Estou de volta! Passei uns dias viajando com a família. Já estamos na reta final, então, bora terminar essa série. Boa leitura.
Continuando:
Fernando:
A naturalidade com que Clara falava sobre Savana, sobre cumplicidade, sobre eu deixar ela nos guiar naquele processo, me assustou um pouco. Que raios de processo era aquele? Ménage? Sexo casual? Trisal? Nós tínhamos coisas muito mais importantes para nos preocuparmos naquele momento. Sem querer, fui grosso:
- Você esqueceu tudo o que eu acabei de falar sobre Savana? Ela tem que se explicar primeiro. Nem sabemos o objetivo dela. Por tudo o que ela nos contou, tudo pode ser apenas uma enganação.
Eu levantei de forma brusca e busquei o notebook. Fiz Clara assistir aos vídeos que me foram enviados naquela tarde novamente. Eu até entendia o fato dela estar pensando em Savana, em estar se envolvendo e tudo mais, pois Savana era uma sedutora profissional, mas falar tão abertamente, colocando a carroça na frente dos bois daquela forma, já era demais. Eu pedi:
- Vá ao playground com Miguel, eu quero resolver a situação com Savana de uma vez. Se ela não tiver uma boa explicação para dar, se não me provar que é confiável, talvez ela nem esteja mais aqui quando você voltar.
Clara ainda tentou participar, mas eu não queria Miguel ali, ele não precisava presenciar nada daquilo. Eu insisti:
- Por favor, confie em mim. Eu dividirei tudo com você depois, eu nunca menti para você. Faça o que eu estou pedindo.
Mesmo contrariada, Clara resolveu colaborar. Ela saiu do quarto e chamou Miguel. Ouvi os dois saindo e ela pedindo para Savana me esperar, dizendo que eu já estava vindo e precisava conversar com ela. Eu peguei o notebook e fui ao encontro de Savana. Ela me olhava sem demonstrar nenhum nervosismo, esperando calmamente o que eu tinha para dizer. Eu não fiz rodeios:
- Eu sei o que vai parecer, e é isso mesmo. No momento, eu não confio em ninguém.
Savana foi direta:
- Eu já contei tudo, não tenho nada a esconder. Me diz o que o faz duvidar de mim, eu serei honesta.
Eu só queria resolver tudo de uma vez por todas:
- Melhor do que dizer, vou mostrar, e se você não tiver uma explicação para dar, eu não acho que podemos continuar sob o mesmo teto.
Savana caminhou em minha direção sem demonstrar nenhum medo ou receio. Eu virei o notebook para ela e dei play no primeiro vídeo. Ela assistiu sem dizer nada, apenas sorrindo no final. Aquilo me deixou chateado:
- Qual é a graça?
Savana abriu uma janela no navegador e entrou em um serviço de armazenamento em nuvem que eu nunca tinha visto na vida. Dentro dele, de uma enorme galeria de vídeos, ela buscou um em específico, deu play e pediu para eu assistir. O vídeo que me fora enviado era apenas um recorte do original. No vídeo sem cortes, Savana apenas tinha caçado um javali. Ela explicou:
- Era um treinamento. Eles me deram um rifle com apenas uma munição. Eu tinha apenas uma noite para abater um javali. Eu errei o tiro e só me restou usar o facão. Eu fiz uma armadilha com milho e esperei em cima de uma árvore. Quando ele foi atraído, eu apenas pulei nele e terminei o serviço. Nem era um javali grande.
Até eu comecei a rir naquele momento. Era tudo tão óbvio. Mas eu ainda tinha uma dúvida:
- E esse cara falando sobre o seu namorado? Vocês parecem ter algum tipo de relação.
Savana não exitou em responder:
- Ela foi o meu mentor, o cara que me ensinou tudo o que eu sei e depois me traiu. É por causa dele que estamos nessa situação.
Confesso que eu estava com ciúmes:
- E você beija os seus chefes? Ainda mais estando namorando?
Savana buscou as informações do vídeo, e a data de gravação era de dois anos antes da gente começar a ficar juntos. Aquilo me deu um alívio imediato. Até aquele momento, ela estava indo bem. Ela disse:
- Alguma outra acusação que eu deva responder?
Ela parecia estar se divertindo, mas eu ainda não estava satisfeito:
- Só mais uma.
Abri o segundo vídeo, o dos diamantes, e deixei ela assistir. Ela sorria enquanto as imagens passavam. Assim que terminou, ele fez uma pesquisa rápida no Google e me mostrou uma reportagem:
"Força tarefa da Interpol, com a ajuda do FBI, recupera os treze milhões de dólares em diamantes roubados em Londres. Os diamantes já estavam em solo americano. Um dos chefes da máfia russa, Dmitri Olegaroff, foi preso em flagrante pela equipe responsável pela operação."
Na reportagem, uma foto de savana ao lado dos diamantes recuperados, com a mesma roupa que ela aparecia na filmagem. Eu já estava me sentindo um babaca por tanta desconfiança. Mesmo assim, meu ciúme falou mais alto:
- Mas você precisava ter transado com o cara?
Savana deu uma risada alta, levando mais de um minuto para se recuperar do ataque de risos:
- Olhe a data da reportagem, um ano antes da gente se conhecer. Como você acha que alguém consegue chegar perto de um criminoso tão perigoso? Um dos mais procurados do mundo? Eu precisei usar todos os recursos disponíveis.
Eu nem sabia o que dizer, só queria me desculpar. Savana continuava rindo:
- O pior você não sabe, ele não consegue ter uma ereção.
"O que? Como assim? Que história é essa?" Eu pensei, já começando a rir junto com ela. Ela continuou, sem conseguir parar de rir:
- Ele foi castrado na adolescência, era um ladrãozinho de idosas e assediador de mulheres que recebeu uma lição da máfia. Ele só gostava da massagem e de admirar o corpo feminino. Ele nem colocava a mão em mim.
Só me restava fazer o certo:
- Você me desculpa? Eu deveria ter acreditado em você…
Savana me olhou séria:
- Eu entendo. Sabe Fernando, eu me apaixonei por você de verdade. Eu jamais o trai. Por você, eu quis largar aquela vida. No fim, eu perdi tudo.
Pela primeira vez, eu vi Savana chorar. Aquela mulher forte, aquela rocha, estava se desmanchando a minha frente. Eu apenas a abracei. Deixei que ela colocasse tudo para fora. Me pegando de surpresa, ela disse:
- Acho que eu deveria ir embora, sumir da vida de vocês… eu quase acabei com a sua relação com Clara hoje. Eu não quero vê-lo sofrer.
Eu fui honesto com ela:
- Você não fez nada. Clara já me contou tudo. Aqui é onde você deve estar no momento. Os nossos problemas estão ligados, juntos podemos fazer melhor.
Savana me olhou de uma forma tão intensa, que eu quase sucumbi outra vez. Minha vontade era beijá-la naquele mesmo instante, mas eu fui forte, lembrando que eu não precisava fazer nada escondido, que aquele também era um desejo de Clara. Pelo meu sorriso e o carinho que fiz em seu rosto, ela também entendeu.
Me recompus e mandei uma mensagem à Clara, dizendo que ela já podia voltar e que tudo havia sido esclarecido. Ela chegou em casa com um sorriso radiante no rosto, me deu um beijo apaixonado e um abraço forte em Savana, parecendo que nunca mais ia soltá-la. Enquanto Savana distraía Miguel, eu contei toda a conversa à Clara. Ela ficou tão feliz, que preparou o jantar cantarolando:
"Você me dá um beijo
Me pede pra esperar
Entra pro seu banho
Diz que já vem se deitar
Deixa a porta aberta
Vai tirando a roupa
Eu fico olhando tudo
Com água na boca"
Nós três nos olhávamos o tempo todo, o clima já estava no ar, era só questão de tempo. Jantamos felizes, conversando amenidades.
Por mais que eu estivesse excitado com tudo o que acontecia, o perigo que nos rondava ainda era a minha principal preocupação. Sentados na mesa, Savana começou a contar a sua ideia para nos livrar de vez de tudo aquilo. Só dependia agora de uma ligação, dos seus contatos aceitarem nos ajudar.
Miguel dormiu no sofá, e eu resolvi levá-lo para a sua cama. Clara veio atrás:
- Você confia em mim? Lembra o que conversamos?
Eu entendi a intenção dela, só achei que depois de nossa conversa mais cedo, ela não viria com tanta sede ao pote. Ajeitei Miguel e o cobri, desligando a luz e fechando a porta do quarto. Ainda no corredor, vendo que eu não estava confortável com a situação, Clara foi direta:
- Do que você tem medo? Quem deveria estar preocupada sou eu, pois ainda existem sentimentos entre vocês.
(…)
Clara:
A vida é feita das escolhas que fazemos e das consequências que temos que lidar. Eu poderia, simplesmente, exigir que Fernando se livrasse de Savana, negar os desejos em mim e esquecer que os dois ainda se gostavam. Mas qual seria o preço no futuro? Diante das opções que se apresentavam, o melhor cenário era não abrir mão de nada. Fernando e Savana se queriam, eu e ela também tínhamos uma química inegável, por que não aproveitar?
Assim que saímos do quarto de Miguel, eu fui direta:
- Do que você tem medo? Quem deveria estar preocupada sou eu, pois ainda existe sentimento entre vocês.
Fernando não exitou:
- Claro que existe! Ficamos três anos juntos, não três dias. Terminamos, ou melhor, ela terminou para me proteger e você não está facilitando em nada para mim, para nós.
Eu insisti:
- Seja honesto comigo, do que você tem medo?
Ele foi:
- Tenho medo de tudo virar uma bagunça. Temos problemas demais no momento. Eu amo você, não duvide disso. Amo nossa família, mas Savana ainda mexe demais comigo. Me desculpe!
Eu o abracei, feliz por ele ter colocado tudo para fora, e o acalmei:
- Se tudo o que temos for verdadeiro, Savana será parte disso também. Eu não duvido do seu amor, tenho a certeza dos seus sentimentos por mim. Você não precisa escolher entre nós, pode ter as duas.
Ele ainda estava assustado:
- Como? Você faz parecer tão simples.
Eu dei um beijo demorado nele, apaixonado, para mostrar que ele jamais precisaria se preocupar. Eu disse:
- E é muito simples. É apenas o que é, três pessoas que se desejam, que querem estar juntas. Mais simples, impossível.
Eu peguei em sua mão e o trouxe até a sala. Fiz ele sentar no sofá e me coloquei entre ele e Savana. Me confessei:
- Eu quero nós três juntos.
Savana me olhava de olhos arregalados, sem acreditar. Fernando estava mudo. Eu continuei:
- Não precisamos ficar de joguinhos, nos desejando em segredo, esperando a ausência de um para que os outros dois possam flertar ou pior, que tudo acabe em traição às escondidas. Somos adultos e podemos lidar com isso.
Eu segurei o rosto de Savana com as duas mãos e a encarei:
- Você é uma gostosa e eu sei que Fernando está cheio de saudade desse corpo. E eu…
Dei um beijo de tirar o fôlego nela, sem encontrar nenhuma resistência. Ela apenas se entregou.
(…)
Fernando:
Puta que pariu! Que tesão incrível. Clara e Savana naquele beijo tão intenso, era uma sensação nova e espetacular. Ver Clara saindo do papel de esposinha submissa e entrando no modo fêmea fatal, fazia meu pau dar trancos de excitação. Ele parecia querer rasgar a cueca e a bermuda de tão tarado que eu fiquei.
Ainda beijando Savana, Clara começou a apalpar o meu pau. Aquela cena deliciosa começava a se sobrepor aos meus medos e inseguranças. Clara confiava em mim, era hora de eu fazer o mesmo. Ela enfiou a mão por dentro da bermuda e tirou o pau para fora, só então parando o beijo em Savana e começando a me punhetar. Ela disse:
- Olha isso! Eu disse que você ia gostar.
Ela se virou novamente para Savana:
- Vem! Sei que você está com saudade.
Savana ainda tentou trazê-la à razão:
- Aqui? Miguel pode acordar.
Clara mesmo pegou na mão dela e trouxe até o meu pau, dizendo:
- Miguel, depois que apaga, não acorda mais, mas se esse é o seu medo…
Clara levantou e nos puxou, um em cada mão, até o nosso quarto, fechando a porta assim que entramos. Ela, sem dúvidas, estava no comando:
- Pega essa safada de jeito, amor! Sei que ela está doida de saudade de você.
Ela nos empurrou um contra o outro, nos "forçando" a fazer o que queríamos muito, mas ainda resistíamos. Eu achei que era melhor ser esperto e realizar uma das fantasias que todo homem sonha, ver duas mulheres se pegando. Eu olhei para Savana, me lembrando dos vídeos de Clara com Alice, e perguntei:
- Assim como Clara, você também já esteve com outras mulheres?
Eu podia sentir seu hálito fresco em meu rosto de tão próximos:
- Sim, com poucas.
Clara nos olhava, acho que entendendo minha intenção. Eu a puxei para junto de nós. Clara me deu um beijo apressado, muito excitada e nem esperou, já se virando e agarrando Savana. Era o segundo beijo entre as duas e daquela vez, Savana estava muito mais participativa, explorando o corpo de Clara com as mãos. Era uma cena linda de se ver. Eu pensei em me afastar um pouco, dar espaço e admirar as duas, mas assim que se soltaram, elas se olharam de forma cúmplice e me puxaram de volta, com savana me jogando sobre a cama e as duas subindo em cima de mim, voltando a se beijarem e me dando uma visão ainda mais espetacular do que acontecia. Meu pau latejava, dando trancos. Sem perder tempo e ainda aos beijos com Savana, Clara começou a tentar tirar minha camisa, enquanto Savana puxava minha bermuda. Eu estava entregue à brincadeira das duas, que me despiram rapidamente e depois se concentraram em tirar a roupa uma da outra, sempre se beijando e se acariciando mutuamente.
Eram tão diferentes, mas tão belas. Cada uma do seu jeito e com sua beleza. Clara branquinha, deliciosa. Savana morena, da cor do pecado. Dois corpos lindos. Mesmo grávida, com aquele barrigão, Clara era pura luxúria, a dona da ação, a que atiçava. Savana se entregava, tomando cuidado com os seus movimentos e com a barriga de Clara, deixando que ela conduzisse. Senti as duas mãos em meu pau, as duas sorrindo uma para a outra. Clara disse:
- Vai, eu sei que você quer.
Savana deu mais um beijo nela e começou a me punhetar com calma. Clara começou a beijar meu peito, se esfregando em mim, pedindo carinho. Eu não vou mentir, estava com muita saudade daquela boquinha de Savana, mas ao mesmo tempo, o meu desejo pelas duas era igual.
Senti a língua de Savana lambendo a cabeça da pica, a língua de Clara brincando em meu mamilo e não consegui segurar um gemido:
- Vocês duas querem acabar comigo. Que sortudo eu sou.
Clara me beijou apaixonada e disse baixinho em meu ouvido:
- Obrigada! Eu disse para você confiar.
Todos os meus receios acabaram e eu me entreguei completamente. Savana mamava o meu pau com a mesma habilidade de sempre, chamando Clara para dividir a pica com ela. Que loucura era sentir aquelas duas bocas incríveis se revezando na rola, se beijando, voltando a mamar. Uma enfiando na boca e a outra chupando as bolas, depois elas trocavam e uma vinha me beijar, a outra continuando a me dar prazer… eu não ia resistir por muito tempo. Levei a mão à boceta de Clara e ela chegava a pingar de tão excitada. Apertei a bunda linda de Savana e ela gemeu sem tirar o pau da boca. Para Clara, estando no comando, o jogo estava apenas começando. Savana, tão safada quanto, era a parceira ideal. E eu, o maior felizardo do mundo por poder ser amado e desejado por duas mulheres tão incríveis.
Clara fez Savana ficar de quatro enquanto me chupava e se posicionou atrás dela, buscando uma posição confortável para a sua condição. Ela começou beijando carinhosamente sua bunda. Eu, querendo ter uma visão melhor, me posicionei um pouco mais para o lado. Clara sorriu para mim e começou a brincar com os dedos na xaninha de Savana, que saudosa, só obedecia, sem querer parar com o boquete maravilhoso que fazia em mim. Clara foi se abaixando e aproximando a boca da xoxota. Hipnotizado pela cena, eu sabia que não ia resistir. Clara começou a foder a bocetinha de Savana com os dedos, enquanto sua língua brincava no cuzinho. Aquela cena, somada ao boquete magnífico que eu ganhava de Savana, me fizeram gozar imediatamente:
- Caralho! Que loucura é essa? Vocês são maravilhosas.
Savana não tirou a boca, sorvendo o máximo que conseguia e me olhou com porra escorrendo pelo queixo, sorrindo para mim. outra cena linda, aquela boquinha toda gozada. Ela gemeu forte também:
- Ah, Clara. Que delícia!
Todo aquele mundo de sonhos evaporou quando ouvimos barulho na sala, a porta abrindo e o alarme disparando. Savana, mostrando quem era realmente, se levantou em um pulo e saiu do quarto rapidamente. Eu tentei ir atrás dela o mais rápido que pude. Quando entrei na sala, vi a seguinte cena: Savana, dando um giro no ar, encaixou um golpe, uma voadora, no primeiro homem e o fez desequilibrar, batendo a cabeça contra a parede. Savana, acertando a posição do corpo ainda no ar, caiu bem a frente do segundo homem, o desarmando com uma habilidade incrível e com um chute bem encaixado na cabeça, o nocauteou. Antes que o primeiro homem pudesse reagir e se levantar, ela voltou à carga, usando a gravidade para aumentar o peso do corpo ao pular e acertando uma joelhada certeira em sua barriga, finalizando com um golpe de mãos em sua cabeça. Os dois estavam rendidos e desacordados, aquilo parecia uma cena de 007 para mim. Saber o que ela fazia era uma coisa, vê-la em ação, era algo inimaginável e marcante. Com toda a calma do mundo, ela disse:
- Preciso de alguma coisa para algemá-los. Pode ser fita adesiva, um lençol, uma corda… qualquer coisa.
Assustado, mas pensando rápido, lembrei que sempre tenho lacres de plásticos, que uso para prender cabos de computadores e os busquei rapidamente. Savana riu:
- Você anda vendo muitos filmes policiais. - Acho que ela tentava quebrar a tensão com humor.
Clara, enfim, ainda mais assustada do que eu, apareceu na sala. Savana os imobilizou completamente, mãos e pernas, e correu para pegar o seu celular. Já voltou à sala conversando com quer que ela tenha ligado:
- As coisas se complicaram. Preciso de informação com urgência. Não posso mais esperar.
Eu não sabia o que dizer, apenas tentei acalmar Clara e deixar Savana resolver a situação. Ela desligou o telefone e eu perguntei:
- E agora? Não acho que podemos mais ficar aqui. O que você vai fazer com eles?
Savana, sempre calma, respondeu:
- Vamos interrogá-los. O que mais podemos fazer?
Ela veio até Clara:
- Fique calma. Eu sei quem eles são e sei que também estão sozinhos.
Ela, então, se virou para mim:
- Se quiser, posso tirá-los daqui. De qualquer forma, eu preciso saber o motivo deles terem atacado. Não é assim que o meu ex-chefe trabalha. Ele deve estar desesperado.
Mesmo assustado, eu fiquei curioso. Pedi a Clara para acordar o Miguel e arrumá-lo. Eu precisava tirar os dois dali. Ela protestou, não queria ficar longe, mas era o certo a se fazer e ela acabou entendendo. Savana e eu arrastamos os dois homens para a lavanderia e eu pude sair sem Miguel perceber qualquer coisa fora do normal. Enquanto dirigia, eu pensava em uma desculpa para dar aos meus pais, mas Clara, mostrando um lado que me surpreendeu, disse:
- Deixa comigo! Eu invento qualquer coisa. Digo que são insetos, dedetização, que você vai viajar a trabalho e eu não quero ficar sozinha… não importa, só volte e ajude Savana, ela está em perigo e precisa de nós.
Como não amar Clara ainda mais? Chegamos e meus pais estavam no portão à nossa espera. Eu apenas dei um beijo em cada um e disse que precisava ir. Clara e eu tentávamos agir com naturalidade e ela disse:
- Fernando vai viajar a trabalho, sai daqui a pouco para o aeroporto. Vim ficar com vocês até ele voltar. Tudo bem?
Sem motivos para desconfiar, meus pais adoraram a ideia e enquanto eu já acelerava o carro, Clara e Miguel entravam para casa com eles. Pelo retrovisor, eu vi ela me dando uma última olhada com preocupação. Ainda com os filmes policiais na cabeça, tentei voltar o mais rápido possível para casa. Como aqueles homens passaram pela portaria? Será que o pessoal da segurança do prédio estava bem?
Continua…