***CAPÍTULO 8***
CONNOR
Fúria é o que estou sentindo ao olhar para Henry.
- Qual é o seu problema Connor? - Pergunta ele todo irritadinho porque eu atrapalhei sua linda conversa com o Matthew.
- O meu problema Henry é você de conversinha com o meu empregado. - Digo fervendo de raiva.
- O nome dele é Matthew, custa tanto chamá-la pelo nome. - Henry grita.
- Eu o chamo do jeito que eu quiser. E você fique longe dele.
- Por que devo ficar longe? - Pergunta. - Por acaso você gosta dele é isso? - Eu paro com essa pergunta, se eu gosto dele? Sinceramente não sei, mas mesmo se gostasse não poderia falar. Respiro fundo e respondo.
- Não, não gosto dele. Deus, eu nem queria ele aqui na minha casa. - falo tentando ser convincente.
- Então por que está agindo todo ciumento para cima dele Connor? E se não quer ele aqui, pode deixar que cuido dele então. - ele fala. O cacete que irei deixá-lo ficar com ele.
- Ele não irá sair da minha casa, ele assinou a merda de um contrato por um ano, e é melhor ele cumprir. - digo na defensiva. Eu não irei de jeito nenhum permitir Matthew e Henry juntos. - Fique longe dele Henry se não a coisa vai ficar feia.
- Bem você terá que fazer o seu melhor então. Pois não vou desistir. - ele diz saindo de perto, o pego pelo braço.
- Não estou de brincadeira Henry fique longe dele. - falo entre dentes.
- Então dê o seu melhor meu amigo, pois tenho certeza que não sou o único que quer ele por perto. - diz sorrindo de lado. - Pare de agir todo ciumento e reivindique seu homen, se não quem vai tomá-lo sou eu. - minha fúria é tão grande que fico cego de raiva que acabo empurrando Henry para longe ele quase cai, quando dou por mim um soco acerta o meu rosto, sinto gosto de sangue nos meus lábios.
- Mais que merda é essa! - grito olhando para ele.
- Isso é para você ficar esperto. - Diz ele sorrindo. - Trate Matthew muito bem Connor, ele gosta de você, mesmo você sendo um babaca de primeira. Matthew viu algo em você e por isso ele não foi embora. Mas um dia meu amigo sua ignorância vai mandar ele para longe, e aí vai ser tarde demais. E o homem que estará lá para ela serei eu. - ele sai me deixando sozinho. Meu almoço com Henry é tenso, nenhum dos dois dirigi a palavra ao outro o que me incomoda. Henry é meu amigo de anos e não quero que um empregado atrapalhe nossa amizade.
Suspiro.
- Foi mal pelo meu ataque de ciúmes mais cedo. - digo.
- Ah, então agora você confirma que estava com ciúmes do Matthew comigo. - Ele sorri. Henry é sempre descontraído mesmo quando discutimos.
- Sim, estava incomodado, não sei, ele tem algo que me fascina me chama e ao mesmo tempo me faz querer ficar longe. - digo dando de ombros.
- Não é a mim que você deve desculpas Connor, é o Matthew. Você o tratou mal na minha frente, coisa que você não deveria ter feito. - suspiro sabendo que ele tem toda a razão. Mas o que posso fazer se toda vez que eu o vejo perco o controle?
- Eu sei, vou me desculpar assim que ele chegar do seu compromisso. - Digo sarcasticamente,ultimamente Matthew tem andado muito ocupado tirando fotos por aí. Eu sei que ele tem um blog e coloca suas fotos nele para tentar vender, mas acho que não é muito bem sucedido, procuro não me importar demais se não fico paranoico com isso.
- Faça isso então. Eu quero que saiba que não vou desistir tão fácil assim, gosto do Matthew. -cara ele quer me ver puto da vida só pode.
- Pela última vez estou avisando Henry. Deixe as suas patas longe dele. - como já terminei meu almoço me levanto e saio da mesa, se eu ficar nós vamos discutir e dessa vez não vai terminar muito bem.
Vou para o meu quarto me trocar para ir para academia, preciso tirar toda a tensão do meu corpo. Quando desço Henry está me esperando.
- Bem, como nosso almoço não foi como queríamos já vou indo, pois pelo visto você está de saída de qualquer forma.
- Sim, irei para academia, preciso me libertar da frustração.
- Você vai para academia sendo que tem uma em casa? - pergunta rindo.
- Preciso de ar fresco, essa casa está me deixando doido.
- Não é a casa que está te deixando doido Connor e sim seu lindo empregado. - fecho a cara na palavra lindo e Henry ri debochado.
- Relaxa cara, foi uma brincadeira verdadeira.
- Cala a boca e vamos indo. - Henry vai para o carro dele enquanto vou para o meu, saio pelas ruas indo em direção ao centro de Seattle.
Chego na academia e começo a malhar tirando toda a frustração do meu corpo. Depois de duas horas de treino resolvo parar. Tomo o meu banho e ao sair da academia encontro um antigo amante.
- Connor querido que bom te encontrar. - Mark fala me dando um abraço.
- Olá Mark como você está? - sorrio.
- Estou bem, e você? Tem mais de três meses que a gente não se fala. – ele diz me dando um sorriso sexy. É disso que estou precisando de um encontro. - Eu senti sua falta. - sim baby eu sei que sentiu. Penso.
- Que ótimo então, que tal um jantar para lembrar os velhos tempos? - pergunto a ele, sei que ele vai aceitar.
- Maravilha, me pega as seis. – ele diz e me dá um beijo nos lábios de leve. - Tenho que ir, te vejo mais tarde Connor. - ele sai rebolando e eu sorrio. Hoje à noite irei esquecer todos os meus problemas. Era isso que eu pensava...
***************
Meu encontro com Mark foi uma merda, o levei em um maravilhoso restaurante e depois fomos para o Hotel que costumo levar minhas saídas de uma noite, mas chegando lá, merda nenhuma aconteceu. A porcaria do meu pau não levantou, e olha que Mark e eu tentamos, mas nada aconteceu. Tudo culpa do maldito do Matt, toda vez que Mark me beijava, tinha a sensação que estava traindo Mark. Quão fodido é isso? Não tenho nada com aquela criança, mas mesmo assim tenho a impressão que ele é meu tudo.
Que droga!
Saio do Hotel deixando um Mark com raiva e vou para um bar beber. Tenho que tirar Matt do meu sistema o que está ficando difícil de fazer. Fico até meia noite e meia no bar, não fico bêbado, da última vez que bebi demais não foi agradável.
Chego em casa e Oliver está me esperando com uma cara de preocupado. Fico em alerta máximo.
- Algum problema Oliver? - Pergunto e ele fica tenso na hora.
- Sim Connor. - Oliver respira fundo e fala. - Acho que você gostaria de saber que Matthew não voltou até agora. - meu mundo para. Meu Deus será que aconteceu alguma coisa? Não, não e não, ele tem que estar bem. Ele saiu daqui para tirar algumas fotos, mas por que não voltou até agora? Preocupação e medo são o que estou sentindo agora.
- Já tentou ligar para ele Oliver? - pergunto.
- Liguei sim Connor, mas chama e ninguém atende. - merda, alguma coisa aconteceu com o meu menino. É impossível que ele esteja com alguém há essa hora. É isso, um pensamento me vem à cabeça. Puta merda eu não posso acreditar nisso. Ele está com o Henry. Desgraçado.
- Vai dormir Oliver, ele está muito bem. - digo puto da vida. Hoje cedo eles estavam a todos os sorrisos, com certeza ele o chamou para sair e ele foi. Lógico. - Não precisa se preocupar. Ele está muito bem acompanhado.
Saio de perto do Oliver e vou em direção ao bar, pego meu Jack Daniels e começo a beber. Ligo o meu Ipad e a música ''Stay With Me'' de Sam Smith começa a tocar. Não posso acreditar na traição de Henry. Jogo todos os copos do bar no chão. Raiva, ódio e fúria são o que estou sentindo. Meu melhor amigo me traiu. O pior é que não posso reclamar. O jeito que eu tenho o tratado só faz ele se distanciar de mim.
- Ahh. - grito jogando a cadeira no chão. A imagem de Matthew rindo para ele começa invadir minha mente, vejo os dois sentados no sofá de Henry abraçados vendo um filme romântico, Henry está com as mãos na sua cintura e ele com a cabeça em seu peito. Eles se olham e Henry o beija. Vejo os dois tocando um ao outro e a paixão exalando de seus corpos. - Não, droga não. - grito jogando a garrafa de bebida no chão. Não vou permitir que ele roube meu menino de mim. De jeito nenhum, ele não pode tocá-lo, beijá-lo, ou seja lá do que eles estão fazendo.
Tomo a decisão de ligar para o Henry e saber o que ele pensa que está fazendo com ela. No segundo toque ele atende.
- Como você pode fazer isso comigo Henry? Grande amigo você é. - grito para ele.
- Do que você está falando Connor?
- Não se faça de idiota para cima de mim! - falo com raiva
- Calma aí Connor, eu realmente não sei do que você está falando.
- Me deixa esclarecer então. - falo irritado. - Sei que o Matthew está com você.
Pronto falo logo sem enrolação. Henry começa a rir do outro lado da linha.
- Você está desse jeito porque pensa que Matthew está aqui comigo? - Henry ri mais ainda. – Ô homem ciumento. - fala entre risadas. – Connor, Matthew não está comigo. - minha raiva aumenta, ele ainda tem a coragem de mentir.
- Não precisa mentir mais Henry, sei que você está com ele agora. Para de enrolação e traga-o de volta. Agora. - se ele não vier trazê-lo vou até lá e o trago pelos cabelos.
- Connor, vou falar pela última vez. Matthew não está aqui! - eu paro com essa frase. Se ele não está com ele. Com quem ele está e aonde?
- Você não está mentido. - afirmo.
- Não Connor, eu não estou mentido. Matthew realmente não está aqui. - fico em alerta, merda. Matthew está em perigo.
- Connor o que está acontecendo? - Henry pergunta. Pela sua voz sei que está preocupado com ele.
- Não sei cara. Eu cheguei de um jantar e Oliver me disse que Matthew ainda não tinha chegado em casa. Pensei que ele estava com você e não liguei. - minto. - Mas como começou a ficar tarde explodi e resolvi te ligar.
- Já tentou ligar para ele?
- Não tenho o seu número. - digo frustrado. Foi uma péssima ideia não ter aceitado o número do seu celular.
- Você não pegou o número dele? Connor onde é que estava com sua cabeça? Droga. – ele grita.
- Eu sei que fiz errado tá legal. Que merda. - Passo a mão pelo cabelo em nervosismo. – Vou tentar encontrá-lo. Qualquer coisa te aviso.
- Precisa de ajuda? - lógico que não idiota, eu quero você bem longe do meu menino. Penso.
- Não, mas qualquer coisa aviso. - desligo. Espero que nada tenha acontecido. Olho para o relógio. São três horas da manhã e nada do Matthew.
Desesperado por não ter notícias e não saber se ele está bem resolvo sair para procurá-lo, pego a chave do carro e saio pelas ruas desesperado para achá-lo. As horas se passam e meu desespero aumenta. Entro em cada beco, cada clube, boate, restaurante que encontro aberto. Procuro em todos os cantos da cidade. Entrei em lugares desprezíveis que achei. Fico horas na rua. Se alguma coisa acontecer com Matthew não vou me perdoar. Deus eu me tornei responsável por ele no momento que o salvei dos caras naquele beco. Volto para casa ás seis da manhã, entro procurando em todo o lugar, vou até o seu quarto para ver se ele já chegou, abro a porta e nada, não tem ninguém nele. Procuro em cada canto para tentar saber o que aconteceu. Suas roupas estão aqui, sua mochila e seu ursinho. Tudo está no seu devido lugar. Sento na sua cama tentando me acalmar. Não posso ir até a polícia porque eles não vão poder fazer nada. Só é considerado desaparecimento depois de vinte e quatro a quarenta e oito horas.
- Volta para mim Matthew. - digo baixinho. - Por favor, que esteja tudo bem com você. - sinto algo escorrer pelo meu rosto. Droga. Estou chorando. Pela primeira vez eu estou chorando por um homem que tratei mal o tempo inteiro.
Culpa me enche, eu não o culparia se ele estivesse ido embora. Isso tudo é culpa minha. Mas não posso me envolver com ele, eu sou quebrado, não confio em homem nenhum. O amor me tornou fraco e dependente, eu confiei e me entreguei, para depois ser manipulado e enganado. Não vou deixar que isso acontecesse outra vez. Levanto da cama e saio de seu quarto. Vou esperar mais um pouco, se Matthew não aparecer chamarei Oliver e Henry e vamos fazer uma busca nós mesmos.
***************
OLIVER
Quando Matthew não aparece em casa eu fico extremamente preocupado com ele, ligo para o seu celular, mas ninguém atende. Espero que ele esteja bem. Quando Connor chega resolvo avisá-lo, mas como ele é cabeça oca e não dá o braço a torcer diz que ele está bem. Espero que ele esteja certo. Vou para o meu quarto, se Matthew não entrar em contato comigo irei rastrear o celular dele, ele gostando ou não. Connor pode não se preocupar, mas eu me preocupo, ele é nossa responsabilidade e vou cumprir o meu dever. Sei que Connor está desequilibrado no andar de baixo. Sorrio para essa situação. Ele caiu de amores. Meu celular toca e vejo que é Matthew. Relaxo na mesma hora.
- Você quer me matar de preocupação menino. - digo ao atender.
- Desculpa Oliver, não vi sua chamada. - ele diz. - Estou ligando para avisar que não vou dormir em casa hoje. E por favor, não avisa ao Connor. - Merda, o cara está ficando louco lá em baixo. Por mais que ele fale que ele está bem e bem acompanhado. Connor pensa que Matthew está com o Henry e está furioso por isso. - Oliver você está ai? - droga. Esqueci que Matthew estava na linha.
- Estou sim, desculpa. Matt é melhor eu avisar o Connor, ele vai ficar preocupado. - ele ri do outro lado.
- Connor preocupado comigo Oliver. - Matt ri. - Por favor, né. E mesmo se ele estiver deixa ele se preocupar. Não devo explicação a ele. Quando ele passar a me tratar como gente eu passo a explicar aonde e com quem vou. - sorrio para sua resposta. Esse menino é esperto.
- Tudo bem Matt, não contarei nada a ele. Fique tranquilo.
- Obrigado Oliver. Tenha uma ótima noite. - diz animado.
- Você também menino. Boa noite. Cuida-se. - desligo o celular com um sorriso no rosto. - Connor, esse menino será a sua morte. - digo. Agora que já sei onde ele está à tranquilidade me toma e vou descansar.
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CONNOR
A noite vira dia e minha preocupação aumenta, não tenho nenhum sinal de Matthew, meu coração dói com o peso da culpa, culpa por ser negligente com ele. Já está resolvido vou convocar Oliver e Henry e vamos procurá-lo pela cidade inteira. Levanto-me do sofá e vou em direção as escadas, irei chamar Oliver para me ajudar. É nessa hora que a porta da frente se abre e uma muito do animado Matthew entra.
Matthew está impecável. Matthew parece um menininho. Raiva é o que começo a sentir, eu aqui desesperado, sem dormir, cansado por ter procurado a noite inteira por ele e ele todo feliz da vida como se sua noite tivesse sido ótima, maravilhosa. Fico cego de raiva por ter feito papel de palhaço. Matthew fecha a porta e se vira dando de cara comigo. Quando ele me vê sua alegria se vai na hora. Pânico toma conta de suas feições. Eu não penso duas vezes. Vou até ele e o pego pelo pescoço.
- Eu só vou perguntar uma vez. - falo entre dentes - Onde diabos você estava?