Meu Preço - Capítulo Dezenove

Um conto erótico de M.J. Grey
Categoria: Gay
Contém 3160 palavras
Data: 01/12/2022 18:23:00
Assuntos: Briga, corte, Gay, Homossexual

***CAPÍTULO DEZENOVE ***

Acordo com uma puta dor de cabeça, mal consigo abrir os olhos.

Preciso piscar várias vezes para conseguir me adaptar a luz. Tomo um banho e desço. Hoje a casa está silenciosa.

— Onde está todo mundo? — pergunto a mim mesmo.

— Precisa de algo, senhor?

De onde ele veio? Jesus...

— Nossa, que susto! Quer me matar do coração?

— Desculpe, senhor Samuel, não era a minha intenção te assustar. — Ele justifica, sendo, como sempre, bem-educado e pomposo.

— Não foi nada. Onde está todo mundo?

Na verdade, quero saber onde está o Gabriel.

Lembro-me de poucas coisas que ouvi, mas tem umas palavras que não saem do meu pensamento. Será que foram reais? Não sei se de devo perguntar.

— O senhor Miller saiu, hoje as faxineiras não vêm, e Julia está na cozinha preparando o almoço.

— Nossa, mas já? Nem tomei o café da manhã.

Minha cabeça lateja e meu estômago se aperta.

— Vá até a cozinha, ela vai te preparar o melhor café da manhã da sua vida. — Ele ri.

— Estou mesmo precisando. Osvaldo, ontem eu não disse nada constrangedor, né?

— Não, apenas o meu nome — diz, envergonhado.

Pela Santa mãe!

— Sério? Do que te chamei?

Não, senhor, que não seja aquele nome... Já sinto meu rosto esquentar de vergonha.

— De Alfredo.

Puta que pariu.

Ele não parece constrangido, na verdade, está se divertindo.

— Nossa, me desculpe, é porque deve ser... Não, é melhor nem explicar. Vou tomar meu café da manhã.

Ele ri novamente, assentindo.

— Senhor Samuel? — Ele me chama.

— Não, Osvaldo, me chame apenas de Samuel — peço, me virando para ele.

— Samuel, você deveria ir com calma nas bebidas alcoólicas — sugere, num tom sério, até mesmo preocupado.

— Esse é um bom conselho para seguir, obrigado.

Caminho em direção à cozinha, mas antes, no meio do percurso, ao passar pelo corredor do escritório, me sinto compelido a entrar onde sou proibido, e então...

Não.

Afasto esse pensamento mortal e entro na cozinha.

— Samuel, que bom que acordou! — Julia me recebe com um beijo no rosto.

— Não grite. Minha cabeça está estourando.

— Então vou preparar um bom café para curar essa ressaca, vai estar novinho em folha daqui a alguns minutos.

Ela anda de um lado para o outro, sorridente.

— Já soube? — Me sento na bancada, perto de onde ela está trabalhando no meu café.

— Sim, mas isso acontece, deve ser difícil pra você. É uma mudança drástica vir para São Paulo, e o senhor Miller sabe ser bem grosseiro às vezes.

Fico surpreso pela forma que fala do Gabriel, como se o conhecesse bem. Claro que sim, ela trabalha na casa dele.

Pare de ser burro, Samuel!

*************

O café realmente estava bom e foi bem reforçado. Ainda me sinto redondo quando me jogo na cama.

Já que está tudo tão tedioso por aqui, decido me ocupar com as malas, arrumar todas as minhas roupas e separar as roupas que vou usar, além das que nunca usaria — alguns destes, inclusive, podem ser úteis quando quiser costurar.

Após colocar tudo na posição certa, Osvaldo vem me avisar sobre o almoço. Como já estava imaginando, o meu almoço será solitário.

Sim, foi isto o que realmente aconteceu: almocei sozinho.

Durante a tarde, vejo uma fina chuva cair do lado de fora. Encosto a cabeça no vidro e fico imaginando como estão meus pais. Como o Lucas está.

A cada dia penso menos nele, mas toda vez que me lembro do seu nome, sinto uma pontada no peito, a dor da traição e decepção por mim mesmo.

Eu ainda amo o Lucas, acredito nisso no fundo do meu ser, mas é tão diferente do que sinto por Gabriel.

Com o Gabriel é mais avassalador, sufocante, desesperador, tudo de uma só vez.

A noite de ontem volta a minha mente, fico imaginando o quanto aquelas palavras foram reais; elas rodeiam meus pensamentos, e penso estar mais convicto de que ele falou mesmo tudo aquilo. Porém, se sou importante, por que foge tanto de mim? Por que não luta para ficar comigo? Ele disse algo a respeito da escuridão, sobre apenas sentir dor. Será que é tão ruim assim ou ele tem medo de enfrentar tudo o que já fez?

Ele disse que passaria no meu quarto hoje, mas não passou, nem está em casa. Não posso me iludir com suas palavras, mesmo que elas pareçam sinceras. Tenho que proteger meu coração, porque, se eu me apaixonar por ele, estarei perdida.

Quem você quer enganar, Samuel? Você já está apaixonado.

*********

Hoje, quinta-feira, está sendo bem entediante, não aguento mais ficar enclausurado nesse quarto silencioso. Ligo o som bem alto.

— Foda-se, Gabriel! — grito. — Venha me parar.

Não sei o que me dá, mas ainda estou bem puto com ele.

A porta está trancada, ele não vai entrar por causa do nosso acordo, nem sei se ele está em casa.

Começo a movimentar meu corpo conforme a música, seguindo o ritmo das batidas e cantando em reciprocidade. Pulo no colchão feito louco, dançando e gritando, sentindo a vibração nas paredes por conta da amplitude grave do som. Por isso, não escuto quando a porta se abre. A música logo é interrompida, o que faz a minha performance parar também.

Olho em direção ao som e, lá está o Gabriel, parecendo furioso, ao mesmo tempo, chocado.

— Ficou louco? — Sua voz é sombria, um pouco esganiçada.

— Por que desligou? Quer dizer, por que está no meu quarto sem a minha permissão? — pergunto com a voz exaltada, totalmente enraivecido.

Ele perde um pouco a postura, mas se recupera rapidamente.

— Esta casa é minha e faço o que eu quiser, sem contar que quebrou as regras mais vezes do que pode se lembrar, então não tem direito nenhum de exigir alguma coisa.

— Saia! Não quero ver você! — parto para a histeria.

— Não me importa. O que falei sobre essa merda de som? Tive que parar uma reunião importante por sua culpa.

— Não devia ter colocado som aqui, visto que não queria que eu ligasse — respondo petulante, cruzando os braços.

Demostrando sua raiva, ele vai até o aparelho e o arranca da parede, jogando do outro lado do quarto, se espatifando no chão. Fico com medo, mas tento não demonstrar. Nunca o vi tão descontrolado, ele é sempre tranquilo — até demais —, gélido e calculista.

— Eu mando aqui, Samuel, está ficando difícil de lidar com você. Não quero puni-lo! — altera a voz, raivoso.

— Faça o que quiser e, tem outra coisa: eu nunca disse que facilitaria para você — respondo no mesmo tom.

— A cabeça do seu pai ainda está em jogo, quer mesmo me desafiar? — questiona ele, decisivo, enquanto não respondo. — Pare ou terá consequências muito graves.

Gabriel suaviza a voz de um jeito perigoso e aperta as mãos em punho fechado, provavelmente tentando controlar a raiva.

Engulo em seco.

— Por que não me deixa em paz? Me deixe ir embora e tudo voltará ao normal na sua vida, você não terá mais que lidar comigo.

— Vai ficar e vai me obedecer. — Ele se aproxima da borda da cama, onde continuo de pé. Com um movimento, puxa as minhas pernas, me derrubando sentado. Meu coração acelera, acho que vai me bater, mas não abaixo a cabeça. Continuo encarando. Ele agarra meu cabelo e me puxa bem perto do seu rosto. — Se não se comportar, Samuel, pagará bem caro.

Sua respiração acelera e ele encara a minha boca. Estou tremendo tanto que não consigo falar nada, só olho de volta.

— Está me ouvindo, Samuel? Acho melhor que esteja! — Sua voz continua letal.

Gabriel me solta e se afasta.

— Vou terminar a reunião e espero que não faça nenhum tipo de besteira. — Ele se vira e sai pela porta.

— Eu odeio você, maldito! — grito para ele escutar.

Começo a andar de um lado para o outro no quarto, com vontade de quebrar tudo, então é basicamente isso que eu faço. Vou até a penteadeira e começo a jogar os perfumes na parede, junto com os frascos de creme e maquiagem. Vou até o abajur, que fica em cima da mesinha de canto, coloco em minhas mãos e me viro de frente para o espelho. Fico olhando meu reflexo; meus olhos estão escurecidos pelo ódio... Meu Deus, como a minha inocência não existe mais! Como odeio o que vejo!

Arremesso o abajur, estilhaçando o espelho e o meu reflexo medonho. Ajoelho-me sobre os cacos e começo a chorar.

O vidro me corta, mas não me importo, estou enfurecido e absolutamente devastado. Estou anestesiado de qualquer dor, porque a dor maior está em meu peito.

— O que você fez? — A voz de Osvaldo me faz voltar em si, longe do meu estupor de raiva e loucura. — Menino, você está bem?

— Me deixe em paz — digo sem qualquer humor.

— Está sangrando, vou buscar ajuda. — Ele corre, antes mesmo que eu tenha a chance de impedi-lo.

Gabriel aparece em seguida, acho que ele já estava subindo.

— Anjo! — Ele olha em volta antes de entrar no quarto e vir em minha direção.

— Fique... Longe... De mim. — falo pausadamente para ele entender que não quero que chegue perto. Acho que a raiva em meus olhos o fez parar.

Nesta hora, Julia entra com Osvaldo atrás de si, trazendo uma caixinha de primeiros socorros. Eles pausam o andar quando veem Gabriel me olhando.

— Senhor Miller, o que aconteceu? — Julia pergunta.

— Não sei, só... Ajude ele. — Ele vira as costas e sai.

Segundos depois ele volta, no momento em que Julia faz o curativo no meu joelho. Não é nada grave, só tem alguns cortes superficiais. Ele fica parado na porta, vendo a Julia limpar a bagunça que eu fiz e, para minha surpresa, ele segue em frente a fim de ajudá-la a terminar de pegar tudo.

Julia pega o saco de lixo e a caixinha com os medicamentos.

— Daqui a pouco trago o seu almoço — Ela avisa antes de sair, deixando nós dois sozinhos.

Ele se aproxima, de cabeça baixa.

— Você está bem?

— Estou — respondo seco.

— Não sei o que dizer...

— Gabriel, só me deixe sozinho. Isso você pode fazer, já que faz sempre.

— Desculpa. — Ele solta, me calando. — Às vezes você me enlouquece com a sua teimosia, me tira do sério.

— Agora a culpa é minha? Você me tirou da minha família, Gabriel, me comprou como um objeto, e me usou.

— Não usei você, Samuel, não pode me culpar por isso. Você quis tanto quanto eu. — Ele tem a audácia de parecer magoado. — Não acho que esse seja o caso também.

— Sim, esse é o caso sim. Você me seduziu, e eu como um garotinho tolo, acreditei nas suas palavras, me entreguei a você. Mesmo assim me deixou sozinho, depois me tratou como lixo. E agora me trouxe para essa casa, me fez ficar nesse quarto como se estivesse preso em uma jaula! — Jogo toda a minha amargura na cara dele, enfrentando-o.

— Se colocou em perigo junto com a minha irmã... O que queria que eu fizesse?

Ele ainda está com raiva, dá para ver em sua expressão.

— Não aconteceu nada com a sua irmã.

— Não é apenas ela que me preocupa, anjo, você foi exposto, e virão atrás de você. Independentemente de quem esteja em sua companhia, você é o alvo, e te machucarão só para me atingir. — Por um momento penso em ter visto desespero nos seus olhos, mas é muito rápido. — Nessa última reunião, contei com meus seguranças mais antigos, eles estarão encarregados de vigiar cada passo deles e cada canto deste lugar. Não posso vacilar, qualquer erro pode custar a sua vida.

Sinto uma pontada no peito, mas ignoro, porque não posso mais uma vez abaixar a guarda para ele, não depois de me magoar tanto e de ter sido tão cruel a ponto de me humilhar.

— Não podem me pegar aqui.

— Não vou permitir. — Ele senta na beirada da cama, ao meu lado. — O que aconteceu hoje não foi certo da sua parte. Você me irritou. Sabia muito bem que eu ficaria bravo, e mesmo assim ligou a merda daquele som. Se machucou por puro capricho. Antes que fale, não me importo com nada que tenha quebrado, e sim o fato lamentável de ter se cortado. Nunca mais faça isso, Samuel.

A raiva por ele ainda faz meu sangue ferver, mas posso entender o seu ponto de vista.

— Não quero ficar preso nesse quarto, quero ir ao jardim, quero poder comer na mesa. Preciso me distrair com alguma coisa. Estou enlouquecendo aqui e nem faz uma semana...

Minhas palavras são como um apelo.

— Tenha calma, você vai poder sair em breve, só precisa esperar a poeira abaixar. Há muitas pessoas frequentando a minha casa nesse momento e não quero te expor mais. — Ele suspira. — Anjo, sou um homem com muitos inimigos e, se qualquer um deles tocar em você, não sei do que sou capaz. — Ele se aproxima e cautelosamente toca meu rosto. — Pode não acreditar, mas você é importante pra mim.

— Então por que me trata assim? Por que grita comigo?

Pare de se humilhar, Samuel. Ele não se importa de verdade, é mais uma mentira para te enganar. Afasto meu subconsciente para longe.

— Porque você é irritante — responde com um meio sorriso.

— Você também é.

Seu sorriso se alarga.

— Só siga as regras, prometo que tudo vai voltar ao normal. — Se inclina e beija a minha testa.

— Tenho que sair. Vou terminar a reunião que tive que cancelar quando você começou a quebrar tudo. Mandei que fossem para o clube, estão me esperando.

Não sei se devo acreditar nele.

— Ok.

— Não se preocupe com as coisas quebradas, amanhã serão recolocadas em seu devido lugar e, peço mais uma vez, por favor, não aumente o som. E sobre você se distrair... Bem, eu tenho uma ideia.

— O quê?

— É um presente, será entregue mais tarde — diz Gabriel, sorrindo.

Seus olhos prendem nos meus, me hipnotizando. Seu sorriso some, e uma energia nos puxa um para o outro, até que nossos lábios quase se tocam. Sua mão sobe pela minha perna lentamente, nublando meus sentidos, ampliando meu desejo por ele.

Seja forte, Samuel! É como um estalo na minha mente, talvez seja a parte da minha alma que ele destruiu com suas palavras maldosas. Me afasto, empurrando seu peito.

— Não toque em mim. — Minha voz sai baixa, com uma rouquidão por conta do desejo. Me sinto forte por resistir.

— Entendo. — Ele levanta e sai do quarto, sem dizer mais nada.

***************

Depois do almoço, recebo uma máquina de costura, com um kit de moldes e uma caixa com vários tipos de tecido. Prefiro um bom livro para passar o tempo, mas a máquina até que pode ajudar.

Passo a maior parte da tarde costurando e customizando algumas peças do meu guarda-roupa.

Ouço uma batida à porta.

— Entre.

Quando olho para trás, vejo Isabel.

— Oh, que surpresa boa! — Levanto e corro para abraçá-la.

— E aí, como está?

Me afasto.

— Estou bem.

Ela olha para a máquina no canto.

— Uau, meu irmão se superou. O que está fazendo? — Ela se aproxima e pega uma das peças que criei.

— Nossa, sexy, onde pretende usar? — Isabel me olha maliciosa.

— Não pretendo, só costurei. Você gostou? — pergunto.

- Adorei.

Ela trava assim que olha ao redor do meu quarto; ainda não tem nada no lugar. Do espelho só sobrou a moldura e alguns pedaços de vidro que permaneceram presos. Julia pegou só os que caíram no chão.

Na parede, pendurados, têm os fios do aparelho de som, e minha penteadeira está completamente vazia.

— O que aconteceu aqui? — Vejo o seu espanto.

Droga! O que vou dizer a ela? Não quero mentir.

— Seu irmão e eu brigamos.

Não foi uma briguinha normal de casal, mas também não deixa de ser verdade.

— Foi ele quem fez isso? — Ela coloca as mãos na boca e arregala os olhos. — Ele te bateu?

Isabel olha para o curativo na minha perna e senta na cama chocada.

Puta merda!

— Não. Fui eu, fiquei irritado e quebrei algumas coisas — digo sem graça.

Gabriel vai me matar se eu deixar escapar qualquer coisa comprometedora.

— Quebrou o quarto inteiro? O que meu irmão fez?

Como explicar isso? Pensa, Samuel...

Qual é a chance de dar certo se eu contar toda verdade a ela? Contar como Gabriel me comprou e ameaçou a minha família; como sou obrigado a ficar nesse lugar infernal só para o deleite dele; como fui burro o suficiente de me apaixonar, de fazer amor; como fui idiota por abandonar o homem mais incrível da minha vida e me entregar ao Gabriel, semelhante a um viciado que se entrega a drogas mesmo sabendo que é errado...

Qual é a chance do meu pai continuar vivo caso eu quebre todas as regras impostas e vá até a polícia e denuncie tudo o que estou vivendo?

Nenhuma chance, meu subconsciente fala em minha mente. Então me pego tentando contornar a situação:

— A mesma coisa de sempre, ele quase não para em casa e mal temos tempo de ficar juntos.

Odeio mentir, entretanto não tem como contar a verdade sem causar danos.

— Por isso está ficando nesse quarto? Ainda não se reconciliaram? Nossa, a culpa é toda minha, maldita hora que peguei o carro dele.

Maldita hora que meu pai conheceu o Gabriel! Lamento em meus pensamentos.

— Não, isso ele já superou. — Outra mentira. — Decidi vir para cá porque preciso de privacidade e ele mal fica aqui. Não achei certo dormir no quarto dele.

Mentiras e mais mentiras.

— Vocês são um casal tão estranho. Só me diz que depois daquele dia vocês transaram de novo... — Ela faz uma careta, tentando decifrar a minha reação.

Merda!

— Sim — respondo rapidamente. — O que acontece é que ele me deixa sozinho e dorme fora. Ele jura que não está com nenhum homem, mas não consigo acreditar.

Meia verdade.

Não consigo acreditar no Gabriel. Se fosse tão fiel a mim, não passaria a noite fora.

— Meu irmão é um cafajeste, vou falar umas boas pra ele.

— Não, por favor, esse é um assunto que só nós dois podemos resolver. — Isabel fica sem graça, mas também não quero continuar numa conversa a qual tenho que ficar mentindo, então mudo de assunto: — Me conte, como a Laurinha está? E a sua mãe?

Isabel começou a tagarelar. Minha tarde ficou maravilhosa desde então. Ela me ajudou com ideias ótimas, e no final levou três peças de roupa e um vestidinho que costurei para Laurinha.

Assim que ela foi embora — pois tinha que buscar a filha na escola —, decidi tomar um banho.

Por causa de mais um dia quente, abro as portas da sacada e me deito na cama, sentindo o ar frio da noite arejando o quarto.

Gabriel não voltou para casa.

Sabendo disso, fiquei até de madrugada esperando ouvir o barulho da porta do quarto dele naquela expectativa, como se pudesse me iludir unicamente por sua presença, só que ele não apareceu em nenhum momento.

Adormeço, chorando, imaginando onde ele possa estar.

Me dói muito refletir sobre essa possibilidade; mas tenho quase certeza de que ele está com outro homem.

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Comentários

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Como diria Luciano Huck: loucura, loucura, loucura...

Amo muito tudo isso mas esse noia entre os dois está me enlouquecendo, cada vez que acho que el s vão se entender, mais uma merda acontece e tudo desanda...

Socorrooooooooo!!!!!

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Só acho que os capítulos deveriam ser maiores. Parece que leio em um minuto e tudo acaba. Maldade rsrsrs ótimo capítulo

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