seio esquerdo descoberto. Apesar de mais nova, era a cópia da prima, com as curvas mais acentuadas. Os mesmos seios médios, de aréolas claras, só que mais bicudos. Foi inevitável desejar aquela ninfetinha. Com o pau latejando pela ereção matinal, preferi ir logo para o banheiro. Aquela mulherada ainda ia acabar comigo.

Eu, um jovem de apenas vinte e um anos, com a testosterona em ebulição, não conseguia pensar em outra coisa. Ainda mais cercado por tanto estrogênio e progesterona.

Fiz minha higiene matinal e tentei, mesmo com a dificuldade de movimentos, preparar um café. Acabei derrubando a jarra de vidro da cafeteira elétrica e ela se espatifou no chão. O barulho acabou acordando a Jen. Assustada, ela veio em meu auxílio. Me desculpei e ela me mandou sentar no sofá e esperar. Pelo mau humor, eu concluí que ela notou o mesmo que eu e disse:

- Essa garota é abusada. Podia ter fechado a porta, pelo menos.

Lógico que ela se referia à Laura. Lívia também acordou e ouviu o seu resmungo, me olhando sem graça e voltando ao quarto para fechar a porta. Enquanto a Jen limpava os cacos de vidro no chão, Lívia disse para ela:

- Não esquenta, vou chamar a atenção dela. - Mas também não se rendeu à Jen. - Até quando vocês duas vão ficar assim? Acho melhor voltarmos para casa. Laura é abusada, vocês não estão se dando bem, acho que isso não foi uma boa ideia.

Sentindo que estava errada, pois era apenas implicância, e mesmo que tivesse razão, Jen se desculpou:

- Foi mal, amiga! Sua prima me tira do sério às vezes. Vou pegar leve, pois além de não ter culpa, vocês estão aqui por minha causa, para me ajudar.

Jen deu um abraço carinhoso nela e um selinho de bom dia. Eu não disse nada, me mantive quieto e na minha. Jen acabou de limpar os cacos, colocou água para ferver no fogão, passou por mim e foi ao banheiro. Lívia, sorrindo, brincou comigo:

- Bom dia, San! E aí, animado para ver os sogros?

Eu dei risada e nós ficamos ali conversando, esperando a volta da Jen, que retornou com outro astral, já mais descontraída e animada para o dia que teria pela frente, o reencontro com os pais. Ela passou o café e preparou a mesa com pão de forma, biscoito água e sal, manteiga e queijo minas. Lívia me ajudou a sentar e nós três comemos, conversando descontraídos. Laura continuava dormindo. Assim que terminamos de comer, Jen me informou:

- Meus pais devem chegar lá pelas duas da tarde. Lívia e eu vamos ao mercado agora cedo e depois ao shopping. Preciso comprar algumas coisas. Você vai ficar bem? Está com dor?

Lívia completou:

- Laura concordou em cuidar de você enquanto a gente estiver fora. Se precisar de algo, é só pedir à ela. Aquela lá acorda tarde mesmo, não se preocupe.

Jen fez uma careta de reprovação enquanto a Lívia falava. Eu protestei:

- Estou engessado apenas e tenho minha muleta. Não sou um inválido, podem ir tranquilas.

Eu começara a ficar preocupado com a situação entre Jen e Laura, já tinha passado da hora da Jen seguir em frente, esquecer aquela história da festa que deu errado. Eu nem me lembrava mais daquilo, jamais voltei a tocar no assunto ou cobrar qualquer coisa. Lívia sempre foi boa para nós, precisávamos ajudá-la a cuidar da Laura, prometemos isso a ela. Ela merecia o melhor de nós, sempre foi nossa cúmplice e companheira. Por Lívia, Laura merecia esse benefício.

As duas tomaram banho, enquanto eu assistia TV, sem prestar muita atenção, pensando mais em como seria a vida com meus sogros presentes nela. Antes das dez da manhã, as duas saíram e Laura logo se levantou, indo primeiro ao banheiro e depois vindo até a cozinha tomar o café da manhã. Acho até que ela esperou que as duas saíssem antes de deixar o quarto. Ela me deu um bom dia bem sorridente, se curvando sobre mim no sofá, me dando um beijo na testa. Achei aquilo estranho, pois não tínhamos toda essa intimidade. A única vez que ela me abraçou ou me beijou, foi quando nos conhecemos, quando Lívia voltou com ela do Nordeste.

Como disse o grupo “Nenhum de Nós”, na música Camila Camila, havia algo de insano naqueles olhos. Laura tomou o café sempre me olhando de forma estranha, parecendo querer dizer alguma coisa. Eu fingia que não reparava na sua atitude, tentando me manter concentrado na televisão. Laura lavou a sua xícara e tirou a mesa do café sempre se insinuando para mim, balançando a bunda, me olhando de rabo de olho. Com aquela roupa tão reveladora que ela usava, um shortinho muito curto, daqueles colados ao corpo, com metade das polpas da bunda de fora, um short famoso na época, com a marca Bad Boy estampada atrás e um top tão pequeno quanto um sutiã, branco, meio transparente, que mal cobria seus seios.

Não consegui conter a ereção, logo revelada pelo short fino de Tactel que eu usava. Para disfarçar, coloquei uma almofada no colo e lógico que ela percebeu, pois começou a varrer a sala sempre passando na minha frente, de costas para mim, com a bunda sempre à minha vista. Aquilo estava me deixando doido, mas eu não seria uma presa tão fácil. Sabendo que ela e a Jen estavam com problemas, me levantei, desliguei a televisão e fui para o quarto ler um pouco, dar uma repassada na matéria que Juliana tinha trazido alguns dias antes. Antes de sair, sabendo que ela era muito parecida com a Jen em relação a música e para mostrar que eu não estava tão enfeitiçado, eu disse:

- Se quiser pode ligar o som, mas em volume baixo. Vou para o quarto estudar um pouco. - E já saí.

Percebi que ela sentiu que eu estava fugindo, pois seu sorriso morreu. Eu não iria dar um mole daquele, ainda mais conhecendo a minha Jen. Fiquei lá deitado, pensando nas palavras da Jen ao acordar: "Essa garota é abusada. O que será que Laura estava querendo com esse teatrinho? Me seduzir? Atingir a Jen? Criar problemas para todos?" Lembrei também das palavras de Lívia: "Laura é abusada, vocês não estão se dando bem, acho que isso não foi uma boa ideia." Talvez Lívia tivesse razão, e com a atitude de Laura, que eu não entendia, tudo aquilo era a receita para um desastre.

Depois de algum tempo, senti sede e fui à cozinha beber água. Laura estava sentada no sofá, de cabeça baixa, bem triste. Sem saber o que fazer, apenas passei direto por ela, caminhando com dificuldade, com o auxílio da muleta. Ao me ver, ela disse:

- Por que não me chamou? Eu prometi a Lívia que ia cuidar de você. Eu podia levar a água.

Tentei desconversar:

- Tranquilo! Eu já estava de saco cheio de estudar.

Sem que eu esperasse, Laura foi direta:

- Sinto que vocês não gostam de mim. Eu já me desculpei com a Jen uma dezena de vezes, por que ela continua brava comigo?

Aquilo parecia mais uma lamentação do que uma pergunta. Ela continuou:

- Acho que eu deveria voltar para casa, deixar vocês em paz. Aquela maldita festa, se eu soubesse que ia ser assim, nem a teria chamado para ir.

Eu senti uma abertura, uma oportunidade para saber mais. Mesmo confiando na Jen, queria ouvir a versão de Laura:

- Afinal de contas, o que aconteceu entre vocês naquela festa?

Acho que Laura gostou da atenção, pois levantou a cabeça e sorriu. Ela já morava com Lívia há meses e em todo esse tempo, nós nunca trocamos mais do que meia dúzia de palavras. Enquanto eu me ajeitava no sofá ao seu lado, ela começou a contar:

- O erro foi meu, pisei na bola, deixei a Jen preocupada e ainda quis achar que estava certa. Conheci um carinha e acabei ficando com ele, esquecendo que as coisas da Jen estavam na minha bolsa.

Ela levantou e foi tomar um copo de água. Tentando se explicar, voltou a dizer:

- Mas eu só fui porque aquela Juliana estava lá com ela. As duas estavam se divertindo, dançando, achei que voltaria logo, mas acabei gostando e esticando a ficada. Acabei pegando no sono e quando a Jen me achou, já era de manhã.

Ela deu um suspiro profundo antes de terminar:

- Ela me acordou aos berros, quase dando na minha cara. Assustada, acabamos discutindo e a Juliana nos trouxe para casa.

As versões eram idênticas, mas com a Juliana de carro, entendi o porquê da Jen não ter largado a Laura para trás: Lívia. Ela jamais faria isso com a melhor amiga. Nós nos comprometemos a ajudá-la com a Laura. Sorte ter a Juliana por perto, não ter passado a noite sozinha. Era eu naquele momento que estava com vontade de dar umas chineladas na irresponsável da Laura. Abusada, achando que já tinha estabelecido uma relação de intimidade comigo, ela disse:

- Como é essa relação de vocês? Livia e Jen têm os mesmos direitos sobre você?

Eu me assustei com a ousadia:

- Do que você está falando? Tá maluca?

Laura me encarou:

- Ah, fala sério! Vocês acham que eu sou idiota? Que eu não sei o que acontece entre vocês? Eu já sou adulta, não sou nenhuma garota bobinha, que não entende nada da vida.

Eu pensei em cortar o assunto ali mesmo, mas Laura continuou:

- Eu admiro você, San! Lívia me contou o que você fez pela Jen, como sempre a ajudou desde que se conheceram. Agora com os pais dela e até mesmo com minha prima.

Vendo que tinha minha total atenção, foi honesta:

- Lívia sempre fala de você com muito carinho e eu já peguei a Jen saindo do quarto dela diversas vezes, toda suada, já ouvi vocês três no quarto juntos também.

Eu não estava acreditando no que ouvia. Laura estava vindo com tudo para cima. E ela continuou:

- Poxa, eu também tenho os meus desejos, sabia? Por que vocês me excluem de tudo?

Eu estava encurralado, Laura atirava as verdades na minha cara:

- Eu já tentei falar com a Lívia, mas ela nem me dá abertura. E agora, com a raiva que a Jen está de mim, acho que eu estou sendo um fardo para todos vocês. Talvez eu devesse voltar para casa.

Eu senti verdade nas palavras dela, uma tristeza genuína. Realmente, nós sempre a excluíamos de quase tudo, a tratando com uma irmã caçula, uma fedelha chata, mas ela tinha quase a mesma idade que a gente. Eu tentei contemporizar:

- Eu não sei o que você quis dizer sobre também ter os seus desejos, mas sobre o resto, acho que você deveria ter paciência. A Jen logo esquece o que aconteceu. Eu vou conversar com ela. Você sabe que pisou na bola, dê tempo ao tempo.

Laura parecia mais animada, e me pegando de surpresa, me deixando constrangido, perguntou:

- Você não existe, sabia? Se a Jen deixasse, você ficaria comigo? Do mesmo jeito que fica com a minha prima?

Eu não sabia o que responder. Não queria ser grosso, mas também não podia incentivar. Tentei ser político, não destruir sua autoestima, mas também não me comprometer:

- Você é uma garota linda, isso eu não posso negar. Qualquer um teria dificuldades em dizer não a você. Mas eu amo a Jen, e tudo o que fazemos, é para melhorar o que a gente tem. Você precisa entender que esse não é o jeito certo de fazer as coisas…

Laura, com o tom de voz um pouco mais alto, me interrompeu:

- E de que jeito eu tenho que fazer? Eu já tentei falar com a Lívia, pedi que ela conversasse com a Jen, mas nenhum de vocês me leva a sério. E isso é só comigo, pois as duas já estão fazendo planos com as novas amiguinhas.

Mesmo curioso sobre o que ela quis dizer sobre "fazer planos com as novas amiguinhas", me lembrando da conversa entre a Jen e a Lívia na noite passada, vi surgir uma oportunidade para lidar com a frustração de Laura:

- Eu entendo que você esteja chateada, mas você está olhando a situação da forma errada. O que você acha que vai acontecer quando a Jen chegar e ver você com essa roupa? Acha que ela vai pensar que você não está fazendo isso de caso pensado? Se as coisas não estão boas, por que piorá-las?

Acho que eu acertei em cheio, pois Laura não conseguiu disfarçar um sorriso safado e disse:

- Só assim para você me notar. Você nunca quis conversar comigo, sendo sempre quase mudo na minha presença.

Eu tentei dar uma enrolada, uma justificativa:

- Você tem razão, mas eu ando tão ocupado, sem tempo para nada. Não tenho conversado com ninguém, não só com você.

Laura resolveu me testar:

- Mas você sempre arranja um tempo para a Lívia, né?

Eu estava começando a ficar estressado, era hora de colocar a Laura em seu devido lugar:

- Tá vendo? É aí que você perde pontos, querendo comparar as coisas, como se a gente estivesse em dívida com você.

Eu também não queria piorar a situação. Me acalmei e tentei explicar:

- Lívia e eu, antes de tudo, somos amigos, temos intimidade, as coisas aconteceram de forma natural, sem forçar a barra, como você está fazendo agora.

Mesmo podendo magoá-la, resolvi ser honesto:

- Tudo que eu faço é por causa da Jen, é para ela. Entendeu a diferença? Eu não tenho tesão em nenhuma outra mulher, eu tenho tesão em ver a Jen tendo prazer, em como ela gosta de me ver junto com a Lívia. É isso que desperta o meu desejo. É pela Jen e somente por causa dela.

Me levantei novamente, mas antes de sair, pedi:

- Por favor, vá trocar de roupa. Eu vou ajudar com a Jen, mas só se você prometer se comportar.

Aproveitei para diminuir a tensão e para confortá-la, a elogiei:

- Você é linda, não precisa forçar nenhuma situação. Se não tivesse pisado na bola, já teria conquistado a Jen há muito tempo.

Vi um sorriso nascer em seu rosto. De burra, sei que Laura não tinha nada. Ela era muito esperta até, sabia que eu falara a verdade e só cabia a ela mudar toda aquela situação. Antes que eu saísse, ela disse:

- Obrigada, San! Eu precisava ouvir isso. Me desculpe, prometo que farei as coisas certas de agora em diante. Obrigada, de verdade.

Laura trocou de roupa, colocando uma bermuda e uma camiseta simples, menos reveladoras, mais confortáveis e já começou a preparar o almoço bem mais alegre. Passamos duas horas agradáveis, conversando normalmente, nos conhecendo melhor, até a chegada da Lívia e da Jen, que estranharam nossa amizade nova, mas gostaram do que encontraram. Percebi o olhar da Jen para as roupas da Laura e o seu sorriso de concordância. Após um banho para tirar o suor, Jen se colocou ao seu lado, sorridente e a ajudando a preparar a comida. As duas até brincavam uma com a outra. Será que tinha chegado a hora de fazer as pazes? Será que a Lívia tinha conseguido amansar a fera durante o tempo em que ficaram fora?

Comemos todos juntos, conversando, dando risadas, com a Jen e a Laura se tratando de forma amistosa e até sorrindo uma para a outra. Lívia sorria satisfeita, me encarando feliz. Laura, querendo agradar, e já tendo feito o almoço, se ofereceu para lavar a louça também, arrancando mais um sorriso da Jen, que se sentou ao meu lado no sofá, me perguntando curiosa:

- O que aconteceu aqui enquanto eu estava fora? Você e a Laura parecem estar se dando bem.

Não menti, mas preferi guardar os assuntos mais espinhosos para depois:

- Não aconteceu nada. Percebi que eu mal conhecia a Laura e nós acabamos conversando a manhã inteira. Ela também é parte dessa família estranha que a gente tem, merece ser tratada com atenção e educação.

Jen foi direta:

- Tu sabe que ela é doida pra ficar com você, né? Vai dizer que que nunca percebeu?

Eu não resisti:

- E quem não é?

Levei um beliscão dolorido no braço:

- Seu idiota! Vai brincando com fogo, vai… - Apesar de brava, Jen não conseguiu segurar a risada.

Eu estava começando a sentir dor, resolvi ir para o quarto me deitar um pouco. Jen veio junto comigo, me dando apoio e aproveitando para se arrumar para buscar os pais. Quando ela fechou a porta atrás de nós, percebi que o assunto ainda não tinha acabado. Ela logo foi me cobrando:

- Sério, sobre o que vocês conversaram tanto?

Eu resolvi ser honesto de vez:

- Laura acha que a gente não gosta dela. Ela me contou sobre a festa, sobre como ela sente muito e já se desculpou diversas vezes com você. Você não acha que está na hora de deixar o que aconteceu no passado? Seguir em frente?

Jen pensou por alguns segundos:

- Ela poderia ter me feito perder você. Tu acha mesmo que eu estou sendo tão severa? Acha que eu não tenho razão?

Eu me mantive honesto:

- Acho que é hora de deixar para lá, esquecer. Eu, em algum momento, coloquei a sua palavra em dúvida? Não! Já passou, hora de perdoar. Você imagina como deve estar sendo para a Lívia? Com vocês duas de cara fechada uma para a outra? Viu o que aconteceu de manhã? Por favor, vamos seguir em frente.

Jen me abraçou:

- Você está certo. No fundo, Laura é um amor. Todos cometemos erros.

Jen pensou mais um pouco e acabou confessando:

- Eu falei sério sobre ela querer ficar com você. Ela disse isso à Lívia. Eu não quero você de gracinha com ela.

Eu resolvi arriscar:

- São só as suas vontades que contam, então? Quando você quer, fazemos, quando não quer…

Jen arregalou os olhos assustada, me encarando, sem acreditar que eu poderia estar pensando em ficar com a Laura. Ela se sentou na cama sem saber o que dizer. Eu comecei a rir e ela me olhou com os olhos marejados. Eu disse:

- Relaxa, estou brincando com você. Mas vocês precisam parar de tratá-la como uma idiota. Ela sabe muito bem o que acontece entre a gente e a Lívia. Talvez, ela nem queira ficar comigo, ela apenas não quer ser deixada de lado, sempre mantida no escuro. Laura tem a nossa idade e ela é tão safada quanto você e a Lívia. Ela se sente excluída, está até pensando em voltar para casa.

Jen me ouvia com atenção, refletindo sobre as minhas palavras. Depois de algum tempo, sem me responder, ela saiu do quarto. Ouvi ela falando com a Laura na sala:

- Me desculpa, tá? San me deu um senhor puxão de orelha no quarto agora. Eu não quero que você vá embora, você já conquistou o seu espaço aqui. Prometo que irei lhe dar mais atenção. Você me perdoa?

Eu me levantei e fui até o corredor, a tempo de ver as duas se abraçando e a Lívia enxugando as lágrimas. Foi ela que lembrou do horário:

- Amiga, se não sairmos logo, vamos nos atrasar, seus pais vão chegar e se sentir perdidos. Vamos de ônibus e voltamos de táxi?

Jen também enxugou as lágrimas e voltou ao quarto, se arrumando apressada. Antes de sair, ela disse:

- Amor, vou pensar com carinho sobre você e a Laura. Você tem razão, não é só a minha vontade que conta.

Eu, novamente, fui honesto:

- Vou dizer a você, exatamente o que disse à ela: Eu não tenho tesão em nenhuma outra mulher, eu tenho tesão em ver você tendo prazer, em como você gosta de me ver junto com a Lívia. É isso que desperta o meu desejo. É por você e somente por sua causa.

Jen se agarrou ao meu pescoço, me dando um beijo delicioso, apaixonado:

- Eu amo você demais.

Ela e a Lívia se foram, deixando Laura e eu novamente sozinhos. Assim que me deitei, Laura bateu na porta:

- Desculpe, mas eu ouvi tudo da sala. Você disse que eu apenas me sentia excluída, que talvez eu nem queira ficar com você, mas eu preciso ser honesta, se a Jen deixar, eu quero sim, e adoraria que fosse do mesmo jeito que acontece entre vocês e a Lívia.

Pronto! Tentando ajudar, acabei criando mais problemas. Mas esse era um problema que eu não poderia lidar no momento. Com meus sogros prestes a entrar em nossas vidas, eu precisava me preocupar exclusivamente com eles.

Continua…

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Comentários

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Max, retome a série por favor! Aqui estamos aguardando ansiosos.

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Cara....cade o restante desta história?a coisa tava esquentando e vc deu uma esfriada nos contos????pelo amor de Deus volta logo.....

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Em breve, farei igual ao Nassau, mandarei por email para os leitores que se interessarem. Não tenho mais vontade de postar. Quem sabe, no dia que a CDC voltar a ser como era antes, com o respeito entre todos sendo o limite de cada um, eu volto. Avisarei em uma postagem específica. Obrigado!

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Ele Nassau,o Lael,outros e agora o Mark quer fazer isto,não seria melhor falar com o adm.do site e criar dentro dele um reservado tipo Premium e cobrar por ele??Eu pago, mas com a diferença de mais autores no mesmo nível de vocês,criando, postando e recebendo por isto??Pense com carinho....

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Max que saudades de vcs, fiquei perdida por um tempo sem ler os contos de vcs,te achei agora está continuação,bem mas falando sério e muito ruim se excluída de pessoa que gostamos,Laura errou mas uma conversa franca e bem colocada como vcs dois fizeram pode voltar ao normal,e vc foi gentil e honesto com ela e até ajudou Jean voltar as boas parabéns querido, bjs p Jean

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Que venha mais um capítulo.. .. ..

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Boa Noite, espero que estejas bem e você quando vai continuar suas histórias ?

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Olá meu amigo, que prazer em ver vc retornando a postar essa história deliciosa de vcs dois, top demais, estava com saudades.

grande abraço

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Super contente por este conto estar de volta!!

3 ⭐

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Esse capítulo foi bem esclarecedor, uma pessoa solteira sai pra balada e a que tem um namorado vai junto e a SOLTEIRA sai com um carinha sendo que ela não tem compromisso com ninguém e não deve satisfação de horário pra ninguém e ela que quase destruiu o relacionamento de terceiros. Se a garota é maior de idade e saiu da sua cidade pra crescer na vida ela não precisa de babá nenhuma e se uma pessoa sai de casa pra se divertir ela que fique com seus documentos, chave, celular e etc.

Sobre o San só estar nesse meio pra satisfazer as vontades da esposa só confirmou o que eu imaginava mas acho que isso deve ser mais natural do que uma vontade de ambos e por fim gostei da atitude dele dizer que só ela pode escolher se ele pode ou não ficar com alguém, primeiro ela escolheu a Lívia depois ela escolheu o trisal e liberou uma das meninas depois ela liberou a moça da reunião na mansão e ELA fazendo planos com a Lívia pra pegar as gêmeas.

Só não vou afirmar que o San é propriedade da Jen porque acho que ainda tem muito pano pra manga mas parece que a frase que os liberais gostam tanto de dizer que ninguém é propriedade de ninguém pode ser só uma frase feita.

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Com todo o respeito discordo do seu ponto de vista. Repara, nesta passagem eles ainda são novos e as dinâmicas da relação deles muito recentes. Num aspecto mais normal e mundano, não seria surpreendente que fosse ela a escolher o jantar ( pessoalmente raramente escolho), ou decidir as compras da mercearia ( pessoalmente só vou empurrar o carro das compras), ou a decoração da casa existem tantos exemplos que podemos pensar, e o marido escolher e decidir em outros aspetos. São dinâmicas que qualquer casal pode identificar.

Não creio que deva ser visto ou pensado como um jogo, você escolheu 3 eu escolhi 2 agora sou eu a escolher, isso não faz sentido. Penso que sim, a Jen é quem decide com quem eles ficam, contudo penso que será algo que o San deixa para ela se sentir protegida dentro da relação deles. Sendo o San a escolher, tenho a sensação que apesar de confiante e decidida a Jen iria possivelmente abalar, pois o ciúme e incerteza mesmo sendo algo na cabeça dela iria acontecer. O "simples" aspecto do San poder duvidar do que tinha acontecido naquela noite a deixou abalada, pois para ela o San é o porto de abrigo, e criar duvidas nele é algo complexo, imagina ele dizer que quer estar com alguém. Pelo menos é a minha forma de interpretar o conto/vida deles.

Quanto a ele ser "propriedade" dela, ele é, assim como ela é dele, ela partilha a "propriedade" dela no sexo, mas aposto o que quiser que noutros aspetos não partilha. Você acha que qualquer um deles estará ok, com o parceiro ir a um jantar romântico com alguém? Ou dormir (literalmente) com alguém a noite toda sem ser com o parceiro? Apesar de gostar da Lívia você acha que ela estaria bem com estes exemplos sem estar ela presente?

Penso que está a tentar olhar para a relação deles com uma visão baseada na sua experiencia, contudo não é a dinâmica da deles.

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Eu não poderia ter dito melhor. Conhecendo o San, essa passagem explica muito bem o que ele pensa, ao responder a Jen, já que essa parte foi toda na visão dele:

" Vou dizer a você, exatamente o que disse à ela: Eu não tenho tesão em nenhuma outra mulher, eu tenho tesão em ver você tendo prazer, em como você gosta de me ver junto com a Lívia. É isso que desperta o meu desejo. É por você e somente por sua causa."

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Nas partes 24, 25 e 26 dessa série, está bem descrito como esse relacionamento evoluiu. É uma parte bem recente, vivida durante esse ano, da vida do San e da Jen.

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Claro que não me sinto desrespeitado de você não concordar comigo.

Só coloco em palavras o meu jeito de ser, se ele ou vc no caso aceitam que a mulher escolha com quem vão se relacionar tá tudo bem mas se eu tivesse um relacionamento assim e não pudesse transar com uma mulher de minha escolha, eu não iria gostar e iria gostar menos ainda se a justificativa fosse ciúmes e insegurança da minha parceira.

Pelo que leio o que liberais mais compartilham aqui é que o relacionamento deles são as mil maravilhas sem insegurança ciúmes e etc.

Então quando eu questiono é só uma dúvida.

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Que bom que voltou. Acompanho desde o primeiro. Bom retorno

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Massa Max Al-Harbi, e seja bem vindo de volta, conto espetacular.

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Boa Noite e obrigado por retornar a essa história

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Max amigo parabéns ao retornar a saga nota mil kkkkk

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Max, vi que acabou de publicar. Vim logo ler. Essa história é cheia de coisas boas, e a gente vai desfrutando das descobertas a cada parte. Mas essa Laura, até eu já fiquei aqui curioso de conhecer essa moça safadinha! Hum… gosto de conto que deixa a gente com vontade de "quero mais". três estrela.

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Essa é da pá virada. 😂😂😂

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Essas frequentemente são as melhores...😈

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Oi, Ted! Parou de escrever?

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Queridas, os últimos meses tem sido puxados, especialmente no profissional, mas 2023 deve ser mais tranquilo (espero...) e aí devo retomar as atividades.

E a saga de vocês, quando volta?

Um abração em todas.

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