Uma praia tranquila, região norte, um chalé.
Situado numa elevação, de onde se podia ver a praia, o chalé possuía apenas o necessário para um bom descanso e a tranquilidade de que eu necessitava para ler e preparar minhas aulas na universidade. Sem divisórias, exceto no banheiro, tudo ficava ao alcance dos olhos.
Vindo de um casamento desfeito, eu usufruía aquela paz todos os fins de semana e, principalmente, nas merecidas férias, ocasião em que ocorreram os fatos que descrevo neste relato.
Tudo começou com o toque do celular.
— José — disse minha irmã —, vou levar uma companhia pra você.
— Não preciso de companhia — retruquei. — Estou muito bem sozinho.
Não adiantou.
Duas horas depois, um carro parou ao lado do chalé, e dele desceram meus sobrinhos Marquinhos e Mariane, que correram me abraçar.
“Vou ter que hospedar os dois?” pensei, preocupado.
Felizmente, não.
Apenas Marquinhos, que retirou do carro sua pequena mala de viagem.
— Na próxima vez, é você que vem ficar — prometeu minha irmã a uma Mariane choramingona enquanto almoçávamos.
Mais tarde, na despedida:
— Ainda bem que você sabe cozinhar. O Marquinhos bem que precisa engordar uns quilinhos.
E, rindo:
— Até agora ele só consegue engordar é na bunda.
Também ri. Olhando para o meu sobrinho, que havia vestido uma sunga e se dirigia à praia, confirmei que ela tinha certa razão.
À noite, eram vãs minhas tentativas de me concentrar na leitura. Porque Marquinhos, de sunguinha, ora vinha perguntar uma coisa, ora outra. Minhas respostas monossilábicas procuravam mostrar que eu não queria ser importunado. Mas o rapazola insistia.
Quando ele trouxe uma pergunta a respeito de certa palavra que aparecia nos seus jogos de celular, achei que merecia uma explicação detalhada. Então, incentivado pela atenção que enfim recebia, ele se sentou no meu colo, como fazia antigamente.
— Faz tempo que o senhor não me dá colinho.
Tocado por suas palavras, larguei o livro para abraçá-lo, trazendo-o de encontro a meu corpo. E assim ficamos. Inicialmente imóveis, não acreditei, quando, deslocando-se, ele pousou a bundinha diretamente sobre o meu pênis.
“Oh, não!” pensei, sentindo meu pau endurecer.
Nos meus 40 anos, nunca havia passado por situação semelhante. Nem em fantasia, nem em pensamentos. Constrangido, procurei um pretexto para afastá-lo. “Você está suado” disse-lhe, empurrando-o delicadamente. Mas o danadinho não apenas resistiu, como começou a remexer as nádegas, causando-me arrepios de tesão. Sim, tesão. Tesão e tensão. Tenso, eu nem respirava direito.
— Está gostando de dar colinho, titio?
Não tive tempo de responder. Incontrolável, minha ejaculação jorrou dentro do calção.
“Por que será que ele fez isso?” pensava eu no banho. Pois estava claro que seu remexer de nádegas sobre meu pau duro era proposital. Mais, após o meu gozo, ele se retirou, como se considerasse cumprida a missão.
*****
Segundo dia, dia normal.
Segunda noite, noite anormal.
Mesma cadeira. Tendo considerado que o acontecido não era motivo para mortificações mentais, eu fumava um cigarro, lendo o mesmo livro.
Então, eis que, saindo do banho, Marquinhos se aproxima.
— Estou cheiroso, tio?
Confirmei. Livrando-se da toalha que trazia cingida à cintura, ele veio para o meu colo. Apagando o cigarro, largando o livro, tornei a abraçá-lo, procurando fazer desse gesto apenas um ato de afeição. Em vão. Seu pequeno corpo jovem e nu, a pele fresca recém-banhada, a bundinha rechonchuda, meu tesão subiu.
Anulado pela libido, calou-se o lado da consciência que reprovava aquilo. Embalado num estado de doce volúpia, eu lhe mordiscava as orelhas, Marquinhos remexia levemente as nádegas sobre meu pau dentro do calção, estimulando o tesão, que explodiu num gozo delicioso.
Então, pulando do colinho do titio, Marquinhos se pôs a folhear o livro largado sobre a mesa, exibindo para mim, propositalmente, as nádegas responsáveis pela perda da minha quietude mental.
Acariciei-as. E, embora não pudesse ver, juraria que ele sorria.
***
De manhã, impedidos pelo mau tempo de ir à praia, o ócio imperou. Ele se entretinha com os jogos do celular, eu lia; ou, ao menos, tentava. Porque uma ereção persistente me distraía. Eu já estava a ponto de ir me masturbar no banheiro, quando:
— Não vai me dar colinho hoje, titio?
Ele vestia uma camiseta longa, que não permitia ver o que usava por baixo. Mas logo descobri: nada. Alçando a camiseta, ele veio para o meu colo. O tesão me subiu à cabeça, enquanto ele remexia o traseiro sobre o meu pau encaixado entre suas nádegas. Não demorou, ejaculei.
De tarde, deitado na rede da varanda, observando a incessante chuva fina, eis que ele pede para deitar comigo. E logo estávamos de conchinha, desfrutando a doce voluptuosidade do contato dos corpos.
Estava tão gostoso...
Fomos, porém, interrompidos pelo toque de seu celular na cozinha. Ele foi atender, conversou com sua mãe e me trouxe o aparelho.
— A Mariane está insistindo em ir pra aí — disse ela. — Como eu sei que você não vai querer ser babá dos dois ao mesmo tempo, já falei pro Marquinhos que ele deve regressar na semana que vem. Então, se você concordar, ela vai ficar no lugar do Marquinhos.
— Por mim, tudo bem — respondi.
Tristonho, Marquinho subiu novamente na rede. Dessa vez, atrás de mim. Colado às minhas costas, ele deixou o braço descansar sobre minha barriga.
Por pouco tempo.
Quase vencido pelo sono, sinto seu braço se mover. Descendo, descendo, sua mão adentrou meu calção.
“E agora, José?”
Guiando-se pelo tato, os dedos passearam por meus pentelhos e testículos, fechando-se, por fim, sobre o pênis, que endurecia e se alongava.
Foi quando ouvi:
— Deixa eu ver?
Nesse momento, porém, o tempo piorou, com rajadas de vento que nos obrigaram a abandonar às pressas a varanda. “Deixa eu ver... deixa eu ver”, repetia ele, seguindo meus passos.
Deixei.
— Que grande! — exclamou ele com admiração.
(Cá entre nós, nunca fui do tipo bem-dotado. Mas, em comparação...)
— Pronto. Você já viu. Agora vou tomar banho.
Ele se retirou, aparentemente satisfeito, eu me masturbei para aliviar o tesão e afugentar os desejos libidinosos que eu começava a alimentar pelo rapazote. Mais tarde, em vez do lugar costumeiro, fui para a cama.
Mas o sono não vinha.
Quem veio foi ele; sim, ele.
— Posso dormir com o senhor?
Cedendo-lhe lugar a meu lado, logo o ouvi repetindo:
— Deixa eu ver de novo?
Experimentando uma espécie de satisfação exibicionista, fiquei nu. Ele logo segurou meu pau. Então, fechando os olhos, entreguei-me ao prazer que sua mão me proporcionava, percorrendo meus testículos, apertando o pênis, fazendo os movimentos que que todos aprendem desde cedo a fazer em si próprios.
Como eu já me havia aliviado no banheiro, a ejaculação demorou a vir. Mas veio. E apesar da pequena quantidade, melou a mão de Marquinho, que ele limpou no lençol, não sem antes cheirá-la, e, do jeito como aspirou profundamente, vi que o odor lhe era agradável.
Ao retornar, deitei-me atrás dele. Em pouco tempo, como se tivesse vontade própria, minha mão adentrou seu short, como dias depois aconteceria com Mariane, e adormecemos.
(A segunda parte já está publicada.)