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A cada penetração, sentia que estava mais próxima do gozo. Ele aumentou suas estocadas e a segurou forte, apertando o seu pescoço. Sylvia sentiu a respiração quente e ofegante dele no ouvido, seguida de uma mordida em seu pescoço e uma estocada funda. O gozo veio forte, seguido de gemidos incontroláveis:
-(Sylvia) Isso … tô gozando … ahhhhh ... Mete forte … que delícia … Ahhhhh …
Ao mesmo tempo, sentiu a ejaculação quente no fundo do seu rabo a inundando completamente. Ela não aguentou e gozou forte novamente, o segundo orgasmo seguido. Ele urrava:
-(Jürgen) Isso, sua puta … Ahhhhh … cu gostoso …
Ela sentia o pau pulsando, liberando os últimos jatos de esperma e depois amolecendo e sendo expulso de dentro dela. Os dois, mal tinham forças para se levantar. Jürgen beijou novamente a sua boca e disse:
-(Jürgen) Você é deliciosa. Se deixar, eu gostaria muito de cuidar de você. Adoraria te foder gostoso todo dia. Esse cu merece ser comido sempre.
As palavras safadas e carinhosas mexeram com Sylvia. Ela estava muito carente já há algum tempo. Uma oferta como essa não podia ser recusada. Jürgen via em seus olhos o quanto ela estava dominada. Para selar de vez a sua entrada na mansão, ele ainda a fodeu por mais de uma hora dentro daquela sauna, a deixando extasiada e muito satisfeita. Seu plano estava correndo melhor do que o esperado.
Continua ...
Capítulo 04 – Acidente Inesperado
Elisa não conseguia entender os sentimentos que a arrebatavam. Ela, que jamais sentira qualquer atração por mulher, não conseguia assimilar o sentimento e a excitação de estar beijando uma mulher. Sua confusão era tão grande que ainda não se dera conta que Bruna, a mulher que a beijava, um dia fora a dona do coração de Renato, o homem por quem agora ela era apaixonada. Quando se deu conta disso, ficou perplexa ao sentir que, mesmo assim, seu corpo febril ansiava por carinhos mais ousados.
Ainda confusa, sentiu a mão de Bruna buscar um contato por baixo da blusa que usava e começar a subir em direção aos seus seios. Sentiu-se arrepiar e suspirou ruidosamente desejando que aquela mão macia alcançasse logo o bico de seu seio e o apertasse para arrancar dali o comichão que a fazia se sentir dormente. Quando finalmente a mão da outra atingiu seu objetivo, gemeu e apertou ainda mais seu rosto de encontro ao dela, aprofundando ainda mais o beijo que já era intenso.
Sem poder se conter, sua mão se movimentou em busca do contato com o corpo macio de Bruna e já ia tocá-lo na região da barriga quando, do nada, a imagem de Renato foi se formando em sua mente. Primeiro lentamente, depois de uma forma tão nítida que era possível analisar a expressão que ele mantinha em seu rosto e notou um olhar ambíguo, onde havia um misto de desejo e ao mesmo tempo de reprovação, porém, não de repulsa.
Aquela imagem foi tão forte que Elisa estancou de repente, afastou seu corpo do de Bruna, interrompendo o beijo. Depois, tentou encarar aquela linda mulher ao seu lado, mas não conseguiu. Sentiu de repente o impulso de se afastar dali e, sem nenhum aviso prévio, levantou-se da cama e saiu correndo do quarto em direção ao banheiro.
Bruna permaneceu estática. Ela também não conseguia equalizar com exatidão o que havia se passado naquela cama. Era ela a experiente que já transara com mulheres e que adorava sexo de todas as formas e, mesmo assim, não fora um simples impulso sexual o combustível que iniciou aquele beijo. Havia algo mais forte que a impeliu a fazer aquilo e ela não sabia, ou não queria entender que apenas uma vez se sentiu dessa forma, que foi quando, no começo do seu relacionamento com Renato, ele a beijava com paixão.
Entretanto, não foi possível se entregar àquele pensamento, pois o som de um corpo indo de encontro com alguma coisa, seguido por um gemido abafado, um gemido que ela sabia ser de dor, fez com que se levantasse e saísse apressada seguindo os mesmos passos antes percorridos por Elisa. Correu para o banheiro e a encontrou caída no chão, desmaiada sobre uma poça de sangue.
Antes que Bruna pudesse ter qualquer reação, a mãe de Elisa já estava de seu lado e, ao se deparar com a filha caída no banheiro com Bruna agachada ao seu lado já pressionando uma toalha sobre a cabeça da garota que sangrava sem parar, ficou estática, sem saber o que fazer enquanto Bruna, ao ver a mulher parada sem ajudar, falou de forma grosseira:
-(Bruna) Mas de quem foi a infeliz ideia de colocar um tapete desses na porta do banheiro? Isso é um perigo.
A mãe de Elisa sentiu o golpe, achando que Bruna estava colocando a culpa do acidente nela, sem saber que Bruna estava falando daquela forma para tentar se eximir da culpa por ter beijado e acariciado o corpo da mulher do seu ex-marido. Mais uma vez, Bruna estava sendo mesquinha e tentando manipular os acontecimentos.
A senhora, muito preocupada, tentou ignorar Bruna e se abaixou ao lado dela, procurando avaliar o ferimento da filha enquanto tentava se manter calma diante da inesperada situação.
Bruna resolveu que não era hora de criar celeumas e sim agir e, pensando dessa forma, pediu para que a mulher segurasse a toalha pressionando o local do ferimento enquanto ela solicitava socorro, pois sabia que a pancada na cabeça merecia atenção especial. A mãe de Elisa obedeceu enquanto Bruna voltava ao quarto onde deixara seu telefone móvel e ligou para uma clínica que sabia estar sobre a influência de seu pai e que sempre fora usada por ela e sua família quando necessário.
Bastou informar seu nome e se referir à sua família para que todos os recursos fossem colocados à sua disposição. Sabendo que não demoraria a chegar, não só uma ambulância com socorristas, mas pelo menos um médico acompanhado por enfermeiros, retornou ao banheiro onde percebeu que Elisa estava recuperando os sentidos.
Agachada ao lado de Elisa impedindo que ela se levantasse e que aguardasse pelos médicos que a examinariam antes que ela fizesse movimentos bruscos, Bruna percebeu que a fibra que Elisa sempre demonstrara não era algo aleatório, pois a mãe da garota, olhando para Bruna, chamou a atenção dela dizendo:
-(Mãe de Elisa) Dona Bruna! Eu gosto muito da Senhora, mas dentro da minha casa, não aceito esse jeito da senhora falar, pois, durante toda a vida, sempre tivemos tapetes aqui e nunca houve acidente nenhum. Aliás, eu vi quando Elisa saiu do quarto e veio para o banheiro que ela estava muito nervosa e isso talvez explique ela não ter prestado atenção.
Bruna, diante da franqueza e severidade que a mulher falava e sabendo que ela estava certa, sendo aquele acidente em grande parte culpa dela, baixou a cabeça e não disse nada, nem mesmo quando a mulher, aproveitando o silêncio dela, acabou por lhe chamar a atenção dizendo:
-(Mãe de Elisa) Por favor, a senhora me respeite, porque aqui dentro mando eu. – Diante do silêncio de Bruna, a mulher informou: – Agora eu vou fazer o que já deveria ter feito ontem à noite. Vou ligar para o Renato que é o noivo dela e deve providenciar o que for preciso para atender a Elisa.
Elisa, vendo que sua mãe estava decidida, procurou controlar a dor que sentia e pediu para que a mãe não ligasse, porém, ela não deu ouvidos e ligou.
-(Mãe de Elisa) Alô, Renato … Sim sou eu, sua sogra … olha, aconteceu um pequeno. acidente doméstico, a Elisa escorregou no banheiro e bateu a cabeça no chão. Por favor, venha para cá o mais rápido possível.
Do outro lado da linha, Renato procurou disfarçar o seu desespero, prometeu que estava indo de imediato e desligou antes de ir até a sala de Bruna, não a encontrando. Procurou então por Edna que lhe disse suspeitar que Bruna pudesse estar com Elisa, na casa da mãe dela, não deixando de fazer a observação de que estava estranhando o fato das duas parecerem estar unidas desde ontem. Renato resolveu deixar essa informação para ser administrada depois, uma vez que agora, o que importava era prestar toda a ajuda que sua noiva pudesse precisar, seguindo para a casa de sua futura sogra.
Depois de percorrer de forma inconsequente vários bairros, só não provocando nenhum acidente por muita sorte, chegou ao seu destino e praguejou baixinho ao ver o carro de Bruna estacionado na frente da casa. Viu também uma ambulância com o motorista sentado atrás do volante, e correu para dentro da casa, onde já encontrou Elisa em cima de uma maca, com um tubo de soro ao seu lado pingando lentamente seu líquido que ia aos poucos sendo administrado nela.
Bruna disse:
-(Bruna) Não se preocupe! Eu, já me adiantei e chamei o socorro. Eles já estão tratando dela.
Nessa hora o sangue ferveu e Renato perdeu a compostura. Aos berros, ele disse:
-(Renato) Pare de querer ser a pessoa mais importante do mundo, Bruna! Afinal de contas, isso aqui não é uma competição. Aliás, acho muito estranho o fato de você estar aqui e fico ainda mais por te conhecer do jeito que te conheço, fico imaginando qual seria o seu plano e onde a Elisa se encaixa nisso. – Ao ver que Bruna o fuzilava com o olhar, não se intimidou e continuou: - Está me olhando desse jeito por quê? A mim você não precisa fazer esse teatrinho, pois já te conheço de outros carnavais.
As três se assustaram com a forma dele falar com Bruna. Renato estava quase a ponto de perder o controle, mas ainda conseguia manter a compostura, quando, na verdade, seu desejo era agredir à sua ex. Foi Elisa que, com sua voz chorosa por causa da dor que sentia, somado à vergonha por se achar a culpada de toda aquela situação, pediu:
-(Elisa) Não fale assim com a Bruna, Renato. Ela veio aqui porque estava preocupada comigo e agora só está querendo ajudar.
Nesse momento, o médico ordenou que todos se afastassem de Elisa e ordenou que os enfermeiros conduzissem a maca até a ambulância.
Com sua futura sogra ao seu lado, Renato dirigiu de forma comedida, deixando que a ambulância se distanciasse deles e não escondendo seu descontentamento ao ver o carro de Bruna pelo retrovisor, sabendo que ela também iria até o hospital. Ao chegarem, foram encaminhados para uma sala confortável, onde a mãe de Elisa pode notar a diferença de tratamento entre as pessoas poderosas e os mortais comuns, só não ficando mais admirada com todo aquele luxo por estar muito preocupada com sua filha.
Logo um médico, que não era o mesmo que atendera Bruna em sua casa, sendo esse um senhor idoso, entrou na sala e começou a prestar informações, dirigindo-se a Bruna com toda a deferência, o que causou um desconforto em Renato ao perceber que, independente do que ele fizesse ou onde pudesse chegar, ele jamais seria tratado como ela que, afinal, nascera em berço de ouro e pertencia à realeza enquanto ele, para atingir seu atual patamar, precisara lutar muito e até mesmo alterar seu modo de vida e passar a agir de forma que antes, quando adolescente, jamais imaginou ser capaz.
O médico procurava tranquilizar a Bruna, dizendo que o único problema com Elisa fora o corte que ela sofreu na cabeça ao bater na pia e que esse ferimento já havia sido desinfetado e que ela recebera alguns pontos, porém, que estaria bem logo. Renato, nesse momento, se aproximou, interferiu na fala do médico e perguntou:
-(Renato) O senhor pode garantir que não haverá sequelas? E se ela tiver alguma reação mais tarde?
O médico mediu Renato com um olhar de cima abaixo, como se estivesse olhando para um bicho com cheiro desagradável, o que fez com que Bruna apresentasse seus dois acompanhantes, fazendo questão de frisar que Renato era o noivo de Elisa. Só depois disso, o médico respondeu:
-(Médico) Não creio que haverá algum perigo, ela é uma garota forte, saudável ...
Foi interrompida por Bruna que perguntou:
-(Bruna) Já foi providenciado um exame neurológico completo nela? – O médico respondeu negativamente com um aceno de cabeça, o que fez com que ela ordenasse: - Então providencie um agora. Aliás, façam todos os exames exigidos quando uma pessoa sofre um acidente, inclusive, uma ressonância magnética e depois mande a conta para o meu escritório.
Renato ia interferir nesse ponto por não gostar de ver Bruna no comando, porém, não houve tempo e ele prendeu a respiração quando o médico informou:
-(Médico) Fazer os exames não será problema. Com relação a conta eu sequer cogitei que não seria paga. – Fez uma pausa e, somente quando percebeu que a atenção de seus três interlocutores estava concentrada nele, continuou: - O problema mesmo vai ser alguém convencer àquela moça de permanecer no hospital.
Como se tivessem ensaiado, a mãe de Elisa e Bruna disseram ao mesmo tempo:
-(Bruna/Mãe de Elisa) Ela vai ficar sim. Eu me encarrego disso.
Ambas se entreolharam e trocaram um sorriso, demonstrando que o clima criado pelas acusações de Bruna com relação ao acidente estava sendo descontruído e a relação entre ambas voltando a ser de cordialidade e respeito. Mas nenhuma das duas entendeu direito o que o médico quis dizer ao falar em tom baixo:
-(Médico) Vocês que sabem, isso é com vocês!
Entretanto, se o tratamento entre Bruna e a mãe de Elisa voltou a ser bom, ambas tiveram conhecimento da exata dimensão do que o médico quis dizer com sua advertência. Elisa, revoltada por ter que permanecer o resto daquele dia e parte do dia seguinte no hospital para se submeter aos exames, mostrou uma face que Bruna ainda não conhecia e fez de tudo para infernizar a vida das duas.
Bruna estranhava muito esse comportamento que nunca tinha visto naquela garota enquanto a mãe dela se mostrava preocupada e fazia de tudo para satisfazer os caprichos da filha. Essa situação já perdurava até o final do dia, quando finalmente Bruna perdeu a calma com Elisa e ameaçou quando ela começou a fazer birra para tomar um remédio:
-(Bruna) Olha aqui sua pirralha mimada. Engole logo esse comprimido senão eu vou enfiar ele em sua garganta abaixo com minhas próprias mãos.
Elisa não se intimidou:
-(Elisa) Experimente fazer isso e eu arranco seus dedos com os dentes.
Apesar da irritação, Bruna teve que se conter para não rir da infantilidade de Elisa. Então, mesmo na presença da mãe dela, foi além em suas ameaças e falou:
-(Bruna) Ok! Se é assim que você quer, então assim vai ser. Vou pedir para que mandem esse remédio em forma de supositório e também para que mandem o enfermeiro com o maior dedo para enfiar o remédio no seu rabo.
-(Elisa) BRUNA. VO ... VO ... – Sem conseguir falar mais nada, respirou fundo e depois usou toda sua concentração para dizer: - Olha minha mãe aí, sua doida.
Entretanto, a mãe de Elisa surpreendeu às duas, a filha e Bruna, com uma sonora gargalhada que encheu o quarto e serviu para descontrair o ambiente. Só depois de Elisa ter sido medicada e alimentada que Bruna deixou o hospital, deixando uma Elisa mais calma e solidária em companhia de sua mãe que, algumas horas antes, tinha sido levada até sua casa por Renato para pegar algumas roupas e assim poder ficar no hospital durante a noite. Quando voltaram Elisa pediu para que Renato não ficasse com ela no Hospital. Quando ele concordou e disse que viria no dia seguinte para pegá-la e levá-la para casa, Elisa surpreendeu Renato dizendo que já havia combinado e que Bruna o faria. Esta informação deixou Renato muito nervoso, mas ele não quis, estressar Elisa com mais uma discussão e ele as deixou.
Bruna já havia voltado ao escritório. Quando chegou em sua sala, logo assistiu a uma verdadeira invasão de Renato que entrou de supetão e começou a gritar com ela, emitindo ofensas e ameaças, mostrando uma faceta sua que Bruna ainda não conhecia, mas que, só conseguia pensar que devia trocar urgentemente de secretária, pois somente com a ajuda da sua, Renato poderia saber que ela tinha regressado.
Porém, como o expediente se aproximava do fim, deixou para resolver isso outro dia e, para sua própria surpresa, suportou todas as ofensas sem revidar. Afinal de contas, embora a acusasse de estar tentando usar Elisa e jogar um contra o outro e que se ela continuasse nesse jogo iria se arrepender, ele estava muito longe da verdade. O interesse de Bruna era bem outro.
Também ficou pensando que sua carga de culpa era muito grande e que ela até merecia passar por aquelas ofensas, afinal de contas, foi ela que traiu, foi ela que magoou e foi ela que, cedendo aos seus impulsos sexuais, estava destruindo a união que ambos tinham.
Enquanto isto ...
Depois da experiência sexual que teve com Jürgen no barco, Clara se deu conta que estava lidando com alguém não apenas rico, mas muito poderoso e ficou eufórica ao notar que o alemão poderia oferecer a ela tudo ou mais do que recebera da família de Bruna e que depois estava lhe sendo negado. Com essa convicção, passou a se insinuar ainda mais para o homem que aceitava sua constante companhia e também dava mostras de que adorava usar e abusar de seu corpo moreno e perfeito.
Entretanto, Clara era do tipo de pessoa esperta. Não muito inteligente, porém, esperta o suficiente para perceber que Jürgen, com suas constantes perguntas a respeito daquela família, tinha algum interesse na mesma e não se limitava apenas a lhe fornecer as respostas às suas perguntas, mas a lhe dar de forma espontânea informações que julgava ser importante.
Como ela estava certa em todos os sentidos, ele tinha sim interesse e as informações estavam sendo importantes, não demorou para que ela sondasse o homem que confessou ter sim interesse, deixando escapar que eles tinham uma conta antiga para acertar. Julgando que ela também tinha algo para se vingar da família, abriu de vez o jogo e se ofereceu para lhe conseguir todas as informações que ele desejasse.
Esse acontecimento foi muito benéfico, pois em apenas dois dias que reservaram para esse fim, não que Jürgen não tenha fodido muito a bucetinha de Clara durante a noite, já era do conhecimento do alemão tudo aquilo que mulher tinha para informar. Em sua ingenuidade, pois esperteza e inteligência são coisas distintas, ela não se deu conta de que, depois de ter tudo o que queria, ela não teria mais nenhuma utilidade para o alemão.
Dessa vez os planos de Clara ainda deram frutos. Ela já tinha dito tudo o que sabia e Jürgen mandou fazer algumas investigações, agora dirigidas aos pontos corretos, e descoberto que ela dizia a verdade. Além disso, a mulher era um furacão na cama e isso agradava a ele que, diante da insinuação de Clara de que merecia uma recompensa por suas informações, não vacilou e foi até uma concessionária adquirindo um carro zero quilômetro e presenteando a ela.
Não era um carro de luxo e tampouco muito caro, mas já era uma manifestação de que ela fora útil, o que ela entendeu de que tinha aquele enorme alemão comendo na palma de sua mão. Logo iria descobrir que, sem ter mais o que oferecer a não ser seu corpo, ela não passava de uma buceta que ele podia foder na hora que bem desejasse e que, logo estaria oferecendo a outros homens em troca de favores.
Voltando ...
Na manhã seguinte ao acidente, Elisa recebeu alta no hospital e lá estava Bruna que insistiu até conseguir levá-la para o apartamento de Renato, mas só depois que ficou combinado que Elisa tomaria um banho, trocaria de roupa e iria para o escritório.
Apesar do constrangimento de ir até o apartamento de seu ex-marido, Bruna não se conteve e acompanhou Elisa até lá, onde teve que usar toda a sua força de vontade para evitar se atirar sobre a garota e dar vazão ao desejo que estava sentindo de explorar aquele corpo que, apesar de pequeno, era todo proporcional e sedutor.
Elisa, por outro lado, parecia ter adotado outra estratégia. Ela agia como se nada tivesse acontecido, aceitando com naturalidade a presença de Bruna ao seu lado e conversando os mais diversos assuntos. Não houve nenhuma demonstração da parte dela que pudesse levar Bruna a pensar que estivesse interessa em algo a mais.
O que a outra não sabia é que, por dentro, Elisa, apesar de não entender completamente os seus sentimentos, se queimava com o mesmo desejo e, embora seu sorriso inocente e os assuntos corriqueiros que ela procurava manter nas conversas entre as duas, alguns sinais apareciam.
Suas narinas tremiam enquanto ela tentava a todo custo não fazer nenhum ruído com sua respiração alterada. Suas pupilas estavam dilatadas, fazendo com que ela sorrisse. Notou isso ao se maquiar. O motivo do sorriso foi a lembrança de que, quando fazia amor com o Renato, isso acontecia com frequência e nessas ocasiões ele brincava a chamando de “japonesinha loira”.
Contudo, pensar em Renato lhe trouxe uma angústia muito grande. Não só pelo fato de Renato ter mentido para ela como também frente ao conflito de sentimentos para com Bruna. Ela, que até aquele instante, tinha certeza de seu amor por Renato, começava a questionar a intensidade deste amor. Apesar de nunca ter se interessado por outra mulher, Elisa percebeu que Bruna mexeu com sentimentos que ela nem sabia ter.
Ainda com este pensamento lhe remoendo e, em virtude de achar o fato de estar no apartamento em que vinha habitando com seu noivo e em companhia da ex dele insólita, Elisa procurou se apressar e logo as duas estavam novamente no carro transitando em direção ao escritório, onde foram recebidas por Edna que não disfarçou a preocupação que sentia por Elisa, sem, contudo, conseguir o mesmo com relação à sua estranheza com o fato de Bruna estar parecendo tão amiga da garota.
Para não deixar Elisa preocupada, Edna agiu normalmente até que Elisa se afastasse dela em direção à sua sala e, quando Bruna fez menção de acompanhá-la, foi segura pelo braço pela mulher que ordenou com uma voz que não admitia ser contrariada:
–(Edna) Na minha sala, agora. – Esperou pela reação de Bruna que a olhou fixamente nos olhos e nem deu chance da outra dizer nada, já completando sua ordem: – Nem pensar, eu disse agora.
Bruna fez um muxoxo com a boca como quem fosse desprezar a ordem, mas, depois de ficar parada com uma expressão pensativa, saiu andando atrás de Edna que, ao acabar de falar, virara as costas para ela e sairá andando em direção ao seu escritório.
–(Edna) Você pode, por favor, me explicar o motivo desse seu súbito interesse em Elisa? – Perguntou Edna enquanto ainda fechava a porta da sala.
–(Bruna) Não tem interesse nenhum. – Respondeu Bruna e, ao notar que Edna a olhava com uma expressão de quem não acreditava no que ela dizia, mudou a explicação: – Quer dizer, eu gosto da Elisa igual a todo mundo aqui nesse escritório. Então, é natural eu ficar preocupada com ela.
–(Edna) Preocupada, não é? Olha Bruna, eu te conheço há muito tempo. Não vou ficar repetindo aqui que você e Renato são os filhos que Álvaro e eu não tivemos, mas vou repetir quantas vezes for necessário até você entender que, se você fizer qualquer coisa que prejudique a Elisa, vou ficar muito chateada. – Olhando para Bruna que a olhava com a mesma emoção que sentira das vezes anteriores que ouvira aquela declaração, Edna fez um esforço enorme para controlar seu sentimento de amor por Bruna e ameaçou: – E tem mais, eu vou ficar do lado dela e, se necessário, fazer qualquer coisa que a proteja de você.
–(Bruna) Fique sossegada Edna. Prometo que não vou fazer nada que machuque sua queridinha. – A voz de Bruna estava carregada da mágoa que sentiu ao ver que Elisa estava, cada vez mais, ocupando um lugar no coração de Edna. Um lugar que um dia fora seu. Então, já com a voz embargada pelo choro que controlava, disse mais: – Aliás, a queridinha de todo mundo, aquela loirinha aguada.
Depois de dizer isso, não deu tempo para nenhuma relação por parte de Edna e saiu apressada do escritório, batendo a porta ao passar por ela.
Quando já descia a escada para ganhar o nono andar, onde ficava sua sala, Bruna tentava administrar a confusão que dominava seus sentimentos. Para ela, perder o amor de Edna seria a pior coisa que podia lhe acontecer, pois durante os últimos dez anos, fora sua amiga que substituíra sua mãe que jamais lhe dera algum afeto.
Entretanto, se o sentimento de perda com relação ao fato de Edna estar cada vez mais se afastando dela e ficando mais próxima de Elisa, ela sabia sentir com relação àquela garota o mesmo que Edna, pois sabia que, se alguém lhe fizesse mal, ela ficaria furiosa e faria de tudo para defendê-la.
“Coisa estranha. Todo mundo parece que morre de amores por aquela coisinha pequena”, pensou Bruna e depois, lembrando-se do beijo tórrido trocado entre elas, completou o pensamento: “Até eu estou morrendo de amores por ela”. Esse pensamento fez com que o sentimento por Elisa levasse a melhor e um sorriso radiante fez com que seu rosto brilhasse.
Ainda mantinha o desejo quando, usando um aplicativo no celular, convidou Elisa para almoçarem juntas e aguardou ansiosa pelo horário do almoço, sem caber em si, diante da pronta resposta da garota aceitando o seu convite.
Ainda naquela manhã Elisa se dirigiu à sala de Renato. A primeira pergunta que ela fez para ele foi:
-(Elisa) Por que você mentiu para mim?
-(Renato) Elisa, antes de mais nada eu tenho que te pedir desculpas pelo modo como eu agi. Eu menti para você, mas, você pode não acreditar, foi com a melhor das intenções ...
-(Elisa) Você sabe que de boas intenções o inferno está cheio, né?
-(Renato) Meu amor, eu achei que você ficaria magoada comigo se eu dissesse para você que teria uma reunião com a Bruna. Ela me pediu esta reunião e foi realmente para tratar de assuntos referentes aos negócios do pai dela. Marcamos para conversar aqui no escritório, logo pela manhã para evitar que ocorressem comentários.
Renato usou estes termos pois, apesar de não ser uma verdade total, também não era mentira. Elisa queria mais explicações:
-(Elisa) E por que eu não poderia participar também desta reunião? Por que o guarda costas da Bruna me impediu de entrar na sala?
-(Renato) Elisa, esteja certa de que nem eu queria participar desta reunião. Quando ao Djalma, acredito que ele não tenha entendido a ordem dada pela Bruna. Se tivesse entendido, você não teria sua entrada barrada. Por favor, me perdoe? Não foi falta de confiança em você.
Elisa acabou perdoando Renato, mas não ficou satisfeita com as respostas que ele deu. Ela sentiu falta de alguma coisa. Achou que Renato não foi totalmente verdadeiro.
Quinze minutos antes do meio-dia, Elisa e Bruna abandonavam o prédio em direção ao estacionamento onde estava o carro da segunda, sem saberem que Renato, em seu escritório, falava em um celular cujo número era segredo de todos os que o rodeavam. Ele falava com Ademir, o homem que ele contratara para chefiar as operações que planejara e que, se bem-sucedidas, o deixariam no comando supremo da organização que Antonio, pai de Bruna criara.
Ele foi bastante sucinto em suas ordens, dando instruções para que, naquela noite, em uma empresa que servia de fachada para a organização haveria grande atividade visando o recebimento de uma carga de contrabando. Fez questão de deixar claro que era uma missão de reconhecimento e coleta de informações e que nenhuma outra ação deveria ser tomada.
Ele desejava saber o que, quanto e para onde estaria sendo destinado o conteúdo daquela carga. Depois de repetir duas vezes as ordens e pedir que seu subordinando as repetisse para ficar certo de que foram entendidas, ele desligou, colocou o aparelho móvel desligado em um fundo falso da segunda gaveta à sua direita, recolocou o disfarce que escondia esse fundo falso, fechou a gaveta e a trancou.
Entre aliviado por ter tomado a iniciativa de iniciar as ações que sabia provocaria uma verdadeira guerra entre seu grupo e o de Bruna, além de preocupado por ser a primeira missão em que seu novo lugar tenente estaria agindo, saiu procurando por Elisa, no intuito de levá-la para almoçar, estranhando muito quando foi informado que ela já havia se retirado da empresa.
Enquanto isso, no carro, Elisa perguntou:
–(Elisa) Aonde você vai me levar para almoçar.
–(Bruna) Se fosse por minha vontade, levaria você para um local onde pudéssemos ficar à vontade, só nós duas.
Elisa, cobrindo a boca com a mão, riu do jeito de Bruna falar e reclamou, sem demonstrar estar ofendida:
–(Elisa) Aí Bru ... na. Assim vo ... você me deixa com ... com ver ... gonha.
–(Bruna) Com vergonha é? – Bruna resolveu agir de acordo com a forma como a garota agia e adorando a súbita gagueira dela.
–(Elisa) Es ... tou sim. Eu ... eu nunca ti ... tinha bei ... bei ... jaaado uma mu ... lher em minha vi ... vida. – Respondeu Elisa toda tímida.
Bruna fazia extremo esforço para não rir de Elisa e se lembrou de Renato um dia ter comentado como fazia no início, quando Elisa agia assim com ele e falou:
–(Bruna) Calma garota. Respira fundo.
–(Elisa) Aí. VocepareceatéoRenatofalando.
–(Bruna) O que?
–(Elisa) Vo ... VocepareceoRenatofalando.
–(Bruna) Não entendi. Vai, repete com calma.
–(Elisa) Você ... parece ... o ... Renato ... falando.
Foi demais para Bruna que não resistiu e soltou uma sonora gargalhada.
–(Elisa) Pa ... para ... de ... rir ... de ... mim. – Reclamou Elisa sem demonstrar estar zangada, pois sorria e, ao mesmo tempo, socou levemente o braço de Bruna.
Nesse momento Bruna entrava no estacionamento de uma churrascaria e Bruna se sentiu entre aliviada e decepcionada. Aliviada porque tinha medo do que aconteceria se ficasse em um local a sós com Bruna e decepcionada porque, em seu íntimo, mesmo sem saber, seu corpo ansiava por isso.
Entraram no restaurante e foram encaminhas para uma mesa que, por ser dia de semana e o restaurante estar com poucos clientes, ficaram isoladas e a vontade para conversarem tranquilamente.
Com essa liberdade, elas conversaram tranquilamente, trocando confidências. Elisa ficava cada vez mais impressionada com as experiências de Bruna durante sua temporada na Europa, que a outra logicamente amenizou não contando em detalhes. Também notou que Bruna era uma interlocutora atenciosa, não fazendo questão de ser a única a mostrar suas experiências e conhecimento, mas também uma boa ouvinte quando ela contou sua vida que ela no final disse ser insignificante.
Bruna contestou essa afirmação e também confessou que desejava encontrar aquele professor para lhe dar uma lição daquelas, ao que Elisa pediu para que ela esquecesse esse assunto, salientando que nada do que pudesse acontecer de ruim àquele homem mudaria o que ela sentiu na época, mas Bruna só foi convencida mesmo quando ela disse que, no final, ela se sentia a vencedora, sendo uma advogada bem sucedida enquanto o homem deveria estar dando suas aulas, explicando ainda que não pensava que dar aulas era algo insignificante, mas sim que o homem estava estagnado e ela não.
Resistindo ao impulso de se beijarem, retornaram ao escritório por volta das quinze horas, o que não ficou sem ser notado por Edna que comentou com Álvaro.
-(Edna) Não sei não, Álvaro. Mas essa amizade entre Bruna e Elisa está me deixando preocupada. Alguma coisa a Bruna está aprontando.
-(Álvaro) Para quem diz que tem a Bruna como filha, você está muito desconfiada dela.
-(Edna) Você sabe muito bem como eu amo àquela menina, mas isso não me deixa cega com relação ao fato de ela ser uma garota mimada que faz tudo o que quer. – Fez uma pequena pausa e depois acrescentou: - Se ela fosse realmente minha filha, já teria levado umas boas palmadas, isso sim.
Álvaro riu da forma como sua esposa falava. Sabia que era verdade que Edna amava a Bruna, mas, como todo mundo, também caíra de amores por Elisa e sabia que, entre as duas, era a loirinha quem necessitava de mais proteção. Preferiu não acrescentar mais nada para não alimentar aquele assunto ali no escritório. Em seu íntimo, Álvaro sabia que a esposa estava certa e que, dentro daquele trio formado por Renato, Elisa e Bruna, era essa última a que precisava menos cuidado com relação a proteção e mais com relação a vigilância para não magoar aos outros dois.
Ao final do expediente, Bruna se retirou mais cedo do escritório. Ela havia pedido ao Djalma que ‘convidasse’ a várias pessoas envolvidas na organização de seu pai que ocupavam um posto importante para uma reunião na mansão. Deixou também para ele o encargo de organizar tudo, inclusive, um coquetel, diante do acidente ocorrido com Elisa ter tomado muito seu tempo.
Esta reunião foi solicitada por Bruna alguns dias antes, assim que Djalma a avisou que Renato estava, em muito, fortalecendo a sua posição. Inclusive, que alguns importantes membros que estavam no lado de Bruna podendo mudar sua posição. O segurança a avisou que seria necessário usar chantagem, suborno ou dar mais poder a eles para conseguir que eles continuassem fiéis a ela. Contudo, Bruna sabia que dinheiro e chantagem não garantem confiança e lealdade. Dividir o poder com eles também não seria uma alternativa. Bruna não estaria em guerra pelo poder com o Renato para dividi-lo com outros. Ela precisava utilizar outros artifícios para conseguir manter os seus aliados.
Assim que chegou na mansão, muitos dos convidados já estavam presentes. Djalma havia preparado a área em volta da piscina, distribuindo mesas por toda a parte e montado um bar que servia todos os tipos de bebidas aos convidados. Grupos já haviam sido formados e a maneira séria como eles conversavam, parecendo todos estarem trocando confidências entre eles, fez com que ela desconfiasse de que a diversidade desses grupos era um sinal de que suas pretensões não seriam aceitas por todos. Sabia também que o fator que mais a prejudicava era que eles não esperavam que ela assumisse o lugar de seu pai na organização.
Não demorou para que ela se certificasse que tinha razão em suas desconfianças e que a maioria daqueles homens hesitariam em aceitar seu comando. Entretanto, havia algo de positivo, pois também era visível que poucos deles se colocariam claramente contra ela já de início. Ou melhor, eram poucos, mas com dois deles sendo pessoas muito fortes para ficarem na oposição.
Pensou a respeito sobre o que poderia fazer para trazer aqueles homens para o seu lado, principalmente os dois poderosos que, para piorar ainda mais, eram os que se mostravam mais reticentes. Então lhe ocorreu que o fato deles se colocarem contra ela era exatamente por se considerarem poderosos e isso, por si só, já fazia parte da solução. O que tudo indicava era que ambos queriam o poder tanto quanto ela e isso era bom, pois não havia espaço para dois chefes. Então, bastaria colocar um contra o outro que eles se enfraqueceriam em uma luta pelo poder.
Equacionado esse problema, concluiu que, no momento, sua preocupação deveria estar dirigida para o fato de que os outros não aderissem àqueles dois, escolhendo o lado de um ou de outro, porque, se isso acontecesse, a guerra pelo poder se alastraria por toda a organização e que assim, correria o risco de ser destruída nessa luta.
Mas o que fazer para manter esses homens ao seu lado? Ou pelo menos, neutros enquanto os dois outros se destroem e ela surgisse como a comandante suprema de toda aquela organização. Além disso, ela precisava saber quantos e quais daqueles homens permaneceriam ao lado de Renato quando a guerra entre ela e seu ex-marido, essa sim inevitável, tivesse início. Também tinha o fator tempo e ela sabia que não podia se dar ao luxo de esperar muito tempo, tinha que agir rápido.
Nessa busca por soluções, lhe veio à mente uma frase que Djalma lhe dissera há tempos, de que ela deveria usar aquilo que ela tem de melhor. Na época, não lhe ocorreu, mas agora, olhando para aqueles homens, se deu conta que o que ela tinha de melhor era sua beleza, seu corpo perfeito, sua capacidade de seduzir e de dar prazeres que muitos daqueles homens jamais sonharam.
Foi com esses pensamentos em mente que ela iniciou a reunião propriamente dita, expondo seu ponto de vista, alertando sobre o Renato e o apresentando como um homem ambicioso, cuja ambição poderia ser a ruína de todos ali. Foi aplaudida por poucos, mas sabia que esses que aplaudiram eram os puxas sacos de sempre que se dobram para o lado que o vento sopra. Sua atenção mesmo era para os demais. Viu expressão de dúvida em muitos deles e foi entre esse grupo que escolheu três deles para iniciar o seu plano.
Dessa forma, convidou a todos para continuarem a beber em volta da piscina, informando que um jantar seria servido em seguida. No recinto da piscina, com todos agora mais descontraídos, foi que algumas das cartas foram mostradas, Bruna se aproximou dos três homens, um de cada vez e não teve escrúpulos em se insinuar para eles, chegando até mesmo a sugerir a cada um deles que a festa poderia continuar com eles depois que todos fossem embora.
Pouco tempo depois todos foram se retirando, pois se tratava de homens muito ocupados, ficando apenas os três que ela havia insinuado promessas de uma noite inesquecível e outro que ela não havia incluído em seus planos, mas que fazia questão de permanecer ali. Bruna pensou sobre isso e no final, com a ideia engraçada de que, onde comem três, comem quatro, levou seu plano adiante com todos os presentes.
Os três que ela conhecia eram: Lauro, um homem de estatura baixa, de olhos claros e cabelos ralos na cabeça, contando com quarenta anos e sendo proprietário de fachada de uma empresa que prestava serviços à várias prefeituras da grande São Paulo no ramo de limpeza pública e coleta de lixo.
Outro era Nildo, um descendente de árabe, moreno de expressão séria, proprietário de uma transportadora que não respeitava os limites de peso de seus caminhões, obtendo lucros enormes e causando estragos nas rodovias, cujas contratos de reparação era com outra empresa ligada à organização, na proveitosa tática em que, negócios lucrativos por si só, geram outros negócios lucrativos. Nildo era realmente o proprietário de sua empresa, mas teve dificuldades quando viu todo o dinheiro que dispunha preso nos bancos por causa do Plano Collor, obrigando-o a recorrer ao sr. Antônio para não ser obrigado a fechar e, com isso, tornar-se parte integrante da engrenagem da organização.
O terceiro era Marcílio, um nordestino que imigrou para o sul com apenas a roupa do corpo, trabalhou em construtoras até que começou a agir como vendedor de apostas do jogo do bicho, ganhando um dinheiro extra. Tomou gosto pelo dinheiro, subiu na organização até atingir o topo e hoje era o responsável pelo jogo em toda a Região Leste da cidade de São Paulo. Marcílio era o homem mais velho entre os presentes, com seus sessenta e cinco anos, embora aparentasse menos.
Por último, o intruso que não estava previsto por Bruna sua presença ali. Era o mais jovem de todos, na casa dos trinta e cinco anos, apenas quatro anos mais velho que Bruna e que tinha uma aparência agradável, tratando-se de um homem com o rosto harmonioso, porém, másculo e um corpo que demonstrava ser adepto à prática de exercícios. Seu nome era Cássio e Bruna não sabia qual o papel dele na organização.
Só havia um detalhe que ela não havia pensado. Djalma estava presente e não se desgrudava dela o tempo todo. Agora, ela precisava que ele se retirasse, uma vez que aqueles homens não se sentiriam à vontade na presença daquele que, segundo lhe contaram depois, era um verdadeiro pitbull à sua volta, sempre zelando pela segurança de sua chefe, sem saberem que ele, na verdade, era muito mais que isso, pois nutria uma paixão incontrolável por ela. Afastando-se dos quatro homens, ela disse ao Djalma:
-(Bruna) Eu preciso que você me deixe a sós com esses caras. Vou convencê-los a me dar todo seu apoio.
-(Djalma) Eles não me pareceram dispostos a fazer isso. O que você está pensando em fazer.
-(Bruna) Vou seguir o seu conselho. Vou usar com eles aquilo que tenho de melhor.
-(Djalma) Não estou entendendo. O que você tem de melhor que precisa ficar sozinha com eles?
A expressão de Djalma era um misto de incredulidade e decepção.
-(Bruna) Não se faça de desentendido. Você sabe muito bem no que sou boa e o que faço de melhor.
-(Djalma) De jeito nenhum que eu vou permitir que você faça uma coisa dessas.
-(Bruna) Ah, é? E o que o senhor vai fazer para impedir isso? – A expressão de Bruna deixava claro sua contrariedade diante da ousadia de Djalma em querer lhe dar ordens.
-(Djalma) Eu vou ... Eu vou ...
-(Bruna) Você vai ficar lá na sala impedindo que qualquer pessoa entre aqui. – Djalma, agora assustado, olhava para Bruna como um sonâmbulo, sem conseguir reagir, até que ela gritou com ele: - Agora! Anda logo!
Com o coração acelerado pela dor de saber que a mulher que tanto amava estava indo se entregar como uma prostituta barata a quatro homens, Djalma engoliu seu ciúme e foi cumprir a ordem que lhe fora dado.
Livre de seu inconveniente guarda costa, Bruna se dirigiu ao grupo de homens que, juntos, seguravam seus copos e conversavam em pé, ao lado da piscina. Com o melhor sorriso que podia oferecer, provocou:
-(Bruna) E então senhores. O que vocês acham de a gente aproveitar esse calorzinho e cairmos nessa piscina que está nos convidando.
Todos olharam para ela e se entreolharam, porém, logo o Nildo informou que nenhum deles havia trazido roupa de banho. Sem se intimidar, Bruna informou:
-(Bruna) E quem é que precisa de roupa de banho? Afinal de contas, somos todos adultos aqui.
Dizendo isso, ela se aproximou deles, se virou de costas ficando próxima ao Marcílio e, virando o rosto para trás e levantando seus longos cabelos, pediu:
-(Bruna) Você pode me ajudar com esse zíper?
O homem, com as mãos tremendo, foi baixando o zíper que ia até a altura da bunda da mulher. A cada centímetro que baixava, ia mostrando sua pele alva e perfeita enquanto ele se esforçava para não tocar nela. Quando o homem chegou ao final, Bruna se virou de frente para eles e, com um meneio de ombros, fez com que o vestido deslizasse por seus ombros.
Primeiro apareceram seus seios médios, perfeitos e convidativos e depois a barriga, até que ficasse preso em seu quadril. Novamente ela se virou, voltando a ficar de costas e, mexendo sua bunda para um lado e para o outro, forçou o vestido com as duas mãos, deixando sua bunda a vista, pois a calcinha que usava era minúscula e não cobria nada.
Rindo da expressão dos homens, Bruna se atirou na água e, quando voltou à tona, olhou para eles e viu que os quatros se atrapalhavam na pressa de tirarem suas roupas.
Continua ...