O jovem loiro, canadense, acorda e não encontra sua esposa ao seu lado. Nada fora do normal, na verdade é o que mais tem acontecido, depois da briga enorme que tiveram há algumas semanas.
Naquele dia, acordou cheio de vontade de sexo matinal. Encontrou ela nervosa, sentada na ponta da cama com algo na mão, um teste de gravidez, ainda não tinha saído o resultado. Ela esperava que o resultado fosse negativo, fazia de tudo para que isso acontecesse, mas ele não sabia disso, ele esperava que finalmente fosse se tornar pai, ela sabia disso.
Um suspiro de alívio e assim a guerra começou.
Antes do casamento namoraram por um mês e decidiram se casar no mês seguinte, no fim de dois meses de relacionamento já estavam casados e em lua de mel. Uma semana fervorosa, cheia de sexo e bebidas. Transaram tanto,em tantos lugares, em tantas posições, que ele tinha certeza que ia ser pai em nove meses, mas não aconteceu. Não havia maneira daquilo acontecer, um DIU e para ter cem por cento de certeza, anticoncepcional, impedia aquele sonho de se realizar. Durante os três anos seguintes sonhava com o dia em que ela finalmente iria dizer "estou gravida".
Ela, antes do casamento, não esperava que ele fosse querer ter filhos e perder a liberdade que os dois possuem. Nunca se imaginou sendo mãe, mentira já havia o feito, quando sua irmã engravidou pensou em como seria aquilo, quase vomitou de nervoso e nojo da ideia. Seus planos eram e são outros, nunca os escondeu. Quando descobriu o sonho dele imaginou que talvez um dia mudaria de ideia ao realizar tudo que perderia.
O problema dos dois foi a paixão fulminante que os uniu. Em nenhum momento conversaram sobre futuro ou seus sonhos. Entraram cegos em um relacionamento e se casaram mais cegos ainda.
Ele descobriu tudo no dia da briga, os métodos contraceptivos usados, o desejo inexistente de ser mãe e que talvez aquele relacionamento estava fadado à infelicidade, se nenhum dos dois cedesse pelo outro. A culpava com todos os ossos do seu corpo, ela apenas se defendia de algo que nunca foi discutido, as claras, antes.
Depois desse dia, ela acordava cedo e sumia até a hora da janta, ele ia pro estúdio e treinava boxe com vontade de matar o seu oponente. Nenhuma música ficou no mínimo boa, não conseguia formar uma melodia ou uma frase se quer. E a cada dia, depois disso, a situação apenas piorou.
Com o afastamento, o sexo esfriou até que morreu. Depois da briga transaram, apenas, uma vez. Haviam conversado e os dois, com desejo de que tudo voltasse a como era antes, resolveram finalizar a conversa com sexo. Ele transou com raiva em seu corpo, tentando ao máximo ser amável, ela apenas deitou-se e deixou ele gozar em seu corpo. Talvez aquela tenha sido a assinatura do fim. Depois nada mais houve, depois apenas o fim aconteceu.
Quando assistiu uma entrevista, em que o Shawn havia dito que compraria uma cueca usada dele, resolveu enviar a cueca para o outro cantor. Fico com aquilo em mente por dois dias e um tesão nasceu naqueles dias. Era um tesão pelo outro? Não era possível, nunca havia sentido tesão por homens, já havia transado com um em uma festa, uma vez, drogado e bêbado, mas não se lembrava de sentir tesão, apenas queria transar.
Numa manhã, vestiu a cueca, foi treinar, correr, foi para o estúdio, correu mais um pouco e a noite, a primeira em que sua esposa não dormiu em casa, ele se masturbou e gozou três vezes na peça de roupa. No dia seguinte enviou a mesma para o outro.
No fim era uma brincadeira, uma que lhe deixou com um tesão que não sentiu há um bom tempo, mas era uma brincadeira, às vezes pensava se era mesmo só isso, mas chegava a conclusão que não era nada mais que isso. Não esperava a reação que o outro teve. Depois daquela conversa, jogou o smartphone contra a parede, o destruindo, e foi dormir, sozinho e acordou da mesma maneira.
Duas semanas depois, na mesa da cozinha, encontrou um envelope marrom. O pedido de divórcio, com a assinatura da sua esposa. Com a raiva do momento assinou, mas não enviou o envelope de volta, guardado na gaveta de cabeceira. Ficou ali por uma semana, mais uma semana em que não viu, não conversou e nem sabia onde sua esposa estava. No fim daquela semana havia outro envelope igual, com o mesmo conteúdo no mesmo lugar da mesa. Rasgou o segundo e enviou o primeiro, não sem antes conversar com seu advogado.
Antes do casamento havia brigado com o advogado que não o permitia se casar sem um contrato, como ele queria, hoje ele agradece. Ela não recebe nada do que ela já tinha, apenas parte do que ganhou durante o casamento.
Agora é livre, depois de três anos de casado. O que iria fazer, qual os planos pro futuro, não há respostas prontas, apenas a ansiedade vinda do desconhecido. Uma coisa ele tem certeza é de que ira redescobrir o tesão pela vida, que perdeu depois da briga, e o tesão no sexo.