Um Natal de Milagre e Prazer

Um conto erótico de Kamila Teles
Categoria: Heterossexual
Contém 2238 palavras
Data: 15/12/2022 20:22:40

— Manhê, deixa eu passar o Natal em Piracicaba, na casa dos avós da Luiza?

— De jeito nenhum, dona Nicole, você já aprontou demais este ano.

Mais uma vez na minha vidinha curta passaria a noite de Natal distante do meu pai. Após a separação ele continuava na Bahia. Também não teria a presença dos meus avós maternos que estavam em um cruzeiro marítimo. Quanto a minha mãe, ela iria para a casa do seu irmão em Jaú (interior de SP) e tentava arrastar-me junto contra a minha vontade.

Eu não iria com ela nem a pau, ou mataria uma de minhas primas, caso ela me chamasse de "a putinha do papai" novamente.

Foi preciso muita conversa e invocar os instintos natalinos da mamãe, até chorei de verdade, só assim consegui sensibilizar e convencer a dona Helena e recebi a autorização para passar aquela data com a família da Luiza.

Fui de carro com a amiga e seus pais na manhã do dia 24, daquele dezembro de 2019.

Depois de duas horas de estrada, chegamos a Piracicaba, na residência dos avós dela. Os idosos eram os proprietários de um terreno que mais parecia uma chácara. Eles moravam numa construção generosa na frente e ainda havia outra casa menor nos fundos, alugada para pai e filha: um senhor pardo beirando os cinquenta anos, era portador de deficiência visual. A moça tinha vinte e poucos anos e muita simpatia, era professora do ensino infantil e ainda cuidava do pai e da casa durante a tarde e noite.

Fiz amizade com eles assim que chegamos, minha afinidade se deu principalmente com o homem e o seu cão, um labrador amarelo.

— Esse rapaz é o meu melhor amigo — disse o senhor acariciando a cabeça do boris (o cão).

O homem de estatura mediana, nem gordo e nem magro, era simpático e divertido, adorava fazer piadas ou frases de duplo sentido, sentado em uma cadeira na varanda. Eu amo safadezas, então dava corda e ria o incentivando.

Entre uma casa e a outra, havia um quintal grande com árvores frutíferas e plantas, ideal para quem gosta de pets. Eu e o boris fizemos muita bagunça naquela tarde, dado que a Luiza estava dedicando todo o seu tempo e atenção a um carinha da casa vizinha.

No início da noite daquela véspera de Natal, estava novamente correndo no quintal e brincando com o labrador. O danado era muito mansinho e adorava uma farra, assim como meu pastor alemão.

A filha do seu Pedro estava saindo para festejar a noite de Natal na casa da família do seu namorado. Seu pai havia insistido para ela ir, disse que a felicidade dela seria a felicidade dele, e ficaria bem em sua residência, sabendo que ela estava se divertindo.

Falei que faria companhia para o seu pai. Ela agradeceu e partiu dizendo que voltaria cedo na manhã seguinte.

A Luiza também acabara de dar outro perdido, mas voltaria logo. Foi praticar "atividades de alto impacto" com seu crush.

Eu teria que ficar escondida dos seus pais e avós, posto que ela mentiu dizendo que iria comigo na casa de uma amiga.

Fui brincar com o boris na varanda da casa do seu Pedro e fiquei maluca ao avistar uma fantasia de mamãe Noel no varal da área de serviço. A moça havia usado na festinha escolar uns dias antes, explicou o homem. Era um gorro e um vestido justo, curto e de veludo vermelho com detalhes brancos.

— Caraca, que legal! Será que eu posso vestir e fazer umas selfies?

— Pode sim, ela não vai se importar.

Peguei a roupa no varal e entramos para eu experimentar.

Sozinhos na sala, não supus que seria inconveniente tirar meu macaquinho e ficar só de calcinha, afinal, o homem era cego. Tirei a roupa, coloquei o gorro e até fantasiei a hipótese de tirar uma foto com os peitos de fora. Ficaria show, pensei sorrindo. Mas desisti da ideia para evitar um risco desnecessário de cair na rede.

Minha conversa com o seu Pedro seguia enquanto eu permanecia admirando-me na tela do meu smartphone.

— Você deve estar estranhando o calor que faz aqui, né menina? — São Paulo é mais frio.

— Eu amo calor, seu Pedro, mas reconheço que é muito mais agradável ficar só de calci… Ops!

— O que foi, menina, você está só de calcinha? — disse ele e riu gostoso.

Gaguejei algo enquanto cobria minha nudez com o mini vestido:

— Magina! Estou com o vestido. É que ele ficou tão curtinho.

Deduzi que houvesse um shorts para completar o figurino, mas ele não estava no varal e nem o homem sabia onde estaria.

Serei a mamãe Noel mais sensual deste Natal, pensei ao imaginar os olhares masculinos caso me apresentasse assim durante a ceia.

Coloquei o celular na mesa, apoiado em um vaso, ajustei o timer da câmera para alguns segundos e bati várias fotos fazendo poses, caras e bocas. Também fiz um pequeno vídeo e até o labrador entrou na brincadeira.

Durante aquele espaço de tempo eu detalhei ao homem a farra que eu estava fazendo.

Ao terminar a minha exibição virtual:

— Pronto, seu Pedro, já tenho fotos suficientes, agora serei a sua Mamãe Noel. — Então, o senhor foi um bom menino este ano?

— Claro que fui — disse e sorriu.

— E o que gostaria de ganhar como presente de Natal? — falei fazendo farra.

— Eu queria muito voltar a enxergar normalmente, nem que fosse por um instante, só para poder te ver. Você é uma menina muito simpática e um anjo de pessoa.

— Poxa, seu Pedro! Daria com prazer dez anos da minha vida para realizar seu desejo. Mas daí o senhor veria minha calcinha quase de fora nesse vestido super curtinho — falei e contive o riso ao sentir uma palpitação forte que me fez suspirar. Fiquei assustada e até imaginei ter sido um castigo, posto que fui cruel o seduzindo novamente com minhas frases provocativas.

— Algo estranho está acontecendo comigo, menina, estou te vendo. O vestido curto está muito bonito no seu corpo, mas parece que você não está bem.

— Como assim? — O senhor está enxergando ou deduzindo? — perguntei sem levar muita fé nas suas palavras.

— Eu sofro de cegueira noturna e tenho um mínimo de visão à luz do sol. Mas algo incomum acabou de acontecer, mesmo aqui dentro, com pouca luz, estou conseguindo enxergar o suficiente para ver que você é a moça mais linda que já vi na minha vida.

— O senhor está brincando, né?

— Estou falando sério, menina, estou voltando a enxergar.

Caralho! Não sabia se comemorava com ele, ou se ficava com vergonha por ter ficado nua defronte daquele senhor. Minha vontade era fazer festa com o homem e exibir-me ainda mais, posto que meu ego adora receber elogios, também amo momentos felizes.

Ouvi as várias referências agradáveis e positivas ditas por ele, abarcava meu modo de ser e exaltava os meus atrativos juvenis. O cinquentão simpático, praticamente já havia descrito com perfeição todas as partes do meu corpo. Seu modo quase poético de se referir à minha aparência, mexeu com minha libido a ponto de fazer minha cabeça ficar pensando bobagens.

A época natalina aguça meus desejos ao recordar todas às vezes que flutuei de prazer nos braços do meu pai em Natais anteriores. Aquela noite na residência do seu Pedro já era especial devido à data. Ficou única com toda a situação que nos envolveu e deixou-me cheia de amor para dar.

Bom, gente! Minha conexão com o homem foi algo inexplicável e as coisas foram acontecendo de modo automático: após abraçar o senhor emocionado e trocarmos frases de afeto, fui complacente permitindo que suas mãos tocassem meu corpo que ele tanto havia elogiado. Reparei no tamanho do volume sob suas calças, indicava seu grau avançado de desejo por mim. Deveria estar como eu, subindo pelas paredes de calcinha molhada.

Enfim, ninguém é de ferro; foram dois palitos até postar-me ajoelhada entre as pernas do tiozinho e presentear-lhe com um boquete de Natal.

Não demorei a ponto dele gozar na minha boca, mas deixei seu negócio latejando de duro e todo babado. Daí, não perderia a oportunidade ao ver uma bola pingando diante do gol. Tirei minha lingerie e sentei sobre ele. Ah! Aquela noite de Natal não estava totalmente perdida como eu havia imaginado.

Subi e desci no seu pau mantendo os olhinhos fechados e imaginando que transava com meu pai. Estava morrendo de saudades do seu Flávio.

Tirei o vestido que ficou ainda mais coladinho em minha pele suada e recebi sua boca em meus seios. Também ganhei novos elogios pela minha pele macia e perfumada, e arrancou meus suspiros de satisfação ao acariciar e logo em seguida agarrar firme minha bunda com suas mãos fortes durante nossa atividade carnal.

Porém, vozes se aproximando da porta chamaram nossa atenção. Ele olhou para mim preocupado e parou com os movimentos, ainda me mantendo segura em seu colo.

— Seu Pedro! — foi a voz emitida por uma mulher que supus ser a avó da Luiza.

O boris levantou do seu canto e ficou alerta grunhido para a porta. Seu Pedro fez um sinal com a mão e o cão voltou a deitar no seu canto e ficou quietinho.

Na sequência foram três batidinhas na porta. O coroa fez sinal com o dedo nos lábios para eu ficar quieta. Nem respirei, estava apreensiva com a embaraçosa possibilidade de ser descoberta.

— Ele deve estar no banheiro, a gente volta depois pra chamar ele — disse uma voz parecida com a do avô da minha amiga.

Ouvi os passos se afastando e dediquei toda a minha atenção ao pau que permaneceu duro dentro de mim. O tesão bateu forte em meu corpo ampliando os meus desejos. Meu parceiro demonstrou que também se excitava com a situação de perigo. Voltamos a mexer devagar e sem dizer uma palavra para não sermos ouvidos, caso ainda houvesse alguma testemunha bisbilhotando à porta.

Um tempo depois, o pompom do gorro de Mamãe Noel balançava na minha cabeça no mesmo ritmo apressado do balanço dos meus seios. Há muito havia esquecido as visitas inoportunas e foquei na pegada do tiozinho que acelerou a respiração. Ele deu uma turbinada nas estocadas e gozou legal golpeando sem perder o ritmo.

— Fica tranquila, menina, fiz vasectomia — disse com a voz trêmula, em razão dos impactos que nossos corpos davam.

Ainda bem! Pensei aliviada. Na emoção da foda não havia atentado a este detalhe. Continuei cavalgando pressentindo meu gozo iminente.

Ele continuou com o pau firme e mexendo junto no compasso do meu rebolado até eu atingir um orgasmo delicioso… Caraca! Foi ótimo atingir o clímax estando toda encharcada de porra e com um membro duro e cheio de vida agitando lá dentro.

Ficamos por mais alguns minutos mantendo a pegada, curti de montão sua competência em sustentar o vigor das suas estocadas me levando ao auge do meu prazer.

Ele só diminuiu a intensidade e parou esgotado, quando eu já estava super satisfeita. O coroa foi o máximo.

Instantes depois, saí de cima dele, corri até a cozinha com a mão na periquita e peguei papel toalha para nos limparmos.

Ele ficou muito emocionado.

— Há anos não praticava sexo, e nunca foi tão bom como foi com você — falou demonstrando sinceridade.

— Este foi o melhor presente de Natal da minha vida — continuou falando com a voz embargada e os olhos marejados — e não só por fazer amor com um anjo como você, mas por estar vendo tudo: seus olhos castanhos, seu narizinho lindo e arrebitado, seus mamilos rosados e inchadinhos, seus pelinhos ralos e tão sublimes. Você deve ser a moça mais linda do mundo, é um milagre dos deuses voltar a enxergar e poder admirar um anjo — disse aos prantos.

Fiquei muito emocionada e chorei abraçada com ele.

Após vestir minha roupa, ouvi minha amiga me chamando.

— A gente se vê daqui a pouco durante a ceia — falei para o homem e dei um selinho nos seus lábios.

Ele agradeceu e disse que este era o melhor Natal da sua vida e caminhou naturalmente ao meu lado até a porta.

Antes de abrir, olhei encarando carinhosamente aquele senhor. Eu ainda custava acreditar que ele havia voltado a enxergar.

— O que aconteceu aqui, digo, a nossa transa, é um segredo só nosso, tá?

— Com certeza, meu anjo, pode ficar tranquila. — Também peço que não conte que voltei a enxergar. Quero contar para minha filha primeiro.

— Tranquilo, seu Pedro, não direi nada. Imagino que ela ficará muito feliz.

— Nicole! — foi a voz da Luiza, do outro lado da porta.

O homem deu um tapinha na minha bunda e sussurrou próximo ao meu ouvido:

— Vai lá, menina, não quero te complicar a vida.

Abri a porta no mesmo instante que ela dava batidinhas e chamava pelo seu Pedro.

— Calma, apressada! — falei zoando.

Puxei a amiga pelo braço e saímos varanda afora.

— Caralho, Nicole! Mandei quinhentas mensagens pelo WhatsApp. Por que não respondeu?

"Porque estava fodendo gostoso com o ceguinho." Pensei, contudo, respondi com uma mentira:

— Estava assistindo o especial do Roberto Carlos e a TV do seu Pedro estava muito alta, não ouvi.

— O especial do Roberto foi na sexta passada, sua louca!

— Então era do Michel Teló, sei lá, miga. Vamos lá pegar algo para beber, estou precisando.

Fim

"Existem coisas mais importantes para receber ou serem entregues, os chamados “presentes invisíveis”.

Paulo Coelho

Agradeço a atenção de todos vocês!

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Foto de perfil de KamilaTelesKamilaTelesContos: 174Seguidores: 112Seguindo: 0Mensagem É prazeroso ter você aqui, a sua presença é o mais importante e será sempre muito bem-vinda. Meu nome é Kamila, e para os mais próximos apenas Mila, 26 anos. Sobrevivi a uma relação complicada e vivo cada dia como se fosse o último e sem ficar pensando no futuro, apesar de ter alguns sonhos. Mais de duas décadas de emoções com recordações boas e ruins vividas em períodos de ebulição em quase sua totalidade, visto que pessoas passaram por minha vida causando estragos e tiveram papéis marcantes como antagonistas: meu pai e meu padrasto, por exemplo. Travei com eles batalhas de paixão e de ódio onde não houve vencedores e nem vencidos. Fiz coisas que hoje eu não faria e arrependo-me de algumas delas. Trago em minhas lembranças, primeiramente os momentos de curtição, já os dissabores serviram como aprendizado e de maneira alguma considero-me uma vítima, pois desde cedo tinha a consciência de que não era um anjo e entrei no jogo porque quis e já conhecendo as regras. Algumas outras pessoas estiveram envolvidas em minha vida nos últimos anos, e tiveram um maior ou menor grau de relevância ensinando-me as artimanhas de uma relação a dois e a portar-me como uma dama, contudo, sem exigirem que perdesse o meu lado moleca e a minha irreverência. Então gente, é isso aí, vivi anos agitados da puberdade até agora, não lembro de nenhum período de calmaria que possa ser considerado como significativo. Bola pra frente que ainda há muito que viver.

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