Ela abaixou o rosto para não me encarar porque sabia que aquilo era verdade. A gente podia até ter aprontado no início, mas depois ela passou a curtir e lucrar muito com nossas festinhas:
- Agora vai se arrumar e vamos sair. - Falei já me levantando para um ducha: - E melhora essa cara e essa bunda porque eu vou te foder hoje de novo. E vai ser no rabo, outra vez.
[...]
Capítulo 26 - Forçando a barra
- Carlos, olha lá, hein!? Só vim para uma massagem mesmo.
- Fica tranquila e me avise se eu extrapolar… - Disse e tirou a toalhinha que me cobria.
Derramou mais uma boa quantidade de óleo sobre minhas costas e, com as mãos espalmadas, passou a puxar minha musculatura de cima para baixo, como se quisesse trazer um aquele excesso de óleo das costas para a bunda e pernas. Na bunda seus toques foram bastante sutis, mas nas pernas e principalmente nas panturrilhas, ele caprichou, com uma massagem forte, intensa e que me fez gemer algumas vezes:
- É um músculo difícil de trabalhar, mas o relaxamento vale muito a pena. - Disse, enquanto apertava uma das minhas panturrilhas com a perna dobrada junto a seu peito, logo, alternando para a outra.
Seguiu me massageando as coxas e depois foi subindo novamente até minha bunda, dando algo que descrevo como “pequenos tapinhas rápidos” em cada banda de minha bunda, o que me fez rir:
- Se está rindo é porque está gostando. - Ele falou.
- Só estou achando graça. Nunca vi uma massagem assim.
- Posso ousar?
- Como assim ousar!?
- Não será invasiva, mas será mais íntima. Se não gostar, me avisa que eu paro. Posso?
- Tá. Juízo aí…
Ele, então, afastou levemente minhas pernas uma da outra e literalmente passou a alisá-las pelas laterais, mas quando subia era impossível sua mão não encostar praticamente em minha vagina. Apesar de tudo, realmente ele não estava abusando, o contato parecia ser consequência dos movimentos. Fez isso nas duas coxas por um bom tempo e eu já estava quase cochilando novamente, quando senti suas mãos fazerem o mesmo movimento nas bandas de minha bunda. Nesse momento, senti sua mão tocar mais incisivamente minha vagina e até meu ânus. Naturalmente, travei a bunda:
- Calma, Anne. Relaxa. É só um contato natural.
- Tem nada de natural pra mim, Carlos!
- Devo parar?
- Deve! Aí, eu não curti, não.
- Tudo bem. Você poderia se virar?
- De frente!? - Respondi surpresa.
- Oras, você deita de costas e eu massageio a parte anterior de seu tórax e coxas.
- Seios, vagina, etc.? - Perguntei, ainda curiosa.
- Vai da sua vontade?
- Sem abuso, ok!? - Falei e fui me virando.
Homem é tudo igual! Ele esfregava as mãos uma nas outra, mas me comeu com os olhos antes de me tocar. Pegou mais um bom tanto daquele óleo e o virou sobre mim, espalhando-o primeiramente para depois iniciar a massagem em si. Começou pelos ombros e pescoço. Seguia com as mãos juntas, como em prece pelo centro de meus seios, espalmando-as depois para enchê-las na lateral de meu corpo enquanto descia até meus quadris. Depois, subia novamente até a base de meus seios, tocando-os sutilmente. Com dois movimentos rápidos, cobriu meus seios com suas mãos, um com cada uma, já se justificando:
- Somente estou espalhando o óleo.
Não respondi nada, só permiti que continuasse. Ele voltou a descer pelas laterais de meu corpo, agora vencendo também os limites dos quadris. Igualmente de quando estava de bruços, ele afastou suavemente minhas pernas e passou a alisá-las uma a uma, inevitavelmente encostando suas mãos em minha vagina que agora já tinha um grelinho atrevido dando o sinal de sua graça. Gostei muito quando ele chegou lá embaixo, pois fez uma massagem gostosa na planta de meus pés:
- Isso aí, eu curti bastante, Carlos! - Falei de olhos fechados enquanto ele me massageava.
- É!? - Disse e apertou um ponto que fez com que eu me retorcesse, tentando puxar minha perna para mim.
- Ah, ah, ai! Ô! Vai com calma.
- Foi ruim?
- Não. Só foi estranho.
Fez o mesmo no outro pé e me retorci da mesma forma que no anterior:
- Mas que caramba! O que foi isso? - Perguntei, curiosa.
- Vamos dizer que seja uma zona estimulante. - Explicou, enquanto ainda massageava: - Experimenta essa combinação.
Ele então pressionou e segurou dois pontos em meu pés que começou a me dar uma coisa estranha, um calor, um comichão, que depois de um tempo já me fazia retorcer novamente:
- Ai, não… Para! Tá bom, tá bom. Já entendi. Para! Ai, aiiiiiiii. - Gemi.
- Tenho que equilibrar seu chacra no outro pé novamente. Relaxa.
- Ai, não…
Fez o mesmo no outro pé e novamente aquele calor me subiu ao ponto de eu começar a me esfregar na cama outra vez, descontrolada:
- Para, para, para!
Ele me soltou. A questão é que, se antes eu estava relaxada, agora estava tensa, mas em decorrência da excitação daquele toque:
- Acabou, né? Tá bom pra mim! Já estou bem. Chega por hoje.
- Mas ainda não terminei a sessão?
- Tem mais!? - Perguntei assustada, enquanto o encarava: - Não! Pra mim, já tá de bom tamanho. Chega!
- Annemarye, você ainda está tensa. - Falava calmamente: - Deixa só eu terminar com uma massagem na sua nuca, então?
- Na nuca?
- É!
- Só na nuca, então, tá?
Voltei a me deitar de costas e ele ficou atrás da minha cabeça. Voltou a me massagear os ombros e a base do pescoço. Pouco depois, colocou uma mão por baixo do meu pescoço e a outra por cima, alternando-as sem perder o contato num movimento contínuo, estranho, mas prazeroso. Fiquei curtindo de olhos fechados e pouco depois ele ficou com uma mão fixa por baixo, fazendo um movimento de pinça na base do meu pescoço que incomodava e relaxava ao mesmo tempo. Nesse momento, senti sua outra mão alcançar um de meus mamilos, que estavam sendo circundados por um movimento circular de dois de seus dedos. Aquilo me arrepiou novamente e eu abri um dos olhos para vê-lo. Ele estava praticamente em cima de mim, mas o que me assustou foi um volume que vi em sua calça, praticamente do lado do meu rosto:
- Carlos, é melhor a gente parar.
- Não está gostando?
- Muito! Mas, por hoje, já chega.
- Ainda posso fazê-la relaxar mais um pouco…
- Tenho certeza disso! - O interrompi, ainda olhando para aquele pau estufado: - Mas pra mim, já chega.
- Certeza?
- Tenho! - Falei decidida: - Além disso, não curto muito esse negócio de “freelancer”, sabe? De pagar por sexo…
- Minha cara, curti tanto você que, se me permitir, ficarei muito feliz em fazer um “freela” só pelo prazer. - Respondeu, me dando uma piscadinha.
- Grata, Carlos, mas realmente eu não quero.
- Tudo bem, então.
Ele ajudou a me levantar e indicou uma porta, dizendo ser de um banheiro onde eu poderia tomar uma ducha. Lá, enquanto eu me lavava, ele entrou novamente com uma toalha em mãos:
- Certeza mesmo, Annemarye? - Perguntou, sendo impossível não notar seu pau que parecia ainda mais estufado.
- Tenho sim, Carlos.
Terminado meu banho, ele me acompanhou até uma sala onde havia várias macas com as senhoras deitadas, recebendo cremes e massagens faciais, deixando-me aos cuidados de uma loirinha que não devia ter mais que vinte anos. Liliandra, como sempre do contra, estava sentada, bebendo um vinho e dedilhando seu celular. Ao me ver, chamou-me para ficar ao seu lado:
- E aí, “Jessica”, aproveitou?
- Ah, sim! - Respondi, entendendo sua pergunta: - Foi muito relaxante.
- Mas foi assim, relaxante, relaxante… - E me piscou um olho: - Ou foi muiiiiiito relaxante?
- Só fiz a massagem, se é o que quer saber. - Respondi, sorrindo, enquanto me deitava: - Sexo já tive na hora do almoço e da melhor qualidade, ouviu?
- Ah, sua safada! - Falou, rindo em seguida: - E por que está estressada, então?
- Ah, Lili… - Falei e, quando a olhei, ela estava com uma cara surpresa, me olhando com olhos arregalados: - O que foi, mulher?
- Lili!? Você nunca me chamou de Lili. - Ficou com olhos marejados: - Ô, menina…
Acabei me levantando e fui até ela, lhe dando um abraço que foi correspondido com outro ainda mais apertado:
- Vou cuidar de você, minha menina. Eu vou te ajudar a pensar, a encontrar uma solução. Confia em mim.
[...]
Já era começo da noite quando consegui chegar em São Paulo. Eu estava cansado, tenso, irado, mas ainda assim precisava conversar com a Annemarye para saber qual caminho tomar. Fui direto para seu prédio, mas o porteiro me informou que ela ainda não havia chegado. Tentei ligar diversas vezes para ela, mas só na última vez é que fui atendido:
- Alô? - Ouvi aquela voz doce e rouca que me arrepiava.
- Annemarye!? Sou eu, Erick. Preciso falar com você.
- Oi, Erick. Tudo bem com você? Eu vou bem, obrigada por perguntar. - Ela já me bloqueou de início, mas com razão: - Infelizmente, hoje não vai dar. Estou em um compromisso e não sei que horas volto pra casa…
- Você está com outro, né? - Já a interrompi, irado e novamente me esquecendo das boas maneiras: - Eu já sei que está de casinho com um cara. Poxa, Anne, e eu?
- Primeiro, nunca te prometi nada! Segundo, quem você pensa que é para falar comigo nesse tom? - Me respondeu, também brava: - E, terceiro, estou sim jantando com um amigo, apenas isso, aliás, nem sei por que estou me justificando para você?
Senti a pancada e entendi que não comecei bem a conversa. Precisava remediá-la:
- Desculpa! Desculpa, desculpa, desculpa… Por favor, me desculpa. - Pedi e respirei fundo: - Eu só queria conversar com você, como amigos que somos. Eu preciso entender o que está acontecendo. Só isso.
- Ah, muito bem! Esse é o Erick que eu conheço. Uai! Se você quiser, podemos almoçar juntos amanhã, que tal?
- Combinado! Onze e meia no meu apartamento?
- Ah, não. Eu queria almoçar num restaurante novo que abriu no shopping perto do escritório. Faz tempo que estou tentando ir, mas não tem dado certo.
- Tudo bem, então. Te pego às onze e meia, pode ser?
- Pode. Ficamos combinados.
- Ah, Annemarye!?
- Oi…
- Eu… é… Não, nada! Amanhã a gente conversa pessoalmente. Acho que será melhor.
- Tá bom. Beijo, Erick.
- Beijo, amor.
Desligamos e minha ansiedade não diminuía. Decidi ir até um bar que eu já frequentava normalmente para afogá-la. Estava lá bebendo tranquilamente um whisky no balcão quando sinto um toque nos ombros:
- Oi, Erick. - Renata me cumprimentava.
Ela estava linda, vestida num vestido curto e justo vermelho, num salto altíssimo e bem produzida. A surpresa foi grande porque eu nunca a havia encontrado naquele lugar e, no mesmo ato, conclui que se ela estava…
- Fala, meu irmão cabeçudo e apaixonado. - Guto agora me cumprimentava com um tapa não tão gentil nas costas.
- Opa! E aí, gente!? Que surpresa encontrar vocês por aqui… - Respondi, meio desanimado.
- Estamos curtindo a noite paulista e me lembrei que você já havia comentado desse lugar. É bem legal mesmo, mas falta uma pista de dança pra gente se acabar, né, não, Renatinha? - Ele falou.
- Ah, é! Dançar é tudo de bom mesmo. - Ela concordou, mas se voltou imediatamente para mim: - Por que você está com essa carinha? A conversa com a Anne não foi boa?
- Não chegamos a conversar ainda, mas já marcamos de conversar amanhã.
- Boa! Tá precisando resolver isso mesmo. - Guto me falou e continuou: - Vem pra nossa mesa. Vamos tomar umas lá.
Aceitei e fomos até uma mesa de canto. Lá o Guimba, um primo nosso que eu não via há muito tempo, nem simpatizava muito por ele ser meio abusado, estava sentado e bebendo, acompanhado de uma loira muito bonita, também vestida num curto e justo vestido vermelho. Eles se levantaram para me cumprimentar e depois ficamos conversando. Quando o álcool já alcança a estratosfera, a conversa entornou de vez:
- Porra, mermão! Libera a gostosa da mineira pra gente, vai? - Guto me pediu, zombando, mas com um claro fundo de verdade: - Aposto que até o Guimba vai topar dar uns pegas gostoso naquela raba, vai não, cara?
- Tô dentro! Nem sei quem é, mas se o Guto tá afim é porque ela é gata pra “carai”! - Respondeu imediatamente.
- Vamos mudar o rumo dessa prosa, tá bom? Isso não está em cogitação, Guto! - Respondi rispidamente, já me levantando e sendo segurado no braço suavemente pela Renata que tinha um semblante chateado com a brincadeira que fizeram comigo: - Só vou no banheiro, Renatinha. Já volto.
Fui no banheiro e, de propósito, demorei mais que o necessário. Quando voltava, ainda passei no bar e peguei outra dose de whisky, analisando a reação deles na mesa. Lá vi que eles olhavam um celular e comentavam alegremente entre si sobre algum conteúdo. Por incrível que pareça, a única que parecia não curtir muito a situação e parecia criticá-los, vez ou outra, era a própria Renata. Dei um jeito de me aproximar por trás, sem que eles notassem e vi que eles viam fotos da Annemarye. Isso me deixou chateado imediatamente:
- Linda, realmente! - Ironizei de trás do Guto: - Mas essa já tem dono e, mesmo que não tivesse, dificilmente participaria de nossas festinhas.
- Mas o Guto falou que o dono não é você, então… - Guimba retrucou.
- A gente ainda está enrolado. Ela está mais comigo que com qualquer outro. Amanhã mesmo vou tirar essa história a limpo.
- Ela faz o que da vida, Erick? - Me perguntou a Soraia, a loira que acompanhava o Guimba: - Ela tem todo um jeitão de modelo: alta, bonita, de boa aparência, bem cuidada…
- Advogada… - Respondi e complementei: - E das boas! Daquelas que dão nó até em pingo d’água.
- Putz!... E vocês acham que ela vai participar de festinha ainda!? - Ela própria concluiu, rindo.
- Ela já participou, só não entrou no meio da bagunça, né, não, mano? - Guto me perguntou.
- E por isso é difícil dela topar. - Renata agora falou: - Acho que você deveria esquecer essa ideia e deixar o Erick tentar se acertar de vez com ela. Ele gosta dela, basta olhar na carinha dele que dá pra ver.
- Qual é, Renata!? Vai zicar? Porra! Cê tá aqui pra ajudar no esquema, não atrapalhar. - Guto a encarou, bravo, e depois se voltou para a loira: - Aposto que até a Soraia topa a parada junto da gente…
- Querido, eu trabalho com isso. Me pagando bem, transo com o bonde inteiro. - Ela confirmou, mas retrucou: - Mas acho que a Renata está certa. Se o Erick gosta dela, e tem chance deles se acertarem, é melhor deixá-la de fora.
- Porra! Mas que bosta de biscate cê foi arrumar, Guimba! - Guto reclamou.
- Não sou uma biscate, meu amor, sou uma “escort” e saio só com quem e quando eu quero. Aliás, acabei de decidir que não tô a fim de ficar mais com vocês. Tô indo, Guimba, valeu pelo drink. - Disse a Soraia já se levantando e ainda se voltou para mim: - De todos nós aqui, você parece ser o único legal, Erick. Se você gosta da Anne, vai atrás dela. Dá uma banana pro teu irmão.
Sorri feliz para a atitude dela e a agradeci. Ela se virou no salto e saiu andando imponente e certa de si, deixando os três com cara de paspalhos. Não pude evitar uma risada gostosa deles, deixando-os ainda mais bravos:
- Porra, Guto, cê é muito boca aberta, cara! Eu não vou ficar no “cinco contra um”, não, cara. Agora, cê dá teu jeito. - Reclamou o Guimba.
- Renatinha vai resolver o problema da galera, Guimba. Ela me disse que hoje quer rodar a família toda: eu, você e o Erick também. - Guto respondeu, rindo.
- Vou não. Cê já me sacaneou hoje. Não vou dar pra ninguém. - Ela retrucou.
- Vai, sim! Ah, se vai. - Guto falou e a encarou, bravo: - Ou…
- Ou nada, cara! - Intervi na conversa: - Pra mim, esse papinho furado já deu. Tô indo.
Me levantei e joguei duas notas de cem reais sobre a mesa, certo de que iria embora, mas vi que se eu fosse, a Renata iria se ferrar na mão daqueles dois:
- Isso aí paga o que eu bebi. - Olhei para a Renata e me abaixei em sua direção, lhe oferecendo minha mão: - Vem comigo, Renata. Hoje você vai ser tratada como merece, não como uma puta.
Ela me encarou surpresa e pegou a minha mão. Quando estava para se levantar, o Guto a segurou pelo braço e falou bravo:
- Se você sair daqui, mando o vídeo hoje para o corno do seu marido!
- Se você fizer isso, o pai arranca teu couro e corta a tua mesada, Gugutinho… - Rebati, usando seu apelido de infância que eu sabia que ele odiava e ainda insisti: - Tem bala pra encarar o velho, tem?
Ele se calou, mas não soltava o braço da Renata que já estava soltando minha mão. Eu a segurei forte agora e insisti:
- Solta ela agora, Guto! - Falei bravo e conclui: - Ou o clima vai azedar de vez entre a gente, porque bala pra me peitar, você também não tem.
Ele afinou e a soltou, a puxei para mim e saí de lá de mãos dadas com ela. Quando aguardávamos o “valet” trazer meu carro, ela me disse:
- Eu vou voltar, Erick. Minha vida é um problema meu que eu tenho que enfrentar, você não precisa pegá-lo para você. - Ela falou, chateada e cabisbaixa: - E o seu irmão é capaz de tentar me prejudicar com o Paulo mesmo…
- Se você quiser voltar, é um direito seu, mas você sabe que eles vão te machucar sem dó ou piedade hoje, não sabe? - Falei, mostrando o óbvio para ela: - Não seja boba, Renata, meu pai gosta de você. Vem pro meu apartamento, eu ligo para ele e ele resolve essa situação com o Guto. Daí você volta pra lá amanhã.
- Às vezes, eu tenho medo do Guto…
- Mais um motivo para você não voltar!
- Não dá, mas te agradeço de coração. Acho que, de todos na sua casa, você é o melhor, aliás, você e sua mãe. Não entra nesse mundo de putaria deles, não é o seu perfil. Você merece coisa melhor e se for a Anne, vai atrás dela.
Me deu então um beijo na face e se encaminhou para o bar novamente. Seus olhos estavam marejados e, antes de sair, ainda vi ela colher uma lágrima com uma de suas mãos. Meu carro chegou e eu fiquei vendo ela se encaminhar para o abatedouro, como se nada mais importasse. “Sinto muito por você, Renatinha.”, pensei, por fim.
Enquanto dirigia, não me conformava com a situação da Renata. Tudo bem que ela era uma safadinha, eu mesmo já havia transado com ela algumas vezes, e eu sabia que meu pai pagava bem por seus “serviços”, mas ali ela aparentava estar contra a própria vontade e ainda correndo risco. Eu tinha que fazer algo e liguei para o meu pai:
- Aconteceu alguma coisa, Erick? - Já me perguntou de antemão, antes mesmo de me cumprimentar, em virtude do horário da chamada.
- Não, pai. - Respondi, mas me entreguei: - Bem, pelo menos, não, ainda.
- O que está acontecendo, rapaz?
Relatei toda a situação estranha acontecida no bar e ele me ouviu com toda a atenção. Tentou me tranquilizar, dizendo que o Guto e o Guimba gostavam muito da Renata e que, por isso, não fariam mal algum com ela. Entretanto, pelo tom de sua voz, notei que ele próprio não se convencia de suas próprias palavras. No final, antes de nos despedirmos, ele, para me ou se tranquilizar, disse que ligaria naquele mesmo momento para o Guto e depois me avisaria.
Recebi uma ligação dele uns trinta minutos depois. Nela, ele me tranquilizou disse que conversou com o Guto e principalmente com a Renata e ela disse que estava tudo bem e que eles iriam se divertir “de leve” naquela noite:
- Que bom, então. - Falei, sem acreditar muito em suas palavras.
- Mas é verdade e vou te provar. Boa noite, filho. - Disse, antes de desligar.
Na sequência, me enviou alguns pequenos vídeos da Renata se divertindo entre os dois, bebendo, conversando, rindo naquele bar, o que me causou uma estranheza tremenda, mas, enfim… Por fim, me mandou outros dois vídeos deles no apartamento do Guto. No primeiro, ela já estava nua e, de joelhos, chupava o pau dos dois. Guimba, na sua vez, socava o pau com vontade em sua boca, fazendo-a lacrimejar, mas sendo contido pelo Guto, e a chamava de “puta gostosa”, “moreninha biscate” e outros tantos nomes “impróprios”. No segundo, ela já estava de quatro, sendo comida por trás pelo Guimba e ainda chupando o Guto que agora fodia sua boca no mesmo ritmo do primo, controlando a penetração para que ela não se sufocasse.
- Bem, se ela gosta dessa vida, quem sou eu para me opor, né!? - Falei para mim mesmo, enquanto colocava meu celular sobre uma bancada para tomar uma ducha.
[...]
- Ainda assim, Duda, não sei se você seria a pessoa ideal. A Annemarye não te conhece direito e, desconfiada como ela é, seria bem capaz dela recusar a conversar com você.
- Mamãe, não sou uma boba ou uma menininha inocente. Já tenho meus anos de vivência para dar algumas lições bem legais para a Anne. Só preciso ter uma chance…
- Tenho até medo das suas lições, Duda! - Disse e sorri.
- Tá falando de quê? De eu e o Felipe termos nossos casinhos por fora? De curtirmos umas experiências mais liberais? Ah, qual é, né, dona Gegê! A senhora é uma psiquiatra e, como tal, deveria ser a primeira a não querer fazer julgamentos baseados em preconceitos.
- Ela é uma mineira, criada no interior, Duda. O que você acha que ela vai pensar de você quando contar sobre sua vida paralela?
- Não tenho vergonha alguma da minha, da nossa vida. - Ela me confrontou, serenamente: - E vou ser bem sincera para a senhora, aquela mineirinha lá tem uns bons quilômetros de estrada, ouviu!? Vi nos olhos dela que se ela ainda não fez, um dia vai fazer. Então é melhor que eu converse com ela e até mesmo com o Marcos para eles não se desentenderem no futuro.
- Tá, tá… Talvez você tenha a razão, mas não será hoje. Eu vou lá conversar com ela. Futuramente, quem sabe, você pode ter essa conversa com ela, ok?
- A senhora é quem sabe… - Ponderou: - Eu não ia abordar esse lado lúdico nessa primeira conversa, só as questões práticas da nossa convivência com a Cristina, tais como a guarda compartilhada do Ique, as despesas com sua criação, divisão das responsabilidade, etc…
- As saídas do seu marido com a Cristina… - Brinquei.
- Isso foi só uma fase! - Me interrompeu: - Ele abusou do nosso combinado, errou e eu o puni direitinho. Hoje, estamos às mil maravilhas!
- Você nunca me disse o que fez com ele, Duda?
- E nem vou, mamãe! - Falou enfática, mas abriu um grande e malicioso sorriso na minha frente: - Se eu te contar, a senhora infarta de vez, mas foi bem gostoso e ele nunca mais pisou na bola comigo. Lição dada, lição aprendida!
- Às vezes, eu tenho medo de você, Duda. - Falei, rindo dela.
- Sou prática, mamãe. Me trate bem e aja dentro do nosso combinado, que moverei mundos e fundos para te satisfazer. Pise na bola comigo e se prepare para o pior. - Insistiu, me olhando assustadoramente séria: - Ele errou, duvidou de mim e eu o fiz aprender, às duras penas, que não se brinca com Maria Eduarda Sá Pinheiro Pinto.
- Conta pra mim, vai? - Perguntei, curiosa: - Não vou te julgar. Juro, juradinho mesmo!
- Pra que você quer saber isso agora, mamãe?
- Pra te conhecer melhor, Duda. - Insisti: - Sei lá… Saber o tipo de mulher que eu criei.
- Criou uma mulher forte e decidida. Isso já não é o suficiente?
- Disso eu não tenho dúvida! Mas ainda assim… - Falei e me calei, dando a entender que minha curiosidade não iria acabar.
OS NOMES UTILIZADOS NESTE CONTO E OS FATOS MENCIONADOS SÃO TOTALMENTE FICTÍCIOS E EVENTUAIS SEMELHANÇAS COM A VIDA REAL É MERA COINCIDÊNCIA.
FICA PROIBIDA A CÓPIA, REPRODUÇÃO E/OU EXIBIÇÃO FORA DO “CASA DOS CONTOS” SEM A EXPRESSA PERMISSÃO DO AUTOR, SOB AS PENAS DA LEI.