ROMPIMENTO DA REPRESA

Um conto erótico de ClaudioNewgromont
Categoria: Heterossexual
Contém 1384 palavras
Data: 03/12/2022 20:12:55
Assuntos: Heterossexual

Fui contratado para uma consultoria numa empresa de uma cidade de porte médio do Paraná, o que demandaria cerca de seis meses. Não dava para ficar em hotel todo esse tempo e um dos funcionários indicou-me uma pequena vila, em que ele morava, próximo da empresa; ele fora contemplado com um apartamento, que estava em fase final de mobília, e se mudaria em uma semana – se eu quisesse, me indicaria à imobiliária administradora do condomínio.

Fui conhecer e... me apaixonei de cara. Ambiente super agradável, bem arborizado, limpo, cerca de vinte casas mobiliadas, distantes umas das outras o suficiente para garantir privacidade. E por ser longe do centro, o valor do aluguel era bem camarada. Em duas semanas estava devidamente instalado, curtindo as maravilhas de um lugar bucólico, aprazível. Certo que eu não tinha tempo para fazer amizade com os vizinhos (nem jeito para essas coisas, diga-se de passagem), mas como era por pouco tempo, isso não me incomodava muito. Os cumprimentos comuns já estavam de bom tamanho.

Um bom-dia que me agradava era a uma mulher, que morava um pouco acima do meu chalé, e nossos horários batiam constantemente; praticamente todos os dias ela passava em frente a minha casa quando eu ia saindo. Era de ascendência oriental, olhos puxados, linda boca, de lábios carnudos e vermelhos, bem desenhados, pele branquinha e parecia muito gostosa, pelas formas arredondadas que eu conseguia captar nos rápidos momentos em que a via passar. Deveria estar por volta dos trinta anos. Não tenho a menor ideia do seu nome nem de mais detalhes de sua vida, porque nunca paramos para conversar. Pelo menos até aquele dia.

Era domingo, bem cedo mesmo, o sol ainda se espreguiçava, friozinho, entre as araucárias adiante. Eu acordara cedo para dar uma caminhada. Ao fechar a porta, eis que me deparo com ela descendo a rua. Camiseta branca, larga, demonstrando pequenos seios soltos, tremulando a cada passada; vestia uma bermuda de malha, que mostrava um belo par de coxas. Não vinha tranquila, como nos demais dias; na verdade, parecia meio agitada. Ao se aproximar de mim, notei-lhe o rosto brilhando ao sol chegante: as lágrimas brotavam com intensidade de seus olhos amendoados.

Mostrei-me preocupado: aconteceu alguma coisa? – perguntei meio agoniado, prevendo uma tragédia, a estragar minha caminhada naquela fresca manhã dominical. Ela olhou no meu rosto, e sem dizer palavra, jogou-se literalmente em meus braços, desatando um choro convulsivo. Eu, apalermado, não sabia o que dizer ou fazer. Busquei alguém com os olhos para me ajudar, mas a rua era o maior deserto. Mais essa agora! O que podia eu fazer, naquela situação esdrúxula? Correspondi ao seu abraço, passando a mão em seus cabelos negros, pedindo calma – e suplicando aos deuses que minha ereção, que já se pronunciava, naquele aconchego, não me criasse constrangimento.

Quando ela parou um pouco, mas ainda tremia, perguntei se estrava bem, se queria entrar, tomar um copo com água. Atordoada, ela concordou e entramos. Deixei-a no sofá enquanto pegava a água. Ela soluçava, seu corpo sacudia-se, mas parecia um pouco mais calma. Bebericou o líquido gelado que lhe trouxera, enxugou o rosto, procurando se recompor. Eu sentei ao seu lado e apenas observava. Os lábios vermelhos, mais vermelhos pelo úmido das lágrimas, eram uma tentação. Mas procurei me conter. Aguardava ela dizer algo, tentando não olhar para a buceta decalcada na fina bermuda. Depois de alguns segundos e alguns fungados, com o olhar como perdido sobre suas próprias pernas, sem me encarar, começou a falar, sem qualquer preâmbulo, como se já estivéssemos falando há muito tempo e apenas houvéssemos parado um pouco.

Ele é frio, mas pensei ser o temperamento dele, sempre distante. Eu imaginava outra coisa para minha vida de casada, mais empolgação. Minhas amigas diziam invejar minha sorte. Tinha um namorado lindo, um noivo atencioso, um marido obsequioso [porra! Que palavra! – pensei]. E rico. O pai tinha deixado uma pequena fortuna, a mãe casou de novo e o padrasto, que também era rico, mostrou-se ainda mais generoso. Nunca passamos qualquer tipo de dificuldade. Quando minha sogra morreu, meu marido aproximou-se mais ainda do padrasto, os dois inconsoláveis pela perda da mulher que amavam tanto. O luto durou muito. Mais de ano. Tempo em que ele sequer se aproximava de mim, embora se mostrasse sempre solícito. Eu buscava entender e respeitar o momento difícil que vivia, e mesmo sentindo meu corpo pedindo a presença de um homem [meu coração deu uma disparada...], me contentava com meus dedos, quando não suportava mais a ansiedade...

Parou de falar, mantendo a cabeça baixa. E eu não sabia o que dizer, o que fazer. Minha pica voltara a endurecer, mas a cabeça de cima sugeria cautela e contenção. Então, como se algo arrebentasse dentro dela, estalou um choro incontrolável, o rosto escondido entre as mãos. Puta que pariu! Que é que eu faço? De repente, ela para de chorar, respira fundo, tenta enxugar a cascata na face, e retoma a fala. Noto certo acento mais firme na voz.

Ele foi viajar hoje de madrugada. Quando acordei, já não estava em casa. Um rápido bilhete na porta da geladeira disse que havia esquecido o celular na casa do padrasto e que ia aproveitar para passar o domingo com ele, porque ele estava muito deprimido. Até aí tudo bem! Seria mais um dia sozinha, mas... fazer o quê? Foi quando ouvi o toque do celular dele. Estranhei. Fui me guiando pelo barulho e o encontrei debaixo de uma pilha de roupas, que eu havia separado para lavar há uns dois dias. A chamada era do celular do meu sogro, quer dizer, meu segundo sogro, né? Mas quando peguei para atender, ele desligou. Por certo, estava procurando localizá-lo. Eu não sou disso, entende? Nunca fui! Mas alguma coisa me dizia para eu mexer no celular do meu marido. O que vi me deixou estarrecida [a voz endurecia feito mármore, agora]. Meu marido tem um caso com o padrasto dele. Fotos dos dois nus, se beijando, pequenos vídeos deles transando, mensagens e declarações de amor apaixonadas, como ele nunca teve comigo...

A voz travou e explodiu num choro frenético, alto. Descontrolada, jogou-se sobre mim e o pranto era muito intenso. Seu corpo pulsava e esfregava-se no meu, suas lágrimas molhavam o meu... E ela se desesperava cada vez mais. Eu me sentia na maior sinuca: meio apavorado com aquela cena, sem saber o que dizer, mas meu corpo todo arrepiado de tesão, minha rola tesa (ela por certo já percebera). Ainda aos gritos, ela pegou meu rosto entre as mãos e catou minha boca com seus lábios molhados. Abandonei a inércia e correspondi sofregamente àquela torrente de beijos.

Ela urrava enquanto esfregava-se acintosamente em mim, sua mão acariciava minha rola, enquanto a minha já se enfiara por baixo da blusa e finalmente conhecia aquelas duas pérolas rígidas. Rolamos para o felpudo tapete e retiramos simultaneamente nossas bermudas, num frenesi intenso, liberando uma rola que palpitava com rigidez e uma buceta completamente encharcada, que se derramava liquidamente entre as coxas.

Aquela represa há tanto tempo reprimida finalmente explodiu, e numa hecatombe de prazer, recebeu meu falo sob fortes gemidos, e o corpo todo numa agitação medonha. Seu gozo veio primeiro e foi qualquer coisa de espetacular: explosão nuclear, grito lancinante, abraço violento como se quisesse misturar seu corpo ao meu. Não consegui segurar mais e meu vulcão também explodiu em lava fumegante, aos jatos, inundando aquela buceta, que se contorcia em alucinados movimentos de intensidade nunca vista.

A respiração rouca que se seguiu a essa eclosão de prazer prostrou-nos por minutos nos braços um do outro, sobre o tapete. Subitamente, seu corpo se contorceu, num pulo involuntário e seu rosto desfigurou-se: “o que foi que eu fiz?!” Renovadas lágrimas embaciaram os olhos de amêndoa, e antes que rolassem pela face, e antes que ela dissesse qualquer coisa, segurei-a forte no rosto, como ela fizera minutos antes, e colei minha boca à sua, minha língua invadindo-a; ela resistia a princípio, mas aos poucos senti sua língua reagindo receptivamente e o alvoroço foi retomado com a mesma energia de antes.

E nos fodemos, e a comi, e ela me devorou e gozamos juntos... Adormecemos no tapete. Depois do sono necessariamente reparador, cuidaríamos da logicidade prática do que havíamos vivido.

E naquela manhã de domingo não fui caminhar.

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