Iminente Amor - Capítulo IV

Um conto erótico de M.J. Mander
Categoria: Gay
Contém 2169 palavras
Data: 07/12/2022 10:52:25
Assuntos: Gay, Homossexual

CAPÍTULO IV

**MICHAEL**

Estava para arrastar Valentina pelos braços. Faz meia hora que estamos parados na entrada do parque de diversões. Ela disse que estava esperando uma amiga, o que estranhei, pois a mesma havia falado que não tem muitos amigos e do nada apareceu uma amiga.

— Valentina, vamos logo entrar na fila e comprar os ingressos. — Falei, segurando sua mão.

— Espera só mais um pouquinho, Michael.

— Pelo menos vamos comprar os ingressos. — Pedi cruzando os braços, parecendo uma menina mimada.

Valentina conseguia me tirar do sério.

— Até que enfim! — Exclamou Valentina, com um ar muito alegrinho. Virei para encarar sua tal amiga… E me deparei com o moreno que insiste ficar nos meus pensamentos. — Ah pai, vamos comprar logo os ingressos, né.

Essa ruivinha me paga.

João Miguel entregou para ela o cartão de crédito e pediu para ela ir comprar os benditos ingressos. Como eu esperava ficamos nos dois ali nos olhando, querendo perguntar mil coisas, sendo que não tínhamos liberdade para isso. E quando ele queria eu fugia mais rápido que um carro de “fórmula um”.

— Então…Você e minha filha se tornaram amigos? — Indagou cortando o espaço que tinha entre nós.

— Parece que sim. Ela é uma ótima menina.

Eu não diria que Valentina é um anjinho, afinal a garota mostrou que não é nada fácil. Mas ela como toda pessoa tem seu lado bom, e só permite demostrar essa parte com pessoas que ela realmente confia.

— Estou muito surpreso. Ela não se dá com todo mundo.

— Bom... Já que você está aqui não tem motivo para eu ficar. — Soei rude, mas isso é para o próprio bem dele.

João Miguel merece uma pessoa normal. Sem um passado pesado, triste e que ainda por cima que seja assombrado pela ex- sogra. Esse homem na minha frente merece mais que uma noite de sexo com um homem...Vazio como eu.

— Nada disso, Michael. Passaremos o dia juntos. Assim poderemos nos divertir, nos conhecer melhor...

— João Miguel... Eu já disse que você só poderá ter uma coisa comigo.

Posso estar parecendo o maior infeliz do mundo por negar essa oportunidade de conhecer esse belo homem. Acho que no fundo eu saberia que ele tem tudo o que sempre gostei no Jackson, apesar de não conhece-lo intimamente.

— Não sou homem de fazer sexo e depois sair. — Ele segurou minha mão, e seus olhos castanho-escuros fitavam meu rosto com tanto carinho que tive vontade de abraça-lo. — Eu realmente quero saber mais sobre você, não quero só transar. Nada disso, Michael. Acho que merecemos um pouco mais de romantismo.

Antes que eu pudesse responder. Valentina apareceu ficando no meio, segurando minha mão direita e a mão esquerda do pai. Percebi que a pimentinha era carente, não em um todo. Mas algo faltava.

Fiz uma coisa que a muito tempo não fazia. Eu estava sorrindo, feliz por estar ao lado do João Miguel e sua filha. Arrisquei e brinquei em alguns brinquedos. Teve outros momentos que eu e João Miguel ficamos apenas assistindo Valentina brincar, e aproveitávamos para papear.

É parece que o moreno conseguiu o queria. Ele com certeza estava alegre por saber que quebrou uma barreira. Claro, quando ele queria perguntar algo mais pessoal, fazia questão de desconversar.

— Ah, pai... Eu quero o urso gigante. — Pediu Valentina, apontando para o urso de pelúcia na estante de madeira.

Estamos na barriquinha de tiro ao alvo. No caso, os patinhos de madeira são o alvo. Para acertar precisa ser bom de mira, pois os patinhos não param um segundo.

— Ok. — Ele falou, entregando uma nota de dez reais para o rapaz da barraca. — Eu vou conseguir dois ursos para os meus garotos.

Esse homem adorava me tirar do sério. Notei que João Miguel nem reparou no que tinha dito. Desconfortável dei um sorriso amarelo para Valentina, que mordia os lábios rosados soltando uma piscadinha para mim. Pelo que parece essa ruivinha quer dá de cupido.

João Miguel, pegou a pistola de brinquedo e quando posicionou-se concentrado. Não pude deixar de notar que a camiseta marcou seus músculos definidos, fortes na medida. Era inevitável não perceber e admirar sua beleza máscula. Uma beleza de homem gostoso, rude no ponto.

Não vai por este caminho, Michael.

— Isso! — Comemorou João Miguel, nos fazendo rir.

Com o urso enorme nos braços. Valentina continuou entusiasmada, enquanto seu pai tentaria conseguir outro para mim.

— Não precisa disso. — Murmurei, e Valentina me deu uma cotovelada de leve.

— Claro que precisa. Acerta de primeira, pai!

Na terceira tentativa ele conseguiu ganhar. O rapaz entrou o urso panda para João Miguel que estendeu para mim, mas antes puxou-me para um abraço de lado. Fechei os olhos quando senti seu nariz ali... Passeando pelo meu cabelo. Um carinho que não tenho há 10 anos.

Limpei a garganta, e falei:

— Obrigado. — Afastei-me, sem olhar para seu rosto.

Paramos para lanchar na barriquinha de pastel. Mesmo pedindo para ela não tirar fotos. Valentina teimou, e acabei cedendo. Pretendíamos ir embora. No entanto, Valentina insistiu para andarmos na roda-gigante. A pimentinha conseguiu mais uma vez nos enrolar. Era para ela ir com o pai, enquanto eu estaria no outro acento. Aconteceu o contrário.

— Porque você foge tanto?

Apertei o urso com tanta força que pensei que furaria a pelúcia com minha unha.

— Eu apenas decidi ser assim.

— Vejo nos seus olhos uma tristeza. Isso definitivamente não é bom. Nada bom.

— Não vamos conversar. Prefiro apreciar o silêncio. — Tentei encerrar seus questionamentos e teses.

— Eu sofri muito quando perdi a mãe da Valentina. Entendi que minha vida não poderia ficar fria, sabe? Pois eu continuo quente, vivo.

Ele virou um pouquinho de lado, e suas mãos seguraram meu rosto. Ah, minha nossa… Era difícil ser carrasca mantendo essa distância.

— Pare com isso....

— Não seja tão carrasco comigo. — Encarou-me profundamente, continuou: — Quero judiar de você amando cada pedacinho seu. E não falo apenas do seu corpo, mas do seu coração também.

Faminto, tomou minha boca em um beijo delicioso. Sua mão entrou entre meu cabelo fixando-se na nuca, enquanto a outra ficou firme no meu maxilar. Sua pegada de macho quase me fez choramingar entre seus lábios.

Eu nunca deveria ter olhado para esse homem.

**JOÃO MIGUEL**

Ainda beijando-o, sentindo seu calor abrasador. Eu sabia que Michael seria cativo da minha paixão. Esse sentimento veio com tudo, sem brincadeira. É óbvio que o amor surge com o tempo, mas tem amor que nasce dos momentos menos improváveis.

Posso parecer patético, contudo acredito em amor à primeira vista, que duas pessoas tão opostas podem se apaixonar, que não tem idade para amar...Tudo é possível nesse mundo louco.

Mio dio... Eu estou muito fodido nas mãos desse carrasco. Meu carrasco.

— Deixa eu cuidar de você. — Murmurei, distribuindo beijos pelas suas têmporas, nariz, canto dos lábios.

— Eu não consigo. — Falou tão baixinho que quase não escutei.

— Consegue sim, miele. — Sorrio, encarando seus olhos castanhoesverdeados, falei: — Acredite eu estou assustado com isso que estou sentindo por você. Sou um homem vivido, mas juro que nada parecido aconteceu antes. Vamos renovar nossas esperanças nos dando uma chance, Michael.

Ele encostou sua testa na minha, suspirando.

— Preciso de um tempo para pensar nessa possibilidade. Não me odeie, João Miguel… Eu só preciso assimilar essa ideia.

— Tudo bem, Michael. — Acariciei sua bochecha, e ele sorrir timidamente. Então o moreno tem seu lado dócil. Muito bom. — Só seja um pouco mais manso, e aceite minhas flores e convites para jantar. Pode ser?

Ele rir, e aproveitei para roubar mais alguns beijos.

Nós nos despedimos sem querer dar bandeira, mas Valentina não tinha nada de boba e ficou dando risadinhas. Ela pensava que escaparia do castigo. Deixa só chegarmos em casa. Minha filha fez algo que não via a muito tempo. Ela simplesmente abraçou Michael, dando um beijo na bochecha dele.

Dirigi o caminho de volta para casa ouvindo mio tesoro, falar como o dia foi perfeito, divertido. Assim que chegamos em nosso lar vi João Lucas deitado no sofá dormindo. Valentina nada fácil o assustou fazendo-o acordar assustado.

— Sua ruivinha do mal. — Ralhou João Lucas, nos fazendo rir.

— Ah tio... Só quis acordar você para contar sobre o dia maravilhoso que tivemos no parque de diversões com o Michael.

Enquanto fazia um lanche rápido para nós. Fiquei ouvindo novamente o relato da minha filha. João Lucas, outro ser nada fácil, me olhava sugestivo. Era evidente que ele contaria tudo ao João Pedro e ambos começariam a fofocar sobre meu envolvimento com Michael.

— Valentina, não pense que se livrou do castigo. — Ela entreabriu a boca, e juro que quase ri de sua carinha de chocada. João Lucas se retirou segurando o riso. Meu irmão sabia que as coisas ficariam feias por aqui. — Você ainda vai cumprir direitinho seu castigo. Hoje abri uma exceção por uma boa causa. — Dei de ombros fazendo cara de paisagem, continuei: — Estamos conversados?

— O senhor só pode estar brincando com minha cara. — Murmurou zangada.

— Não estou.

— Mas…Mas eu ajudei o senhor com o Michael.

— Aprecio isso, mia bambina. — Sorri orgulhoso, pois Valentina não colocou para correr minha futura namorada. — Estou muito feliz por você e Michael se darem bem. Isso é muito importante para mim. Entretanto, não vou deixar de agir como um pai deve agir porque você me deu uma forcinha.

— Uma forcinha nada! Eu fiz algo que o senhor vem tentando fazer a dias.

Eu com certeza deveria coloca-la de castigo de joelhos. Oh, menina atrevida.

— Valentina, sem discursões.

Contrariada foi para seu quarto. Eu estava com muita energia e doido para extravasar. Nada melhor que ir ao clube da luta. João Lucas desceu as escadas girando a chave de sua moto no dedo indicador, falei:

— Aonde você vai?

— Ih, irmão... Não sou sua filha.

— Pare de ser palhaço. Quero saber se está indo para o clube?

— Estou indo pra lá, mas ficarei apenas na boate.

Peguei as chaves do carro em cima da mesinha de centro, estranhando o João Lucas. Se ele pudesse lutaria todos os dias, e agora está assim.... Dispensando uma oportunidade.

— Isso sim é novidade. — Debochei.

— Eu só não estou a fim hoje.

— Tá certo.

Antes de sair de casa, pedi para Ada caprichar no jantar da minha filha. Sei que Valentina provavelmente faria drama. Começando por greve de fome.

Duvido ela resistir um prato que Ada preparasse.

Entrei na boate Rio Belo, com meu irmão caçula. Cumprimentei alguns conhecidos, maneando a cabeça. Era impossível não notar os olhares de cobiça das mulheres e homens em cima de nós dois. Mas isto foi algo que eu sempre evitei. Não desmereço nenhuma pessoa que goste de joguinhos de conquista, todavia não me sinto atraído por isso.

“Ih...João Miguel parece que você gosta mesmo é dos carrascos”, pensei.

— Estou indo lá para o clube.

— Pode ir. E por favor, faça uma boa luta lá embaixo. — Falou, me provocando.

João Lucas não se conformou ainda que nunca vai ganhar uma luta comigo.

— Você sabe que eu sou o melhor, cachorrão.

Antes de me afastar o ouvi me xingar. Ele odiava quando eu o apelidava de “cachorrão”. Irritando ele… Por mim estava ótimo.

No subsolo do clube, vi de longe João Pedro no ringue com sangue na lateral esquerda da sua sobrancelha. Se eu não conhecesse as regras e principalmente não confiasse. Em hipótese alguma deixaria alguém bater nos meus irmãos, mesmo se eles estivessem errados, eu com certeza iria me intrometer. Mesmo que nós três levássemos uma surra.

— Ele levou uma bela de uma direita do Vagner. — Glosou Kaique.

Enquanto meus irmãos e eu estamos ausente do clube da luta, Kaique assume a responsabilidade de lidar com os membros. Os mais difíceis são os garotos recém chegados da rua. Muitos com histórias tristes, e como balsamo resolveram seguir o pior caminho. Sendo eles: entrar no mundo das drogas, roubar, fazer tudo aquilo que a justiça repugna.

O objetivo do clube é trazer esses meninos e homens para descontar a raiva de forma limpa no ringue. Eles são livres para vir treinar quando quiserem, no entanto, assinam contrato sigiloso e prometem seguir as três regras principais, que são: nunca levar uma luta de dentro para fora; respeitar; e nunca entregar uma luta.

— João Pedro é o cara. — Falei orgulhoso e convencido, fazendo o velho Kaique sorrir, continuei: — Ele vai se recuperar.

E os próximos cinco minutos finais foram o suficiente. Eu disse, e aconteceu. João Pedro foi com tudo para cima do Vagner que tentou desviar dos socos, todavia meu irmão agiu de forma rápida sem deixar brechas.

Sentado com Kaique conversamos sobre os novos garotos que entraram. Eu precisava estar por dentro das novidades. O clube era especificamente apenas para homens. Calminha ai, não somos um partido machista, ok. Mas segundo meu avô, os homens decididos, fortes mentalmente, e controlados. Saberiam tratar uma mulher como merece. Por isso as únicas mulheres que poderiam ficar no clube era as namoradas dos caras. E de maneira alguma desrespeitávamos alguma mulher.

Estou louco para apresentar essa parte de mim para o moreno carrasco.

Ah Michael ...Se você soubesse.

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Comentários

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Mais um belo conto!!!!!

Estou amando essa relação de João Miguel e Michael, porém sei que ainda teremos muitos problemas pela frente com os pais de Jackson...

Tomara que eles consigam resolver tudo da melhor maneira possível!!!!!

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Que delícia de história, obrigado ☺️❤️

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