Se antes do acontecimento envolvendo o Pastor Felipe eu já tinha o sonho de sair de minha cidade natal, depois o desejo era quase desesperador. Por sorte, faltavam apenas alguns meses para eu me formar no ensino médio e eu, na época, já estudava feito louco para conseguir passar em uma universidade.
Apesar de poucos meses, como o tempo é conhecidamente relativo graças a Einstein, ele se passou como se fossem longos anos para mim. Durante esse período, me limitei as tarefas obrigatórias e fiquei em total abstinência sexual.
Mesmo que o assunto de minha expulsão da congregação não tivesse mais sido declarado, eu sabia que se tinha um coisa que o povo daquela cidade era verdadeiramente incapaz de fazer era esquecer. Tal ação era quase tão difícil quanto perdoar. Escutei muitas vezes minha mãe e as amigas fofocando de outras pessoas pelas costas, enquanto eram gentis as vistas. E eu seria um tolo se achasse que comigo o tratamento era diferente.
Eu definitivamente não tinha mais vínculos com aquele lugar, somente os de sangue. Mas mesmo estes já estavam cientes que minha saída seria o melhor para mim.
Assim que passei na faculdade, meu pai se prontificou a me ajudar a custear minha vida fora. Eu não aceitei, embora não pudesse negar toda a ajuda ofertada. Eu tentava e teria de me virar sozinho.
Minha primeira morada fora foi o próprio alojamento que a universidade oferecia aos alunos que moravam distante. Um lugar modesto, mas que me garantiu a sobrevivência.
Mesmo tendo ansiado toda minha vida por esse momento de liberdade, a verdade seja dita, eu também o temia em segredo. Não gostava muito da cidade grande, isso era um fato desde minhas visitas a meus primos. Aquela selva de pedra nunca me pareceu convidativa. Ter de abandonar as matas, a calmaria, a simplicidade. Acredito que, tentando enxergar o lado positivo das coisas, o acontecimento em minha terra natal foi o estopim que eu precisava para cortar as últimas amaras que me prendiam.
De abrir a porta da gaiola e eu conseguir voar.
Isso de fato ajudou, pois apesar das condições miseráveis em que vivi ao longo daquele primeiro ano de faculdade, foi ali que eu aprendi a viver só, a de alguma forma me sustentar, e principalmente, poder ser eu mesmo, de uma maneira que eu nunca imaginei que queria ser.
Logo de cara, consegui um trampo em uma casa de festa noturna. Que foi a forma que eu encontrei de garantir minha subsistência. Trabalhava nas madrugadas dos fins de semana e feriado e o cachê era bom. Pelo menos garantiam minha alimentação no campus, onde eu não pagava basicamente nada.
Virar a noite foi um hábito que me adaptei mais fácil do que suspeitei. A boate em que eu trabalhava era voltada ao publico GLBT. E esse foi o outro grande ponto de mudança favorável em minha vida
Pois estar ali, testemunhando a vida noturna da cidade grande, abriu a minha mente de uma forma tão avassaladora que eu dificilmente sairia dali o mesmo. Os homens e mulheres se beijando e acariciando livremente, os encontros sórdidos nos banheiros ou nos cantos escuros, as passadas de mão que até eu mesmo recebia em meio ao trabalho me obrigaram a enxergar o mundo com outros olhos.
Apenas tive uma experiência parecida quando visitei meus primos a última vez e mesmo aquela aquela havia sido apenas um grão de areia em meio a todo o deserto que vivenciei ao longo daquele ano.
Como um animal faminto que degusta carne depois de meses de fome, eu não só quis experimentar, quis me esbaldar. Não eram só os meses de abstinência, mas toda a minha vida veio a tona como uma ressaca incontrolável. Eu simplesmente não queria mais me esconder, não queria mais me privar de nada e de simular nada tal como tinha feito em toda minha adolescência.
Posso dizer sem pudores, que este foi o período em que mais transei na vida. Tudo me era interessante e curioso. Transei com homens, mulheres, pessoas de gênero indefinido. Solteiros, casais, trisais, orgias. Não havia nada que eu negasse, pois queria experimentar de tudo o que pudesse. E tanto sexo vazio e sem sentido, apesar de intenso, não me dava o mesmo prazer que antes.
Demorei muito para entender o que faltava. Mesmo que eu tivesse me desamarrado por completo de minhas origens, sentia que haveria algo lá atrás que eu desejava recuperar. Embora não soubesse ao certo o que.
Minha vida regrada e de poucos custos me fez querer um pouco mais. O alojamento da universidade, apesar de útil, era muito limitado. O banheiro era compartilhado e a área comum também. Não tinha cozinha e a comida era feita em um refeitório. Comecei a pensar em ter meu próprio apartamento, mas a menos que eu quisesse pedir favor a meus pais, não teria muitas opções.
Foi então que a oportunidade ideal literalmente me encontrou. Digo isso pois estava passando pelo quadro de avisos da universidade, quando um garoto pregava o anuncio e, num instante de distração, o mesmo caiu de sua mão e deslizou até meus pés.
O peguei e a curiosidade inata me fez ler rapidamente, antes de devolver.
- Aqui - entreguei - Acho que te conheço. É da turma de ética, certo? - soltei assim que seu rosto me foi familiar.
- Oi. Fábio, não é?
- E você... dom Pe... Digo... Pedro.
Ele riu
- Tudo bem, eu sei que meu apelido é esse. Dom Pedro.
Pedro, ou Dom Pedro, como o chamavam, era um rapaz bem apessoado. Cabelos arrumados e lisos, na cor castanho claro. Olhos verdes e pele clara. Seu apelido se devia por ser um garoto extremamente educado. Ele falando parecia ter anos a mais que seus vinte e poucos. Acho que nunca ouvi dom Pedro falar um único palavrão em toda a vida.
- Temos de admitir que o apelido lhe cai bem. - sorri e então resolvi tocar no assunto - acabei vendo o anúncio que vai pregar aí. Eu estava justamente procurando um lugar pra morar.
- Puxa, que bom. O apartamento é meu, e eu divido com outros três caras a despesa. Mas um se formou e se mudou início desse mês. Estamos arrumando alguém. Não é nada demais, é confortável e espaçoso, mas sem grandes luxos.
- Relaxa. Não sou exigente.
Ele riu.
- Pois é. Que bom. E também não cobro praticamente te nada. Só ajuda nas contas, luz, internet, condomínio. Que divididas por 4, saem baratinho.
- Me parece uma oferta e tanto.
- Se você quiser, posso te levar pra conhecer. Estou voltando pra casa agora.
Parecia que a sorte estava me sorrindo.
Aceitei e peguei carona com Dom Pedro, que dirigia na época um Volksvagem retrô muito bonito. Manter um carro daquele não devia ser barato, o que me intrigou em saber porque um cara que aparentava ter dinheiro como ele, precisaria dividir as despesas de um apartamento.
Chegamos ao seu apartamento. Um condomínio enorme na parte nobre da cidade. Entramos e eu não pude deixar de notar que os apartamentos eram enormes. Minha cara com certeza denunciou minhas questões, pois ele logo falou.
- Sei o que ta pensando. Mas te digo que o condomínio não é tão caro. o Apartamento é próprio então não pago aluguel. E como são muitos blocos, não fica oneroso. Acredito que vá gostar daqui.
O apartamento era bem bonito, uma sala ampla e arejada. De cara, percebo que é tudo muito bem arrumado e limpo, nem parece um apartamento de homens solteiros.
- Aqui não temos empregados e cada um tem uma prateleira na geladeira e uma parte da porta. O congelador é terreno neutro então, melhor etiquetar algo caso queira preservar.
A limpeza é feita semanalmente por nós, revezamos e cada um cuida uma semana dos afazeres de faxina. Louça, cada um cuida da sua.
Pedro foi me apresentando. Chegando no corredor, escuto o som de um violão.
- Deve ser o David - e bateu na porta - David. Daria pra vir aqui conhecer o nosso novo colega
Tecnicamente eu ainda não tinha concordado, mas estava tentado.
David apareceu e era um mulato de uns dois metros e muitos músculos. Rosto bem bruto, mas olhar simpático. Tinha cabelos rasta fari e uma tatuagem de uma rosa dos ventos no ombro
- Fábio, esse é David. Ele é formado em educação física, e está terminando nutrição. É fisioculturista também. Além de músico por vocação e faz um excelente café.
- Prazer, Fábio - ele apertou minha mão com força. De fato, tinha um corpo invejável, volumoso e bem definido.
- Prazer, David. Espero provar seu café.
- Será um prazer. Aviso que faço forte - e deu um sorriso bonito e cheio de malandragem.
Devia ser minha imaginação, mas eu senti certa conotação sexual em seu último comentário. Resolvi ignorar na falta de mais dados
- Diego está ai? - Dom Pedro perguntou.
- Acho que... Olha ele lá - David apontou e parecendo invocado pelo som de seu nome, surge o garoto de um dos quartos.
Era mais magro que eu e mais alto. Moreno, cabelos lisos e barba. Vestia uma bermuda e uma blusa, tendo um avental preto por cima. Tinha um rosto fino e simétrico, com olhos pretos.
- Diego. Esse é Fábio - Meu anfitrião me anunciou. - Fábio, esse é Diego. Estuda veterinária e trabalha com fotografia.
- Prazer - e apertou minha mão com entusiasmo - É o novo colega de apartamento?
Ele parecia ansioso.
- Não sei ainda - Pedro respondeu - depende dele aceitar.
- Ah, mas é uma ótima - falou, cheio de confiança - o condomínio é caro, uns mil e duzentos, mas dividido por nós quatro fica só 300 para cada. Mas em compensação, esse valor você economiza, pois o condomínio tem um ônibus que passa na faculdade, além de uma academia muito boa. Ou seja, só nisso você já economiza. Então o condomínio com as contas de luz e internet dão, no máximo, uns 600 reais.
Diego falava rápido, parecendo um corretor de imóveis, mostrando-se muito interessado na venda. Mas eu tinha que admitir que a proposta era tentadora. Eu tinha pesquisado e por aquele preço eu muito mal conseguia um conjugado na parte afastada da cidade. Meu bico de segurança pagava com tranquilidade aquele valor e ainda sobrava para as despesas.
- Então, acho que vou aceitar.
- Maravilha - Diego comemorou. Mas Pedro fez um sinal para ele se acalmar
- Então, Fábio. Resolvido isso, só organizar sua mudança. Precisa de ajuda?
- Que nada. - ri - quase não tenho nada. Se toparem, hoje mesmo trago.
- Isso - Diego deu um pulo e tirou o avental e pendurou em meu pescoço.
- Esqueci de avisar - Dom Pedro se desculpou - é tradição o novato estrear em sua semana na limpeza do apartamento. Como era a vez de Diego, ele deu sorte de você chegar, pois a vez passou automaticamente pra você.
Eu achei graça do entusiasmos e fiquei feliz em entender enfim o desejo de Diego em minha vinda.
- Seja muito bem vindo, Fábio - e me deu um beijo estalado no rosto .
A recepção foi muito tranquila. Os quartos da casa não eram espaçosos, se comparados as áreas comuns, mas ainda assim eram infinitamente maiores que meu alojamento.
Dom Pedro era o único que não fazia rodizio na limpeza, sendo esse o único privilégio que tinha como dono da casa, porém era um rapaz tão asseado que parecia não deixar rastros por onde passava. Ele me informou que era chato com limpeza e organização, e bastaram poucos dias para eu perceber que isso era pouco. Era um verdadeiro ditador, com um faro aguçado para detectar qualquer irregularidade e achar rapidamente sua fonte. Não falava nada, bastava um simples olhar para intimidar até o corpulento David.
Desse modo, fazer parte do rodizio de limpeza não era uma tarefa tão árdua. O que eu mais tive dificuldade de me adaptar a princípio era com a intimidade partilha pelos residentes da casa. Em alguns aspectos, lembravam meus primos e não eram avessos a, hora ou outra, oferecer abraços, beijos no rosto ou uma caricia camarada ocasional. Aquilo me deixou desconfiado que, talvez, assim como meus primos, eles fizessem algumas brincadeiras além. Mas nada comentei, apenas observei a princípio.
A suspeita enfim teve sua confirmação numa madrugada. Acordei com vontade de ir ao banheiro e, após minha bexiga vencer o confronto contra minha preguiça, fui andando ainda sonolento até o banheiro. Na volta para meu quarto, porém, percebi que uma luz saia da brecha do quarto de Dom Pedro.
Até aí, nada demais, se eu não tivesse escutado um trecho de algo que ele disse lá dentrocom calma, isso. Enfia agora, gatão...
De início, duvidei ter entendido a essência da coisa. Até a voz de David surgir na sequência.
- Hoje vai caber... Relaxa, gatinho.
- Hum .. - o gemidinho choroso de Pedro - Ai...
- Isso... Caramba, está entrando.
- Não acredito - dessa vez era a voz de Diego - até o meio.
- Para um pouco, deixa eu me acostumar. Isso - Pedro pediu.
Então, foram só os gemidos baixinhos de Pedro, seguindo de uma ou outra risada suave de David e Diego.
- hum... Ah... Ai... Nossa...
Não sei quando tempo fiquei escutando por trás da porta. Só sei que, quando dei por mim, estava extremamente excitado. Vontade louca de entrar lá e participar sabe-se lá do que estivesse fazendo. Mas não seria educado de minha parte. Não havia sido convidado
Então, me recolhi de volta ao meu quarto, mas dormir foi bem difícil, até o sangue voltar para os locais certos.
Não comentei a noite em questão com ninguém, pois não queria admitir que fiquei ouvindo por trás da porta. Como bom caçador que era, sabia que presa de casa não se corria atrás e hora ou outra, seria convidado para aquelas festinhas noturnas .
Por sorte, não tive de esperar muito. Pois na manhã seguinte, David e Diego saíram para a faculdade. Eu só teria aula de tarde e aproveitei para limpar o fogão, tarefa que tinha empurrado com a barriga até agora.
Estava usando apenas meu avental e uma cueca, vantagens de se morar em uma casa somente com outros homens.
Nesse momento, Dom Pedro vem para a cozinha, vestindo sua samba canção. Corpo magro a mostra.
- Você leva a sério as coisas - comentou satisfeito.
- Apenas gosto de ser útil - comentei - Odiaria ser um estorvo.
- Ah, mas um deleite como você, seria tudo, menos um estorvo.
Aquilo me pegou de surpresa. De comedido, de repente, Dom Pedro parecia ter partido para a ofensiva.
- Deleite? - saboreei o efeito daquele adjetivo, achando graça.
- Desculpe-me. Acho que me precipitei.
- Não. Tudo bem. Ser elogiado é sempre bom.
Continuei meu trabalho, fingindo não sentir seu olhar que me devorava pelas costas. Pedro então foi até a geladeira e pegou dois picolés.
Nossas prateleiras eram respeitadas e cada um de nós seguia um tipo de deita. David era vegetariano e Diego tinha intolerância a lactose. Então era fácil um não se meter nas coisas do outro. Já dom Pedro sempre comprava coisas a mais e não era nada sovina em oferecer suas guloseimas aos demais.
Aceitei o picolé que ele me ofereceu e chupei em sua companhia.
- Posso te fazer uma pergunta, Pedro?
- Claro, Fábio.
- Você me parece um cara com dinheiro, que claramente não precisa dividir as contas. Então por que dividir apartamento com um bando de desconhecidos?
Ele fingiu pensar a respeito, enquanto dava uma mordida.
- Acho que gosto de companhia.
- Justo. Embora percebi que você parece ter um tipo de colega de quarto. Um perfil, digamos assim
- Como assim? - ele sorriu, era óbvio que pensávamos a mesma coisa, mas estava divertido brincar com as intuições.
- Me diz você - e lhe cutuquei com a ponta do picolé, bem no mamilo.
Ele levou um susto com o toque gelado.
- Desculpe-me. Acho que me precipitei - brinquei e então me inclinei e lambi seu peito, limpando o xarope de uva que tinha ficado nele.
- Nossa - suspirou. – É... você é do tipo que eu gosto de colega de quarto.
- E qual seria esse tipo? - aticei e acabamos respondendo ao mesmo tempo - Ativo?
- Ativo -ele entoou em uníssono.
- E como sabe que sou ativo?
- Tenho um bom faro pra essas coisas - admitiu sem modéstia e eu não discordei. Pois Dom Pedro, afinal, era um caçador como eu, todavia, não éramos do tipo que disputássemos a mesma fauna. Pelo contrário, nossos interesses compactuavam perfeitamente.
Era impossível esconder a excitação. Meu volume estava a mostra, mesmo por trás do tecido pesado do avental. Nesse instante eu percebi o que me faltava. Era exatamente aquilo . O gosto da caça.
Aquela brincadeira que Dom Pedro estava fazendo era justamente o que eu fazia sempre em minha cidade. Aqui, nesse mundo universitário onde o sexo é livre, minhas transas eram fartas e fáceis.
Mas essa facilidade também tirava um pouco a graça da coisa. Você pode pegar um animal selvagem e o alimentar. Ele comerá para matar a fome, mas sempre vai sentir falta da caçada, da conquista. A fome é uma necessidade, mas a caça é um estilo de vida. Um gato, mesmo após anos de domesticação, ainda não esqueceu os instintos e eventualmente vai caçar uma presa que entrou em seus territórios, mesmo tendo comida farta todos os dias.
Aquilo que Dom Pedro fazia me parecia muito interessante: atrair caras para sua casa e ir seduzindo aos poucos. Enrolar em sua teia e então finalizar. Fazia tempo que não me sentia tão excitado, mesmo sendo a presa da relação.
- Então você tem seu curral particular aqui nessa casa? - perguntei
- Não sei se curral. Vocês são só os meus gatões. Um Harém, talvez.
- Engraçado, meu apelido era justamente leão na minha terra.
- Providencial - comemorou - você pode ser meu leão.
- E você? Acha que será meu dono? - questionei, terminando o picolé.
- Claro que não - e nem esperou eu jogar fora o palito e saltou em mim com uma destreza Felina e me beijou - eu sou o gatinho de vocês.
Correspondi aquele beijo com intensidade. Dom Pedro tinha uma boca macia e gostosa.
Peguei no colo e o levei para o meu quarto, não parando de beijar um minuto sequer.
- O gatinho ainda não tomou seu pires de leite - falou manhoso - você me dá?
- Deu sorte, gatinho. A garrafa está cheia - e o deitei na cama e arranquei seu short. Fiquei um tempo admirando seu corpo nu. Dom Pedro deitado, submisso, como um animal indefeso esperando o próximo passo. Ele tinha um olhar astuto, daquelas que tinham total controle da situação. Ele brincava de se ocultar, não por pudor, mas por mistério.
- Diz Fábio, gostou do que ouviu ontem? - inquiriu com um sorriso travesso e continuou, sabendo que me pegou de surpresa - dava para ver sua sombra por baixo da porta.
Ele me pegou e eu sorri.
- Me deu muito mais tesão saber que você estava ouvindo. Os garotos não perceberam, mas eu sim. Gemi só pra você aquela noite.
- E o que vocês estavam fazendo, afinal?
Ele engatinhou até mim, desamarrou meu avental e arriou minha cueca
- Nossa. Meu faro nunca se enganou. Reconheço um bem dotado a quilômetros - se vangloriou, acariciando meu órgão. Depois, me olhou - posso te mostrar. Mas primeiro, preciso que me aqueça antes.
E engatinhou virando de costas, depois, arriou a cabeça e empinou a bunda. Um cuzinho rosado e lindo. Todo pra mim. Oferecido como uma viúva negra, apenas esperando o macho que não conseguia resistir, mesmo sabendo o grave risco que corria.
Ajoelhei em devoção diante dele e peguei em sua bunda, acariciei, beijei com suavidade. Que cheiro delicioso. Perfumado. Beijei com carinho, introduzindo minha a língua que deslizou como uma cobra pra dentro do buraco
- Nossa - ele soltou, gemendo profundamente - Como você é bom nisso
Chupei com vontade, com mais ímpeto que fiz com o picolé. A todo momento alisava meu rosto em suas nádegas, sentindo a macies da pele. Nunca senti nádegas tão lisas e macias, nem em meninas.
Levantei e me posicionei por cima, aproveitando da sua postura inclinada. Encaixei e meu pau deslizou pra dentro, sendo recebido com calor e carinho por seu corpo. Dom Pedro era um perfeito anfitrião, em todos os sentidos da coisa.
Ele mordeu o lábio e soltou um gemido choroso, carregado de prazer. Não havia resistência, o atrito provocando era gostoso. Meu pau deslizava para dentro dele de forma extremamente confortável. Quem olhava de fora jamais imaginaria que esse garoto fosse tão dilatado.
Eu poderia meter nele por horas sem nenhum dado ao meu pau. E ouvir ele perder o controle daquele jeito estimulava e ir mais e mais a frente. Dom Pedro, um verdadeiro fidalgo fora daquelas paredes, se convertia em um verdadeiro promíscuo. Totalmente entregue e sem o mínimo de pudor em esconder seus prazeres.
- Você fode como um animal - comentou, sem um pingo de ofensa ou remorso
- Você não viu nada - e subi totalmente na cama, pegando pressão e, com ajuda do meu peso, meti com toda a força que possuía
Dom Pedro gritou, gemeu, chorou e pediu mais e sempre mais. Implorou. Invocou divindades as quais eu acreditei serem invenção.
- Fábio, por favor. Vai... Isso... Meu Deus... Por favor. Continua... sim ... Vai com tudo...
Aquele garoto não conhecia fins. Estava tão pilhado que eu não tinha sequer sinais que ia gozar, embora o esforço físico começasse a me cansar. Foi então que me lembrei
- Acho difícil acreditar que isso foi tudo o que você fez ontem a noite. Não o vejo ter dificuldades em levar rola na bunda, a menos que David ou Diego sejam verdadeiros cavalos.
Ele se deitou e me olhou, com faísca nos olhos e um sorriso faminto
- Me faz um favor? Vai no meu quarto e pega um tudo vermelho na primeira gaveta da cômoda ao lado da cama.
Não tinha como dizer não para ele. Fui e trouxe o tubo de gel que achei.
Ele pegou e, de joelhos em minha frente, segurou minha mão e a alisou
- Você tem mãos grossas - comentou
- Trabalhei muito com elas
- Adoro mãos grossas - então abriu o tudo e despejou quantidades generosas, melecando toda minha mão e parte do antebraço.
Eu não entendi o que aquilo significava. E Pedro não explicou. Apenas voltou para a posição inicial e ofereceu o orifício, que, milagrosamente, havia voltado ao tamanho natural mesmo depois de ter sido tão judiado. Sua flexibilidade deteria ser a de uma mulher em trabalho de parto.
- Acho que agora você já sabe o que fazer.
A verdade é que não sabia. Na verdade, imaginava mas era incapaz de acreditar. Não querendo deixar tão evidente minha ignorância no assunto, me ajoelhei de novo e, com todo o cuidado, enfiei um dedo, depois outro. Era fácil. Muito fácil. A curiosidade venceu o medo inicial e eu uni os dedos e fui novamente.
Foram entrando e eu não era capaz de acreditar em que meus olhos viam
- Fico feliz que eu tenha sido o primeiro que você fistou - o ouvi dizer - esse seu olhar me valeu todo o mundo
Mas eu não o ouvia direito. Estava demasiadamente impressionado com aquilo para poder dar atenção a qualquer outra coisa. Logo minha mão entrou totalmente. Meus dedos tocavam seu interior. Naquela hora, era mais difícil, mas tateando com calma, eu era capaz de achar caminhos e, por incrível que parecesse, enfiar mais. Eu sentia o anel de seu ânus apertar meu punho, estrangulando.
Pedro agora começava a gemer
- Nossa. O punho do David é maior que o seu... Mas o seu... Nossa.. você parece já ter prática. É um talento natural.
E eu continuei, até que ele começou a se descontrolar. Eu já tinha metade do antebraço dentro dele. Mexi de leve os dedos e sentia o seu interior quente e molhado
Se Dom Pedro gemia antes, agora ele se descontrolava todo. Não ousei enfiar mais, pois não o queria machucar. Fiquei parado, vendo ele se contorcer em uma agonia que parecia que ia explodir de prazer
Ele não conseguia mais falar, perdido, enquanto apertava o anel do ânus em torno de meu braço.
A sensação para mim era totalmente inédita. Uma cena tão estranha, mas incapaz de causar qualquer tipo de repulsa. Pelo contrário. Ver Pedro gemer daquele jeito me fez delirar. Meu pau não baixava, mesmo tendo sido esquecido da brincadeira por longos minutos
Olhava para seu rosto e estava vermelho. Ele suava e seus olhos pareciam lacrimejar.
Seu pau escorria, um sêmen grosso que não ejaculava, mas vazava pra fora
Com a outra mão, eu alisei seu rosto, fazendo carinhos como se ele fosse realmente um gatinho, manhoso, ronronando.
- Pode tirar, por favor. Está começando a doer - pediu e eu obedeci, ainda sem entender tudo aquilo que acontecia - devagar. Não tira de uma vez, se não leva meus órgãos contigo - e riu, fraco.
Meu braço parecia não ter fim saindo aos poucos até enfim chegar ao ar fresco do quarto. Sem um pingo de sangue ou sujeira.
Eu me levantei e ainda olhava minha mão estático. Dom Pedro respirava aliviado
Ele, sem nada dizer virou, deitando de bruços diante de mim. Pegou meu órgão e chupou. Mamou até tirar todo o leite que queria. Eu ainda estava impressionado demais para expressar qualquer reação, mesmo durante o orgasmo
- Bem vindo ao lar, Leão - ele se ergueu e me beijou o rosto. Tinha ainda uma gota de leite escorrendo do focinho.
***
Saudações, galera
Chegamos ao segundo arco desta história, onde nosso caçador vai começar a dar seus primeiros passos para fora de sua pequena cidade. Como será que o peixe grande do lago pequeno vai se virar em um verdadeiro oceano de presas?
Doido para compartilhar essas aventuras com vocês.
Lembrando que o livro “Diários de caça” está disponível completinho para venda em e-book ou para leitura no Kindle Unilimited, e a quem interessar, basta acessar o link abaixo:
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Então, para os apressadinhos de plantão que já quiserem ler tudo de uma vez, poderão fazer através desta plataforma. Só peço, por favor: nada de spoilers para os coleguinhas que estão acompanhando, hein. Pois eu também vou disponibilizar capítulo por capítulo semanalmente e de forma gratuita aqui para vocês.
Aproveito para colocar aqui também o link da minha página no portal de autores da Amazon, assim, quem quiser me conhecer melhor e até me seguir nas redes, seja muito bem vindo.
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É isso, galera. Espero que estejam gostando da leitura e para aqueles que quiserem dar uma força, seja comprando, seja comentando e avaliando meu trabalho, muito obrigado. Ótimo fim de semana para todos