Take Me - Capítulo 7

Um conto erótico de M.J. Grey
Categoria: Gay
Contém 2624 palavras
Data: 01/12/2022 16:28:34
Assuntos: Gay, Homossexual

CAPÍTULO 7

***CONNOR***

Uma semana depois...

Estava no meu escritório de manhã quando Oliver entra. Sua cara não estava muito amigável.

- Eu preciso falar sobre algo com você Connor. - ele me diz. Só pelo seu tom de voz sei quealgo muito sério aconteceu. - É sobre o Matt. - ele diz e meu sangue ferve.

- Não posso acreditar que ele me roubou ou algo assim. - digo já querendo levantar e ir atrás dele.

- Sente-se agora Connor. - Oliver eleva a voz e eu sento. - O menino está trabalhando aqui já faz um mês e você só pensa que ele vai roubar? Ele tem prioridades Connor e roubo não é uma delas. - ele respira fundo. - Ele pediu para eu não comentar nada, mas já faz quatro dias consecutivos que ele tem pesadelos Connor. Matt precisa de ajuda. Eu acordo com seus gritos e sempre vou ajudá-lo. Se você reparar ele tem algumas marcas nos pulsos, mãos e braços de se debater. - ele diz, penso no que ele está falando. - Você como seu chefe pode ajudá-lo a encontrar ajuda.

- Oliver se ele pediu para você não me contar quer dizer que ele não quer ser ajudado. – digo com calma. - Matthew não é minha responsabilidade, dei a ele um emprego e um teto para morar, isso não significa que sou o pai dele. Ele tem um bom salário e também um plano de saúde. Não tem mais nada que eu possa fazer por ele. - digo e Oliver não digeriu muito bem o que estou dizendo. - Ele não é minha responsabilidade, Matthew tem vinte e quatro anos e sabe muito bem cuidar de si mesmo. Se ele me pedir ajuda irei ajudá-lo, mas enquanto ele não vem até a mim, não vou poder fazer nada. - Oliver olha para mim e concorda com a cabeça. - Agradeço por você ter me avisado Oliver, irei ficar de olho nela.

- Obrigado por ter me ouvido Connor. - ele se levanta e sai. Passo minha mão pelo cabelo emfrustração. Eu querendo ficar bem longe de Matthew e agora vou ter que ficar de olho nele. Resolvi sair do escritório e vou em direção à cozinha, assim que chego eu vejo Matthew. Ele dança de um lado para outro, reconheço a música ''Sugar'' de Maroon 5. Enquanto ele prepara o almoço ele arruma a cozinha. Seu cabelo está preso, balançando de um lado para o outro. Sorrio com a visão, percebo também que ele tenta esconder o cansaço, os olhos estão com olheiras bem escuras, seu rosto parece cansado, como se não estivesse tendo um bom sono. E é claro que ele não está. Seus pesadelos o assombram. Tento ver seus pulsos e vejo algumas marcas de arranhões não só neles como em seus braços também. Eu chego mais perto sem ele perceber. Matthew dança de um lado para o outro até que ele bate o pé na quina do balcão. Sorrio quando ele começa a pula em um pé só.

- Merda! Putz grila meu! - eu chego mais perto e ele me vê. – Ahh! - Grita de susto e tropeça mais uma vez. Eu o seguro.

- Calma criança. - digo o puxando para uma cadeira, eu o sento e me ajoelho para ver o seu pé.

- Está tudo bem, não precisa olhar. - Matthew tenta puxar o pé, mas eu o seguro com força.

- Fique parado, não vou te morder. - vejo que está começando a ficar roxo. - Não se mexa. - vou até a geladeira e pego um saquinho de gelo, me ajoelho outra vez e coloco o gelo onde está roxo. - Fica com isso por uns dez minutos, depois você coloca uma pomada que tenho no quite de primeiro socorros só assim não ficará muito roxo nem irá doer tanto. Depois você pode voltar para o que estava fazendo. - falo me levantando, Matt está ficando cada vez mais lindo e cheio de vida, e isso é um perigo para mim. Eu o evito sempre que consigo. Bebo um pouco de água e saio de lá. Fico em um canto vigiando-o pensando em como vou ajudar alguém que não quer ser ajudado.

Mattew é apenas um menino quebrado, mas se recusa a pedir ajuda, é claro que da última vez que ele fez isso, ele foi logo para mim que o tratou como um lixo, mas mesmo eu não querendo, e contra a minha vontade eu o ajudei, e agora ele precisa de mim mais uma vez, mas não quer minha ajuda. Frustração é o que eu sinto. Se ele não quer minha ajuda não sou eu que vou ficar atrás dele para ajudá-lo. Que se dane tudo isso, eu não posso, de jeito nenhum o deixar entrar.

***************************

MATT

Connor sai da cozinha e eu suspiro aliviado, meu pé dói pra caramba, faço o que Connor mandou e volto a trabalhar, não deixo a dor me atrapalhar de jeito nenhum. Tenho estado tão cansado ultimamente, mas não é só por causa dos meus pesadelos, eu resolvi trabalhar na fotografia à noite depois do jantar, já que não tenho nada para fazer depois das oito da noite. Henry me ajudou a encontrar pessoas que precisam de fotógrafos, eu já fotografei uma família no domingo, um modelo que precisava de fotos novas para o seu álbum, já fotografei uma mãe grávida, um casal de noivos. Com cada sessão eu ganho um tanto e esse tanto vai direto para a minha conta. Quando sair daqui eu só levarei o que trouxe quando entrei e o que conseguir comprar com o dinheiro da fotografia.

Eu não quero nada do Connor. Vejo que tudo isso que ele está me oferecendo é emprestado e quando eu me for, tudo será devolvido. Quero crescer por mim mesmo, não porque alguém me ajudou com dinheiro. Tudo isso é um empréstimo que irei devolver cada centavo. Hoje à noite eu tenho uma sessão para fazer, uma menina quer fotos sensuais para fazer um álbum para o noivo de presente de aniversário. Irei até sua casa à noite. Termino o almoço e saio para Connor poder almoçar, quando ele termina eu volto almoço e termino de arrumar tudo, à tarde como não tenho mais nada para fazer eu vou para o quintal e começo a fotografar a paisagem. O mar está calmo. Começo a rir quando vejo golfinhos no horizonte, programo a minha câmera e começo a fotografar. Perco-me na hora e quando percebo já está na hora de preparar o jantar. Faço tudo e vou logo para o meu quarto me preparar para sair. Depois de tudo preparado eu desço, Connor está sentado do lado de fora, quando me vê ele levanta.

- Vai sair a essa hora? - Pergunta.

- Vou sim, não tenho mais nada para fazer, então resolvi dar um passeio. - Connor trinca assobrancelhas formando um V. Mas ele não fala mais nada, apenas acena com a cabeça. O táxi que chamei chega e eu saio pelas ruas movimentadas. Chego ao local que eu irei trabalhar, saio do táxi e o pago. A casa é de dois andares e toda branca, subo as escadas e bato. A porta se abre revelando uma menina maior do que eu, magra de olhos verdes e cabelo loiro. Ela me abre o maior sorriso.

- Você deve ser Matthew?

- Sim sou eu. - digo e ela dá pulinhos de alegria.

- Prazer sou Júlia. Pode entrar. - ela abre caminho e eu entro. - Eu estava pensando se podíamos tirar as fotos no meu quarto. - diz em dúvida.

- O lugar em que você estiver confortável. - sorrio para ela, sou guiado para o segundo andare ela me mostra seu quarto que é rosa e branco. Quando Júlia me pediu para tirar as fotos eu perguntei se ela tinha tudo o que queria para colocar ou usar na decoração, ela me garantiu que tinha. Júlia me mostrou tudo o que tinha e comecei a arrumar o quarto. Depois de meia hora a sessão de fotos começou.

Demorei duas horas para concluir tudo, sentei com ela na cama e comecei a editar as fotos, e uma hora depois tudo estava como queríamos. Mais uma cliente satisfeita. Chego em casa meia noite e vou direto dormir. Dessa vez os monstros não apareceram, fiquei feliz.

************************

As semanas passaram rápido demais. Connor resolveu ser um pouco bom e me liberou aos sábados a partir da uma da tarde. Ele disse que ia passar a jantar fora. O que para mim foi maravilhoso. Consegui dinheiro o suficiente para abrir um pequeno estúdio fotográfico que abro aos sábados e domingos. Meu pequeno negócio está indo muito bem e minha relação com o Connor está indo melhor ainda. Eu não falo com ele e nem ele fala comigo. Cada macaco no seu galho, quando ele precisa de mim, sempre estou lá sem reclamar, só espero que essa mudança de humor continue assim por um bom tempo. Mas minha sorte dura bem pouco.

Hoje era sábado e antes de ir para o meu estúdio estava preparando o almoço de Connor e Henry que estão trancados no escritório a manhã toda. Eu estava perdido em meus pensamentos quando sinto um tapa de leve na cabeça.

- Ei! - grito e dou de cara com Henry que tem um sorriso bobo no rosto, jantamos juntossempre que podemos.

- Como você está gatinho? - ele pergunta e eu bufo com o “gatinho’’ dele.

- Você e esses seus apelidos ridículos. - falo sorrindo. - Eu estou bem. E o que você está fazendo aqui falando comigo? - pergunto olhando para os lados. Connor pode ter estado tranquilo essas últimas semanas, mas isso não significa que ele vai aceitar Henry falando comigo.

- Relaxa aí. Connor está no telefone e pelo visto irá demorar. - Henry beija o meu rosto e eu coro. - Estará livre amanhã?

- Vai me levar para jantar de novo?

- Não, vamos ao cinema dessa vez. - ele diz e eu sorrio.

- Que horas a gente se encontra então? - sorrio e Henry abre o maior sorriso do mundo.

- Que tal ás sete e meia na porta do cinema?

- Para mim está ótimo. E por favor, nada de filme romântico. - Henry solta uma gargalhada.

- Eu posso saber o que é tão engraçado assim? - congelo ao ouvir a voz de Connor.

- Na-nada. - Digo rápido demais.

- Não é nada Connor é só que o Matt é muito engraçado. - Henry diz ainda rindo. Isso não está nada bom, Connor fecha a cara quando Henry coloca a mão no meu ombro.

- Bem se eu soubesse disso, teria o mandado procurar um emprego no circo. - ele diz com a voz fria. E lá se vai o Connor um pouco melhor de antes. - Quantas vezes falei para não falar com ninguém Matthew? - abro a boca para falar, mas Henry fala primeiro.

- Calma Connor, ele não fez nada fui eu que vim falar com ele.

- Já avisei a você que não era para dirigir a palavra a ele Henry, e mesmo assim você não ouve. - ele diz. O rosto de Connor está vermelho.

- Relaxa aí amigo, não fizemos nada demais, e não tem problema nenhum em falar com ele.

- Matthew é meu empregado, e não quero ninguém falando com ele. Ele está aqui para trabalhar e não para bater papo. - ele se vira para mim. - Avisei a você Matthew, e mais uma vez você não me ouviu. Não sei por que eu ainda não o demiti. - minha raiva ferve nessa hora. Eu não vou ficar aqui ouvindo isso. A tranquilidade estava boa demais para ser verdade.

- Me demita então Connor. Vamos lá vai, me coloca para fora da sua casa. É isso que você quer não é? - pergunto gritando. - Então faça isso Sr. Willians me demita de uma vez. - ele olha para mim não acreditando que eu gritei com ele na frente do seu amigo. Já Henry está com um sorriso besta na cara.

- Escuta aqui criança. - Connor me pega pelo braço e tremo pelo seu toque. - Essa é a última vez que estou avisando, se eu pegar você falando com qualquer pessoa que eu conheço você irá parar no olho da rua. - ele grita rua e eu me encolho. Medo é o que estou sentindo agora, nunca vi Connor tão transtornado assim.

- Connor solta ele agora. - Henry diz, e teve o efeito ao contrário, Connor me aperta mais ainda. Eu olho em seus olhos e me perco no azul. - Connor, eu mandei você soltar ele. Agora. - Henry repete mais uma vez e ele solta o meu braço. Encolho-me para longe dele. Meu braço está muito vermelho e com a marca de sua mão.

- Nunca mais me diga o que devo fazer. - Ele fala para Henry e sai. Lágrimas deslizam pelo meu rosto.

- Eu sinto muito. - Henry enxuga meu rosto.

- Está tudo bem. - forço um sorriso. - Eu te vejo amanhã no cinema. – Digo e me viro para terminar o almoço, preparo tudo e me retiro. Subo ao meu quarto e preparo minha bolsa de trabalho, pego uma muda de roupa e coloco na bolsa, irei dormir no meu estúdio hoje, amanhã eu volto de manhã para preparar o café. Saio de casa sem falar com ninguém, se Connor continuar assim eu vou é me mandar, não vou aturar gracinhas de patrão nenhum. Eu rio, não posso sair agora, assinei um contrato de um ano. Só posso ir embora se Connor me mandar.

- Pra quê fui assinar essa merda de contrato. - resmungo. - Era assinar ou voltava a morar na rua idiota. - respondo pra mim mesmo.

Chego ao estúdio e começo a ajeitar as coisas, tenho duas sessões para essa tarde. Meu estúdio é a única coisa que me deixa são e feliz, graças a Deus Connor ainda não descobriu sobre isso. Ele sabe que tiro fotos e tento vendê-las, mas pensa que é um fracasso. Espero que ele continue pensando assim. Não quero que ele pense que estou enganando ele, pois não estou. Só quero conseguir dinheiro o suficiente para seguir por conta própria e pagar a ele o que devo. Henry está me ajudando com isso, alguns dos clientes que eu tenho consegui por intermédio dele, e sou grato por isso.

O dia passa e a noite vem, não volto para casa, sei que é meio infantil, mas quero que Connor saiba que ele não pode me controlar. Meu celular toca e vejo que é Henry, não atendo apenas mando uma mensagem falando que vou dormir no estúdio. Oliver também me liga, mas só vejo depois de um tempo, ligo para ele avisando que não vou dormir em casa e que não é para dizer nada ao Connor, pois não me importo com ele. Tentei dar meu número para ele caso algo acontecesse, mas ele disse que não se importava nem um pouco com o que eu fazia. Desde que eu esteja lá para fazer minhas obrigações. Então que se dane ele.

Fui para cama cedo, pois estava cansado e amanhã teria que me levantar bem cedo para chegar em casa antes que Connor acordasse. Mas não consegui dormir muito bem, tive dois pesadelos. A ideia de acordar cedo saiu pela culatra, depois de uma noite de merda, acabo finalmente dormindo e passando da hora, me arrumo correndo. Droga. Espero que Connor ainda esteja dormindo. Deixo o estúdio todo bagunçado já que irei voltar mais tarde. Saio correndo e graças aos céus eu encontro um táxi. Quando chego em casa meu coração está a mil por hora. Sorrio pela adrenalina que me envolve, abro a porta e meu sorriso morre. Tem vidro quebrado no chão, o sofá está todo rasgado, cadeiras em pedaços. A casa está uma zona. Levo um susto quando Connor vem furioso em minha direção e me pega pelo pescoço. Eu que achei que a fúria dele de ontem me causava medo. A de hoje me causa PÂNICO. Meu corpo começa a tremer.

- Eu só vou perguntar uma vez. - ele fala entre dentes. - Onde diabos você estava?

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 18 estrelas.
Incentive M.J. Mander a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.

Comentários

Foto de perfil genérica

Esse Connor precisa se tratar, tudo bem que ele foi traído, mas ele está passando dia limites partindo para agressão... Está usando de assédio moral e isso é intolerável ... Espero que Matthew tenha forças para reagir e não apenas se sentir acuado...

0 0
Foto de perfil genérica

A história está ótima!!! Assim vc me mata, que final!!! Continuaaa

0 0
Foto de perfil genérica

Moço(a), não pode me matar de ansiedade e curiosidade assim

Por favor, pública o próximo cap o quanto antes vc puder, por favor

0 0